Estrutura

De Dicionrio de Potica e Pensamento

1

O próprio de todo sistema e em todo sistema é o horizonte sem horizontalidade, sem o que gera todo horizonte. O sistema é uma “matrix” sem o novo, somente origem do repetível dentro das funções já programadas, dentro de uma determinada estrutura, próprias de cada sistema. A realidade – não sistema nem real – é além de origem também originário do sempre novo, do sempre inaugural, do inesperado. E a sua manifestação acontece dentro de um processo infinito. Ela é mãe ou matriz de criatividade. O sistema é modelo, paradigma, suporte, dependente das suas estruturas. É um modo de estruturar a realidade.


- Manuel Antônio de Castro

2

O tempo se dá no seu acontecer como um ciclo de dias e noites. O dia é o tempo se manifestando como pensar, saber e verdade; já a noite é o tempo se ocultando como não-saber e não-verdade. Quem os preside é o ser, o sol, luz originária e energia irradiante que dá unidade à luminosidade do dia e à escuridão da noite. O ciclo pressupõe o circular do tempo em sua essência, que jamais se deixa medir ou calcular. Então temos o ciclo das estações do ano, dos séculos, dos milênios até o infinito, sempre diferente. Não dá para calcular em tempo medido, mas só em tempo infinito. Por isso, não é um circular vicioso, repetitivo, porém, aberto e infinito, como o próprio tempo e a própria vida. E, por isso, temos dois modos de realizar reproduções: as que seguem um padrão sempre igual, com uma mesma estrutura, e as que vigoram no nada criativo e, por isso, são sempre criações originais, onde há um diálogo de identidade (dá para apreender como sendo a mesma, o que não quer dizer a mesma coisa) e diferença, onde não se repete a estrutura, mas onde há sempre algo novo, original.


- Manuel Antônio de Castro
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