Fala

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: A [[história]] do [[Ser]] é [[fala]] e [[escuta]]. A [[escuta]], no [[essencial]], é a [[abertura]] de toda ''ek-sistência'', é o ''Da'' ([[entre]]) - de todo ''Sein'' ([[ser]]): ''Da-sein'' ou [[Entre-ser]], onde quem fala, pensa, age, sente é o [[silêncio]] enquanto [[velamento]] e [[Noite]], que se retrai para que o [[dia]] apareça como [[dia]] da [[Noite]]. Na [[história]] do [[Ser]], esse retraimento nos FALA nas [[Ideias]] de [[Platão]], no ''Ens Creatum'' da Idade Média, no ''[[Cogito]]'' de Descartes ou ideias claras e distintas da [[Modernidade]].
: Por isso A. R. Buzzi diz: "O processamento do [[Ser]] em sua [[história]] [[é]] [[sempre]] uma [[fábula]]. A [[fábula]] [[moderna]], isto é, a via em que o [[homem]] hoje se colocou para processar a [[verdade]] de seu [[ser]] é o ''Discours de la méthode'' ([[Discurso]] do [[método]]), onde as [[figuras]] exponenciais não são táteis como na [[fábula]] [[mito|mítica]], nem [[deuses]], [[anjos]] e [[demônios]] como na [[fábula]] [[teológica]]; são as [[ideias]] claras e distintas. As [[ideias]] claras e distintas são as [[figuras]] exponenciais da fábula do ''cogito''" (1).  
: Por isso A. R. Buzzi diz: "O processamento do [[Ser]] em sua [[história]] [[é]] [[sempre]] uma [[fábula]]. A [[fábula]] [[moderna]], isto é, a via em que o [[homem]] hoje se colocou para processar a [[verdade]] de seu [[ser]] é o ''Discours de la méthode'' ([[Discurso]] do [[método]]), onde as [[figuras]] exponenciais não são táteis como na [[fábula]] [[mito|mítica]], nem [[deuses]], [[anjos]] e [[demônios]] como na [[fábula]] [[teológica]]; são as [[ideias]] claras e distintas. As [[ideias]] claras e distintas são as [[figuras]] exponenciais da fábula do ''cogito''" (1).  

Edição atual tal como 19h22min de 17 de Abril de 2024

1

Para experienciar a escuta é necessário dar ouvidos à fala. Há duas falas: a do poeta e a da musa. Há então a escuta da fala e a fala da escuta. No diálogo se dá uma dupla fala e uma dupla escuta, mas que supõe uma outra fala e uma outra escuta.
No dizer de Emmanuel Carneiro Leão: "Assim a Linguagem é o éthos, a estância onde o extraordinário visita o homem... A partir desta estância, os filósofos dizem sempre a mesma coisa sobre a mesma coisa" (1).
Para chegar "à mesma coisa", Emmanuel propõe três leituras e é na terceira que se pode chegar à "mesma coisa" que ele identifica com o que Parmênides nos propõe em seu pensamento: o "[...] coração intrépido da verdade de circularidade perfeita!" (2).
Esta fala é o silêncio da Linguagem. Por isso acrescenta: "É que a compreensão só se instala no instante em que começa a brilhar em nós o que o texto não diz mas quer dizer em tudo quanto diz" (3).
Essa fala, esse núcleo é a medida. Há a fala, o silêncio e a escuta: estes são articulados em todos os empenhos (agir) de perguntar e desempenhos de responder.
Há a fala intramundana: a linguagem instrumental e reprodutiva/cotidiana. E há a fala como manifestação: a linguagem poética. Aqui o que fala é o que se manifesta no vigor do que se oculta, o silêncio da linguagem como a fala poética. A escuta é a eclosão da compreensão do sentido e da verdade do ser, do sentido e da verdade do outro, do TU/EU, tanto em relação ao hétero-diálogo quanto ao auto-diálogo, onde cada eu é também um tu, porque é e não-é. Tanto no hétero-diálogo como no auto-diálogo a possibilidade da compreensão acontece porque ambos se dão na identidade e unidade do logos, fundamento de todos os diálogos. O logos fala, não o homem. O homem só fala quando escutando, corresponde à fala do logos (4).


Referências:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O pensamento de Heidegger no silêncio de hoje". In: Revista Vozes, nº 4. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 6.
(2) Idem, p. 7.
(3) Idem.
(4) Cf. HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". In: A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2008.


Ver também:
* Dicção

2

A história do Ser é fala e escuta. A escuta, no essencial, é a abertura de toda ek-sistência, é o Da (entre) - de todo Sein (ser): Da-sein ou Entre-ser, onde quem fala, pensa, age, sente é o silêncio enquanto velamento e Noite, que se retrai para que o dia apareça como dia da Noite. Na história do Ser, esse retraimento nos FALA nas Ideias de Platão, no Ens Creatum da Idade Média, no Cogito de Descartes ou ideias claras e distintas da Modernidade.
Por isso A. R. Buzzi diz: "O processamento do Ser em sua história é sempre uma fábula. A fábula moderna, isto é, a via em que o homem hoje se colocou para processar a verdade de seu ser é o Discours de la méthode (Discurso do método), onde as figuras exponenciais não são táteis como na fábula mítica, nem deuses, anjos e demônios como na fábula teológica; são as ideias claras e distintas. As ideias claras e distintas são as figuras exponenciais da fábula do cogito" (1).
Até onde as ideias claras e distintas nos lançam no abismo da Noite? Até onde a fábula do cogito (penso, raciocino) admite-se como fala do que se dá a escutar como fala, não do cogito, do penso, da razão, mas do silêncio?
No sintagma: fala E escuta, que lugar ocupa o "E"? Como conciliar os dois sintagmas: fala E escuta / fala E silêncio? Não é a escuta a mediação ou o E de fala E silêncio? A escuta pressupõe sempre a fala e o silêncio. A questão é: em que níveis eles se dão?


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) BUZZI, A. R. "A modernidade". In: Revista Vozes, nº 4. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 26.

3

A fala é filha sempre original da mãe/pai que é o silêncio. A voz mais poderosa do silêncio em todos os tempos e da realidade como tempo é enunciada, pronunciada e anunciada na poiesis, a fala de sentido de todas as artes. A poiesis é a voz do silêncio. Mas só ouve uma tal voz quem cultiva-cultua o silêncio. A fala do silêncio é o originário de todas as culturas e cultos, a identidade de todas as diferenças, a voz crítica de toda libertação.


- Manuel Antônio de Castro.

4

"Para os mortais, falar é evocar pelo nome, é chamar, a partir da simplicidade da diferença, coisa e mundo para vir. Na fala dos mortais, o dito do poema é puro chamado. Poesia nunca é propriamente apenas um modo (melos) mais elevado da linguagem cotidiana. Ao contrário. É a fala cotidiana que consiste num poema esquecido e desgastado, que quase não mais ressoa" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". In: ---. A caminho da Linguagem. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes. Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 24.

5

"É o eu que fala ou é a fala que fala o eu?
Já disse Heidegger: “Em sentido próprio, a linguagem é que fala. O homem fala apenas e somente à medida que cor-responde à linguagem, à medida que escuta e pertence ao apelo da linguagem” (2002: 167)" (2) " (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Rio de Janeiro: Revista Tempo Brasileiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 29.
(2) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente o homem habita...". In: ---. Ensaios e conferências. Trad. deste ensaio: Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 167.

6

"A fala, cada fala, pressupõe a rede e nela toda a rede se faz presente/ausente. Porém, essa presença e ausência se sustenta e vigora a partir do vazio ou silêncio. Este é o tempo originário, o tempo que continuamente se triparte e não triparte, se o pensamos como memória, se pensamos que essa tripartição vive de um entre-tempo, que é o presente, que nada mais é do que o presentificado em tensão (“entre”) com o presentificável (Os gregos denominaram esse tempo presente eterno: aion, onde o eterno é o entre, a memória)" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Rio de Janeiro: Revista Tempo Brasileiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 33.

7

"Para pensar a linguagem é preciso penetrar na fala da linguagem, a fim de conseguirmos morar na linguagem, isto é, na sua fala e não na nossa. Somente assim é possível alcançar o âmbito no qual pode ou não acontecer que, a partir desse âmbito, a linguagem nos confie o seu modo de ser, a sua essência" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". In: ---. A caminho da Linguagem. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes; Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 9.

8

"A linguagem fala. O que acontece com essa fala? Onde encontramos a fala da linguagem? Sobremaneira no que se diz. No dito, a fala se consuma, mas não acaba. No dito, a fala se resguarda. No dito, a fala recolhe e reúne tanto os modos em que ela perdura como o que pela fala perdura - seu perdurar, seu vigorar, sua essência. Contudo, na maior parte das vezes e com frequência, o dito nos vem ao encontro como uma fala que passou" (1).
Não podemos esquecer que o vigorar da linguagem é o sentido e a verdade que orientam nossas ações, nosso, enfim, agir. Daí o seu perdurar. E é nesse perdurar que o tempo é e acontece em seu desdobrar-se em épocas. A cada desdobramento, a cada manifestação do vigorar do sentido e da verdade corresponde mundo, de modo que o perdurar evidencia o vigorar do sentido, da verdade e do mundo que se manifesta e é horizonte de nosso viver, de nosso realizar-se. Mundo e sentido e verdade são para nós a realidade: vigorar da linguagem.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". In: ---. A caminho da Linguagem. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes; Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 11.

9

Escrever poesia é um diálogo contínuo onde mais do que falar é escutar a voz do silêncio. Ler poesia é um diálogo contínuo onde mais do que querer achar mensagens e comunicar, é se deixar tomar pelo vigorar do silêncio. As falas das Musas pressupõem a escuta do vigorar do silêncio. Nela é que se dá o sentido da realidade.


- Manuel Antônio de Castro

10

"Toda posição é posição em mudança. Esta não se resolve numa sucessividade justaposta. A justaposição de dez mil tijolos ainda não é uma casa. Esta implica mais do que as suas posições. Exige em primeiro lugar o vazio, onde eles poderão ocupar uma posição. Sem vazio não há posição. Sem silêncio não há fala nem canto. Portanto, a posição exige sempre algo prévio que possibilite fazer de dez mil tijolos não uma reunião confusa, mas uma casa: o prévio é o sentido e o mundo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In:---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 130.

11

"Se linguagem, sentido e mundo já vigoram em toda manifestação de qualquer ser, de qualquer coisa, de qualquer ser humano, esse vigorar diz justamente o que na gramática se chamou de verbo. A palavra grega é rhema. Ela indica todo aquele que fala. Temos de considerar aí a fala de quem fala e as possibilidades de quem fala. E agora podemos notar como em toda fala já vigora também a escuta, sem a qual toda fala é inútil e até impossível. Isso quer dizer que a escuta já é uma posição possível anterior a toda e qualquer fala, melhor: sem uma não há a outra. Portanto, fala e escuta já vigoram na linguagem, sentido e mundo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In:---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 131.

12

"Na palavra, na fala o sendo mesmo se apresenta em sua abertura. Nem somente o sendo, e junto com ele a palavra, nem a palavra como um sinal sem ele. Nenhum dos dois está separado, nem a nenhum dos dois o outro é dado isoladamente, mas sendo na palavra" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ser e verdade. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, p. 126.

13

"Entre o limite da fala e o ilimitado da voz do silêncio se dá a Escuta. Nela nos advém o ilimitado de nossos limites, da nossa finitude, nela e por ela sabemos o não-saber, somos o não-ser, daí o perigo iminente da morte, daí a necessidade de assumirmos a nossa finitude, mas com os ouvidos bem abertos para o canto divino e encantador das Sereias, para o vigorar poético da palavra cantada" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: ---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 180.

14

"Em meio à vida cotidiana, somos assediados e seduzidos pelas muitas falas do sistema. E nos entregamos prazerosos a tantas ocupações que ficamos sem tempo para a Escuta. O mito nos fala de três escutas. A escuta de Ulisses diante da fala de Circe, o anúncio a partir do ciclo da vida e da morte, mais uma etapa no cumprimento do destino. Nós, Ulisses, possuído por Hermes, pela Linguagem enquanto poder poético, em meio ao de-correr e per-correr da sua vida, em meio à vida cotidiana, pode se abrir para uma outra escuta. Mas para tal é preciso querer, nem que este querer implique o não-querer. Depois Ulisses fala e seus companheiros escutam. É a segunda escuta. É uma fala onde se nega para eles a possibilidade de outra Escuta. Não há querer, porque não há abertura para o que se pode querer. A eles, filhos do cotidiano, esquecidos da sua origem, só restam a não-música, os ouvidos fechados para o que não pode ser ouvido. A terceira escuta também é de Ulisses, mas ambígua e perigosa, como vimos. Em meio ao cotidiano da nossa vida, nem sempre estamos dispostos para a terceira e ambígua Escuta, para a terceira margem do rio, para a voz do silêncio" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: ---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 181.

15

"Podemos notar que, no infinitivo, tempo e linguagem coincidem e são manifestações da poiesis da physis/ser. É necessário começar a pensar a gramática do ponto de vista da linguagem/tempo e não o tempo/linguagem do ponto de vista da gramática. Por outro lado, a tensão entre infinitivo e finitos, o presentificado, o presentificante, o presentificável, é que é o horizonte de nossa identidade. E esta se dá como diá-logo, na medida em que este implica tanto o plano do ente como o plano do ser. Porém, de novo, não é porque falamos que construímos o diálogo, mas porque já somos diálogo é que podemos falar. Uma fala que não pressupõe ouvinte, nem que seja como ausente, é impossível" (1). É claro que não podemos esquecer o auto-diálogo, onde o ouvinte somos nós mesmos.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Linguagem: nosso maior bem. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2. sem. / 2004, p. 23.

16

"Ser sábio é o ser humano responder e corresponder ao apelo do que ele é e sempre será como ser-in-augural. Um tal apelo se dá pela escuta da fala do silêncio e da experienciação do vigor da não-verdade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 18.

17

"Os meios de comunicação e de acumulação das informações/conhecimentos produzem a fala como praga. É o falatório. São centenas e centenas de canais de rádio e televisão. Muitos funcionam ininterruptamente vinte e quatro horas por dia. Nosso ouvido e visão estão permanentemente ocupados, assediados pela escuta de falatórios. E os falatórios sobre as mais diversas informações e conhecimentos, abrangendo qualquer assunto que se possa imaginar. Faz parte deste falatório babélico, em que se transformou nossa vida de hoje, a oferta de músicas em quantidade e variedade inimagináveis. A poluição sonora das máquinas também assume a forma caótica e agressiva de um falatório. Diante da presença maciça do falatório geral, as pessoas se sentem compulsoriamente impelidas a falar, numa variação caricata, mas fiel, da proposição cartesiana: Falo, logo existo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 18.

18

"A fala, a expressão mais radical do ser humano, se vê em nosso século transformada numa praga. O perigo, evidentemente, está em querer proibir a fala, experienciação de subjetividade, consciência e liberdade. O perigo, a praga, é a fala do falatório. No fundo, o que a fala do falatório silencia e oprime? A fala do silêncio, da escuta do silêncio" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 19.

19

"O silêncio não é a falta de fala nem o excesso. O silêncio é a plenitude da fala. E como plenitude não é. Deste não-é lhe advém a excessividade, que é fala. O silêncio não é, fala, dá-se fala. Fala silenciando" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 19.
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