Aión

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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1

"Em grego eternidade se diz: aión, que diz 'força vital', a imagem móvel da eternidade imóvel" (1).
"Aién é uma forma neutra correspondente à masculina aión, nome que significa 'força vital', 'juventude', 'duração da vida' e ainda 'duração', que em sentido absoluto é 'eternidade'. O advérbio aién diz sempre [...]" (2).


Referências:
(1) TORRANO, Jaa. O sentido de Zeus. São Paulo: Iluminuras, 1996, pp. 12-3.
(2) Idem, p. 18.


2

Aion é o tempo indeterminado, o tempo sem duração, a manutenção e a totalidade do tempo, mas uma totalidade sem bordas. Não é o sempiterno, o tempo com início porém sem fim. É o eterno: o sem começo, sem fim, sem ponto e sem sequência, ou em uma só palavra: sem determinação. Aion é o tempotempo do Logos " (1).


Referência:
(1) COSTA, Alexandre. Thanatos: da possibilidade de um conceito de morte a partir do logos heráclitico. Rio Grande do Sul: EDIPUCRS, 1999, p. 45.

3

"Por que o pensamento vive de uma paciência infinita e tem sempre tempo a perder? Será que sua temporalidade é o aion, o instante azado que alimenta de esperança toda espera, por esperar sempre o inesperado? Será que o pensamento só urge por se realizar na superação contínua da dicotomia entre velocidade e qualidade?" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Introdução". In: Revista Tempo Brasileiro - Caminhos do pensamento hoje: novas linguagens no limiar do terceiro milênio, 136, jan.-mar., 1999, p. 6.


4

"O tempo (Aión) é uma criança, criando, jogando o jogo de pedras, vigência da criança" (1).


Referência:
(1) HERÁCLITO. Fragmento 50. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 73.

5

Aion é o tempo eterno, que nunca começou e nunca termina, é a própria vida em seu acontecer inesgotável.
- Manuel Antônio de Castro.

6

"A fala, cada fala, pressupõe a rede e nela toda a rede se faz presente/ausente. Porém, essa presença e ausência se sustenta e vigora a partir do vazio ou silêncio. Este é o tempo originário, o tempo que continuamente se triparte e não triparte, se o pensamos como memória, se pensamos que essa tripartição vive de um entre-tempo, que é o presente, que nada mais é do que o presentificado em tensão (“entre”) com o presentificável (Os gregos denominaram esse tempo presente eterno: aion, onde o eterno é o entre, a memória)" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 33.
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