Democracia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Tabela de conteúdo

1

"Na democracia, a soberania está no direito e o exercício do poder está na lei. Pois a democracia não é a tirania da maioria. A democracia é o reconhecimento e a preservação dos direitos de todos numa ordem universal da lei pelo governo da maioria" (1).


Referência bibliográfica:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A questão do modelo democrático". In: ---. Filosofia contemporânea. Teresópolis - RJ: Editora Daimon, 2013, p. 185.

2

O povo grego só experienciou a democracia porque experienciou profundamente a palavra e, com a palavra, o poder da palavra. O poder da palavra enquanto vigor da linguagem é sempre ético. Por isso, é impossível pensar a democracia sem a linguagem. Isso no tempo dos gregos e hoje, mas mais no tempo dos gregos, porque vão experienciar a palavra em níveis radicais: como palavra poética, filosófica e retórica. Daí que para os gregos se eleva e se experiencia tão radicalmente o lógos. Sobretudo nos advém na poesia e no pensamento. Não se pode pensar o poder do povo (democracia) sem o poder da linguagem, mas só na medida em que o povo é tomado pela palavra e não administrado por ela, seja na palavra dos sofistas com a retórica, seja nos jogos de poder dos meios de comunicação. Por isso, o grego é formado na palavra, pela palavra e para a palavra. A cultura grega é linguagem, é logos. Desabrocham em plenitude enquanto linguagem, daí o poder das suas artes. Linguagem para eles é vida em plenitude. Mas a linguagem pode também ser realizada como algo inessencial, fazendo da palavra um poder manipulatório: é a retórica pela retórica e a erística. É o jogo da dóxa. Mas qual o lugar do diálogo na democracia? Qual o lugar da liberdade na linguagem? Tudo isto é essencial para a democracia, se não consistir num mero conceito. Sem povo não há democracia, mas sem linguagem não há povo.


- Manuel Antônio de Castro.

3

"Numa democracia de verdade, estar com a razão não autoriza ninguém a censurar a voz do outro, daqueles que não concordam conosco. Se agirmos do mesmo modo que eles, como poderemos afirmar a diferença entre nós?" (1).


Referência:
(1) DIEGUES, Cacá. "Indispensável fênix". Crônica publicada em O Globo, 9-12-2019, p. 3.

4

"Existe uma corrente de pensamento bastante efervescente segundo a qual o conceito de eleição, tal qual o conhecemos, foi enterrado junto com o século 20. A ideia de que esta forma de consulta democrática consegue nivelar diferenças nacionais e concede ao vencedor tempo e espaço para implementar seu programa de governo é coisa do passado. Como escreveu o autor britânico John Harris, a política, depois que o mundo migrou para a vida on-line, passou a operar num ambiente de descrédito, cinismo e guerra tribal que a impede de chegar a qualquer desfecho. Ninguém [mais] realmente vence, conclui Harris. E mesmo quando vence, acaba mantendo a cabeça e o corpo em campanha eleitoral permanente" (1).


Referência:
(1) HARAZIM, Dorrit. No eixo Boris-Trump. Crônica publicada em O Globo, 15-12-2019, p. 3. Caderno Opinião.

5

"As democracias deveriam proteger-se sujeitando os candidatos a altos cargos governamentais a severos testes de empatia e gramática, e investindo mais no ensino básico" (1).


Referência:
(1) AGUALUSA, José Eduardo. "Exercícios de empatia". In: O Globo. Segundo Caderno, p. 6, 28-12-2019.

6

"Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.
O termo origina-se do grego antigo δημο-κρατία: demo-kratía: "governo do povo". A palavra foi formada a partir dos termos gregos: δῆμος: demos, isto é: "povo"; e κράτος: kratos, isto é: "poder", no século V a.C. A palavra nomeia os sistemas políticos então existentes em cidades-Estados gregas, principalmente Atenas; o termo é um antônimo para ἀριστο-κρατία: aristo-kratia: aristocracia, sistema político no qual o poder: kratia, em grego, é exercido pelos aristoi, isto é: melhores. Embora, teoricamente, estas definições sejam opostas, na prática, a distinção entre elas foi obscurecida historicamente. No sistema político da Atenas Clássica, por exemplo, a cidadania democrática abrangia apenas homens, filhos de pai e mãe atenienses, livres e maiores de 21 anos, enquanto estrangeiros, escravos e mulheres eram grupos excluídos da participação política. Em praticamente todos os governos democráticos, em toda a história antiga e moderna, a cidadania democrática valia apenas para uma elite de pessoas, até que a emancipação completa foi conquistada para todos os cidadãos adultos na maioria das democracias modernas através de movimentos por sufrágio universal durante os séculos XIX e XX" (1).


Referência:
(1) https:/pt.wikipedia.org/wiki/Democracia
Ferramentas pessoais