Modernidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

1

"Na funcionalidade do ser e na operatividade da verdade se concentra toda a modernidade" (1).


(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ---. Aprendendo a pensar, II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 161.
Ver também:
*Inútil

2

A modernidade como etapa da metafísica humanista está fundada em três verdades:
No cristianismo está a verdade do crer;
Na ciência está a verdade do saber;
Na técnica está a verdade do fazer.
É claro que aqui falta a arte, que é cooptada pelo saber e pelo fazer, agenciados pelos gêneros e pelos estilos de época, pelo saber das ideologias e pelo fazer retórico-sofístico das formas ou estilos. A verdade sem atributos, que é a da arte, concentra-se nas grandes obras de arte. Contudo quem a experiencia no silêncio da sua existência e na opressão das três verdades atributivas?
Para aprofundar a questão, conferir o ensaio "O pensamento a serviço do silêncio" (1).


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O pensamento a serviço do silêncio". In: SCHUBACK, Marcia S. C. (org.). Ensaios de filosofia. Petrópolis: Vozes, 1999.
Ver também:
*Duvidar

3

"Segundo Habermas, a modernidade se caracteriza por ter criado uma disjunção, um hiato, entre o mundo vivido e o sistema (Entkopplung)" (1).


Referência:
(1) FREITAG, Bárbara. A teoria crítica: ontem e hoje. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 62.

4

"Para a constituição deste real, sob a égide da chamada Idade Moderna, Martin Heidegger nos aponta cinco características fundamentais, a saber: em primeiro lugar, a ciência; em segundo lugar, esta, de algum modo, convertida em técnica mecanizada; em terceiro lugar, o processo que introduz a arte no horizonte da estética; em quarto, o fato de que o obrar humano se interpreta e realiza como cultura; e, por último, em quinto lugar, a desdivinização, a dessacralização ou a perda dos deuses" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 23.
Ver também:
*Romantismo

5

"Toda a dinâmica da modernidade, movida como é pelo impulso de dominação da natureza, pela compulsão de destruir o mistério, de desfazer todas as zonas de paradoxo, se propõe como um ato de liberdade. A humanidade do homem é pensada na razão direta de sua capacidade de afirmar seu poderio sobre tudo que existe" (1).


Referência:
(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 164. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p.181.

6

voz oracular do deus que não diz nem dissimula, mas assinala o retraimento, se opõe o barulho ensurdecedor da Verdade, da programação, da definição definitiva, a voz da instituição que tudo fala e tudo esconde; que não emite sinais e sim ordens, que não indica mas codifica" (1).


Referência:
(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 164. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p.182.

7

"O que queremos dizer com esta palavra: modernidade? Quando começou? Alguns pensam que se iniciou com o Renascimento, a Reforma e o descobrimento da América; outros imaginam que começou com o nascimento dos Estados nacionais, a instituição bancária, o nascimento do capitalismo mercantil e o surgimento da burguesia; uns poucos insistem em que o fator decisivo foi a revolução científica e filosófica do século XVIII, sem a qual não teríamos nem técnica nem indústria. Todas estas opiniões são admissíveis" (1).


Referência:
(1) PAZ, Octavio. A outra voz. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 34.


Ver também:

8

"A modernidade começa com uma crítica da religião, da filosofia, da moral, do direito, da história, da economia e da política. A crítica é seu traço diferencial, seu sinal de nascimento. Tudo o que foi a Idade Moderna tem sido obra da crítica, entendida esta como um método de pesquisa, criação e ação" (1).


Referência:
(1) PAZ, Octavio. A outra voz. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 34.


9

"A Idande Moderna começa com a crítica à Eternidade cristã e com a aparição de outro tempo. De um lado, o tempo finito do cristianismo, com um começo e um fim, se converte no tempo quase infinito da evolução natural e da história, aberto em direção ao futuro. De outro lado, a modernidade desvaloriza a Eternidade: a perfeição se traslada para o futuro, não no outro mundo, mas neste. Basta lembrar a imagem célebre de Hegel: a rosa da razão está crucificada no presente. A história, disse, é um Calvário: transposição do mistério cristão em ação histórica. O caminho em direção ao absoluto passou pelo tempo, foi tempo. Por usa vez, entre os diversos modos do tempo, a sempre diferida perfeição residiu no futuro. As mudanças e as revoluções foram encarnações do movimento dos homens em direção ao futuro e seus paraísos" (1).


Referência:
(1) PAZ, Octavio. A outra voz. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 36.


10

A modernidade é um edifício datado para ser desconstruído, não pela consciência, mas pela dinâmica epocal da vida, da realidade. Toda crítica moderna é fundada na certeza da medida da razão, que não pode medir o sem-chão, o sem-fundamento, o sem por quê. Por isso, o elogio do humano se dá em cima da e na perspectiva da negação da morte e do sagrado. A modernidade é a luta sistemática e diuturna da dessacralização, partindo da certeza de que o homem, um dia, vencerá o destino, a morte. A dúvida que gerou a certeza moderna é a certeza que se gera da dúvida, não da realidade, que é sem dúvida, pois da morte não dá para duvidar.


- Manuel Antônio de Castro


11

"A Modernidade começa com o descobrimento do duplo infinito: o cósmico e o psíquico. O homem sentiu logo que lhe faltava, literalmente, chão. A nova ciência abrira o espaço e por essa fenda o olho humano descobriu alguma coisa rebelde ao pensamento: o infinito" (1).
A Modernidade acaba quando o ser humano descobre um outro infinito: o do microcosmo ou da Física Quântica. E desde então o ser humano se vê às voltas com o infinito sentido dos infinitos côsmico, psíquico, quântico: o do sagrado, sentido e verdade do ser, não acessível ao exercício da razão, mas que só se oferta ao pensar. Por isso o pensador-poeta Martin Heidegger disse: "O Pensador diz o ser. O poeta nomeia o sagrado" (2).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) PAZ, Octavio. A outra voz. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 21.
(2) HEIDEGGER, Martin.Que é metafísica? Trad. Ernildo Stein. São Paulo: Duas Cidades, 1969, p. 37.


12

"Gerou-se ao longo da Modernidade uma nomenclatura formal que em vez de promover a escuta das e o diálogo com as obras poéticas, em seu âmbito, elas foram reduzidas a objetos de que se fazem análises supostamente objetivas e que, por isso, as calam" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 13.

13

"Um novo caminho tinha que ser pensado e proposto, um caminho que reconduzisse o leitor para o questionamento, a escuta, a diversidade e o diálogo com as obras poéticas. Isso exige um leitor novo, onde ele-mesmo esteja implicado em seu sentido, verdade e mundo. Exige um leitor num diálogo com e não mais um falar ou escrever sobre as obras. É um diálogo exigente, pois só escuta e dialoga quem se escuta. Mas a fala é da obra e não do autor, uma vez que nela quem age é a poiesis e quem fala é o Logos originário e não o logos racional da Modernidade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 13.

14

"O caminhar moderno não é um caminhar essencial, é um caminhar funcional. Esquecido da essência do caminho pretende caminhar sempre para um fim na escravidão de um objetivo" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------. Aprendendo a pensar, II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 183.


15

"A modernidade, de antemão, negando o destino, combatendo o destino, já se coloca de fora da questão poética e ética de Ulisses diante do Canto das Sereias. A negação do destino implica a negação do sentido do Ser. Por isso a modernidade é antropológica e científica" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 162.


16

"A questão do destino não é uma questão moderna. Muito pelo contrário. A modernidade avança tanto mais quanto nega a presença do mito, dos deuses e do destino, como se esta questão ficasse restrita a mitos e deuses, uma vez que o moderno parte do princípio de que faz tudo, inclusive o que somos" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 159.


17

"Mais proximamente a globalização provém da modernidade e nos remete a um conjunto de fenômenos de transformação radical que, avassaladoramente, vão cobrindo todos os espaços da existência atual e futura dos homens em sociedade. Os progressos da técnica, as descobertas das ciências, o ocaso das ideologias, desencadearam uma avalanche tal que levou de roldão e destruiu, pela base, os princípios de ordem e as forças de ordenamento que definiam o perfil e desenhavam a fisionomia do mundo moderno. Desta avalanche brotaram os fenômenos da atual globalização" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 20.


18

A modernidade cunhou o lema: Sapere aude (Ousa saber). Dentro de uma razão crítica e excludente fechou os ouvidos para toda diferença. A crise do sistema abre amplas possibilidades e talvez se coloque como a mais radical a mudança desse lema num novo, não excludente, mas includente pela escuta:
Ousa saber o não-saber
Ousa ver o não-ver
Ousa sentir o não-sentir
Ousa fazer o não-fazer
Ousa crer o não-crer
Ousa querer o não-querer
Ousa pensar o não-pensar
Ousa conhecer o não-conhecer
Ousa amar o não-amar
Ousa ser o não-ser.
Ousa fazer da vida a travessia da fala à voz do silêncio pela escuta do que somos e não-somos.


- Manuel Antônio de Castro.


19

Grande equívoco é viver na ilusão de que somente a Modernidade é crítica. Pelo contrário, a realidade é contínua e desde sempre crítica, caso contrário não haveria fenômenos, diferenciações. E é crítica continuamente em virtude da questão dos limites. Sem limite não há diferenciação, isto é, fenômeno, e, portanto, possibilidade de conhecimento. Criticar é deixar-se tomar pelo vigorar do de-limitar. Crise, crítica e critério têm origem no verbo criticar. Mas este se diz em grego: krinein. Em latim temos o verbo cerno, cujo particípio é cretum. Daí se formou o verbo em português criticar. E o que diz cerno, crevi, cretum, cernere? Discernir, distinguir, diferenciar. Em última e primeira instância: dialogar. O significado negativo de crítica se origina do fato de que todo limite, em princípio, implica negação, diferenciação, embora a negação seja relativa em relação à posição que se ocupa, seja ontológica, seja epistemológica.


- Manuel Antônio de Castro.

20

"... até os tempos modernos o homem não ocupava, na filosofia, um lugar que o destacasse radicalmente dos demais entes mundanos. O mesmo esquema metafísico fundamental servia para a explicação de todos os entes da realidade. Todos eram considerados igualmente como entes e como tais obedeciam às mesmas leis da “essência”. Cada qual tinha a sua essência, que indicava o que ele era e como se diferenciava dos demais. Esta essência era definitiva e rígida desde o início, de tal forma que o ente podia agir somente segundo esta essência dentro dos limites de sua essência. Assim cada ente tinha a sua lei interna: o ser necessariamente era fiel à sua essência. O homem não escapava a isto" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.

21

" A modernidade está no centro de todas essas transformações. Ela se instaura quando o ideal de conhecimento praticado pela Idade Média, o conhecimento metafísico universal e o sistema de valores absolutos, perdeu o seu vigor e entrou em processo de metamorfose. A metamorfose indica uma mudança profunda, estrutural. A crise é a face visível dessa metamorfose. Esta se dá por atuação de diferentes linhas de força. Entendemos por linhas de força modos de articular e discursar o real" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Metamorfose da narrativa". In: ..... Tempos de metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 63.

22

"Mas quem se debruçou filosófica e metodicamente sobre a dúvida foi Descartes. E são dele as famosas palavras que sintetizam o problema e o passo seguinte. Dubito, ergo cogito; cogito, ergo sum (Duvido, logo penso; penso, logo sou). Quando Descartes faz o percurso da dúvida, constata que pode duvidar de tudo, exceto da própria dúvida. Pois no duvidar reinstala sempre a dúvida. Duvidar é pensar. O pensamento como realidade de que não posso duvidar coloca a subjetividade no cerne da modernidade. Descartes busca um ponto de referência indubitável a partir do qual possa erguer um novo paradigma de organização do real, de conhecimento do real. Tudo o que é externo pode parecer uma grande ilusão, uma grande fantasia. Só o pensamento resiste indestrutível à dúvida. O pensamento é algo que diz estritamente respeito ao homem, por isso a modernidade é antropocêntrica e subjetiva. É a partir de dentro do homem que se redesenha o real e o próprio novo homem na nova paisagem desse novo real" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Metamorfose da narrativa". In: ..... Tempos de metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 65.

23

"Ulisses é a astúcia do saber ser. Esse saber ser é que o cotidiano da vida moderna nos encobre pelo esquecimento dos mitos, substituídos pelas falas da comunicação e pela afluência dos produtos consumíveis, pelas fáceis emoções estéticas e pelo ocultamento do perigo da morte. Mas ainda se faz presente o poder e vigor da palavra cantada, como convite radical ao saber ser, nosso destino. Mas quem está aberto para a sua escuta e para enfrentar o perigo da morte?" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 175.

24

"A Modernidade, com Kant, elegeu como lema: Ousa saber [Sapere aude]. Este lema, tornado base do sistema, precisa da sua contrapartida e auto-superação, para afirmação das diferenças: Ousa saber e não-saber. É o que já nos lembrava há dois mil e seiscentos anos Chuang Tzu: “Você sabe que podemos voar com asas: ainda não aprendeu a voar sem elas. Já se familiarizou com a sabedoria dos que sabem, mas ainda não se familiarizou com a sabedoria dos que não sabem” " (1) (2).


Referências:
(1) TZU, Chuang. A via de Chuang Tzu. Adaptação de Thomas Merton, 8. e. Petrópolis: Vozes, 1996, p. 72.
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 182.

25

"A Idade Média também era já regida por um sistema funcional altamente centralizador e autoritário: o teológico. Tudo e todos eram submetidos ao poder teológico, seja o povo, seja a hierarquia religiosa, seja o poder dos reis. O que a modernidade acrescenta a esse cerne medieval? Algo novo para continuar a mesma coisa, isto e, o mesmo fundamento: Ao poder autoritário da teologia sucede o poder autoritário da razão. E o poder desta provém de um atributo explicitamente novo, pois, desde os sofistas, já imperava a medida da razão, ou seja, o homem como medida. E qual é esse atributo? A razão passa a ser crítica. Na modernidade tudo é regido pela Crítica. Só a crítica estabelece a verdade, daí a leitura passar a ser regida pela explicação, isto é, pelo que a crítica realiza através da análise" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e Crítica". In: ---. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 127.

26

"A modernidade começa como uma crítica da religião, da filosofia, da moral, do direito, da história, da economia e da política. A crítica é seu traço diferencial, seu sinal de nascimento. Tudo o que foi a Idade Moderna tem sido obra da crítica, entendida esta como um método de pesquisa, criação e ação. Os conceitos e ideias cardeais da Idade Modernaprogresso, evolução, liberdade, democracia, ciência, técnica – nasceram da crítica. No século XVIII a razão fez a crítica do mundo e de si própria; assim transformou pela raiz o antigo racionalismo e as suas geometrias intemporais. Crítica de si mesma: a razão renunciou às construções grandiosas que a identificavam com o Ser, o Bem e a Verdade; deixou de ser a Casa da Ideia e se converteu em caminho: foi um método de exploração" (1).


Referência:
(1) PAZ, Octávio. A outra voz. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 34.

27

"A modernidade, com sua lógica implacável de produção e consumo, nos encarcerou em um modo de vida extremamente alienado, condicionado por uma visão utilitária e mecânica da existência" (1):
"A natureza (as cachoeiras, árvores, montanhas) já não é vista como algo capaz de despertar e encantar - capaz de abrir novos horizontes para a existência -, mas apenas como obstáculo a superar ou recursos a usufruir e com os quais lucrar" (2).
"A arte já não é algo para fruir e nos conectar com as dimensões mais profundas do viver e sentir, mas algo para investir ou simplesmente exibir e ostentar. A beleza tornou-se inútil, e a experiência contemplativa, um desperdício de tempo" (3).


Referências:
(1) GALLIAN, Dante. "É próprio do humano ser contemplativo". In: "---. É próprio do humano. Rio de Janeiro: Editora Record, 2022, 1a. e., p. 107.
(2) GALLIAN, Dante. "É próprio do humano ser contemplativo". In: "---. É próprio do humano. Rio de Janeiro: Editora Record, 2022, 1a. e., p. 108.
(3) GALLIAN, Dante. "É próprio do humano ser contemplativo". In: "---. É próprio do humano. Rio de Janeiro: Editora Record, 2022, 1a. e., p. 108.
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