Intuição
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Tabela de conteúdo |
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- "Na realidade o que há é a intuição. Esta se forma do prefixo latino in-, entre, íntimo, e do verbo tueor, que diz: olhar e guardar. Intuição diz, pois, a disposição de desvelo para com o entre " (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". In: Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, 164: 7/36, jan.-mar., 2006, p. 18.
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- "De in formou-se o entre que deu origem à palavra intuição. Esta reúne o in e o verbo tueor, que diz: olhar e guardar” (Castro, 2006: 18) (1).
- "Intuição diz, pois, o pathos, a disposição de desvelo para com a questão " (2).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre ". In: Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, 164: 7/36, jan.-mar., 2006, p. 18.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Grande Ser-Tao: diálogos amorosos". In: MELO E SOUZA, Ronaldes e Outros (org.). Veredas no Sertão rosiano. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007, p. 143.
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- "O homem não dispõe de intuição apenas ao nível da percepção sensível, mas também e sobretudo no nível de seu desempenho espiritual. Em toda criação humana vive e opera um elemento de pura receptividade intelectual, onde se escuta a essência do real, como nos diz o fragmento 112 de Heráclito de Éfeso: "Pensar: a maior articulação, e a sabedoria: acolher as manifestações do real e realizar as escutas pela essência" " (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Ócio e negócio". In: Revista Tempo Brasileiro - Caminhos do pensamento hoje: novas linguagens no limiar do terceiro milênio, 136, jan.-mar., 1999, p. 75.
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- Intuição é o conhecimento que se dá como o simples da dobra. Dedução é o desdobramento ou explicação do simples (sine-plex). Em Platão, a intuição vai ser o nous (noein, pensar) e a dedução vai ser a diá-noia.
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- "Intuição vem de in-, ou seja, é já radicalmente um “entre”. Por já desde sempre vigorar o ser humano neste “entre”, por provir e se constituir no “doar-se de uma intuição originária” (Leão, 2006: 10) (1), é que Heidegger passou a denominar o ser humano como Da-sein, ou seja, como Entre-ser" (2).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Russel e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro 165, abr.-jun., 2006, p. 10.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 24.
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- "O “entre” é uma captação prévia, ou seja, é a intuição originária, é o próprio logos, de que falamos no item anterior. Então logos é mundo enquanto sentido e verdade. E, portanto, o mundo é o “entre” do Dasein, ou seja, do Entre-ser e do ser-com ou Mit-sein. A facticidade é então a nossa condição humana de sermos Entre-ser e Ser-com. À facticidade Heidegger chamou de transcendência ou mundo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 31.
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- "Quando eu era criança, eu também gostava de caminhar de olhos fechados, tentando guiar-me não tanto pelos restantes sentidos, mas pela intuição - essa sutil "faculdade ou ato de percepção, discernir ou pressentir coisas, independentemente de raciocínio ou de análise", na definição dos dicionários. "Uma forma de conhecimento inconsciente", acrescentam os psicólogos" (1).
- Referência:
- (1) AGUALUSA, José Eduardo. Crônica: EXERCÍCIOS DE INTUIÇÃO, In: Segundo Caderno de O Globo, Sábado 27.7.2024, p. 6.