Problema

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Tabela de conteúdo

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Na realidade, a questão é sempre a mesma, isto não quer dizer que seja sempre a mesma coisa, pois ela acontece na dialética de pergunta e resposta, de não saber e saber, sempre em aberto, impossível de se fechar, de terminar. Por isso somos históricos.
Tudo muda quando a questão se torna problema. Todo problema é localizado, o que pressupõe também uma resposta localizada. A palavra problema diz exatamente isso: o colocar para diante algo, que se re-solve na resposta. Um problema pode ter uma solução, a questão jamais. Na questão a resposta nada mais é, quando é resposta, do que uma maneira de re-colocar a questão.


- Manuel Antônio de Castro.

2

Os problemas são históricos e circunstanciais, além de passíveis de solução. É certo que por essa condição estão também surgindo sempre novos problemas. A realidade histórica produz sempre novos e contínuos problemas. Mas eles podem ser equacionados e resolvidos. Já as questões não são históricas. Elas constituem a história. Por isso mesmo é que o ser humano tem problemas, mas é constituído pelas questões. Não é ele que as tem. São elas que o têm. Isso não quer dizer que as questões são atemporais, pois aí já estaríamos partindo de um conceito de tempo.


- Manuel Antônio de Castro.

3

Em verdade, pensar é deixar-se tomar pela questão. E as respostas? São respostas, não são solução. Para a questão a resposta só é resposta se tiver a dimensão de recolocar a questão em novo horizonte. Por isso vale a pena perguntar e responder. Tudo e sempre se torna diferente. A resposta só se torna uma solução se a pergunta é originada numa teoria ou num conceito. Falamos então em problema e solução. Seja como for, toda teoria e toda solução é sempre provisória. A energia do tempo a tudo transforma, exigindo novas teorias e novas respostas, no caso, soluções.


- Manuel Antônio de Castro.

4

"... questão não é problema. O problema se resolve, se acha uma solução para ele. Por isso os problemas aparecem e desaparecem. As questões não, elas nos frequentam permanentemente: são nosso oxigênio" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 37.
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