Matéria

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Tabela de conteúdo

1

"... a matéria do poeta. O que é esta? São, sem dúvida nenhuma, as palavras em que consiste cada língua. E esta não enquanto código, mas enquanto a matéria vertente da linguagem, pois é a partir da vigência desta nas palavras que o poeta figura a realidade e sua verdade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: o método e os procedimentos". In: ------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 185.

2

"O que é matéria? É necessário desfazer-se do seu significado banal. A Física Quântica tematiza isto muito bem e não é algo fácil, nem para ela. De qualquer modo, matéria tem o mesmo radical da palavra latina mater, mãe (princípio de geração). Só há matéria no utensílio na medida em que ela deixa de ser a realidade se manifestando e sendo, para se tornar função da finalidade causal, dentro de um sistema de relações. Matéria passa a ser o que tem serventia, o servir a uma causa. Esta é a essência da causalidade instrumental. Porém, a própria matéria é escolhida de acordo com a finalidade e a forma a ser formada" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte: presença e forma". In: -------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 221.


3

"Mistério vem do verbo grego myo. E myo diz: trancar-se no centro, concentrar-se; diz: encerrar-se no âmago, recolher-se ao íntimo. Aqui, centro, âmago, íntimo, evocam a raiz da intensidade, o sumo da plenitude. Mistério não diz uma coisa, diz um movimento, o movimento de con-sumar, de concentrar-se na origem, de recolher-se à natividade da raiz, de retornar ao sem fundo e fundamento, ao a-bismo de ser. As palavras, Deus, Absoluto, Transcendência, Inconsciente, Espírito, Matéria, Psique, Estrutura, Ser são outras tantas redes em cujas malhas o poder do saber ocidental na teologia, na filosofia, na ciência, sempre de novo tentou, mas nunca conseguiu, prender e segurar a natividade do mistério" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------. Aprendendo a pensar, II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 180.


4

"Na cultura chinesa, sem partir de dicotomias, a energia que flui em nosso corpo e o constitui como um todo na unidade de suas partes, é proveniente de cinco fontes de energia interligadas essencialmente através dos cinco elementos, na disputa (polemos, dizem os gregos) entre Yin e Yan. Os cinco elementos são: Fogo, Terra, Metal, Água, Madeira (matéria). E as energias são: 1a. ancestral; 2a. dos alimentos; 3a. do ar; 4a. do cosmo / meio ambiente; 5a. das relações afetivas" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Filosofia e o pensamento do corpo". In: Desdobramentos do corpo no século XXI. MONTEIRO, Maria Conceição & GIUCCI, Guilhermo (orgs.). Rio de Janeiro: FAPERJ, Editora Caetés, 2016, p. 23.
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