Ocidente

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Tabela de conteúdo

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"O Ocidente se traduz para o silêncio, conduzindo-se da clareza diurna de suas pressuposições para o silêncio noturno. A noite é o lugar do Ocidente. "A noite, a solitária, de olhos cegos" (Empedocles, fragmento 49)" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. Para que língua se traduz o Ocidente? In: O que nos faz pensar? Homenagem a Martin Heidegger. Vol. 1, 10. Cadernos do Depto. de Filosofia da PUC-RJ, outubro de 1996, p. 75.

2

"O Ocidente é uma dobra, pois há um outro Ocidente na Modernidade, o da Poética. Nela também acontece o especular, mas em lugar de ser a verdade da representação, o espelho será o ambíguo caminho do próprio na sua referência ao sentido do ser. O espelho será o pensar enquanto ec-sistência e destino" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte: presença e forma". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 218.

3

"Se há um Ocidente metafísico-epistemológico, também há um outro Ocidente: o poético-ontológico, aquele constituído pelas grandes obras literárias e artísticas e suas Poéticas, e pelas grandes obras de pensamento. Acontece que elas – na ânsia de o homem tudo transformar em disciplinas – foram simplesmente classificadas como uma atividade cultural ao lado de outras atividades culturais. As obras de poesia e pensamento fundam a cultura, porque fundam o humano do homem "(1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 12.

4

"Na formação cartesiana dos povos ocidentais, há sempre uma referência à necessidade de um conhecimento comprovado, algo que nos justifique como cultura superior. Uma cultura superior que, quando somos socialmente igualitários, evitamos declarar. O "superior", no caso, é muito mais um progresso material, da vida cotidiana à guerra com o país vizinho, do que uma ideia de melhor nos conhecermos e conhecermos o mundo em que vivemos" (1).


Referência:
(1) DIEGUES, Cacá. "A queda do céu", crônica publicada no Caderno Opinião do jornal O Globo, p. 3, segunda-feira, 20.5.2019.

5

"Surge, nessa globalização ocidental, um grande paradoxo: até para opor Ocidente e Oriente, e mostrar a diferença é usada a terminologia científica ocidental, ditada pelas conquistas técnico-científicas. Sem dúvida nenhuma, as conquistas técnicas e a sua terminologia são unicamente ocidentais. Na verdade, a técnica nesse sentido global é sem atributos culturais. É usada por todas as culturas e as influencia e transforma, pois passam a predominar os valores técnico-globalizados" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 21.

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"Metafísica é uma palavra enigmática, porque nela nos advém a experienciação do mundo como sentido, onde vigora a dobra de ser e essência do ser humano. Porém, ao longo de sua permanente vigência, predominou uma interpretação que se tornou paradigmática e deu origem a numerosos desdobramentos, todos atributivos. É a interpretação do ser como fundamento. Foi nessa trilha que se deu uma das caminhadas do Ocidente. Daí a identificar-se este com essa caminhada foi fácil, porque se tornou uma verdade pronta, mutável apenas nos atributos. Isto levou à ingenuidade de que mudando o atributo já teríamos uma realidade nova e seu mundo diferente" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In:------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 126.

7

" As referênciasentre” o mito do real e o mito do homem constituem a essência, sentido e trajetória da cultura ocidental. Aí cultura é empregada no sentido de experienciações do sagrado. Os ritos são a sintaxe poética dos mitos, enquanto narrações das questões" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 23.
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