Teologia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Tabela de conteúdo

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"Mistério vem do verbo grego myo. E myo diz: trancar-se no centro, concentrar-se; diz: encerrar-se no âmago, recolher-se ao íntimo. Aqui, centro, âmago, íntimo, evocam a raiz da intensidade, o sumo da plenitude. Mistério não diz uma coisa, diz um movimento, o movimento de con-sumar, de concentrar-se na origem, de recolher-se à natividade da raiz, de retornar ao sem fundo e fundamento, ao a-bismo de ser. As palavras, Deus, Absoluto, Transcendência, Inconsciente, Espírito, Matéria, Psique, Estrutura, Ser são outras tantas redes em cujas malhas o poder do saber ocidental na teologia, na filosofia, na ciência, sempre de novo tentou, mas nunca conseguiu, prender e segurar a natividade do mistério" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ----. Aprendendo a pensar, II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 180.

2

Em grego Único Deus diz-se: Monoteísmo, pois mono quer dizer: único, um; e -teísmo origina-se da palavra grega Theos, que significa Deus. Exemplo claro desta palavra grega temos em Teologia, ou seja, conhecimento de Deus. A palavra -logia origina-se de Logos, fonte de muitos sentidos e possíveis traduções. Tal conhecimento tem origem racional, isto é, obtido através da razão, que é outra tradução de Logos. A palavra -logia serve para compor muitas palavras, significando estudo, conhecimento. E nunca se usa sozinha. Portanto, Teologia trata do conhecimento racional de Deus.


- Manuel Antônio de Castro

3

"Theólogos, theologia significa na Antiguidade o dizer mítico-poético dos deuses, sem referência a um ensinamento de e a uma doutrina eclesial" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A constituição onto-teo-lógica da metafísica". In: _____. Identidade e Diferença, tradução Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis / RJ em co-edição com Livraria Duas Cidades, São Paulo, 2006, p. 62.

4

"É que as obras religiosas não são filosóficas, são muitas vezes obras mítico-poéticas, como por exemplo, os Salmos, o Cântico dos cânticos, de Salomão, o Gênesis. Porém, as obras religiosas são encaradas a partir da questão da verdade e, por isso, a verdade que elas dizem, manifestam, precisam das reflexões filosóficas para que sejam compreendidas. Pois quem trata da questão da verdade, explicitamente, é a filosofia. Toda a filosofia se tece em torno da grande e fundamental questão da verdade. Hoje e desde sempre o modo como se encara e conduz a questão da verdade é filosófica. Claro, depois, essa tarefa coube à teologia. Mas não há teologia sem filosofia, nunca houve nem haverá" (1).
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e Crítica". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 125.
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