Tempo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : (1) GUIDA, Angela. "Tempo I - Que é Isto o Tempo". In:---. '''A Poética do Tempo'''. Rio de Janeiro, Editora Tempo Brasileiro, '''Coleção Pensamento Poético, 5''', 2013, p. 16. |
Edição de 21h00min de 20 de Setembro de 2022
1
- O tempo é uma questão. E como questão não podemos viver fora do tempo nem sem tempo. Em si, ele, não como conceito, mas como questão, é o tempo poético, o tempo do existir, fazendo-se, ou seja, o acontecer, isto é, o tempo em sua densidade máxima, porque é o tempo destinado a cada ser vivente. Tempo é Vida sendo, destinando-se em cada vivente. É o tempo do ser, em que SE dá o ser e, por isso, é inclassificável, só experienciável como tempo poético, dando-se e presentificando-se, enfim, sendo. Por isso, o tempo é a quarta dimensão do espaço, como afirmam os físicos. Porém, tal tempo não é o tempo tripartido (somente cronológico), porque o tempo tem também uma quarta dimensão: é a linguagem (1). Esta é o tempo poético. E pensá-lo é a Poética. Se o tempo é a quarta dimensão do espaço e a linguagem a quarta dimensão do tempo, a linguagem é o fundar de tempo e espaço. Esse fundar é o fundamentar o lugar. Lugar ou campo é mundo. A linguagem é mundo e sentido, porque o mundo é a quarta dimensão da linguagem. Como o leitor percebe, torna-se imprescindível a leitura do ensaio de Heidegger abaixo indicado, onde apreendemos estas ideias.
- Referência:
- (1) Cf. HEIDEGGER, Martin. "Tempo e ser". In: ___. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, pp. 255-72.
2
- "O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor; embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento; sem medida que o conheça, o tempo é, contudo, nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem fim; é um ponto exótico que não pode ser repartido, podendo, entretanto, prover igualmente a todo mundo; onipresente, o tempo está em tudo" (1).
- Todo capítulo 9 de Lavoura arcaica (1) trata do tempo, de uma maneira ampla e profunda. Pensado a partir do viver / existir é o próprio viver em suas múltiplas faces tanto do cotidiano quanto do transcendente. É um pensar poético no tempo, com o tempo e para o tempo. Para o leitor torna-se uma fonte necessária de consulta.
- No cap. 17 retoma a temática do tempo. O romance centrado nas questões humano-familiares, tendo a casa como imagem-questão central, retoma uma temática explicitamente ligada à mais antiga tradição ocidental: o genos, linha central de três tragédias de Sófocles em torno da personagem-questão Édipo, ou seja, do ser humano, de todo ser humano em todos os tempos.
- Esse tempo da obra de arte é a grande questão a ser pensada. Isso jamais pode ser feito somente através dos estilos de época e dos gêneros na sua formulação meramente formal e conceitual. Os gêneros têm de ser pensados naquilo que eles implicam: o genos.
- Referência:
- (1) NASSAR, Raduan. Lavoura arcaica. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 53.
3
- "Vigente é o que dura - o que vige a partir e no âmbito do desencobrimento... Por isso, pertence ao vigorar, à presença, não somente desencobrimento, mas também presente. Este presente imperante no vigorar é um caráter do tempo. Seu modo próprio de ser, porém, jamais se deixa apreender através do conceito tradicional de tempo" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "O que quer dizer pensar?". In: ----------. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 123.
- Ver também:
4
- Disse Santo Agostinho: O que é o tempo? Se ninguém mo perguntar eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei (1).
- Isto porque vivemos no e somos tempo, de tal maneira que ele sempre se nos dá ao mesmo tempo que se nos retrai, oculta. Desta tensão, surgem as diferentes experienciações do tempo:
- "Cada época se identifica com uma cisão do tempo, e na nossa a presença constante das utopias revolucionárias denuncia o lugar privilegiado que tem o futuro para nós. O passado não é melhor que o presente: a perfeição não está atrás de nós, e, sim, na frente, não é um paraíso abandonado, mas um território que devemos colonizar, uma cidade que precisa ser construída.
- "O cristianismo opôs à visão do tempo cíclico da antiguidade greco-romana um tempo linear, sucessivo e irreversível, com um começo, um fim, da queda de Adão e Eva ao Juízo Final. Diante desse tempo histórico e mortal houve outro tempo sobrenatural, invulnerável diante da morte e da sucessão: a Eternidade. Por isso, o único episódio decisivo da história terrestre foi o da Redenção: o descenso de Cristo e o seu sacrifício representam a interseção entre a Eternidade e a temporalidade, o tempo recessivo e moral dos homens e o tempo do mais além, que não muda nem sucede, idêntico a si próprio sempre. A Idade Moderna começa com a crítica à Eternidade cristã e com a aparição de outro tempo. De um lado, o tempo finito do cristianismo, com um começo e um fim, se converte num tempo quase infinito da evolução natural e da história, aberto em direção ao futuro. De outro lado, a modernidade desvaloriza a Eternidade: a perfeição se translada para o futuro, não no outro mundo, mas neste. Basta lembrar a imagem célebre de Hegel: a rosa da razão está crucificada no presente" (2).
- Referência:
- (1) AGOSTINHO, Confissões, XI, 17.
- (2) PAZ, Octávio. "Ruptura e convergência". In: A outra voz. São Paulo: Siciliano, 2001, pp. 36.
- Ver também:
5
- Referência:
- (1) HERÁCLITO. Fragmento 50. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 73.
6
- Nenhum conceito dá conta da questão tempo. Não foi sem sentido que os gregos mostraram o tempo como devorador dos seus filhos, ou seja, o tempo é a morte vigorando. Mas se há uma questão que perpassa toda a cultura e pensamento grego é tempo. Por isso, havia quatro palavras para dizer toda essa complexidade, cada uma com dimensões realmente essenciais: além de Kronos, a que já fizemos referência, onde se acentua o pôr e depor, temos ainda: Aion, Kairós e Horae. Aion é o tempo eterno, que nunca começou e nunca termina, é a própria vida em seu acontecer inesgotável. Kairos é o tempo oportuno, o tempo de plenitude (telos) a que algo chegou e vai eclodir, é todo nascimento no seu tempo de vir à luz. Já Horae diz o tempo circular de eclosão e de extinção, enfim, da mudança, mas também permanência. Propriamente, em português, diríamos "estações". As quatro dimensões do tempo é que caracterizam o que podemos denominar existência humana, não aquela que se opõe à essência, pois o tempo será sempre essência. Heidegger para a distinguir do significado corrente que se opõe à essência, denominou-a com o nome latino: ek-sistentia / ek-sistência / ec-sistência. E mais profundamente podemos dizer simplesmente que tempo é ser. Fica logo evidente que são estas diferentes dimensões do tempo a partir das quais vigoram tanto a identidade quanto a diferença. E estas se tornam a vigência e possibilidade da própria existência.
7
- O vivente só vive e sabe que vive e pensa a vida porque sua vida como vivente já vigora na vida como tempo e este como unidade ou sentido. A sucessividade de nossa vida nunca nos aparece nem como um amontoado desconexo de momentos, nem como uma sequência linear e causal de vivências. Vivemos de surpresas inesperadas. Isso é o sentido não a explicação racional e muito menos o significado. O inesperado é a fonte produtora de tudo que se espera e não se espera. Portanto, a vida do vivente só é possível porque tempo é vida, que é unidade, que é o mesmo, que é morte.
8
- Meu Deus! Como o tempo passa
- Dizemos de quando em quando
- Afinal o tempo fica
- A gente é que vai passando (1).
- (1) "Fado menor". In: Fados, filme dirigido por Carlos Saura.
9
- "Não existem, propriamente falando, três tempos: o passado, o presente e o futuro, mas somente três presentes: o presente do passado, o presente do presente, o presente do futuro" (1).
- Se bem observamos e pensarmos, vamos ter aqui a questão da memória. O que se dá é o esquecimento da memória nas mais diversas aproximações do que seja o tempo.
- Referência:
- (1) AGOSTINHO. Confissões, XI, 20.
10
- No filme de Wim Wenders Tão perto, tão longe, há uma grande tematização do tempo. Chama a atenção o contraste entre o que a cultura americana diz sobre o tempo, bem no seu cerne capitalista: "Tempo é dinheiro". O diretor alemão, para constrastar com essa redução medíocre, afixa na parede de um Museu a seguinte frase: "Zeit ist Kunst", ou seja, "Tempo é arte". E criou também um personagem-questão para ser pensado o tempo, cujo nome é "Ligeirinho". Num momento crucial do enredo do filme diz ele:
- "O tempo é curto. Para a fuinha o tempo é traiçoeiro. Para o heroi o tempo é heroico. Para a prostituta o tempo é apenas outra peça. Se você for gentil, o tempo é gentil. Se você estiver com pressa, o tempo voa. O tempo é o servo se você for seu mestre. O tempo é seu deus, se você for seu cão. Nós somos os criadores do tempo, as vítimas do tempo e os assassinos do tempo. O tempo é valioso. Você é o relógio" (1).
- Referência:
- (1) WENDERS, Wim. Tão perto, tão longe. Sony Pictures Classics, 1993. Prêmio do Grande Júri, em Cannes.
11
- "Enganados pelo poder atribuir medidas, medimos também o tempo e até o dividimos em passado, presente e futuro. Quando assim medimos o tempo, na verdade, não estamos medindo a ele, e sim a nós mesmos. Nós (e só nós!) é que passamos, mudamos. O tempo não passa nem permanece, não é mutável nem imutável. O tempo é o que jamais deixa de estar e ser vigorando. O tempo é o próprio vigorar. Assim sendo, viver é deixar-se tomar pelo vigorar do tempo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: -------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 230.
12
- "O espaço de tempo vulgarmente entendido no sentido de distância entre dois pontos do tempo é resultado do cálculo do tempo. É através dele que o tempo, representado como linha ou parâmetro - tempo que assim é unidimensional -, é medido por números. O elemento dimensional do tempo, assim pensado como a sucessão de sequência de agoras é tomado de empréstimo da representação do espaço tridimensional" (1)
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Tempo e ser". In: -----------. Heidegger. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 265.
13
- Somos, com todos os outros seres, irmãos no tempo. E não falamos do tempo de fora do tempo, mas a partir sempre do tempo, daí a musicalidade de cada língua e das canções fazerem sentido e falarem a todos os seres humanos de todas as culturas em suas diferenças. O tempo é musicalidade do silêncio manifestando tudo que é e não-é. O tempo como musicalidade da vida é sentido, é linguagem, é mundo. O tempo se dá no seu acontecer como um ciclo de dias e noites. O dia é o tempo se manifestando como pensar, saber e verdade; já a noite é o tempo se ocultando como não-saber e não-verdade. Quem os preside é o ser, o sol, luz originária e energia irradiante que dá unidade à luminosidade do dia e à escuridão da noite.
14
- Quanto a tempo, no pensamento grego, havia quatro palavras para pensar o tempo:
- 1º. Kronos, é o tempo do dis-correr, do discurso, que trans-corre e é enumerável, daí a cronologia, bem como a História concebida como Historiografia, em que, propriamente, não se leva em conta o acontecer das demais experienciações do tempo entre os gregos. É o tempo adotado pela gramática;
- 2º. Aion, o tempo que perdura, é o princípio, a origem originária de tudo que acontece na realidade, eternidade sem início nem fim;
- 3º. Kairos, o tempo do amadurecimento e eclosão de tudo, o tempo oportuno, o tempo do próprio;
- 4.0. E, finalmente, as Horae, as horas, estações ou fases da vida, como: criança, jovem, adulto, idoso. E sobretudo vida e morte, ou seja, eros e thanatos. Porém, nada disto, que estamos pensando, podia acontecer para o grego sem uma outra palavra sinônimo de ser: physis.
15
- Nosso tempo é um tempo acelerado. Parece uma vida com muitas vidas, de muitas vivências. Mas aí entra a questão ontológica e esta diz respeito diretamente ao tempo da experienciação. O tempo da experienciação é o tempo da metábole (movimento essencial). Toda transformação precisa radicalmente de um tempo próprio, o tempo de ser se manifestando e transformando, pelo qual se é mais do que uma forma: simplesmente se é. Neste, o que é se manifesta em o como é. E o como é ou vivências se transformam não apenas n’o como se conhece, mas no sentido do que é, pois ser é agir e agir se manifestando é o advir do sentido, tanto d'o que é, quanto d'o como se conhece, isto é, transforma no ser humano a vivência em experienciação, daí no ser humano não haver apenas vida, mas o existir.
16
- Ora, aí é que entra também o tempo da arte. Que tempo é esse? Confunde-se o tempo da arte com a arte dos tempos, onde a conjuntura e a época determinariam o sentido das obras de arte. Diga-se logo que não são as épocas e suas conjunturas que determinam a memória e a história, pois sem memória – unidade e sentido das diferenças – não há nem época nem conjunturas enquanto sentido do acontecer do tempo, memória e história, enfim, obra de arte.
17
- "O tempo não é. Dá-Se o tempo. O dar que dá tempo determina-se a partir da proximidade que recusa e retém. Ela garante o aberto do espaço-de-tempo e preserva o que, no passado, permanece recusado, e, no futuro, retido. Denominamos o dar que dá o tempo autêntico, alcançar que ilumina e oculta. Na medida em que o próprio alcançar é um dar, oculta-se, no tempo autêntico, o dar de um dar" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Tempo e ser". In: -----. Conferências e escritos filosóficos - Coleção Os pensadores. Trad., Introduções e Notas: Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 265.
18
- "Quando se pergunta, o que há para além da morte, nessa pergunta se esquece o essencial: todo além pressupõe um aquém. Seria mais importante pensar o além ou o aquém? Ou nenhum dos dois? Ou os dois e o meio, que é a travessia, já que não pode haver travessia que não faça parte do aquém e do além? Essas três dimensões dadas pelos advérbios recebem um nome muito comum e usado: tempo. Nenhum conceito dá conta da questão tempo. Não foi sem sentido que os gregos mostraram o tempo como devorador dos seus filhos, ou seja, o tempo é a morte vigorando" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 247.
19
- "Só por já estarmos e sermos no tempo e enquanto tempo é que podemos formular as perguntas em torno das três possíveis posições. Portanto, perguntar pelo que há para além da morte é perguntar pelo que o tempo é enquanto ex-iste, está sendo. O tempo só é tempo porque está e é ou será o inverso, isto é, ser e estar só são e estão porque são tempo? Não será mais lógico, porque real, dizer que não há a alternativa ou, e, sim, que um e outro são o mesmo? Qual a importância de se pensar o mesmo, não como conceito, mas como o elemento no qual tempo é e está sendo tempo? É que o mesmo dá unidade ao antes e ao depois e à travessia. Essa unidade é a realidade enquanto morte, não mais como fim, mas como simples possibilidade de ser e de consumar o próprio" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 247.
20
- "Mas não somos nós, com nosso pensar, que damos sentido. O sentido já nos é dado. Como? Como o tempo se dá em cada instante. Não poderíamos experienciar nenhum instante como tempo se este não fosse sentido, ou seja, linguagem. A linguagem é o sentido do tempo na medida em que este é vida, é memória, é mar, é ser" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: ---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 251.
21
- "Tempo é movimento que nos restitui aos primórdios de nossa origem, é ocidente que veloz voa ao ocaso do dia, para aguardar o louvor da aurora que anuncia estar próximo o país do oriente. Tempo é assim sempre e por toda parte a estranha viagem dos que habitam a existência: a espera do inesperado" (1).
- Referência:
- (1) BUZZI, Arcângelo R. Itinerário - a clínica do humano. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 59.
22
- "O tempo é escorregadio. Uma ilusão persistente, afirmou um dia Albert Einstein, exasperado por não conseguir colocá-lo inteiro numa equação. Até hoje, os cientistas lutam com uma definição precisa. De todas as grandezas físicas, o tempo é a mais difícil de definir e compreender. Vivemos, portanto, mergulhados numa entidade cuja natureza profunda ignoramos" (1).
- Referência:
- (1) AGUALUSA, José Eduardo. "Confissões de um viajante temporal". In: Segundo Caderno, O Globo, 12-12-2020, p. 6.
23
- "O tempo é a dimensão fundamental de nossa existência, mas está também no coração da física, pois foi a incorporação do tempo no esquema conceitual da física galileana o ponto de partida da ciência ocidental. Por certo, este ponto de partida é um triunfo do pensamento humano, mas está também na origem do problema que constitui o objeto deste livro. Sabe-se que Einstein afirmou muitas vezes que "o tempo é ilusão" " (1).
- Certamente, Einstein jamais pensou o tempo existencial. Este não é redutível ao poder da razão nem se pode tornar objeto da ciência por isso mesmo.
- Referência:
- (1) PRIGOGINE, Ilya. "Uma nova racionalidade". In: -------. O fim das certezas. São Paulo: Editora UNESP, 1996, p. 9.
24
- "Os deuses míticos, entendidos na palavra poética, instituem o seu próprio tempo, o tempo poético, onde se dá a abertura para a presentificação/doação do extraordinário. Lê-los e interpretá-los é, pois, traduzir em nossa língua a linguagem da questão que eles dizem" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 161.
25
- "Tentemos caracterizar a atual globalização funcional: As transformações desencadeadas são tão profundas que até o próprio tempo se vê transfigurado em sua essência. De um lado, é pura e contínua mudança, novidade, evanescência, obsolescência. Há uma absoluta fome de consumo dos produtos de última geração, do último modelo. Tudo envelhece rapidamente como se o tempo estivesse acelerado, nada resistindo a essa aceleração, nem as relações afetivas que passaram a ter a velocidade da internet" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 22.
26
- "... toda experiência radical de pensamento se embrenha pelas raízes da própria possibilidade de pensar as realizações do real no e pelo mistério da realidade" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Deus e o homem louco". In: Revista Tempo Brasileiro - Imagem da Ciência, 188, jan.-mar., 2012, p. 145.
27
- "No filme Todas as cores do amor, centralizado no comportamento dos jovens de hoje, aparece uma imagem-questão extremamente preocupante, mas que diz muito: Cada relacionamento afetivo – e afeto não diz mera sensação estética, mas ético-humana ou erótica - tinha aproximadamente a duração da memória de um peixe, em torno de um minuto. Para o peixe, a realidade a cada minuto aparece como uma realidade sempre nova, como se a visse pela primeira vez. Com um pouco de exagero é isso o que está acontecendo com a memória das relações na época da globalização da internet: não há permanência, tudo muda muito rapidamente e se esquece. Podemos experimentar isso com as informações. Elas se sucedem tão rapidamente que nada perdura, vivem a frescura da novidade e a sorte da sua rápida substituição pelas mais recentes. E a sensação é de que nada fica, tudo se esvai com o correr e fluir do tempo. É o tempo da globalização e das redes, das fáceis relações e rápidas mudanças e substituições. E não são apenas as relações afetivas pessoais que são afetadas, mas, sim, toda possibilidade de viver em comunidade, pois não há laços que sustentem o que é comum e essencial para todos. Comunidade só é possível enquanto vigorar do universal concreto" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 25.
28
- "Sem memória, a globalização tende ao viver sem memória, na rapidez e brilho do instante, num mundo de espetáculo incessante, numa sucessão feérica de imagens. Porém, jamais podemos esquecer algo que não pode ser esquecido e nos desafia por detrás e além-aquém de todo parecer: nada pode parecer sem aparecer. E o que sempre acontece no aparecer é o ser, é a memória. Quem diz memória diz necessariamente tempo. Portanto, no tempo da globalização há também memória. E esta será sempre poética. O poético é o a ser pensado" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.
29
- O homem moderno, opondo-se ao homem medieval, que concebia a criação por um Deus Criador, partindo do Nada, criará a partir da imaginação. Contudo, para isto haverá uma profunda transformação. E a grande metáfora para indicar e conduzir esta mudança será o universo como um gigantesco relógio. Nesta, o Ser é substituído pelo Tempo, mas agora um tempo que pode ser conhecido, medido e até efetuar intervenções. Conferir para isto o filme, fundamentado na obra de Fritjof Capra: O ponto de mutação.
30
- "A aparente cronologia e os três tempos distintos nada mais são do que a memória na tensão de lembrança E esquecimento, ou seja, a memória é o entre enquanto tempo originário" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 34.
31
- "Todo sofrimento pertencia ao tempo, da mesma forma que todos os receios e tormentos com que as pessoas se afligem a si próprias. Todas e quaisquer dificuldades, tudo quanto houvesse de hostil no mundo sumir-se-ia, cairia derrotado, logo que o homem triunfasse sobre o tempo, logrando arredá-lo pelo pensamento" (1).
- Referência:
- (1) HESSE, Hermann. Sidarta. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 90.
32
- "Dize-me também se o rio te comunicou o misterioso fato de que o tempo não existe? - perguntou Sidarta certa feita.
- O rosto de Vasudeva iluminou-se num vasto sorriso.
- - Sim, Sidarta - respondeu. - Acho que te referes ao fato de que o rio se encontra ao mesmo tempo em toda parte, na fonte tanto como na foz, nas cataratas e na balsa, nos estreitos, no mar e na serra, em toda parte, ao mesmo tempo; de que para ele há apenas o presente, mas nenhuma sombra de passado nem de futuro" (1).
- Referência:
- (1) HESSE, Hermann. Sidarta. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 90.
33
- "Uma vez que facilmente nos equivocamos, temos a impressão de que o tempo seja algo real. Não, Govinda, o tempo não é real, como verifiquei em muitas ocasiões. E se o tempo não é real, não passa tampouco de ilusão aquele lapso que nos parece estender-se entre o mundo e a eternidade, entre o tormento e a bem-aventurança, entre o Bem e o Mal" (1).
- Referência:
- (1) HESSE, Hermann. Sidarta. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 117.
34
- "A linguagem fala. O que acontece com essa fala? Onde encontramos a fala da linguagem? Sobremaneira no que se diz. No dito, a fala se consuma, mas não acaba. No dito, a fala se resguarda. No dito, a fala recolhe e reúne tanto os modos em que ela perdura como o que pela fala perdura - seu perdurar, seu vigorar, sua essência. Contudo, na maior parte das vezes e com frequência, o dito nos vem ao encontro como uma fala que passou" (1).
- Não podemos esquecer que o vigorar da linguagem é o sentido e a verdade que orientam nossas ações, nosso, enfim, agir. Daí o seu perdurar. E é nesse perdurar que o tempo é e acontece em seu desdobrar-se em épocas. A cada desdobramento, a cada manifestação do vigorar do sentido e da verdade corresponde mundo, de modo que o perdurar evidencia o vigorar do sentido, da verdade e do mundo que se manifesta e é horizonte de nosso viver, de nosso realizar-se. Mundo e sentido e verdade são para nós a realidade: vigorar da linguagem.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". In: ----. A caminho da Linguagem. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes; Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 11.
35
- "O espaço sendo espaço é o tempo acontecendo. Daí o tempo ser a quarta dimensão do espaço. As três outras dimensões do espaço são: comprimento, largura e altura. Toda proposição é ao mesmo tempo uma proposição espacial – posição – e uma proposição temporal – pro-, que diz o vir à frente, o acontecer do tempo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ensaio não publicado.
36
- "Só podemos perguntar porque já vigoramos no ser, na memória do sentido do ser. É que o ser, a memória ou sentido do ser, é questão. É que a questão não é apenas saber e não-saber, ser e não-ser, ela é também a unidade de saber e ser, de não-saber e não-ser. E só por ser unidade é que a questão pode advir à pergunta. Advir à pergunta é advir à linguagem, a partir da memória. Memória é unidade e sendo unidade é linguagem. Linguagem, enquanto unidade, não é, em primeira instância, fala ou elocução. Só se fala na e a partir da linguagem. Então podemos dizer que a quarta dimensão do tempo é a memória, e esta é a unidade do tempo enquanto o tempo se faz linguagem. É. O tempo é já diz, originariamente, linguagem, unidade" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ensaio ainda não publicado.
37
- "Só podemos tentar achar uma resposta à pergunta que nos orienta e nos deixa, diante da morte, sempre perplexos – o que há para além da morte? – se pensarmos o mesmo. Sem este nem é possível a pergunta sobre o tempo. Ou melhor, o tempo só pode ser antes e depois e viagem por já estar vigorando no mesmo, que lhe dá unidade. O tempo é o mesmo que é a unidade das três marcações tradicionais do tempo: o passado, o presente e o futuro. O além é o futuro, assim como o passado é o que no presente não pode mais ser futuro nem presente, pensa-se" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 248.
38
- "Ora, um princípio constitui algo inato, pois é a partir de um princípio que necessariamente assume existência tudo aquilo que existe, ao passo que o princípio não provém de coisa alguma, pois, se começasse a ser partindo de qualquer outra fonte, não seria princípio. Por outro lado, como não proveio de uma geração, não se encontra sujeito à corrupção , pois é evidente que, uma vez o princípio anulado, jamais poderia gerar-se nele, porque ele é princípio e tudo provém necessariamente desse princípio. Podemos então concluir que o princípio do movimento é o que a si mesmo se move e por isso não pode ser anulado, nem pode ter começado a existir, pois, de outra maneira, todo o universo, todas as gerações parariam e jamais poderiam voltar a ser movidas a encontrar um ponto de partida para a existência" (1).
- Referência:
- (1) PLATÃO. Fedro. 5. e. Trad. Pinharanda Gomes. Texto grego estabelecido por Léon Robin, Paris, Les Belles Lettres, 1966. Lisboa: Guimarães Editores, 1994, p. 57, 245d.
39
- "A história não pode, portanto, ser vista só na sua dimensão horizontal, porque não há horizontalidade sem verticalidade. O inverso também é verdadeiro. A sucessão linear (temporal) manifesta a espacialidade dos fatos, enquanto inscrição do paradigma (para-: ao lado de; -digma: manifestação). O paradigma permite-nos apreender espacialmente os diferentes fatos assinalados ordenadamente (-tagma) entre si (syn-), enquanto manifestação temporal. O espaço é a configuração temporal. Projetamo-nos temporalmente para nos percebermos espacialmente" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Paradigma e identidade". In: ------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 190.
40
- "Porque, embora os mitos vivam hoje ausentes, ainda assim temos sempre vivo o mítico, que é um apelo para a Escuta do canto das Sereias. Cada um de nós já está desde sempre aberto para a fala da Escuta, mas há um tempo próprio, que os gregos denominavam kairós, o tempo do ad-vento, do momento oportuno, que não se regula por datas nem por causas e consequências conhecidas cientificamente, muito menos por análises ou explicações técnicas ou críticas. É o advento do inesperado, do extraordinário, do mistério, do acontecer poético da palavra cantada, da fala do lógos. Não é o desejo de algo consciente ou inconscientemente manifestado, mas um despertar para realizar a travessia do que somos" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 175.
41
- "Podemos notar que, no infinitivo, tempo e linguagem coincidem e são manifestações da poiesis da physis/ser. É necessário começar a pensar a gramática do ponto de vista da linguagem/tempo e não o tempo/linguagem do ponto de vista da gramática" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Linguagem: nosso maior bem. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 23.
42
- "Nosso projeto de ser acontece como tempo e linguagem. A vida vivida como experienciação de ser – sentido - é o tempo como linguagem. A linguagem é o tempo oportuno de manifestação do que somos. A esse tempo os gregos deram o nome de kairos: é o tempo oportuno, o tempo do florescimento, da eclosão do que somos. Cada um tem o seu kairos. Para ser. Ser é o único desafio verdadeiro de nossa vida. Então esse é o horizonte de nossas escolhas" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 85.
43
- "As obras de arte não são atemporais. O que é o tempo para que algo esteja ou possa estar fora dele? As obras de arte vigoram a partir do tempo ontológico, originário, e o manifestam em seu vigor. Ao afirmarem o tempo como questão, vão de encontro aos postulados teóricos, conceituais, reducionistas e ideológicos. E para permanentemente afirmarem as questões" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 28.
44
- "Viajar no tempo, como qualquer viagem autêntica, deve ser aventura e aprendizado. Amadurecer é ganhar independência. Envelhecer é perdê-la" (1).
- Referência:
- (1) AGUALUSA, José Eduardo. "Confissões de um viajante temporal". In: Segundo Caderno, O Globo, 12-12-2020, p. 6.
45
- dentro de mim existem anos
- que não dormiram (1)
- Referência:
- (1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 87.
46
- Referência:
- (1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 124.
47
- "O “lugar” como abertura já diz o que se dá enquanto sentido e verdade. É neste encaminhamento que apreendemos a realidade enquanto espaço e tempo, ou seja, o sentido e sua verdade ética-erótica, dimensões essenciais do sentido. Sentido, verdade e mundo, que são a linguagem atuando, fundam o espaço e o tempo, que possibilitam diferentes posições e perspectivas" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ler e suas questões”. In: ------------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 20 .
48
- "O ano celta não tem começo nem fim. Ele segue o ritmo da natureza em seu ciclo contínuo. As marcações no calendário são apenas as mudanças mais evidentes na natureza. A cada nova estação, ocorre uma festividade que celebra seu significado para a agricultura. Durante essas festividades, as fronteiras entre os mundos material e sobrenatural desaparecem, e as entidades espirituais do Outro Mundo rompem o véu que as separa do reino dos vivos" (1).
- Referência:
- (1) HOOD, Juliette. O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 23.
49
- Realização é o vir a ser da realidade no seu manifestar-se em real, ou seja, a totalidade dos entes (ta onta), dos fenômenos. Como tal, todo fenômeno é uma realização da realidade constituindo o real. Toda realização é oblíqua e dissimulada porque nela a realidade se dá e retrai, se manifesta e vela. Toda realização é uma doação do ser. Daí podermos falar de real e irreal, de ideal e real, porque este, em verdade, é a vigência do vigor da realidade pondo-se e depondo-se nas realizações. O Ser é doação enquanto tempo, presença, mundo, sentido e realização.
50
- O tempo não permanece nem muda, vigora, por isso é que mudando permanecemos, pois não há o mudar e o permanecer da vida sem o vigorar do tempo.
51
- "Ah, o tempo... Sempre o tempo causando esperas. Sempre o tempo fazendo parecer que as esperas jamais terão fim" (1).
- Referência:
- (1) ROSSI, Padre Marcelo. "Introdução". In: ---. Kairós. São Paulo: Editora Globo, 2013, p. 18.
52
- "Todos sabemos que “estórias de fadas” se passam num tempo não histórico. Não que sejam atemporais, mas no tempo que é o próprio destino. Nesse sentido, a poiesis é sempre a linguagem do destino. É no tempo do destino que se dá a nossa condição, daí a sua ligação ontológica com o nada" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A condição humana e a essência do agir". Ensaio ainda não publicado.
53
- "O tempo sempre se constituiu como um desafio-enigma em praticamente todas as áreas do conhecimento, em todas as épocas. Uma espécie de adaga apontada para a cabeça, sobretudo, daqueles que vislumbram apenas a existência do tempo de Chronos, encarcerado às engrenagens de relógios, folhas de calendários ou de qualquer outro mecanismo de mediação temporal que se rende à triádica divisão - passado, presente, futuro" (1).
- Referência:
- (1) GUIDA, Angela. "Tempo I - Que é Isto o Tempo". In:---. A Poética do Tempo. Rio de Janeiro, Editora Tempo Brasileiro, Coleção Pensamento Poético, 5, 2013, p. 16.