Nós

De Dicionrio de Potica e Pensamento

1

"O mundo enquanto rede é uma sintaxe constituída de linhas e nós. A comunicação pressupõe os dois e é impossível pensar as linhas sem os nós. O funcionamento da rede se dá em duas dimensões: 1ª. A inter-conexão; 2ª. os inter-conectados. A linha por si e como tal ainda não se constitui como linha, assim como o inter-conectado não é também em si e por si. O “lugar” da linha e dos inter-conectados, dos nós (Entre-ser) só aparece a partir de algo que já vimos: o diá-logo (entre-ser enquanto ser-com). “Lugar” é mundo enquanto diálogo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 32.

2

"Tanto os nós como as ligações precisam do “entre” enquanto identidade das diferenças. Uma tal faceta do “entre” aparece bem claramente na imagem-questão: rede. Uma tal faceta é o vazio, o silêncio. A rede sem o vazio/silêncio não se pode constituir como rede, ou seja, como “fios” e “nós”. A rede é uma doação do vazio e do silêncio. O vazio é o não-limite do silêncio e seu sentido. A língua enquanto código é a rede enquanto fios e nós. Mas assim como a rede precisa do vazio/silêncio, a língua precisa da linguagem. Por isso, a linguagem é a mãe de todas as línguas, assim como o vazio é a origem de todas as redes, de todos os códigos. E o silêncio é a origem de todas as falas e escutas, enquanto energia de sentido, verdade e mundo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 33.

3

"Nós só somos o que somos no âmbito, densidade e dimensão das questões. Mas há uma aprendizagem – não há outro método senão os caminhos de Hermes. A aprendizagem de Hermes é a experienciação do verbo. Pois Hermes, em sua etimologia, significa verbo. E verbo é ação. É importante guardar que o agir do verbo, que é a physis, o ser, o real se manifestando, os gregos chamaram poiesis. Mas em que consiste a essência e sentido do agir do real, da physis? Todos sabemos que Hermes é o mensageiro dos deuses. A nós, mortais, cabe escutar a sua voz ou a voz de Mmemosine através das Musas. É neste sentido que proponho as questões da arte na obra de Heidegger. Outras escutas podem achar outros caminhos. Eles serão sempre bem-vindos" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 29.
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