Música

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Não podemos restringir a [[linguagem]] à [[fala]]/[[língua]], senão as demais [[Arte|artes]] além da [[poesia]] não seriam [[linguagem]]. E isso não é [[verdade]]. É importante [[perceber]] que: a) a [[música]] está ligada à [[fala]] e [[ao [[som]] que como tal é sempre musical. Daí a [[invenção]] da lira ligar essas duas facetas. Mas a [[musas|Musa]] precede a lira, até porque a lira é apenas uma [[imagem-questão]] para manifestar o [[verbo]]-[[Hermes]] como [[criador]] da [[lira]]/[[música]], onde o próprio [[Hermes]] é a [[imagem-questão]] da própria [[linguagem]] enquanto [[verbo]]; b) por seu lado, a [[poesia]] está ligada à [[ação]]-[[verbo]]-[[Hermes]], mas enquanto ''[[poíesis]]'', isto é, o [[vigor]] [[poético]] ou a [[ação]] enquanto [[sentido]] do [[ser]] e de [[ser]], o [[Ética|ético]]. Por isso, a [[música]] e a [[linguagem]], o [[mesmo]], estão ligados à ''[[poíesis]]'' ou [[vigor]] [[poético]] como [[sintaxe]]: o [[ordenamento]] da [[realidade]] em [[mundo]]. [[Linguagem]] é [[sintaxe]] [[poética]], é [[mundo]], [[é]] ''[[éthos]]'' (morada). A [[música]] cria [[sintaxe]] [[poética]], daí ser [[linguagem]]. O mesmo ocorre com a [[dança]] e outras [[artes]].
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: Não podemos restringir a [[linguagem]] à [[fala]]/[[língua]], senão as demais [[Arte|artes]] além da [[poesia]] não seriam [[linguagem]]. E isso não é [[verdade]]. É importante [[perceber]] que: a) a [[música]] está ligada à [[fala]] e [[ao [[som]] que como tal é sempre musical. Daí a [[invenção]] da lira ligar essas duas facetas. Mas a [[musas|Musa]] precede a lira, até porque a lira é apenas uma [[imagem-questão]] para manifestar o [[verbo]]-[[Hermes]] como [[criador]] da lira/[[música]], onde o próprio [[Hermes]] é a [[imagem-questão]] da própria [[linguagem]] enquanto [[verbo]]; b) por seu lado, a [[poesia]] está ligada à [[ação]]-[[verbo]]-[[Hermes]], mas enquanto ''[[poíesis]]'', isto é, o [[vigor]] [[poético]] ou a [[ação]] enquanto [[sentido]] do [[ser]] e de [[ser]], o [[Ética|ético]]. Por isso, a [[música]] e a [[linguagem]], o [[mesmo]], estão ligados à ''[[poíesis]]'' ou [[vigor]] [[poético]] como [[sintaxe]]: o [[ordenamento]] da [[realidade]] em [[mundo]]. [[Linguagem]] é [[sintaxe]] [[poética]], é [[mundo]], [[é]] ''[[éthos]]'' (morada). A [[música]] cria [[sintaxe]] [[poética]], daí ser [[linguagem]]. O mesmo ocorre com a [[dança]] e outras [[artes]].
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: (1) RAMALHO, Celso Garcia de Araújo. '''A escuta do tempo''', 2004. Dissertação (Mestrado em Poética) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.  
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: (1) RAMALHO, Celso Garcia de Araújo. '''A [[escuta]] do [[tempo]], 2004. Dissertação (Mestrado em [[Poética]]) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004'''.  
: (2) Idem.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 33-4.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005''', pp. 33-4.
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: (1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 125.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005''', p. 125.
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: (1) PARK, Jiha. Entrevista a Marvio do Anjos. In: ''O Globo'', p. 2, 20-11-2015
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: (1) PARK, Jiha.''' Entrevista a Marvio do Anjos. In: O Globo, p. 2, 20-11-2015'''
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:"Música diz fundamentalmente o estabelecimento de sentidos a partir da apresentação de si mesma. A música é, assim, em sua substantividade mesma e própria. Dela, a rigor, só se pode dizer que é. A música não admite qualquer formulação predicativa. Ela é a apresentação de si mesma e nesta apresentação se dá o [[sentido]]. Dessa forma, por não apresentar-se numa dimensão adjetiva, na verdade, a música se dá numa instância não-representativa. Ela é" (1).
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:"[[Música]] diz fundamentalmente o estabelecimento de sentidos a partir da apresentação de si mesma. A [[música]] é, assim, em sua substantividade mesma e própria. Dela, a rigor, só se pode dizer que é. A [[música]] não admite qualquer formulação predicativa. Ela é a apresentação de si mesma e nesta apresentação se dá o [[sentido]]. Dessa forma, por não apresentar-se numa dimensão adjetiva, na verdade, a [[música]] se dá numa instância não-representativa. Ela é" (1).
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 151.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 151.'''
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:"A música é a mágica que toca profundamente as vibrações do vir a ser de nossos descontentamentos e, mais do que qualquer outra coisa, mergulha nossos projetos de [[ser]] nas ondas do não ser e do vir a ser. Nas profundezas das vibrações se torna [[presente]] a copertinência de todas as [[diferenças]]. [...] Para a [[Filosofia]], a música não é uma [[arte]] entre outras artes. Não há uma [[musa]] da música. A música é que é a musa de todas as musas. Por isso as artes são todas musicais e são arte na medida de sua musicalidade. Pois na música se dá o mais alto grau de [[realização]] de qualquer [[real]]. Questionando em tudo a [[realidade]] de todos os empenhos e desempenhos, a Filosofia se torna assim a música das realizações" (1).
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: "A [[música]] é a mágica que toca profundamente as vibrações do vir a ser de nossos descontentamentos e, mais do que qualquer outra coisa, mergulha nossos [[projetos]] de [[ser]] nas ondas do não ser e do vir a ser. Nas profundezas das vibrações se torna [[presente]] a copertinência de todas as [[diferenças]]. [...] Para a [[Filosofia]], a música não é uma [[arte]] entre outras artes. Não há uma [[musa]] da música. A música é que é a musa de todas as musas. Por isso as artes são todas musicais e são [[arte]] na medida de sua [[musicalidade]]. Pois na [[música]] se dá o mais alto grau de [[realização]] de qualquer [[real]]. Questionando em tudo a [[realidade]] de todos os empenhos e desempenhos, a [[Filosofia]] se torna assim a [[música]] das [[realizações]]" (1).
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:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Filosofia como escultura, pintura e música". In: ''Aprendendo a pensar II''. Petrópolis: Vozes, 1991 apud JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 152.
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro.''' "[[Filosofia]] como escultura, [[pintura]] e [[música]]". In: [[Aprendendo]] a [[pensar]] II. Petrópolis: Vozes, 1991 apud JARDIM, Antonio. [[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 152.'''
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: "Música é des-esquecimento, é des-velamento constante. Na sua incapacidade de representar o que quer que seja se con-junta e se con-vence na sua [[abertura]] para a experiência da [[verdade]]. Essa incapacidade é, a um tempo, sua maior debilidade e sua maior força. É precisamente por essa incapacidade e nessa incapacidade que a música penetra pelos vãos de toda e qualquer forma artística, quer dizer: é por essa impossibilidade de se identificar com o que quer que pretenda ou se pretenda nela representar que, sorrateiramente, ela pode penetrar, invisível, como as musas, 'oculta por muita névoa', nos limites de qualquer outra [[arte]]. [...] Música é, assim, a possibilidade de instauração do [[poético]]. Música é a essência mesma da criação de uma espácio-temporalidade poética. Espácio-temporalidade esta que converta em óbvio o que possa parecer [[absurdo]], e vice-versa" (1).
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: "[[Música]] é des-esquecimento, é des-velamento constante. Na sua incapacidade de [[representar]] o que quer que seja se con-junta e se con-vence na sua [[abertura]] para a experiência da [[verdade]]. Essa incapacidade é, a um tempo, sua maior debilidade e sua maior força. É precisamente por essa incapacidade e nessa incapacidade que a [[música]] penetra pelos vãos de toda e qualquer [[forma]] [[artística]], quer dizer: é por essa [[impossibilidade]] de se identificar com o que quer que pretenda ou se pretenda nela [[representar]] que, sorrateiramente, ela pode penetrar, invisível, como as [[musas]], 'oculta por muita névoa', nos limites de qualquer outra [[arte]]. [...] [[Música]] é, assim, a [[possibilidade]] de instauração do [[poético]]. [[Música]] é a [[essência]] mesma da [[criação]] de uma espácio-temporalidade [[poética]]. Espácio-temporalidade esta que converta em óbvio o que possa parecer absurdo, e vice-versa" (1).
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 153.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 153.'''
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: "A música traz consigo sempre a virtualidade da [[unidade]]. É a unidade de uma determinada ordenação ou des-ordenação, de elementos sonoros e não-sonoros que música realiza ao se realizar. É precisamente a esta unidade, à substantivação desta unidade, que chamamos música" (1).
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: "A [[música]] traz consigo sempre a virtualidade da [[unidade]]. É a [[unidade]] de uma determinada ordenação ou des-ordenação, de elementos sonoros e não-sonoros que [[música]] realiza ao se realizar. É precisamente a esta [[unidade]], à substantivação desta [[unidade]], que chamamos [[música]]" (1).
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 155.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 155.'''
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: (1) ROSA, João Guimarães. '''Tutameia'''. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 12.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 172.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 172.'''
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 175.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 175.'''
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: "A [[fonte]] primordial de que emana o [[mundo]] é sempre uma [[fonte]] acústica". "É um [[monólogo]], cujo [[corpo]] [[sonoro]] constitui a primeira manifestação perceptível do ''[[Invisível]]'' " (1).
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: "A [[fonte]] primordial de que emana o [[mundo]] é sempre uma [[fonte]] acústica". "É um [[monólogo]], cujo [[corpo]] sonoro constitui a primeira manifestação perceptível do ''[[Invisível]]'' " (1).
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: (1) SCHNEIDER, Marius. "O papel da música na mitologia e nos ritos das civilizações não europeias. In: '''A Música; das origens à atualidade'''. Trad. José Blanc de Portugal. Portugal / Brasil, Arcádia, Enciclopédia Plêiade, 1965, vol. I, p. 146.
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: (1) SCHNEIDER, Marius.''' "O papel da [[música]] na [[mitologia]] e nos [[ritos]] das civilizações não europeias. In: A [[Música]]; das origens à atualidade. Trad. José Blanc de Portugal. Portugal / Brasil, Arcádia, Enciclopédia Plêiade, 1965, vol. I, p. 146.'''
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 185.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 185.'''
: '''Ver também:'''
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: *[[Poética]]
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 208.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 208.'''
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 211-12.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 211-12.'''
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: (1) BERGMAN, Ingmar. Filme '''Sonata de outono'''.
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: (1) BERGMAN, Ingmar. [[Filme]] '''Sonata de outono'''.
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: (1) Ingmar Bergman. No filme '''A ilha de Bergman''', de Marie Nyreröd.
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: (1) Ingmar Bergman. No [[filme]] '''A ilha de Bergman, de Marie Nyreröd'''.
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: "A [[palavra]] [[música]] se diz em [[grego]] ''he mousiké'', e significa a [[arte]] das [[musas]]. A palavra é claramente aparentada com musa, não apenas com respeito à [[semântica]], mas também sob o ponto de vista fonético. A palavra musa aparece quase por inteiro na palavra música, e é incontestável que possuem o mesmo radical. [...] Entendemos as musas como a manifestação, possibilidade e substantivação da [[unidade]]. Assim, a música poderia ter alguns sentidos pouco comuns como: proclamar solenemente a unidade, ou ainda, ser útil à unidade, ou ainda ser capaz de realizar a unidade" (1).
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: "A [[palavra]] [[música]] se diz em [[grego]] ''he mousiké'', e significa a [[arte]] das [[musas]]. A [[palavra]] é claramente aparentada com [[musa]], não apenas com respeito à [[semântica]], mas também sob o ponto de vista fonético. A [[palavra]] [[musa]] aparece quase por inteiro na [[palavra]] [[música]], e é incontestável que possuem o mesmo [[radical]]. [...] Entendemos as [[musas]] como a [[manifestação]], [[possibilidade]] e [[substantivação]] da [[unidade]]. Assim, a [[música]] poderia ter alguns [[sentidos]] pouco comuns como: proclamar solenemente a [[unidade]], ou ainda, ser útil à [[unidade]], ou ainda ser capaz de [[realizar]] a [[unidade]]" (1).
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: (1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 144.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 144.'''
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 171-2.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 171-2.'''
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “O mito de Midas da morte ou do ser feliz”. In: ------. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 210.
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' “O [[mito]] de [[Midas]] da [[morte]] ou do [[ser feliz]]”. In: ------. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 210.'''
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 183.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''[[Música]]: vigência do [[pensar]] [[poético]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 183.'''
: '''Ver também:'''
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: * [[Conceito]]
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: '''* [[Conceito]]'''
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: "As [[Sereias]] não são [[mulheres]] que sabem e cantam o [[saber]]. Elas são simplesmente o [[saber]] e o [[canto]]. No [[saber]] das [[Sereias]] se dá o [[saber]] como [[sabor]]: [[divino]] e [[encantador]]: “Bem mais instruído prossegue depois de se haver deleitado”.  Na [[palavra cantada]] não se dá apenas a [[experiência]] [[estética]], mas enquanto [[poética]], ela é também [[ética]], ou seja, [[ontológica]]. O [[canto]] é o [[próprio]] e mais [[profundo]] [[saber]] se manifestando enquanto [[o que é]]. As [[Sereias]], propriamente, não cantam [[algo]], são a própria [[palavra cantada]], são a [[essência]] da [[música]] em seu [[sentido]] instaurador de [[realidade]]" (1).
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: "As [[Sereias]] não são [[mulheres]] que sabem e cantam o [[saber]]. Elas são simplesmente o [[saber]] e o [[canto]]. No [[saber]] das [[Sereias]] se dá o [[saber]] como [[sabor]]: [[divino]] e encantador: “Bem mais instruído prossegue depois de se haver deleitado”.  Na [[palavra cantada]] não se dá apenas a [[experiência]] [[estética]], mas enquanto [[poética]], ela é também [[ética]], ou seja, [[ontológica]]. O [[canto]] é o [[próprio]] e mais [[profundo]] [[saber]] se manifestando enquanto [[o que é]]. As [[Sereias]], propriamente, não cantam [[algo]], são a própria [[palavra cantada]], são a [[essência]] da [[música]] em seu [[sentido]] instaurador de [[realidade]]" (1).
: Referência:
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-
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 177.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Ulisses]] e a [[Escuta]] do [[Canto]] das [[Sereias]]”. In: -----. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 177.'''
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: Referência bibliográfica:
: Referência bibliográfica:
-
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -------. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 195.
+
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "O [[mito]] de [[Midas]] da [[morte]] ou do [[ser feliz]]". In: -----. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 195.'''

Edição atual tal como 22h31min de 7 de março de 2025

1

Não podemos restringir a linguagem à fala/língua, senão as demais artes além da poesia não seriam linguagem. E isso não é verdade. É importante perceber que: a) a música está ligada à fala e [[ao som que como tal é sempre musical. Daí a invenção da lira ligar essas duas facetas. Mas a Musa precede a lira, até porque a lira é apenas uma imagem-questão para manifestar o verbo-Hermes como criador da lira/música, onde o próprio Hermes é a imagem-questão da própria linguagem enquanto verbo; b) por seu lado, a poesia está ligada à ação-verbo-Hermes, mas enquanto poíesis, isto é, o vigor poético ou a ação enquanto sentido do ser e de ser, o ético. Por isso, a música e a linguagem, o mesmo, estão ligados à poíesis ou vigor poético como sintaxe: o ordenamento da realidade em mundo. Linguagem é sintaxe poética, é mundo, é éthos (morada). A música cria sintaxe poética, daí ser linguagem. O mesmo ocorre com a dança e outras artes.


- Manuel Antônio de Castro

2

"A música na sua dinâmica conjuga músico, obra e ouvinte. O músico por sua vez apresenta o encontro do compositor, intérprete e ouvinte. Nos três casos, temos apenas um, que é sempre o mesmo, para que música venha a ser música e conjuntura: músico e música devem ser presença deste mesmo, onde música só é no tempo em que há músico e vice-versa. Onde há músico, portanto, há música. No fazer musical a música se faz fazendo realidade" (1).
"[...] pois quando estamos desatentos ao querer ouvir música não nos damos conta de que ouvir música é aprender a ouvir e de que pensar um pensamento é aprender a pensar" (2).


Referência:
(1) RAMALHO, Celso Garcia de Araújo. A escuta do tempo, 2004. Dissertação (Mestrado em Poética) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
(2) Idem.

3

"A música, como uma linguagem do mistério, isto é, do con-centrar-se, foi abordada de modo a que não se incidisse nos chavões técnicos tão a gosto dos entendidos. A crítica inicial à técnica foi o modo encontrado para que definitivamente se afastasse deste trabalho a tentação de cairmos na comodidade, tão característica dos músicos, de produzir os habituais simulacros do pensar, excluindo os não-iniciados nas artimanhas das descodificações de notações ou análises especificamente 'musicais'. Pretendemos falar de música desde um outro encaminhamento, em que a musicalidade se estabeleça menos pelo desencadear de uma verbosidade de costume, verbosidade esta constituidora de um simulacro de que a música efetivamente esteja sendo tematizada, do que por uma modalidade de entendimento que faça com que a memória tenha um papel decisivo, seja perspectivamente, seja prospectivamente, enquanto estabelecimento do sentido entre o que se tematiza, o modo como se tematiza e a própria música constituída enquanto pôr-em-ação do que, nela música, foi, é e será memorável" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 33-4.

4

"O sentido musical é estabelecido pela memória. É esta que, instituindo o memorável como acontecimento, permite disposição para o estabelecimento do sentido. A memória, por sua disposição à unidade, interliga os elementos musicais fazendo com que o sentido, isto é, o vigor da vigência do que a música é, seja estabelecido. Poderíamos mesmo dizer, inicialmente, ser a música uma arte da memória, quer dizer: uma arte em que a memória tenha sua vigência como sendo o maior grau de sua (da memória) própria realização" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 125.

5

"Música e respiração são a mesma coisa".
"Para mim, fôlego significa vida. Mas, muitas vezes, não nos damos conta de que respiramos o tempo todo. E eu consigo ouvir música o tempo todo, por onde quer que eu ande, porque estamos cercados por ela. Assim, música e respiração são a mesma coisa, estão muito próximas do significado de vida" (1).


Referência:
(1) PARK, Jiha. Entrevista a Marvio do Anjos. In: O Globo, p. 2, 20-11-2015

6

"Música diz fundamentalmente o estabelecimento de sentidos a partir da apresentação de si mesma. A música é, assim, em sua substantividade mesma e própria. Dela, a rigor, só se pode dizer que é. A música não admite qualquer formulação predicativa. Ela é a apresentação de si mesma e nesta apresentação se dá o sentido. Dessa forma, por não apresentar-se numa dimensão adjetiva, na verdade, a música se dá numa instância não-representativa. Ela é" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 151.

7

"A música é a mágica que toca profundamente as vibrações do vir a ser de nossos descontentamentos e, mais do que qualquer outra coisa, mergulha nossos projetos de ser nas ondas do não ser e do vir a ser. Nas profundezas das vibrações se torna presente a copertinência de todas as diferenças. [...] Para a Filosofia, a música não é uma arte entre outras artes. Não há uma musa da música. A música é que é a musa de todas as musas. Por isso as artes são todas musicais e são arte na medida de sua musicalidade. Pois na música se dá o mais alto grau de realização de qualquer real. Questionando em tudo a realidade de todos os empenhos e desempenhos, a Filosofia se torna assim a música das realizações" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Filosofia como escultura, pintura e música". In: Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1991 apud JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 152.


Ver também:
*Não-ser

8

"Música é des-esquecimento, é des-velamento constante. Na sua incapacidade de representar o que quer que seja se con-junta e se con-vence na sua abertura para a experiência da verdade. Essa incapacidade é, a um tempo, sua maior debilidade e sua maior força. É precisamente por essa incapacidade e nessa incapacidade que a música penetra pelos vãos de toda e qualquer forma artística, quer dizer: é por essa impossibilidade de se identificar com o que quer que pretenda ou se pretenda nela representar que, sorrateiramente, ela pode penetrar, invisível, como as musas, 'oculta por muita névoa', nos limites de qualquer outra arte. [...] Música é, assim, a possibilidade de instauração do poético. Música é a essência mesma da criação de uma espácio-temporalidade poética. Espácio-temporalidade esta que converta em óbvio o que possa parecer absurdo, e vice-versa" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 153.

9

"A música traz consigo sempre a virtualidade da unidade. É a unidade de uma determinada ordenação ou des-ordenação, de elementos sonoros e não-sonoros que música realiza ao se realizar. É precisamente a esta unidade, à substantivação desta unidade, que chamamos música" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 155.

10

O silêncio proposital dá a maior possibilidade de música.
Se viemos do nada é claro que vamos para o tudo (1).


Referência:
(1) ROSA, João Guimarães. Tutameia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 12.

11

"A música não é o outro do real, ela é o real com todos as suas possibilidades de fazer viger sentidos e mistérios. Às tentativas positivas de erradicação dos mistérios, a música contrapõe a dinâmica de seu modo de ser substantivamente. Às tentativas de decifração de seus mistérios, a música contrapõe a sua própria possibilidade de se dis-por substantivamente ao sentido" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 172.

12

"Falar de música não é realizá-la. Falar de música é uma possibilidade de abstratamente fazê-la aparecer. Mas na fala a música enquanto música se ausenta. A música tem um comprometimento essencial com o concreto. Nela, os planos ôntico e ontológico se fundem. A música é uma linguagem substantiva e, assim, desprovida, enquanto linguagem, da possibilidade de representar, de medir, de identificar, outra coisa que não seja ela própria ou por ela própria. Desse modo, ela é ontologicamente retrátil à analogia, à análise e à ideia" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 175.

13

"A fonte primordial de que emana o mundo é sempre uma fonte acústica". "É um monólogo, cujo corpo sonoro constitui a primeira manifestação perceptível do Invisível " (1).


Referência:
(1) SCHNEIDER, Marius. "O papel da música na mitologia e nos ritos das civilizações não europeias. In: A Música; das origens à atualidade. Trad. José Blanc de Portugal. Portugal / Brasil, Arcádia, Enciclopédia Plêiade, 1965, vol. I, p. 146.

14

"Música é a dicção originária do mais originário dos seres e é justamente a partir dessa originariedade que deve ser pensada, tocada e com-posta. Música é uma modalidade do pensar-poético. Fora daí ficam os simulacros, os modismos, as representações" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 185.


Ver também:
*Poética

15

A palavra culinária vem do verbo coquo, que significa amadurecer. O alimento mais do que provocar um simples crescimento impulsiona-o num sentido e mundo. E o sentido e mundo se dão no crescer e no alimentar que amadurece. A arte culinária está sempre ligada a uma experienciação da realidade e é sempre diferente em todos os povos, constituindo-se num traço inaugural identitário. E isso é a arte. "Amadurecer é poder lidar com seus sonhos e esperanças, não com a ansiedade" (Ingmar Bergman. Filme: Sonata de outono). Como se dá a referência amadurecer e obra de arte? Isso, de alguma maneira, é tratado também no filme. O que a obra de arte faz para amadurecer alguém? Isso se manifesta na interpretação. Mas como diz a "mãe" (no filme) a propósito da música (e da obra de arte): cada um tem a sua interpretação. Só que isso é problemático, porque se cada um tem a sua interpretação, essa não é um se abrir para a fala da obra, mas buscar, às vezes, na obra o projetar do que, em seu fechamento em si, as pessoas são e projetam. Interpretar, no fundo, é dialogar. E o que faltou à mãe foi justamente o dialogar. Por isso, o que ela diz ao interpretar Chopin (um prelúdio) é o que ela é em seu ser impróprio e na incompreensão do próprio. Daí a contradição dela como concertista e como mãe, como ser humano. Já a escuta do próprio, e aí a música se faz presente, vem da filha, porque ela busca a sua personalidade, logo, aquilo que é (essência) no como é (aparência). Mas esta procura o amadurecimento, em que a música também se faz presente. A mãe tocava "tecnicamente", ela vivia em função da música como profissão e não fazia da música, vida, um interpretar-se, onde este "se" indica a escuta do que nos é próprio. Este foi meu diálogo enquanto escuta do e com o filme. Cabe a cada um ouvir, ver e dialogar com essa obra de arte.


- Manuel Antônio de Castro.

16

"A música não é originariamente mediação. A partir de sua possibilidade de fazer manifestar o poético desde uma in-stância, isto é, desde um estar interno, e da possibilidade de fazer eclodir a própria possibilidade da memória se efetuar memória, a música se configura, ela mesma, como uma dimensão, como a possibilidade do desconhecido enquanto medida" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 208.

17

"A música in-corpora, como densidade, como compactação, inscrevendo. A música originariamente é in-scrição e faz vigorar memória precisamente nessa sua possibilidade de inscrever desde seus princípios. Analogamente, às pinturas e desenhos arcaicos que inscreviam memória nas cavernas ou em objetos, a música se inscreve na dinâmica dos próprios corpos. Por não poder inscrever-se nas paredes e nas coisas, a música, repetimos, se inscreve na própria dinâmica dos corpos" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 211-12.

18

"...apenas através da música pude demonstrar meus sentimentos" (1)


Referência:
(1) BERGMAN, Ingmar. Filme Sonata de outono.

19

"Nós perguntamos: De onde vem a música? Eu perguntei isso a tantos músicos, músicos famosos e menos conhecidos, de onde ela vem. O estranho é que eles não têm uma resposta de verdade" (1).


Referência:
(1) Ingmar Bergman. No filme A ilha de Bergman, de Marie Nyreröd.

20

"A palavra música se diz em grego he mousiké, e significa a arte das musas. A palavra é claramente aparentada com musa, não apenas com respeito à semântica, mas também sob o ponto de vista fonético. A palavra musa aparece quase por inteiro na palavra música, e é incontestável que possuem o mesmo radical. [...] Entendemos as musas como a manifestação, possibilidade e substantivação da unidade. Assim, a música poderia ter alguns sentidos pouco comuns como: proclamar solenemente a unidade, ou ainda, ser útil à unidade, ou ainda ser capaz de realizar a unidade" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 144.

21

"Dentre os modos como a realidade ainda insiste em se configurar como mistério e movimento, se encontra a música. Esta é a mais concentrada das linguagens, na medida em que o seu percurso é no sentido de, a partir de sua possibilidade, concentrar-se. Concentrando-se em seu próprio âmago e desse modo estabelecendo sentido, a música é linguagem, por assim dizer, indecifrável, que faz sentido justamente a partir de sua indecifrabilidade. A música é o mistério insondável de um modo de substantivamente apresentar-se e, dessa maneira, configura sentido e restabelece sempre a possibilidade do mistério não se deixar decifrar" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 171-2.

22

"Assim como a clareira é doação da floresta e a música, que é nossa vida, é doação e presentificação do silêncio. Nesse e sempre nesse horizonte, a vida é doação da morte. Por isso, somos mortais. A morte não é o fim, mas a plenitude da vida na qual agir e não-agir são um e o mesmo: ser-feliz" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “O mito de Midas da morte ou do ser feliz”. In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 210.

23

"É na música que fica exposta a insuficiência e puerilidade dos conceitos genéricos na sua vã tentativa de erradicar as singularidades que, de um modo ou de outro, cada fenômeno, ao se apresentar, traz consigo" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 183.


Ver também:
* Conceito

24

"As Sereias não são mulheres que sabem e cantam o saber. Elas são simplesmente o saber e o canto. No saber das Sereias se dá o saber como sabor: divino e encantador: “Bem mais instruído prossegue depois de se haver deleitado”. Na palavra cantada não se dá apenas a experiência estética, mas enquanto poética, ela é também ética, ou seja, ontológica. O canto é o próprio e mais profundo saber se manifestando enquanto o que é. As Sereias, propriamente, não cantam algo, são a própria palavra cantada, são a essência da música em seu sentido instaurador de realidade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 177.

25

"A essência da músicaunidade de todas as Musas – é o sentido do humano acontecendo enquanto sentido de saber, querer e ser" (1).


Referência bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 195.
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