Intelecto

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Tabela de conteúdo

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"A Escolástica medieval distinguiu no conhecimento humano entre ratio, razão e intellectus (intelecto). A ratio (razão) é o poder da discursividade do raciocínio que busca e investiga, que abstrai e argumenta, que define e conceitua. O intellectus (intelecto) é o simplex intuitus (simples intuição), a força de acolhimento que recebe o real em sua realidade. O conhecimento humano é a integração de ambos, tanto da ratio (razão) como do intellectus (intelecto)" (1).
Sem dúvida nenhuma hoje teríamos que diferenciar além de intelecto, razão e conhecimento, também conhecimento, intuição e emoção. O enigmático é que tudo isto era dito em grego pela palavra logos. Por isso Heráclito será o grande pensador do logos. E a referência do ser humano com o logos Platão a pensou como eidos. É que entre o ser humano e o ser (realidade) (Physis) há um mediador, denominado por Platão, o maior pensador grego e de todos os tempos: Demiurgo. Não foi sem motivo que São João, Apóstolo, chama Cristo de logos, no início do seu Evangelho. De uma maneira ou de outra, as grandes culturas sempre falam de um mediador.
Em vista disso, até onde a denominação atual de inteligência artificial é apropriada? A invenção de um sistema operacional não é ainda um criação racional? Há de fato nele inteligência? Para compreender este meu questionamento, remeto para o filme Ela, de Spike Jonze, 2013.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Ócio e negócio". In: Revista Tempo Brasileiro - Caminhos do pensamento hoje: novas linguagens no limiar do terceiro milênio, 136, jan.-mar., 1999, p. 75.

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"Máxima de Hélio Pellegrino ... a inteligência voltada para o mal é pior do que a burrice " (1).


Referência:
(1) Citada por Nelson Motta in: O Globo, sexta-feira, 19-4-2019, p. 3. O autor faz no artigo considerações sobre Dias Toffoli.

3

"O operar do questionar no ser humano origina o seu querer, de onde surge a vontade. Igualmente o operar do questionar o faz querer o saber de todo não-saber, de onde lhe advém o intelecto. Não há vontade sem intelecto e nem intelecto sem vontade. Porém, tanto a vontade como o intelecto são doações da phýsis, em seu manifestar-se como questão no ser humano. Este não apenas quer saber por compulsão, de alguma maneira ele sabe sempre o que quer e não-quer, porque quer saber o não-saber de todo querer e questionar" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Phýsis e humano: a arte”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 266.

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"Só uma inteligência infinita poderia abranger o infinito. Isto, no entanto, não significa que não possamos ter nenhum conhecimento do ser absoluto, ou seja, que devamos professar um agnosticismo radical. Dizer que podemos abranger o infinito é implicitamente afirmar o panteísmo. Negar, de todo, qualquer possibilidade de conhecer o infinito é cair no extremo oposto, o agnosticismo" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
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