Grego
De Dicionário de Poética e Pensamento
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- Ernesto Grassi, citando Georgiades, faz uma caracterização da lÃngua grega muito interessante e que pode ser aproximada da totalidade cósmica mÃtica. É importante, sobretudo, o que diz sobre música ligada ao corpo: "Os gregos exprimiram a unidade de todos os seus momentos na palavra mousiké, termo esse que possui um significado muito mais vasto do que o do nosso vocábulo música. Para nós trata-se de fenômenos diversos e, por isso, nos é difÃcil concebê-los como um único. Para PÃndaro, o cântico do coro, a linguagem sustentada pela música, não era uma techné isolada, e Platão atribuÃa à mousiké uma virtude educativa porque a concebia como unidade de palavra, ritmo e dança" (1).
- Referência:
- Ver também:
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- "Grego não significa, em nossa maneira de falar, uma propriedade étnica, nacional, cultural ou antropológica; grego são os primórdios do destino sob cuja figura o ser mesmo se clarifica no seio do ente, apelando para a essência do homem que, enquanto destinada, tem seu curso histórico nos diferentes modos, segundo os quais ela é mantida no ser ou por ele abandonada (dele emanada), sem, entretanto, jamais dele ser separada" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A sentença de Anaximandro". Trad. Ernildo Stein. In: Os pré-socráticos - Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 27.
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- "O tema central na filosofia grega, começando com Parmênides e Górgias nos concerne a pensar o que não é. Pensar, portanto, consiste em uma relação com a coisa sobre a qual a pessoa pensa. No entanto, nenhuma relação pode acontecer se o que é relatado não acontece. Podemos, às vezes, pensar o que não existe. E isso é a loucura. Uma vida tão solipsista que acaba por afastar-se completamente da realidade" (1).
- Referência:
- (1) FRECHEIRAS, Marta Luzie de Oliveira. "Intencionalidade, memória e reminiscência em Aristóteles". In: Revista Tempo Brasileiro - Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164. Rio de Janeiro: jan.-mar. 2006, p. 38.
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- "O conhecimento avançado dos egÃpcios sobre astronomia, refletido em seu candelário, foi reconhecido pelo grande Strabo (64 a.C. - 25 EC), que escreveu:
- "Os sacerdotes egÃpcios são supremos na ciência do céu. Misteriosos e relutantes, por fim, após muita insistência, permitiram-se ser persuadidos a dividir alguns de seus preceitos, apesar de ainda esconderem a maior parte. Revelaram aos gregos os segredos do ano inteiro, que os gregos ignoravam, como tantas outras coisas" (1).
- Referência:
- (1) GADALLA, Moustafa. "A Estabilidade dos Quatro". In: ------. Cosmologia egÃpcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 84.