Social

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: [[Proximidade]] e [[distância]] não são [[entes]] abstratos. Elas só acontecem onde os [[homens]] convivem. É, pois, fundamentalmente uma [[situação]] do [[ser]] e [[estar]] um com o [[outro]], ou seja, [[social]]. [[Social]] vem do [[latim]] ''socius'', que significa sócio, ou seja, reunião de duas ou mais [[pessoas]]. Só por [[metáfora]] se diz que [[outros]] [[entes]] vivem em [[sociedade]]. Só o [[ser humano]] é [[social]]. O [[social]] não é uma opção, mas uma condição [[existencial]] [[essencial]] porque somos uns-com-os-outros. Somos essencialmente [[diálogo]]. Se a [[solidão]] pode ocorrer, isso significa que a [[proximidade]] e a [[distância]] são uma conquista. Elas não se dão por si. Isso significa também que a [[sociedade]], o grupo [[social]], não é a justaposição de [[pessoas]]. Há [[necessidade]] de [[convivência]] numa mútua [[experienciação]] de [[eu]] e [[tu]], [[sendo]] cada um o que [[é]]. Então aconteceu [[proximidade]] e [[distância]].
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: [[Proximidade]] e [[distância]] não são [[entes]] abstratos. Elas só acontecem onde os [[homens]] convivem. É, pois, fundamentalmente uma [[situação]] do [[ser]] e [[estar]] um com o [[outro]], ou seja, [[social]]. [[Social]] vem do latim ''socius'', que significa sócio, ou seja, reunião de duas ou mais [[pessoas]]. Só por [[metáfora]] se diz que [[outros]] [[entes]] vivem em [[sociedade]]. Só o [[ser humano]] é [[social]]. O [[social]] não é uma opção, mas uma condição [[existencial]] [[essencial]] porque somos uns-com-os-outros. Somos essencialmente [[diálogo]]. Se a [[solidão]] pode ocorrer, isso significa que a [[proximidade]] e a [[distância]] são uma conquista. Elas não se dão por si. Isso significa também que a [[sociedade]], o grupo [[social]], não é a justaposição de [[pessoas]]. Há [[necessidade]] de [[convivência]] numa mútua [[experienciação]] de [[eu]] e [[tu]], [[sendo]] cada um o que [[é]]. Então aconteceu [[proximidade]] e [[distância]].
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: O [[social]] é uma [[questão]] [[essencial]] de que nenhum [[sistema]], [[modelo]] ou [[ideologia]] dá conta. Nenhuma [[teoria]] [[sociológica]] dará jamais conta do [[enigma]] que é o [[social]], enquanto [[fenômeno]] constitutivo do [[ser humano]] e, portanto, da própria [[realidade]]. Esta [[questão]] nos envia para as [[questões]] do [[social]] [[poético]], [[inaugural]], [[fraternal]], [[livre]].
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: O [[social]] é uma [[questão]] [[essencial]] de que nenhum [[sistema]], [[modelo]] ou [[ideologia]] dá conta. Nenhuma [[teoria]] [[sociológica]] dará jamais conta do [[enigma]] que é o [[social]], enquanto [[fenômeno]] constitutivo do [[ser humano]] e, portanto, da própria [[realidade]]. Esta [[questão]] nos envia para as [[questões]] do [[social]] [[poético]], [[inaugural]], fraternal, [[familiar]], [[livre]]. Está muito ligado à [[família]].
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: "O ''soma'': [ [[corpo]] ], de que fala [[Platão]] passou a ser entendido – enquanto [[organismo]] – como um [[ente]] composto de [[matéria]] e [[forma]], como qualquer [[utensílio]] é constituído. Porém, quando [[Platão]] reflete sobre a [[obra]], jamais a pensou no [[horizonte]] de um [[utensílio]], com seus aspectos formais e materiais ([[causas]] [[material]] e [[formal]]) ou com seus aspectos de [[finalidade]] [[funcional]] e utilitária ([[causa final]]), tanto melhor quanto for a sua [[funcionalidade]], incluída aí a [[eficiência]] [[funcional]] [[estética]]. A concepção da [[linguagem]] e do [[próprio]] [[ser humano]] como [[social]] parte deste [[horizonte]] [[funcional]] e sistêmico. E é justamente o contrário: tanto a [[linguagem]] como o [[ser humano]] (e um coincide com o outro) são [[seres]] dialogais. A [[essência]] [[originária]] do [[homem]] e da [[linguagem]] é o ''[[logos]]'' (1).  
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: "O ''soma'': [ [[corpo]] ], de que fala [[Platão]] passou a ser entendido – enquanto [[organismo]] – como um [[ente]] composto de [[matéria]] e [[forma]], como qualquer [[utensílio]] é constituído. Porém, quando [[Platão]] reflete sobre a [[obra]], jamais a pensou no [[horizonte]] de um [[utensílio]], com seus aspectos formais e materiais ([[causas]] [[material]] e [[formal]]) ou com seus aspectos de [[finalidade]] [[funcional]] e utilitária (causa final), tanto melhor quanto for a sua [[funcionalidade]], incluída aí a eficiência [[funcional]] [[estética]]. A [[concepção]] da [[linguagem]] e do [[próprio]] [[ser humano]] como [[social]] parte deste [[horizonte]] [[funcional]] e sistêmico. E é justamente o contrário: tanto a [[linguagem]] como o [[ser humano]] (e um coincide com o outro) são [[seres]] [[dialogais]]. A [[essência]] [[originária]] do [[homem]] e da [[linguagem]] é o ''[[logos]]'' (1).  
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte, vocabulário e mundo". In: ------------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 250.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Obra]] de [[arte]], [[vocabulário]] e [[mundo]]". In: ------------. [[Leitura]]: [[questões]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 250.'''
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: "A [[questão]] que já pré-encaminha toda [[resposta]] ao que é [[ler]] é a [[questão]]: o que é o [[ser humano]]? A genética afasta qualquer pretensão sociológica como determinante do que ele é. E até histórica. Afastar não quer dizer excluir, mas reduzi-la à sua verdadeira [[dimensão]]: um fator entre muitos outros, sem ser o [[essencial]]. E até porque depende muito de que [[teoria]] [[social]] se trata. Há [[teorias]] e [[teorias]]" (1).
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: "A [[questão]] que já pré-encaminha toda [[resposta]] ao que é [[ler]] é a [[questão]]: o que é o [[ser humano]]? A [[genética]] afasta qualquer pretensão [[sociológica]] como determinante do que ele [[é]]. E até [[histórica]]. Afastar não quer dizer excluir, mas reduzi-la à sua [[verdadeira]] [[dimensão]]: um fator [[entre]] muitos [[outros]], sem [[ser]] o [[essencial]]. E até porque depende muito de que [[teoria]] [[social]] se trata. Há [[teorias]] e [[teorias]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ler e suas questões". In: ---------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 18.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "O [[ler]] e suas [[questões]]". In: ---------. [[Leitura]]: [[questões]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 18.'''
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: A [[pólis]] [[grega]] significa um [[modelo]] de estruturação [[social]].  O [[estruturar]] diz do juntar, agregar com ordem, do ordenar (de onde se pensa o [[construir]], o [[instruir]] etc.). A face visível da ordenação se dá como [[instituição]] (''in + stare''), ou seja, a emergência do "lugar de um grupo [[social]]"  como [[espaço]] e [[tempo]] tem a sua face visível nas [[instituições]].  Estas têm no [[poder]] a força de sua [[vigência]]. É um [[poder]] que não lhes é externo, mas que brota do [[vigor]] das [[instituições]], enquanto força de [[estruturação]] do "[[lugar]] de um grupo [[social]]". À gerência, à administração desse [[poder]] se dá o nome de [[política]].  A [[política]] é, pois, a [[arte]] da [[mediação]] dos [[homens]] entre si e do "[[lugar]] do grupo [[social]]". Este [[lugar]] os [[gregos]]] denominaram ''[[polis]]''. E à [[realização]] nela e com ela os romanos denominaram [[cidadania]].
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: A [[pólis]] [[grega]] significa um [[modelo]] de [[estruturação]] [[social]].  O [[estruturar]] diz do juntar, agregar com [[ordem]], do ordenar (de onde se pensa o [[construir]], o instruir etc.). A face [[visível]] da [[ordenação]] se dá como [[instituição]] (''in + stare''), ou seja, a emergência do "[[lugar]] de um grupo [[social]]"  como [[espaço]] e [[tempo]] tem a sua face [[visível]] nas [[instituições]].  Estas têm no [[poder]] a força de sua [[vigência]]. É um [[poder]] que não lhes é externo, mas que brota do [[vigor]] das [[instituições]], enquanto força de [[estruturação]] do "[[lugar]] de um grupo [[social]]". À gerência, à administração desse [[poder]] se dá o nome de [[política]].  A [[política]] é, pois, a [[arte]] da [[mediação]] dos [[homens]] [[entre]] si e do "[[lugar]] do grupo [[social]]". Este [[lugar]] os [[gregos]] denominaram ''[[polis]]''. E à [[realização]] nela e com ela os romanos denominaram [[cidadania]].
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: [[Proximidade]] e [[distância]] não são [[entes]] abstratos. Elas só acontecem onde os [[homens]] convivem. É, pois, fundamentalmente uma [[situação]] do [[ser]] e [[estar]] um com o [[outro]], ou seja, [[social]]. [[Social]] vem do [[latim]] ''socius'', que significa sócio, ou seja, reunião de duas ou mais pessoas. Só por [[metáfora]] se diz que outros entes vivem em sociedade. Só o [[ser humano]] é [[social]]. O [[social]] não é uma opção, mas uma condição [[existencial]] [[essencial]] porque somos uns-com-os-outros. Somos essencialmente [[diálogo]]. Se a [[solidão]] pode ocorrer, isso significa que a [[proximidade]] e a [[distância]] são uma conquista. Elas não se dão por si. Isso significa também que a [[sociedade]], o grupo [[social]], não é a justaposição de [[pessoas]]. Há [[necessidade]] de [[convivência]] numa mútua [[experienciação]] de [[eu]] e [[tu]], [[sendo]] cada um o que [[é]]. Então aconteceu [[proximidade]] e [[distância]]. O [[impessoal]] é a falta de [[convivência]], onde o [[tu]] inexiste naquilo que ele [[é]], não faz parte do [[lugar]] do [[eu]]. Dessa maneira o [[impessoal]] se torna a [[experienciação]] do [[social]] em sua [[essência]].
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: [[Proximidade]] e [[distância]] não são [[entes]] abstratos. Elas só acontecem onde os [[homens]] convivem. É, pois, fundamentalmente uma [[situação]] do [[ser]] e [[estar]] um com o [[outro]], ou seja, [[social]]. [[Social]] vem do latim ''socius'', que significa sócio, ou seja, reunião de duas ou mais pessoas. Só por [[metáfora]] se diz que outros entes vivem em sociedade. Só o [[ser humano]] é [[social]]. O [[social]] não é uma opção, mas uma condição [[existencial]] [[essencial]] porque somos uns-com-os-outros. Somos essencialmente [[diálogo]]. Se a [[solidão]] pode ocorrer, isso significa que a [[proximidade]] e a [[distância]] são uma conquista. Elas não se dão por si. Isso significa também que a [[sociedade]], o grupo [[social]], não é a justaposição de [[pessoas]]. Há [[necessidade]] de [[convivência]] numa mútua [[experienciação]] de [[eu]] e [[tu]], [[sendo]] cada um o que [[é]]. Então aconteceu [[proximidade]] e [[distância]]. O [[impessoal]] é a falta de [[convivência]], onde o [[tu]] inexiste naquilo que ele [[é]], não faz parte do [[lugar]] do [[eu]]. Dessa maneira o [[impessoal]] se torna a [[experienciação]] do [[social]] em sua [[essência]].
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o ''entre''". '''Revista Tempo Brasileiro''': Rio de Janeiro: '''Interdisciplinaridade: dimensões poéticas''', 164, jan.-mar., 2006, p. 27.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Interdisciplinaridade]] [[poética]]: o [[entre]]". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: [[Interdisciplinaridade]]: [[dimensões]] [[poéticas]], 164, jan.-mar., 2006, p. 27.'''
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o ''entre''". '''Revista Tempo Brasileiro''': Rio de Janeiro: '''Interdisciplinaridade: dimensões poéticas''', 164, jan.-mar., 2006, p. 29.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Interdisciplinaridade]] [[poética]]: o [[entre]]". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: [[Interdisciplinaridade]]: [[dimensões]] [[poéticas]], 164, jan.-mar., 2006, p. 29.'''
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o ''entre''". '''Revista Tempo Brasileiro''': Rio de Janeiro: '''Interdisciplinaridade: dimensões poéticas''', 164, jan.-mar., 2006, p. 32.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Interdisciplinaridade]] [[poética]]: o [[entre]]". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: [[Interdisciplinaridade]]: [[dimensões]] [[poéticas]], 164, jan.-mar., 2006, p. 32.'''
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: "Mas este [[humanismo]] [[ateu]] não atribui ao [[homem]] [[individual]] o que se atribuía a [[Deus]], mas à [[comunidade humana]]. É precisamente a [[religião]] [[ilusória]], diz Feuerbach, que substituindo o [[ser coletivo]] da [[humanidade]] por um [[Deus]] [[exterior]], reduz a [[humanidade]] a uma poeira de [[indivíduos]], pois nesta [[perspectiva]] “o [[homem]] concebe espontaneamente sua [[essência]], nele como [[indivíduo]], em [[Deus]] como [[espécie]]; nele como [[limitada]], em [[Deus]] como [[infinita]]”. Mas na medida em que superarmos esta [[alienação]], sairemos de nosso [[individualismo]] para [[participar]] da [[comunidade humana]], e então [[realizaremos]] a [[verdade]] [[profunda]] da [[religião]] que é uma [[lei]] de [[amor]], que arranca o [[indivíduo]] de si mesmo para obrigá-lo a encontrar-se em [[comunhão]] com seus [[semelhantes]]. No fim de contas “a [[distinção]] [[entre]] [[humano]] e [[divino]] (na [[alienação]] [[religiosa]]) não é outra [[coisa]] do que a [[distinção]] [[entre]] [[indivíduo]] e [[humanidade]]” (1).
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: "Mas este [[humanismo]] [[ateu]] não atribui ao [[homem]] [[individual]] o que se atribuía a [[Deus]], mas à [[comunidade humana]]. É precisamente a [[religião]] [[ilusória]], diz Feuerbach, que substituindo o [[ser coletivo]] da [[humanidade]] por um [[Deus]] [[exterior]], reduz a [[humanidade]] a uma poeira de [[indivíduos]], pois nesta [[perspectiva]] “o [[homem]] concebe espontaneamente sua [[essência]], nele como [[indivíduo]], em [[Deus]] como [[espécie]]; nele como [[limitada]], em [[Deus]] como [[infinita]]”. Mas na medida em que superarmos esta [[alienação]], sairemos de nosso [[individualismo]] para participar da [[comunidade humana]], e então [[realizaremos]] a [[verdade]] [[profunda]] da [[religião]] que é uma [[lei]] de [[amor]], que arranca o [[indivíduo]] de si mesmo para obrigá-lo a encontrar-se em comunhão com seus semelhantes. No fim de contas “a [[distinção]] [[entre]] [[humano]] e [[divino]] (na [[alienação]] [[religiosa]]) não é outra [[coisa]] do que a [[distinção]] [[entre]] [[indivíduo]] e [[humanidade]]” (1).
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: Felizmente, o [[social]] não se reduz a essa [[dicotomia]]. Por ela, o [[próprio]] de cada [[ser humano]] é ignorado, bem como a sua [[dimensão]] de inserção no [[sagrado]], que significa o máximo de [[valorização]] de cada [[ser humano]], de cada [[próprio]], e lhe abre as portas para exercer toda a sua [[criatividade]] e [[originalidade]], enfim, de [[pensar]].
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: Felizmente, o [[social]] não se reduz a essa [[dicotomia]]. Por ela, o [[próprio]] de cada [[ser humano]] é ignorado, bem como a sua [[dimensão]] de inserção no [[sagrado]], que significa o máximo de valorização de cada [[ser humano]], de cada [[próprio]], e lhe abre as portas para exercer toda a sua [[criatividade]] e [[originalidade]], enfim, de [[pensar]].
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: (1) HUMMES ofm, Dom Cláudio (Hoje Cardeal). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. '''História da Filosofia'''.
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: (1) [[HUMMES]] o.f.m, Frei Claudio.''' Depois foi sagrado Bispo e posteriormente nomeado Cardeal. Já faleceu. "Os hegelianos de esquerda". In: ----. [[História]] da [[Filosofia]]. Mimeo. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS. '''
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: Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS.
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: "... o que [[Feuerbach]] pretendeu devolver ao [[homem]] negando a [[Deus]], ele o tira de novo ao [[homem]] para dá-lo à [[coletividade]]. É a [[coletividade humana]] que se reveste dos [[atributos]] [[divinos]]. E nesta [[coletividade]] [[Feuerbach]] faz com que o [[indivíduo]] se perca [[realmente]]. [[Feuerbach]] sacrifica totalmente o [[indivíduo]] à [[coletividade]]. Parece-nos que aqui temos a [[verdadeira]] “[[alienação]]” do [[indivíduo]], enquanto toda [[alienação]] implica um [[elemento]] de [[verdade]], mas também de [[unilateralidade]]. A [[pessoa humana]] é [[essencialmente]] [[social]], sim, mas não apenas [[isto]]. Não podemos [[sacrificar]] totalmente o [[indivíduo]] à [[coletividade humana]]. E por isto o [[cristianismo]] é um “[[humanismo]]” bem mais [[integral]] do que o de [[Feuerbach]]" (1).
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: "... o que Feuerbach pretendeu devolver ao [[homem]] negando a [[Deus]], ele o tira de novo ao [[homem]] para dá-lo à [[coletividade]]. É a [[coletividade humana]] que se reveste dos [[atributos]] [[divinos]]. E nesta [[coletividade]] Feuerbach faz com que o [[indivíduo]] se perca [[realmente]]. Feuerbach sacrifica totalmente o [[indivíduo]] à [[coletividade]]. Parece-nos que aqui temos a [[verdadeira]] “[[alienação]]” do [[indivíduo]], enquanto toda [[alienação]] implica um [[elemento]] de [[verdade]], mas também de unilateralidade. A pessoa humana é [[essencialmente]] [[social]], sim, mas não apenas [[isto]]. Não podemos [[sacrificar]] totalmente o [[indivíduo]] à [[coletividade humana]]. E por isto o [[cristianismo]] é um “[[humanismo]]” bem mais [[integral]] do que o de Feuerbach" (1).
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: (1) HUMMES ofm, Dom Cláudio (Hoje Cardeal). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. ''História da Filosofia''.
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: (1) [[HUMMES]] o.f.m., Frei Cláudio.''' Depois houve a Ordenação Episcopal e posteriormente recebeu o cargo de Cardeal. Já faleceu). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. [[História]] da [[Filosofia]]. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS.)'''
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: Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964.
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: "No [[outro]] há uma [[referência]] pela qual se dá a [[apropriação]] do que nos é [[próprio]], pois somos [[essencialmente]] [[sociais]], uma vez que podemos [[dialogar]]. Porém, todo [[diálogo]] só é [[diálogo]] [[verdadeiro]] se conserva e afirma as [[diferenças]], para que haja uma [[verdadeira]] [[comunidade]] e não uma [[coleção]] de clones. A [[sociedade]] e seu [[modelo]] não se podem tornar o [[modelo]] de [[verdade]] para cada um, porque qualquer [[modelo]] só afirma um [[universal]] [[abstrato]] e não [[concreto]]" (1).
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: "No [[outro]] há uma [[referência]] pela qual se dá a [[apropriação]] do que nos é [[próprio]], pois somos [[essencialmente]] [[sociais]], uma vez que podemos [[dialogar]]. Porém, todo [[diálogo]] só é [[diálogo]] [[verdadeiro]] se conserva e afirma as [[diferenças]], para que haja uma [[verdadeira]] [[comunidade]] e não uma coleção de clones. A [[sociedade]] e seu [[modelo]] não se podem tornar o [[modelo]] de [[verdade]] para cada um, porque qualquer [[modelo]] só afirma um [[universal]] [[abstrato]] e não [[concreto]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: caminho de paragens e passagens". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 207.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Leitura]]: [[caminho]] de [[paragens]] e [[passagens]]". In: -----. [[Leitura]]: [[questões]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 207.'''
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: “De fato, [[originariamente]], toda [[leitura]] só é [[leitura]] na [[medida]] em que já está acontecendo um [[diá-logo]]. Por sermos [[essencialmente]] [[diálogo]] é que, [[necessariamente]], somos uns com os [[outros]], isto é, somos [[sociais]]. A [[linguagem]] [[funda]] o [[social]]. Por isso mesmo, o [[social]] não depende de nenhuma [[cultura]]. [[Seres humanos]] de [[diferentes]] [[culturas]] e [[épocas]] podem [[aprender]] [[outras]] [[línguas]] e conviver pacificamente, isto é, serem [[sociais]]. A [[linguagem]] [[funda]] o [[ser humano]] e, por isso mesmo, qualquer [[pré-conceito]] de cor, [[raça]], [[cultura]], etnia, [[religião]], [[valores]] [[morais]], [[gênero]] etc. é uma aberração e injustificável" (1).
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: “De fato, [[originariamente]], toda [[leitura]] só é [[leitura]] na [[medida]] em que já está acontecendo um [[diá-logo]]. Por sermos [[essencialmente]] [[diálogo]] é que, [[necessariamente]], somos uns com os [[outros]], isto é, somos [[sociais]]. A [[linguagem]] [[funda]] o [[social]]. Por isso mesmo, o [[social]] não depende de nenhuma [[cultura]]. [[Seres humanos]] de [[diferentes]] [[culturas]] e [[épocas]] podem [[aprender]] [[outras]] [[línguas]] e conviver pacificamente, isto é, serem [[sociais]]. A [[linguagem]] [[funda]] o [[ser humano]] e, por isso mesmo, qualquer pré-conceito de cor, [[raça]], [[cultura]], etnia, [[religião]], [[valores]] [[morais]], [[gênero]] etc. é uma aberração e injustificável" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e Crítica". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 123.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Leitura]] e [[Crítica]]". In: -----. [[Leitura]]: [[questões]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 123.'''
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: "Mas vejamos a maravilha: a [[mulher]]-[[corpo]]-[[mãe]] só chega a [[ser]]-[[mulher]]-[[mãe]] enquanto [[identidade]] no se [[diferenciar]] do [[filho]] que [[é]] ela e não [[é]] ela. [[Mundo]] e [[corpo]] é isso: [[reunião]] [[identitária]] de [[diferenças]]. Por isso, o [[auto-diálogo]] como [[eros]]-[[corpo]]-[[mulher]] exige o [[hétero-diálogo]]-[[corpo]], isto é, o [[outro]]. É o que podemos chamar o [[corpo]]-[[mundo]]-[[social]]" (1).
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: "Mas vejamos a maravilha: a [[mulher]]-[[corpo]]-[[mãe]] só chega a [[ser]]-[[mulher]]-[[mãe]] enquanto [[identidade]] no se [[diferenciar]] do [[filho]] que [[é]] ela e não [[é]] ela. [[Mundo]] e [[corpo]] é isso: reunião [[identitária]] de [[diferenças]]. Por isso, o [[auto-diálogo]] como [[eros]]-[[corpo]]-[[mulher]] exige o hétero-[[diálogo]]-[[corpo]], isto é, o [[outro]]. É o que podemos chamar o [[corpo]]-[[mundo]]-[[social]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Poético-ecologia]]". In: [[Arte]]: [[corpo]], [[mundo]] e [[terra]]. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 20.'''
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: "... na verdade, existem tantas [[humanidades]] quanto o número de [[homens]] e [[mulheres]] que existem; cada [[homem]] e cada [[mulher]] é um [[mundo]] em si mesmo, mas essa classificação ajuda a [[entender]] muitas [[coisas]] que seriam impossíveis de serem entendidas sem ela. Tente [[compreender]] a classificação tão claramente quanto [[possível]]" (1).
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: Referência:
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: (1) OSHO. '''TAO - Sua [[história]] e seus ensinamentos. Tradução Leonardo Freire. Editora Cultrix. São Paulo. "Os três [[tipos]] de [[pessoas]]", p. 38.'''
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== 17 ==
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: "... cada [[homem]] e cada [[mulher]] é um [[mundo]] em si mesmo, mas essa classificação ajuda a [[entender]] muitas [[coisas]] que seriam impossíveis de serem entendidas sem ela" (1).
: Referência:
: Referência:
-
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 20.
+
: (1) OSHO. '''TAO - Sua [[história]] e seus ensinamentos. Tradução Leonardo Freire. Editora Cultrix. São Paulo. "Os três [[tipos]] de [[pessoas]]", p. 38.'''

Edição atual tal como 19h28min de 12 de janeiro de 2025

Tabela de conteúdo

1

Proximidade e distância não são entes abstratos. Elas só acontecem onde os homens convivem. É, pois, fundamentalmente uma situação do ser e estar um com o outro, ou seja, social. Social vem do latim socius, que significa sócio, ou seja, reunião de duas ou mais pessoas. Só por metáfora se diz que outros entes vivem em sociedade. Só o ser humano é social. O social não é uma opção, mas uma condição existencial essencial porque somos uns-com-os-outros. Somos essencialmente diálogo. Se a solidão pode ocorrer, isso significa que a proximidade e a distância são uma conquista. Elas não se dão por si. Isso significa também que a sociedade, o grupo social, não é a justaposição de pessoas. Há necessidade de convivência numa mútua experienciação de eu e tu, sendo cada um o que é. Então aconteceu proximidade e distância.


- Manuel Antônio de Castro

2

O social é uma questão essencial de que nenhum sistema, modelo ou ideologia dá conta. Nenhuma teoria sociológica dará jamais conta do enigma que é o social, enquanto fenômeno constitutivo do ser humano e, portanto, da própria realidade. Esta questão nos envia para as questões do social poético, inaugural, fraternal, familiar, livre. Está muito ligado à família.


- Manuel Antônio de Castro

3

Todo social para ser universal concreto precisa da energia das diferenças para se tornar um real vivo e atuante, enquanto realização da realidade em sua manifestação permanente. Noutras palavras, o social é um fenômeno real da realização da realidade histórica em que o humano de todo ser humano é a energia que lhe dá corpo e o projeta em sua presença concreta para além das meras circunstâncias conjunturais. O social é o humano, o humano é o social. E a unidade de ambos perfaz o histórico em seu sentido. Que energia será essa que constitui o humano, o social e o histórico, e acontece como realização da realidade? Não temos a menor dúvida de que essa energia, que se torna a própria possibilidade do acontecer, isto é, do tempo em seu devir permanecendo, é a memória.


- Manuel Antônio de Castro

4

"O soma: [ corpo ], de que fala Platão passou a ser entendido – enquanto organismo – como um ente composto de matéria e forma, como qualquer utensílio é constituído. Porém, quando Platão reflete sobre a obra, jamais a pensou no horizonte de um utensílio, com seus aspectos formais e materiais (causas material e formal) ou com seus aspectos de finalidade funcional e utilitária (causa final), tanto melhor quanto for a sua funcionalidade, incluída aí a eficiência funcional estética. A concepção da linguagem e do próprio ser humano como social parte deste horizonte funcional e sistêmico. E é justamente o contrário: tanto a linguagem como o ser humano (e um coincide com o outro) são seres dialogais. A essência originária do homem e da linguagem é o logos (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte, vocabulário e mundo". In: ------------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 250.

5

"A questão que já pré-encaminha toda resposta ao que é ler é a questão: o que é o ser humano? A genética afasta qualquer pretensão sociológica como determinante do que ele é. E até histórica. Afastar não quer dizer excluir, mas reduzi-la à sua verdadeira dimensão: um fator entre muitos outros, sem ser o essencial. E até porque depende muito de que teoria social se trata. Há teorias e teorias" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ler e suas questões". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 18.

6

A pólis grega significa um modelo de estruturação social. O estruturar diz do juntar, agregar com ordem, do ordenar (de onde se pensa o construir, o instruir etc.). A face visível da ordenação se dá como instituição (in + stare), ou seja, a emergência do "lugar de um grupo social" como espaço e tempo tem a sua face visível nas instituições. Estas têm no poder a força de sua vigência. É um poder que não lhes é externo, mas que brota do vigor das instituições, enquanto força de estruturação do "lugar de um grupo social". À gerência, à administração desse poder se dá o nome de política. A política é, pois, a arte da mediação dos homens entre si e do "lugar do grupo social". Este lugar os gregos denominaram polis. E à realização nela e com ela os romanos denominaram cidadania.


- Manuel Antônio de Castro

7

Proximidade e distância não são entes abstratos. Elas só acontecem onde os homens convivem. É, pois, fundamentalmente uma situação do ser e estar um com o outro, ou seja, social. Social vem do latim socius, que significa sócio, ou seja, reunião de duas ou mais pessoas. Só por metáfora se diz que outros entes vivem em sociedade. Só o ser humano é social. O social não é uma opção, mas uma condição existencial essencial porque somos uns-com-os-outros. Somos essencialmente diálogo. Se a solidão pode ocorrer, isso significa que a proximidade e a distância são uma conquista. Elas não se dão por si. Isso significa também que a sociedade, o grupo social, não é a justaposição de pessoas. Há necessidade de convivência numa mútua experienciação de eu e tu, sendo cada um o que é. Então aconteceu proximidade e distância. O impessoal é a falta de convivência, onde o tu inexiste naquilo que ele é, não faz parte do lugar do eu. Dessa maneira o impessoal se torna a experienciação do social em sua essência.


- Manuel Antônio de Castro

8

"O diálogo é o núcleo central de toda rede social. Não dialogamos porque somos sociais, mas somos sociais porque dialogamos. É que o duplo “entre” não se pode reduzir simplesmente às disciplinas, aos conhecimentos e suas funções" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 27.

9

"O logos é o “entreessencial, é o elemento onde todo eu e tu se movem e vivificam. Como isto se dá? Logos vem do verbo legein. Este articula um duplo sentido essencial: reunir e dizer. De dizer nos vem o que denominamos linguagem e língua. É nesse sentido que o logos é tomado como um meio comunicativo no diálogo. E de fato é, porque tornar comum, comunicativo é reunir, é entrear. O logos é o entre de todo Entre-ser, de todo ser-humano enquanto ser-com, ser-social" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 29.

10

"Normalmente só se presta atenção à conexão como ligação “entre” dois nós. Porém, a ligação ainda não é o “entre”. Este se dá e se retrai, porque ele pressupõe os nós e a ligação ocorre a partir do “entre” dos nós. Só porque o (Dasein) já se move na ambiguidade do ”entre” (este é a própria fonte da ambiguidade) é que ocorre a “ligação” a partir do “entre” dos nós, tanto que se há um só não há ligação (bem como se há só linha também não há ligação). De novo: não dialogamos porque somos sociais, mas somos sociais porque, essencial e necessariamente somos diá-logo)" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 32.

11

"Mas este humanismo ateu não atribui ao homem individual o que se atribuía a Deus, mas à comunidade humana. É precisamente a religião ilusória, diz Feuerbach, que substituindo o ser coletivo da humanidade por um Deus exterior, reduz a humanidade a uma poeira de indivíduos, pois nesta perspectiva “o homem concebe espontaneamente sua essência, nele como indivíduo, em Deus como espécie; nele como limitada, em Deus como infinita”. Mas na medida em que superarmos esta alienação, sairemos de nosso individualismo para participar da comunidade humana, e então realizaremos a verdade profunda da religião que é uma lei de amor, que arranca o indivíduo de si mesmo para obrigá-lo a encontrar-se em comunhão com seus semelhantes. No fim de contas “a distinção entre humano e divino (na alienação religiosa) não é outra coisa do que a distinção entre indivíduo e humanidade” (1).
Felizmente, o social não se reduz a essa dicotomia. Por ela, o próprio de cada ser humano é ignorado, bem como a sua dimensão de inserção no sagrado, que significa o máximo de valorização de cada ser humano, de cada próprio, e lhe abre as portas para exercer toda a sua criatividade e originalidade, enfim, de pensar.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) HUMMES o.f.m, Frei Claudio. Depois foi sagrado Bispo e posteriormente nomeado Cardeal. Já faleceu. "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia. Mimeo. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS.

12

"... o que Feuerbach pretendeu devolver ao homem negando a Deus, ele o tira de novo ao homem para dá-lo à coletividade. É a coletividade humana que se reveste dos atributos divinos. E nesta coletividade Feuerbach faz com que o indivíduo se perca realmente. Feuerbach sacrifica totalmente o indivíduo à coletividade. Parece-nos que aqui temos a verdadeiraalienação” do indivíduo, enquanto toda alienação implica um elemento de verdade, mas também de unilateralidade. A pessoa humana é essencialmente social, sim, mas não apenas isto. Não podemos sacrificar totalmente o indivíduo à coletividade humana. E por isto o cristianismo é um “humanismo” bem mais integral do que o de Feuerbach" (1).


Referência:
(1) HUMMES o.f.m., Frei Cláudio. Depois houve a Ordenação Episcopal e posteriormente recebeu o cargo de Cardeal. Já faleceu). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS.)

13

"No outro há uma referência pela qual se dá a apropriação do que nos é próprio, pois somos essencialmente sociais, uma vez que podemos dialogar. Porém, todo diálogo só é diálogo verdadeiro se conserva e afirma as diferenças, para que haja uma verdadeira comunidade e não uma coleção de clones. A sociedade e seu modelo não se podem tornar o modelo de verdade para cada um, porque qualquer modelo só afirma um universal abstrato e não concreto" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: caminho de paragens e passagens". In: -----. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 207.

14

“De fato, originariamente, toda leitura só é leitura na medida em que já está acontecendo um diá-logo. Por sermos essencialmente diálogo é que, necessariamente, somos uns com os outros, isto é, somos sociais. A linguagem funda o social. Por isso mesmo, o social não depende de nenhuma cultura. Seres humanos de diferentes culturas e épocas podem aprender outras línguas e conviver pacificamente, isto é, serem sociais. A linguagem funda o ser humano e, por isso mesmo, qualquer pré-conceito de cor, raça, cultura, etnia, religião, valores morais, gênero etc. é uma aberração e injustificável" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e Crítica". In: -----. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 123.

15

"Mas vejamos a maravilha: a mulher-corpo-mãe só chega a ser-mulher-mãe enquanto identidade no se diferenciar do filho que é ela e não é ela. Mundo e corpo é isso: reunião identitária de diferenças. Por isso, o auto-diálogo como eros-corpo-mulher exige o hétero-diálogo-corpo, isto é, o outro. É o que podemos chamar o corpo-mundo-social" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 20.

16

"... na verdade, existem tantas humanidades quanto o número de homens e mulheres que existem; cada homem e cada mulher é um mundo em si mesmo, mas essa classificação ajuda a entender muitas coisas que seriam impossíveis de serem entendidas sem ela. Tente compreender a classificação tão claramente quanto possível" (1).


Referência:
(1) OSHO. TAO - Sua história e seus ensinamentos. Tradução Leonardo Freire. Editora Cultrix. São Paulo. "Os três tipos de pessoas", p. 38.

17

"... cada homem e cada mulher é um mundo em si mesmo, mas essa classificação ajuda a entender muitas coisas que seriam impossíveis de serem entendidas sem ela" (1).


Referência:
(1) OSHO. TAO - Sua história e seus ensinamentos. Tradução Leonardo Freire. Editora Cultrix. São Paulo. "Os três tipos de pessoas", p. 38.
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