Verdade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 14h15min de 20 de Maio de 2020 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- A tese central de Heidegger em A origem da obra de arte (1) é a de que arte é verdade e a obra é a verdade operando. Mas então o que Heidegger entende por verdade é a realidade eclodindo, desvelando-se na disputa com o velar-se. Por isso, à verdade corresponderá a não-verdade. Então verdade enquanto desvelamento é a realidade se dando como presença. E presença é sempre corpo denso e inteiro, tendendo à plenitude, à esfericidade. E isso é o ser humano: corpo-presença entre-sendo.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. A Origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70 / Almedina-Brasil, 2010.
- Ver também:
- * Alétheia
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- O verdadeiro diz sempre respeito ao sendo em seus atributos. A verdade diz originariamente respeito ao Ser do sendo, pela e na qual o sendo chega a Ser o que é: sendo do Ser.
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- Todas as verdades enunciadas e anunciadas foram e são errâncias originárias.
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- "A verdade é, portanto, uma dimensão, isto é, a possibilidade do real como dinâmica se estabelecer e, em se fazendo presença, desencadear as possibilidades de medida, não como conversão a uma convenção pré-estabelecida, mas a instauração da possibilidade do real fazer-se medida de si mesmo" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 78.
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- "A exigência do verossímil é que, no seu domínio, a correspondência esteja correta, certa. Para o que é verossímil basta a certeza. No domínio da verdade, a certeza não é suficiente. O verdadeiro não é o correto, o certo. A verdade necessita do movimento e da memória para que se estabeleça como dimensão, unidade e desencadeador de realidade. Verdade é des-velar o que se vela. É desocultar o que necessariamente se oculta. A dinâmica da verdade não pretende depurar a realidade de seus processos de ocultação. A verdade vive do oculto, pois é este, e somente este que necessariamente tende a se mostrar, a se des-ocultar" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 86.
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- A verdade pode se referir ao real enquanto desvelamento e velamento e aí então ela se realiza enquanto sentido e essência da phýsis como agir/poíesis. Mas também pode referir-se à proposição e então será verdadeira ou falsa dentro do estreito ciclo de relação do código, onde verdadeiro e falso dizem respeito ao significado. Não há significação fora do código e da proposição. Esta verdade do e como significado vive das relações inerentes:
- a) À proposição;
- b) Ao período;
- c) Ao contexto.
- Nem sempre parte-se do significado da proposição em relação ao código. Um tal significado e uma tal verdade é necessariamente relacional aos predicativos e à representação do que se diz na enunciação e no enunciado. Olhando uma rede/texto, notamos que cada nó rizomático tem múltiplas linhas que se originam nele mas que constituem relações de manifestação predicativa do que é inerente ao nó. Essas relações nunca levam em consideração os vazios onde estão suspensas as linhas/relações. Mas é do vazio surgem os sentidos. As relações entre os nós formam os períodos e os textos e o todo como dis-curso. Um dis-curso resulta de uma linearidade que pressupõe o ideológico que dá origem a diferentes dis-cursos. Isso é motivado pelas diferentes disciplinas e pela redução da poíesis à práxis. Porém, a práxis pressupõe a poíesis e a reduz a um aprendizado. À práxis não é possível ser a poíesis, como não é possível o discurso cronológico ser o tempo-currere-linguagem.
- A Linguagem fala. Isto implica a poíesis, o verbo como sentido e verdade como alétheia. Aí a rede se dimensiona no horizonte do vazio. E as relações deixam de ser só epistêmicas para serem poético-ontológicas. A Linguagem fala dizendo: a poíesis/verbo/Hermes fala.
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- "Nosso conceito de verdade e o conceito grego da verdade tiram sua respectiva inteligibilidade intuitiva de áreas e conjunturas de relações intuitivamente diferentes. "A-letheia", descobrimento, provém do feito e do fato de encobrir, velar, respectivamente, desvelar, descobrir. Correção provém do feito e do fato de reger uma coisa por outra, através de medida e medir. Desvelar e medir são feitos e fatos inteiramente diferentes " (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Ser e verdade. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 111.
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- "A verdade está em alguma parte: mas inútil pensar. Não a descobrirei e no entanto vivo dela" (1).
- Referência:
- (1) LISPECTOR, Clarice. Água viva. Rio de Janeiro: Artenova, 1973, p. 36.
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- "Ler Alice, em consequência, nos ajuda a entender a potência do pensamento criativo e não normativo. Para a verdade, as coisas podem ser úteis tanto do lado direito quanto do avesso. A verdade não tem bom senso. A verdade é selvagem e paradoxal - e nem sempre suportamos isso. Pois Alice com suas aventuras sem pé nem cabeça, nos ajuda a suportar. Volta e meia, a menina se pergunta quando as coisas voltarão a acontecer "de forma natural". O que ela descobre, não sem alguma dor, é que não existe tal forma estável e sensata de existir" (1). O autor se refere à obra de Lewis Carroll Alice no país das maravilhas.
- - .Manuel Antônio de Castro
- (1) CASTELLO, José. "Por que ler 'Alice'?. In: O Globo, Caderno "Prosa e verso", 23-05-2015, p. 5.
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- A luz é a energia do silêncio e seu manto é a claridade. Sem luz não há claridade nem escuridão. A claridade da luz é o sentido e verdade do agir, o vigorar do silêncio da luz. Portanto, a luz é o princípio de tudo, pois dela provêm tanto a claridade quanto a escuridão. E o silêncio é essa energia de plenitude e origem de sentido e verdade em que se constitui originariamente a luz. Como origem de tudo, a luz pode-se mostrar como desvelamento e velamento, como claridade e escuridão.
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- "A verdade é o desvelamento do sendo enquanto sendo. A verdade é a verdade do ser. A beleza não aparece junto desta verdade. Quando a verdade se põe na obra, ela aparece. O aparecer é – como este ser da verdade na obra e como obra – a beleza. Assim, o belo pertence ao acontecer-se apropriante da verdade" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 207 .
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- "Na conclusão do livro de Heidegger A origem da obra de arte, o pensador-poeta diz: “Na frase “Pôr-em-obra-da verdade”, em que fica indeterminado, porém, determinável de que modo quem ou o que “põe”, vela-se a referência do Ser e da essência humana, e tal referência, nesta formulação, já é pensada inadequadamente...” (Heidegger: 2010, p. 221. Grifo meu) (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Dialética e diálogo: A verdade do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 192, Dialética em questão I. Rio de Janeiro, jan.- mar., 2013, p. 9.
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- "Um homem verdadeiramente sábio não é aquele que persegue cegamente uma verdade. É somente aquele que conhece constantemente todos os três caminhos: o do Ser, o do não-ser e o da aparência.
- Os três caminhos proporcionam uma indicação em si unitária:
- O caminho para o Ser é inevitável.
- O caminho para o Nada é inacessível.
- O caminho para a aparência é sempre acessível e frequentado, mas evitável" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 139.
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- O raciocinar se move sempre no que pode ser claro e passível de conhecimento enquanto conceito, daí tal conhecimento basear-se na verdade por adequação, ou seja, na “adaequatio rei et intellectus”, expressão latina da filosofia medieval que diz: a verdade é a adequação da coisa/real ao intelecto. Tal adequação é o resultado do exercício da razão enquanto no juízo profere algo de lógico, ou seja, o que é passível de comprovação e exatidão racional, isto é, lógico, verdadeiro.
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- Uni-verso é formada da palavra latina: uni: uno, ou seja, do ser enquanto unidade, sentido e verdade de tudo. E -verso, do verbo latino vertere, cujo particípio passado é versum, traduzido como versão. O verbo significa: verter, realizar, dar forma, versões ou mudanças, realizações. Por isso, é que de universo se formou o universal, aplicado à questão da verdade. Toda verdade tem de ter um valor universal, como unidade ou identidade das diferenças. Por isso os gregos pensaram a verdade como a-letheia: desvelamento, ou seja, a dobra de velar e desvelar. Para isso, a verdade deve ser regida pelo princípio do uno, do ser.
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- " -"Eu quero te conhecer melhor, diz Taliesin um dia a Cadoc. Diz-me que tipo de homem tu és". E o sábio Cadoc respondeu a Taliesin: -"Tu o deves saber melhor do que eu, pois tu escutas nas minhas costas dizerem de mim o que jamais chegou aos meus ouvidos. São aqueles que nos cercam que melhor podem julgar alguém, pois nem eu nem ninguém pode saber toda a verdade sobre aquilo que lhe diz respeito." "(1).
- Referência:
- (1) Os ditados do sábio Cadoc (VI século). Textos apresentados por Jean Markale. Paris: Albin Michel, Cadernos de Sabedoria, 2004, p. 13. Tradução do francês: Manuel Antônio de Castro.
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- "O destino do desencobrimento sempre rege o homem em todo o seu ser, mas nunca é a fatalidade de uma coação. Pois o homem só se torna livre num envio, fazendo-se ouvinte e não escravo do destino. A essência da liberdade não pertence originariamente à vontade e nem tampouco se reduz à causalidade do querer humano. A liberdade rege o aberto, no sentido do aclarado, isto é, des-encoberto. A liberdade tem seu parentesco mais próximo e mais íntimo com o dar-se do desencobrimento, ou seja, da verdade. Todo desencobrimento pertence a um abrigar e esconder. Ora, o que liberta é o mistério, um encoberto que sempre se encobre, mesmo quando se desencobre. Todo desencobrimento provém do que é livre, dirige-se ao que é livre e conduz ao que é livre. A liberdade do livre não está na licença do arbitrário nem na submissão a simples leis. A liberdade é o que aclarando encobre e cobre, em cuja clareira tremula o véu que vela o vigor de toda verdade e faz aparecer o véu como o véu que vela. A liberdade é o reino do destino que põe o desencobrimento em seu próprio caminho" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 27.
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- Falar dos transcendentais é falar de conversibilidade entre o ser e os quatro transcendentais. Diz Cláudio Hummes: "A conversibilidade. Tudo o que é, porque e enquanto lhe convém ser, é uno, verdadeiro, bom e belo. Disto segue uma conversibilidade: tudo o que é uno, verdadeiro, belo e bom é; tudo o que é, é bom, belo, verdadeiro e uno; os graus e os modos de ser são graus e modos de unidade, beleza, verdade e bondade. A negação de unidade, beleza, verdade e bondade é negação do ser. Não é esta negação que gera o mal? No entanto, esta conversibilidade não implica que a relação dos transcendentais para com o ser seja a mesma que a do ser para com os transcendentais. O ser fundamenta os transcendentais; os transcendentais manifestam e desdobram o ser. Assim o ser tem uma prioridade ontológica – não cronológica – sobre os transcendentais" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, Cláudio. Metafísica. Mímeo. Daltro Filho/Imigrantes/RS, 1963.
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- Para compreender e apreender o que é o olhar, o melhor caminho é pensar a diferença ontológica entre olhar e ver. Concretamente, um exemplo clássico pode nos fazer pensar essa diferença: quando Édipo, o famoso personagem do mito de Édipo, pensado por Sófocles em sua famosa obra Rei Édipo, tinha olhos não penetrara e nem vira os caminhos de seu destino. É que o olho é funcional, faz parte do nosso organismo que diz respeito ao olhar, não necessariamente ao ver, pois foi quando arrancou os olhos que passou a ver na luz da verdade os caminhos e descaminhos do seu destino. O olho diz respeito aos sentidos, a visão diz respeito ao sentido. Não basta olhar, é necessário ver. E é nesta distinção fundamental que os gregos pensaram a essência da aletheia, desvelamento ou verdade. Por isso, este diz respeito à manifestação do sentido do destino. E é nesse horizonte que se diferencia radicalmente a verdade da obra de arte e a verdade funcional da lógica, que fundamenta a ciência fundada na razão.
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- "A obra de arte é o acontecer poético-apropriante da verdade, é o pôr-se em obra da verdade. Um tal acontecer acontece sempre na disputa de Terra e Mundo. Na obra de arte nunca temos um suporte coisal que suporte o artístico, temos a verdade como disputa de Terra e Mundo" (1)
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad.Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. XIII.
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- "Uma percepção me veio, ó Govinda, que talvez se te afigure novamente como uma brincadeira ou uma bobagem. Reza ela: O oposto de cada verdade é igualmente verdade" (1). O oposto da verdade é a não-verdade e não o erro. Toda verdade já vigora originariamente na não-verdade.
- Referência:
- (1) HESSE, Hermann. Sidarta. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 117.
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- "A linguagem fala. O que acontece com essa fala? Onde encontramos a fala da linguagem? Sobremaneira no que se diz. No dito, a fala se consuma, mas não acaba. No dito, a fala se resguarda. No dito, a fala recolhe e reúne tanto os modos em que ela perdura como o que pela fala perdura - seu perdurar, seu vigorar, sua essência. Contudo, na maior parte das vezes e com frequência, o dito nos vem ao encontro como uma fala que passou" (1).
- Não podemos esquecer que o vigorar da linguagem é o sentido e a verdade que orientam nossas ações, nosso, enfim, agir. Daí o seu perdurar. E é nesse perdurar que o tempo é e acontece em seu desdobrar-se em épocas. A cada desdobramento, a cada manifestação do vigorar do sentido e da verdade corresponde mundo, de modo que o perdurar evidencia o vigorar do sentido, da verdade e do mundo que se manifesta e é horizonte de nosso viver, de nosso realizar-se. Mundo e sentido e verdade são para nós a realidade: vigorar da linguagem.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". In: ----. A caminho da Linguagem. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes; Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 11.
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- "Não importa se somos indígenas ou brancos, é tempo de a gente se juntar e unificar o pensamento. Vem aí a era da verdade, do amor, do equilíbrio, com a natureza ditando as regras. A solução não está fora, está dentro de nós" (1).
- Referência:
- (1) YAWANAWÁ, Putanny - Pajé. A cura do mundo é pela espiritualidade, e ela é coletiva. Entrevista a Maria Fortuna. In: O Globo. Segundo Caderno, Quarta-feira, 01-01-2020, p. 2.
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- "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (1). "Egw eími 'eh 'Odos kai 'eh Alehtheia kai 'eh Dzwéh", segundo o texto grego do Novo Testamento. Notemos que o termo para verdade em grego é Alehtheia e para Vida é Dzwéh. Não se trata, portanto, de uma referência aos viventes, bioi, em grego, mas nomeia a Vida como tal.
- Referência:
- (1) Evangelho de João, cap. 14, versículo 6, p. 1293. Bíblia Sagrada. Petrópolis/RJ: Vozes, 1989. Tradução do grego: Mateus Hoepers. Revisor Literário: Emmanuel Carneiro Leão.
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- "Não podemos julgar a verdade e não-verdade por um critério prévio de verdade, seja da fé ou dos paradigmas da representação racional. Se assim for, estaremos vigorando e agindo de acordo com fatos prévios e não estaremos deixando vigorar o agir, o agir-ser. Ele sempre se dá na dobra de não-verdade e verdade, e só no agir é que podemos distinguir e julgar (krinein, verbo grego, quer dizer criticar distinguindo, discernindo) o alcance da errância como verdade e não-verdade. Errância não é erro (este tem seu critério de julgamento numa representação)" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Liberdade, vontade e uso de drogas". In: ----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 276.
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- Verdade é liberdade. Verdade é o que tem poder de presença e constitui mundo (cf. o Ensaio: A liberdade de criação e as Musas).