Ciência
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição de 20h31min de 16 de Junho de 2021
1
- A ciência como ciência não pode pensar a sua essência. E não pode pensar a sua essência porque a essência não pode ser reduzida ao saber. Pensar é mais do que simplesmente saber. É abrir-se para o mesmo de ser e saber.
- E não poder pensar para a ciência que se pensa como ciência é deixar de ser ciência e passar a ser filosofia ou pensamento.
2
- "O conceito de ciência deriva da representação paradigmática do saber. O conceito de saber fundamenta-se no respectivo entendimento e na respectiva compreensão da essência da verdade. A essência da verdade surge a partir da posição fundamental do homem no meio da totalidade do ser. Esta posição fundamental é dominada pelo modo como o homem está no meio do ente; ela é dominada pelo fato - quem o homem é - e se e como o homem questiona e responde a esta questão. Isto é, portanto, a decisão na qual nós mesmos estamos (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Lógica - a pergunta pela essência da linguagem. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2008, p. 156.
3
- A palavra ciência está ligada à palavra grega episteme. "E o que diz e significa episteme? É uma palavra composta da preposição epi e do verbo ístamai. Ístamai diz estar em pé, solidamente estabelecido e fundado. E a preposição epi acrescenta-lhe a conotação de por sobre, em cima, a cavaleiro de, por cima. Da integração de todas estas dimensões formou-se, então, a experiência de conhecimento e ciência em sentido forte e próprio de episteme. Episteme não diz apenas conhecimento, mas todo o contexto em que se constitui conhecimento. Corresponde mais ou menos à experiência originária da scientia medieval e à nossa experiência espontânea de ciência , destituída naturalmente de qualquer conotação moderna que,em sua essência, equivale à técnica, no sentido de uma armação que tudo controla e tudo transforma em dispositivo de uma disposição ilimitada e auto-regulável" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O problema filosófico da lógica em Aristóteles". In: -----. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 235.
4
- "Na percepção, nós recebemos o real nas sensações e nos sentimentos de nossa sensibilidade. E somos tocados e tão mobilizados pela rosa que a respeitamos e deixamos ser rosa, sem intervenção de espécie alguma. Outra bem outra, é a atitude da ciência ao observar a rosa. A rosa deixa de ser rosa para enquadrar-se numa classe, num gênero, numa espécie, numa família ou para submeter-se a um experimento e transformar-se num perfume, num chá ou num arranjo" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Ócio e negócio". In: Revista Tempo Brasileiro - Caminhos do pensamento hoje: novas linguagens no limiar do terceiro milênio, 136, jan.-mar., 1999, p. 74.
5
- "Existem, de fato, dois aspectos na ciência, sobretudo se vistos do ponto de vista de um teórico. Temos, primeiramente, o diálogo com a natureza. Imaginamos modelos e depois verificamos se esses modelos são realizados. A maior experiência do cientista teórico consiste em imaginar algo e vê-lo no computador ou em uma experiência de laboratório. Eis porque gostaria de dizer que a ciência ultrapassa as aparências. Não se trata somente das aparências: a ciência cria aparências" (1).
- Referência:
- (1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo". In: Revista Tempo Brasileiro - Cultura, ciência e técnica, 168, jan.-mar., 2007, p. 5.
6
- "A ciência não apenas apresenta o aspecto científico, propriamente dito, no sentido da descoberta e descrição da natureza, mas também a posição que o homem ocupa na natureza" (1).
- Referência:
- (1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo". In: Revista Tempo Brasileiro - Cultura, ciência e técnica, 168, jan.-mar., 2007, p. 5.
7
- "... o que se chama de ciência ocidental europeia determina também, em seus traços fundamentais e em proporção crescente, a realidade na qual o homem de hoje se move e tenta sustentar-se.
- Meditando o sentido deste processo, percebe-se que, no mundo do Ocidente e nas épocas da sua história, a ciência desenvolveu um poder que não se pode encontrar em nenhum outro lugar da terra e que está em vias de estender-se por todo o globo terrestre" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. “Ciência e pensamento do sentido”, Trad. Emmanuel Carneiro Leão: In: -----. Ensaios e conferências. Petrópolis R / J: Vozes, 2002, p. 39.
8
- "A ciência tem como correlato de seu princípio de verificabilidade a técnica. Esta encontra, no acúmulo de capital e na expansão econômica, as condições básicas para, aos poucos, dominar todo o fazer cultural. Ela não só substitui o homem na elaboração dos produtos, estabelecendo novas relações de produção, mas também atinge a cultura enquanto informação" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Machado de Assis e a identidade brasileira". In: ------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 203.
9
- "Sempre constatei que a ciência ocidental era um pouco considerada como um imperialismo, como uma maneira muito particular de se verem as coisas ligada, justamente, a essas leis da natureza. Ora, na China, por exemplo, natureza significa o que se faz espontaneamente. A ideia] das leis da natureza é, portanto, estranha às outras tradições culturais. E, tenho a impressão - e isto gostaria de desenvolver - que hoje em dia a ciência oferece perspectivas mais universais" (1).
- Referência:
- (1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo". In: Revista Tempo Brasileiro - Cultura, ciência e técnica, 168, jan.-mar., 2007, p. 7.
10
- "Para a ciência tudo é disposição porque a realidade já está disposta e predisposta para a sua intervenção. Cientificamente, conhecer é poder intervir, pois a ciência não trata do que é, só do como é" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 191.
11
- "O desenvolvimento técnico ajuda muito a preservar, a divulgar e a multiplicar as próprias criações artísticas".
- "No entanto, nem tudo é técnico e científico na vida. Diz Manoel de Barros no Livro sobre nada:
- A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um
- sabiá
- mas não pode medir seus encantos.
- A ciência não pode calcular quantos cavalos de força
- existem
- nos encantos de um sabiá(1) (2).
- Referências:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio. "Apresentação". In: A construção poética do real. Rio de Janeiro: 7Letras, 2004, p. 7.
- (2) BARROS, Manoel. Livro sobre nada. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 53.
12
- "Ora, mesmo que as muitas ciências da vida se construíssem sobre uma experiência radical da vida, ainda assim tal experiência nunca poderia ser alcançada ou constituída por qualquer ciência. E por que não? - Porque toda ciência é uma ciência e a vida é sempre muito mais antiga do que qualquer ciência. Como toda ciência, também as ciências da vida vêm depois e a reboque de uma determinada interpretação da vida, que só se obtém com a experiência comunitária de um pensamento radical" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega" (Dzoion logon echon).In: Aprendendo a pensar II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 132.
13
- "O método científico é sempre delimitado. Ele estabelece pressuposições que não podem ser violadas. Tudo aquilo que não constar e estiver dentro desses limites não é científico. Ora, quando se diz isso, está se dizendo que a ciência não é científica. Por quê? A ciência como ciência não é objeto de nenhuma pesquisa científica. Não é um fenômeno físico a Física. Não é um fenômeno químico a Química. Por isso é que há uma tensão entre o conhecimento propiciado pelo método e pela técnica, porque método e técnica na ciência se trocam, um constitui o outro. Em vista disso, dizer técnica ou ciência não tem muita diferença. A técnica é o que possibilita a ciência. Sem se articularem as possibilidades de verificação, de comprovação ou de não falsificação, não se constitui uma teoria científica. A Física tem uma Pro-física, uma Ante-física, para poder ser Física. É por isso que a diferença fundamental é de constituição. O método lógico-científico se constitui com forças e princípios que fogem do alcance do próprio método científico" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Dialética: entre o fechado e o aberto". Revista Tempo Brasileiro: Dialética em questão II. Editora Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, jul.-set., 2013, 194, p. 11.
14
- "Nossa época e a ciência reduziram o logos a um de seus significados: o lógico. Este existe e é uma dimensão importante do logos, mas não diz tudo que o logos diz. A vida, o tempo, o ser, o pensar, o sagrado, o mundo, a verdade, o humano, o social, a arte, o imaginário, o sonho, o ético, o poético, a paixão, o desejo, a loucura, o erótico, a dor, o sofrimento, o desespero, a alegria, a tristeza, são mais do que o lógico da lógica. Pensando bem, o que há de essencial em nossa vida não é regido pelo lógico da lógica" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Diálogos trans- e a procura do humano". In: www.travessiapoetica.blogspot.com.
15
- "Sempre pensei que a ciência era um diálogo com a natureza. Como em todo diálogo de verdade, muitas vezes as respostas são inesperadas. Eu gostaria de compartilhar com o leitor o sentimento de excitação e de espanto de meus colegas e de mim mesmo ao longo de toda essa exploração dos problemas do tempo e do determinismo" (1).
- Referência:
- (1) PRIGOGINE, Ilya. "Apenas uma ilusão?". In: -------. O fim das certezas. São Paulo: Editora UNESP, 1996, p. 60.
16
- Para compreender e apreender o que é o olhar, o melhor caminho é pensar a diferença ontológica entre olhar e ver. Concretamente, um exemplo clássico pode nos fazer pensar essa diferença: quando Édipo, o famoso personagem do mito de Édipo, pensado por Sófocles em sua famosa obra Rei Édipo, tinha olhos não penetrara e nem vira os caminhos de seu destino. É que o olho é funcional, faz parte do nosso organismo que diz respeito ao olhar, não necessariamente ao ver, pois foi quando arrancou os olhos que passou a ver na luz da verdade os caminhos e descaminhos do seu destino. O olho diz respeito aos sentidos, a visão diz respeito ao sentido. Não basta olhar, é necessário ver. E é nesta distinção fundamental que os gregos pensaram a essência da aletheia, desvelamento ou verdade. Por isso, este diz respeito à manifestação do sentido do destino. E é nesse horizonte que se diferencia radicalmente a verdade da obra de arte e a verdade funcional da lógica, que fundamenta a ciência fundada na razão.
17
- "A ciência reduz tudo de uma maneira assombrosa, pois lhe falta a dimensão do sagrado. A dessacralização é proporcional ao avanço da ciência. Mas esta tem um encontro marcado com o destino, onde a essência da técnica terá de se defrontar com a presença constante do sagrado. Não é sem motivo que em ciência já se fala na “era das incertezas” (1). E então onde mora o perigo é daí mesmo que vem a salvação, que não é algo externo ao que está acontecendo. Apenas o esquecimento dessa presença e sentido, o esquecimento do sentido do ser. Toda gota d’água procura o seu elemento: o mar" (2).
- Referência:
- (1) PRIGOGINE, Ilya. O fim das certezas - Tempo, Caos e as Leis da Natureza. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora UNESP, 1996, 3. e.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 166.
18
- "O ritual do mito – a palavra cantada - não encena, não representa, como o faz o saber da ciência. O ritual do mito se torna a manifestação do sentido da Escuta da palavra cantada. Não há o rito e a Escuta, mas o rito – a palavra cantada – é a própria Escuta enquanto manifestação do vigorar do mito. Desta maneira, a realidade da Escuta é a realidade do mito enquanto rito" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 158.
19
- "Com o surgimento da ciência, a partir dos conceitos filosóficos, estes sofrem uma transformação: além dos limites definidos, passa a ser exigidos deles exatidão. E então, além da lógica, introduz-se a linguagem matemática, a linguagem da exatidão e da precisão. A maioria dos conceitos com que se analisam as obras de arte surgiram a partir do paradigma científico. E acabaram por ocultar as questões em que sempre a arte se move. O conceito traz a ideia de objetividade. Esta, fundada na exatidão da matemática, traz a certeza. Porém, hoje, tudo isso está, de novo, em questão" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.
20
- "Porque a verdade na Ciência é sempre provisória: um limite do qual nos aproximamos sem nunca alcançá-lo. O tempo passa e a antiga verdade é questionada" (1).
- Referência:
- (1) LENT, Robert - Neurocientista, Professor Emérito da UFRJ. "A hora da ciência". In: O Globo, 11-06-2020, p. 17.
21
- "A elaboração perfeita de qualquer ciência depende, naturalmente, em máxima parte do uso do método acertado. Qual é o método da metafísica? A esta pergunta não podemos fugir se queremos elaborar uma metafísica que deve ser ciência do ser. O resultado de qualquer ciência é mediado pelo método que ela usa, por isto um método falso levará necessariamente a falsos resultados" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
22
- "A teologia vai aos poucos perdendo sua posição de saber mais importante e é substituída pela filosofia. Mas esta nova filosofia fundamenta e prepara o advento da ciência como paradigma último da Verdade. A verdade deixa de ser teológica e passa a ser científica. Tanto que hoje, quando alguém quer dizer que algo é verdadeiro, diz simplesmente que é científico. A aura da ciência, como verdade, tornou-se tão evidente que as pessoas nem um pouco se perguntam porque a ciência é simplesmente sinônimo da verdade. É claro que a ciência tem seus argumentos. E o maior deles é a experiência imediata que cada um comprova. A ciência brota do homem. É uma atividade que tem como centro de atuação e de legitimação o homem. Mas que homem? O homem enquanto razão. Esta substitui a fé" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Metamorfose da narrativa". In: ..... Tempos de metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 66.
23
- "A ciência reduz tudo de uma maneira assombrosa, pois lhe falta a dimensão do sagrado. A dessacralização é proporcional ao avanço da ciência. Mas esta tem um encontro marcado com o destino, onde a essência da técnica terá de se defrontar com a presença constante do sagrado. Não é sem motivo que em ciência já se fala na “era das incertezas”. E então onde mora o perigo é daí mesmo que vem a salvação, que não é algo externo ao que está acontecendo. Apenas o esquecimento dessa presença e sentido, o esquecimento do sentido do ser. Toda gota d’água pro-cura o seu elemento: o mar" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 166.
24
- "A verdade é o maior trunfo da ciência, não o que produz. Pois a ciência vive e sobrevive, no que diz respeito à verdade, de uma falácia, ou seja, de uma verdade aparentemente verdadeira, mas que é falsa. Qual? A verdade da ciência muda de acordo com a teoria e o tempo de validade das teorias e alcance das pesquisas. O que hoje afirmam novas pesquisas podem dizer amanhã exatamente o contrário. O que é válido para uma disciplina não é válido para outras. Quando o conhecimento não dá conta de algo, vira exceção, jamais será admitido tal conhecimento como falso. O interessante é que o falso passou a ser tudo que não está de acordo ou se reduz ao conhecimento científico, pois a ciência jamais pode ser falsa. Ela é sempre verdadeira, nem que a sua verdade dure até que seja provada a sua falsidade" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 20.
25
- "Os conceitos vão surgir quando a resposta se torna mais importante do que a questão, na medida em que a resposta “acha” que dá conta da questão, pois estabelece um conhecimento definido, preciso e exato. Os conceitos tiveram um duplo encaminhamento. Primeiro, eles se tornaram a definição de verdades por oposição ao erro. O seu fundamento foi a verdade lógica. E então os conceitos se tornaram a espinha dorsal dos sistemas filosóficos, na medida em que estes se sobrepuseram ao próprio real como teorias e abortaram as questões. Com o surgimento da ciência, a partir dos conceitos filosóficos, estes sofrem uma transformação: além dos limites definidos, passa a ser exigido deles exatidão. E então, além da lógica, introduz-se a linguagem matemática, a linguagem da exatidão e da precisão. A maioria dos conceitos com que se analisam as obras de arte surgiram a partir do paradigma científico. E acabaram por ocultar as questões em que sempre a arte se move" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 14.
26
- "Até a mentira pode ser interpretada por historiadores. A pluralidade e a refutação de diferentes interpretações é parte do debate. Já dizia o filósofo Karl Popper que uma sentença irrefutável não é científica - lembra o historiador italiano Carlo Ginszburg" (1). O historiador italiano diz o seguinte, na entrevista citada: "Até a mentira pode ser interpretada por historiadores. A pluralidade e a refutação de diferentes interpretações é parte do debate. Já disse o filósofo Karl Popper que uma sentença irrefutável não é científica" (2).
- Referências:
- (2) GABRIEL, Ruan de Sousa. A disputa pela verdadeira história. In: O GLOBO, Segundo Caderno, sábado, 8-5-2021, p.1.
- (2) GINSBURG, Carlo. Os usos políticos da mentira são notícia velha. Entrevista. In: O GLOBO, Segundo Caderno, sábado, 9-5-2021, p. 2.