Natureza
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : "Ao vigor vigente como tal os gregos denominavam ''[[phýsis]]'' e ao [[acontecer]] dessa [[vigência]]: ''a-létheia'' ou ''[[poíesis]]'', isto é, [[desvelamento]], na medida em que este é a essência da [[verdade]]. O des-velamento, essência da mudança, é a verdade enquanto o poético do real, da ''[[phýsis]]''. Este mudar [[originário]] é a [[essência]] da [[História]], ou seja, é o próprio [[acontecer]] [[poético]] do [[real]], da ''[[physis]]'' enquanto [[natureza]] E [[cultura]]" (1). | + | : "Ao [[vigor]] [[vigente]] como tal os [[gregos]] denominavam ''[[phýsis]]'' e ao [[acontecer]] dessa [[vigência]]: ''a-létheia'' ou ''[[poíesis]]'', isto é, [[desvelamento]], na medida em que este é a [[essência]] da [[verdade]]. [[O des-velamento]], [[essência]] da [[mudança]], é a [[verdade]] enquanto o [[poético]] do real, da ''[[phýsis]]''. Este [[mudar]] [[originário]] é a [[essência]] da [[História]], ou seja, é o [[próprio]] [[acontecer]] [[poético]] do [[real]], da ''[[physis]]'' enquanto [[natureza]] E [[cultura]]" (1). |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Permanência e atualidade da Poética". In: ''Revista Tempo Brasileiro''. Rio de Janeiro: n. 171, out.-dez. 2007, p. 12. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Permanência e atualidade da Poética". In: '''Revista Tempo Brasileiro'''. Rio de Janeiro: n. 171, out.-dez. 2007, p. 12. |
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- | : "Sempre constatei que a [[ciência]] ocidental era um pouco considerada como um imperialismo, como uma maneira muito particular de se verem as [[coisas]] ligada, justamente, a essas [[leis]] da [[natureza]]. Ora, na China, por exemplo, [[natureza]] significa o que se faz espontaneamente. A [[ideia]] das [[leis]] da [[natureza]] é, portanto, estranha às outras [[tradições]] culturais. E, tenho a impressão - e isto gostaria de desenvolver - que hoje em dia a [[ciência]] oferece perspectivas mais [[universais]]" (1). | + | : "[[Sempre]] constatei que a [[ciência]] [[ocidental]] era um pouco considerada como um [[imperialismo]], como uma maneira muito particular de se verem as [[coisas]] ligada, justamente, a essas [[leis]] da [[natureza]]. Ora, na China, por exemplo, [[natureza]] significa o que se faz espontaneamente. A [[ideia]] das [[leis]] da [[natureza]] é, portanto, estranha às outras [[tradições]] culturais. E, tenho a impressão - e isto gostaria de desenvolver - que hoje em dia a [[ciência]] oferece perspectivas mais [[universais]]" (1). |
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- | : (1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo?". In: Revista ''Tempo Brasileiro'' - ''Cultura, ciência e técnica'', 168, jan.-mar., 2007, p. 7. | + | : (1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo?". In: Revista '''Tempo Brasileiro''' - '''Cultura, ciência e técnica''', 168, jan.-mar., 2007, p. 7. |
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: (1) YAWANAWÁ, Putanny - Pajé. '''A cura do mundo é pela espiritualidade, e ela é coletiva'''. Entrevista a ''Maria Fortuna''. In: ''O Globo''. Segundo Caderno, Quarta-feira, 01-01-2020, p. 2. | : (1) YAWANAWÁ, Putanny - Pajé. '''A cura do mundo é pela espiritualidade, e ela é coletiva'''. Entrevista a ''Maria Fortuna''. In: ''O Globo''. Segundo Caderno, Quarta-feira, 01-01-2020, p. 2. | ||
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+ | : "A [[natureza]] indicava de um lado todo o conjunto deste [[mundo]] múltiplo, mas também indicava o [[modo]] de [[ser]] de cada [[ente]] deste [[mundo]]: a [[natureza]] dos astros, a [[natureza]] da [[matéria]], a [[natureza]] do cavalo, a [[natureza]] do [[homem]] e assim por diante. Mais uma vez se verifica que o [[homem]] era interpretado segundo o mesmo esquema [[metafísico]] de todos os demais [[entes]] mundanos: todos têm a sua [[natureza]] determinada, bem definida, dentro de cujos [[limites]] se movem" (1). | ||
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+ | : "Por [[realidade]] entende-se a ''[[physis]]'', que foi traduzida para o [[latim]] como ''[[natura]]'', ou seja, a [[natureza]]. Mas esta não era concebida como hoje, onde se dá uma [[oposição]] [[entre]] [[natureza]] e [[cultura]]. [[Natureza]] eram todos os [[entes]] e [[cultura]] era [[tudo]] que a [[natureza]] não fazia e precisava do [[ser humano]] para que fosse feito. Este [[fazer]] que a [[natureza]] não fazia e era realizado pelo [[ser humano]], levando a própria [[natureza]] a uma [[plenitude]] que em si mesma ela não realizava, isso se dava pelo [[princípio]] da ''[[techné]]''. ''[[Techné]]'' diz [[conhecimento]]" (1). | ||
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+ | : "[[Circe]] é a “‘[[deusa]] das [[deusas]]’, ‘a filha do [[sol]]’, cujo [[nome]] remete a ''kirkos'', e que os escólios identificam com o anel ou [[círculo]] da [[natureza]] poderosa que reúne [[vida]] e [[morte]], nascimento e destruição num [[eterno]] [[movimento]], ou com o [[movimento]] [[circular]] do [[universo]]” (Schuback: 1999, 166) (1). No verso 150, do mesmo [[canto]], assim [[Ulisses]] caracteriza [[Circe]]: | ||
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+ | : (1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante (Org.). "As cordas serenas de Ulisses". In: ''Ensaios de filosofia''. Petrópolis R/J: Vozes, 1999. | ||
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+ | : (2) HOMERO. ''Odisseia''. 3.e. Trad. Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Melhoramentos, 1960. | ||
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+ | : (3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 155. | ||
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+ | : "A [[natureza]] dá e tira a [[vida]], e esses dois [[aspectos]] opostos são completamente interdependentes: [[nada]] pode florir ou ser curado sem destruição. Por isso a [[tradição]] [[celta]] coloca [[animais]] ferozes e poderosos lado a lado com [[deusas]] delicadas e gentis" (1). | ||
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+ | : (1) HOOD, Juliette. '''O livro celta da vida e da morte'''. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 24. | ||
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+ | : "A [[natureza]] só pode dar vazão à sua força de [[cura]] quando seu [[potencial]] para a destruição é mantido sob controle por meio das [[ações]] de [[intermediários]], como os [[deuses]] da [[natureza]] e seus congêneres [[humanos]], os [[druidas]] e [[curandeiros]]" (1). | ||
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+ | : " ''Como é triste [[pensar]] que a [[natureza]] [[fala]], mas a [[humanidade]] não [[escuta]]''. Essa observação, feita há tantos anos por Victor Hugo, é ainda mais importante hoje. Num momento em que a [[pandemia]] da Covid-19 ameaça nossas [[vidas]], não devemos nos [[esquecer]] de que somos, em muitos [[aspectos]], os [[autores]] da nossa [[própria]] [[desgraça]]" (1). | ||
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+ | : (1) AZOULAY, Audrey e Outros. ''Reconciliando a humanidade com todos os seres vivos''. In: '''O Globo''', p. 3, 24-03-2021. Audrey Azulay é Diretora Geral da ''Unesco''. | ||
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+ | : "Já passou da hora de os [[seres humanos]] compreenderem que não somos os donos da [[Terra]], mas que dependemos dela. Para sermos capazes de compartilhar um [[mundo]] em comum, devemos tornar a proteção da [[natureza]] uma prioridade para nossas [[sociedades]], ou sofrer com as amargas consequências de sua [[destruição]]" (1). | ||
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+ | : "Em vez de [[ser]] uma máquina, a [[natureza]] como um [[todo]] se revela, em última [[análise]], mais parecida com a [[natureza]] [[humana]] - imprevisível, [[sensível]] ao [[mundo]] circunvizinho, influenciada por pequenas flutuações. Consequentemente, a maneira apropriada de nos aproximarmos da [[natureza]] para [[aprender]] acerca da sua [[complexidade]] e da sua [[beleza]] não é por meio da dominação e do controle, mas, sim, por meio do respeito, da cooperação e do [[diálogo]]" (1). | ||
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+ | : (1) CAPRA, Fritjof. "Estruturas Dissipativas". In: ---. '''A teia da vida''' - ''Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos''. São Paulo: Cultrix, 2004, 9. e., p. 138. | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 19. | ||
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+ | : "A [[gente]] precisa mudar a nossa [[perspectiva]] de [[relação]] com a [[natureza]], e para mim o único [[caminho]] é reinventar um pouco a [[história]] de quem nós somos enquanto [[seres humanos]]. É quase como que se a [[gente]] precisasse de um novo [[mito]] de [[criação]]. O [[mito]] de [[criação]] mais prevalente no [[mundo]] [[ocidental]], o ''Gênesis'', [[sempre]] colocou a [[humanidade]] acima da [[natureza]]. A [[gente]] tem que mudar essa [[história]]" (1). | ||
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+ | : (1) GLEISER, Marcelo. "Parece Guru, mas não é". Entrevista Marcelo Gleiser, físico e escritor. In: '''O Globo''', ''Segundo Caderno'', Segunda-feira, 5-09-2022, p. 4. |
Edição atual tal como 01h20min de 23 de janeiro de 2024
1
- "Ao vigor vigente como tal os gregos denominavam phýsis e ao acontecer dessa vigência: a-létheia ou poíesis, isto é, desvelamento, na medida em que este é a essência da verdade. O des-velamento, essência da mudança, é a verdade enquanto o poético do real, da phýsis. Este mudar originário é a essência da História, ou seja, é o próprio acontecer poético do real, da physis enquanto natureza E cultura" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Permanência e atualidade da Poética". In: Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro: n. 171, out.-dez. 2007, p. 12.
2
- "Sempre constatei que a ciência ocidental era um pouco considerada como um imperialismo, como uma maneira muito particular de se verem as coisas ligada, justamente, a essas leis da natureza. Ora, na China, por exemplo, natureza significa o que se faz espontaneamente. A ideia das leis da natureza é, portanto, estranha às outras tradições culturais. E, tenho a impressão - e isto gostaria de desenvolver - que hoje em dia a ciência oferece perspectivas mais universais" (1).
- Referência:
- (1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo?". In: Revista Tempo Brasileiro - Cultura, ciência e técnica, 168, jan.-mar., 2007, p. 7.
3
- " Physis kryptestai philei - Surgimento já tende ao encobrimento" (1).
- Referência:
- (1) HERÁCLITO, frag. 123. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 91.
4
- "A Natureza, para Nietzsche, é uma força irresistível que se manifesta como unidade e multiplicidade, num eterno retorno tensional. Simboliza a unidade pelo instinto dionisíaco, que tem um conhecimento imediato de si. O uno tem necessidade para sua libertação do encanto da visão e da alegria da aparência, pois quanto mais diferente mais uno, daí tender à aparência, ou seja, ao múltiplo, ao finito e individual, sentindo-se cada um alienado e sofrendo. Toma como símbolo da aparência ou da multiplicidade o instinto apolíneo. O uno ao multiplicar-se e, portanto, libertar-se, experimenta um profundo gozo e força, que Nietzsche visualiza no renascer da multiplicidade e aparência, conhece que o gozo da aparência é falaz e retorna ao uno. Nessa perspectiva, o trágico é a representação simbólica da sabedoria dionisíaca, com a ajuda de meios artísticos apolíneos e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao uno. O estado apolíneo, pela aparência, corresponde ao princípio da “medida” no sentido helênico" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In:---. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 77.
5
- "A palavra natureza provém do supino natura, do verbo latino nascor. Indica tudo que ainda vai nascer. Portanto, a natureza já está na semente, já está em nosso código genético, já está na essência de cada ente, de cada sendo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: ---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 301.
6
- "Não importa se somos indígenas ou brancos, é tempo de a gente se juntar e unificar o pensamento. Vem aí a era da verdade, do amor, do equilíbrio, com a natureza ditando as regras. A solução não está fora, está dentro de nós" (1).
- Referência:
- (1) YAWANAWÁ, Putanny - Pajé. A cura do mundo é pela espiritualidade, e ela é coletiva. Entrevista a Maria Fortuna. In: O Globo. Segundo Caderno, Quarta-feira, 01-01-2020, p. 2.
7
- "A natureza se diz em grego physis e esta vem do verbo grego phyo, que significa tudo que nasce, se torna, aparece, se faz presente numa excessividade múltipla, diversa, contínua, poética, sejam fenômenos naturais, culturais ou históricos" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O ser e a aparência. Ensaio ainda não publicado.
8
- "... a doutrina da imutabilidade da essência tinha a vantagem de poder-se construir uma ciência universal, válida para todos e para todos os tempos: sempre e para todos os homens valeria que o homem é um “animal rationabilis”. Esta verdade constituía uma conquista de valor eterno e universal. Esta lei interna era também chamada “a lei natural”. Isto porque a essência era também chamada de “natureza”, em vez de falar de “essência do homem” podia-se dizer também “natureza”. Aliás, é muito significativo este termo “natureza” para indicar a essência. A primeira preocupação filosófica do homem, na história, foi a de explicar a natureza, o mundo que o rodeia, do qual ele se considerava como fazendo parte da mesma forma como todos os demais entes que o rodeavam" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
9
- "A natureza indicava de um lado todo o conjunto deste mundo múltiplo, mas também indicava o modo de ser de cada ente deste mundo: a natureza dos astros, a natureza da matéria, a natureza do cavalo, a natureza do homem e assim por diante. Mais uma vez se verifica que o homem era interpretado segundo o mesmo esquema metafísico de todos os demais entes mundanos: todos têm a sua natureza determinada, bem definida, dentro de cujos limites se movem" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
10
- "Por realidade entende-se a physis, que foi traduzida para o latim como natura, ou seja, a natureza. Mas esta não era concebida como hoje, onde se dá uma oposição entre natureza e cultura. Natureza eram todos os entes e cultura era tudo que a natureza não fazia e precisava do ser humano para que fosse feito. Este fazer que a natureza não fazia e era realizado pelo ser humano, levando a própria natureza a uma plenitude que em si mesma ela não realizava, isso se dava pelo princípio da techné. Techné diz conhecimento" (1).
- Referência:
- (1) www.travessiapoetica.blogspot.com>2010/10/as-musas-e-essencia-da-criacao-html.
11
- "Circe é a “‘deusa das deusas’, ‘a filha do sol’, cujo nome remete a kirkos, e que os escólios identificam com o anel ou círculo da natureza poderosa que reúne vida e morte, nascimento e destruição num eterno movimento, ou com o movimento circular do universo” (Schuback: 1999, 166) (1). No verso 150, do mesmo canto, assim Ulisses caracteriza Circe:
- Referência:
- (1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante (Org.). "As cordas serenas de Ulisses". In: Ensaios de filosofia. Petrópolis R/J: Vozes, 1999.
- (2) HOMERO. Odisseia. 3.e. Trad. Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Melhoramentos, 1960.
- (3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 155.
12
- "A natureza dá e tira a vida, e esses dois aspectos opostos são completamente interdependentes: nada pode florir ou ser curado sem destruição. Por isso a tradição celta coloca animais ferozes e poderosos lado a lado com deusas delicadas e gentis" (1).
- Referência:
- (1) HOOD, Juliette. O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 24.
13
- "A natureza só pode dar vazão à sua força de cura quando seu potencial para a destruição é mantido sob controle por meio das ações de intermediários, como os deuses da natureza e seus congêneres humanos, os druidas e curandeiros" (1).
- Referência:
- (1) HOOD, Juliette. O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 24.
14
- " Como é triste pensar que a natureza fala, mas a humanidade não escuta. Essa observação, feita há tantos anos por Victor Hugo, é ainda mais importante hoje. Num momento em que a pandemia da Covid-19 ameaça nossas vidas, não devemos nos esquecer de que somos, em muitos aspectos, os autores da nossa própria desgraça" (1).
- Referência:
- (1) AZOULAY, Audrey e Outros. Reconciliando a humanidade com todos os seres vivos. In: O Globo, p. 3, 24-03-2021. Audrey Azulay é Diretora Geral da Unesco.
15
- "Já passou da hora de os seres humanos compreenderem que não somos os donos da Terra, mas que dependemos dela. Para sermos capazes de compartilhar um mundo em comum, devemos tornar a proteção da natureza uma prioridade para nossas sociedades, ou sofrer com as amargas consequências de sua destruição" (1).
- Referência:
- (1) AZOULAY, Audrey e Outros. Reconciliando a humanidade com todos os seres vivos. In: O Globo, p. 3, 24-03-2021. Audrey Azulay é Diretora Geral da Unesco.
16
- "Em vez de ser uma máquina, a natureza como um todo se revela, em última análise, mais parecida com a natureza humana - imprevisível, sensível ao mundo circunvizinho, influenciada por pequenas flutuações. Consequentemente, a maneira apropriada de nos aproximarmos da natureza para aprender acerca da sua complexidade e da sua beleza não é por meio da dominação e do controle, mas, sim, por meio do respeito, da cooperação e do diálogo" (1).
- Referência:
- (1) CAPRA, Fritjof. "Estruturas Dissipativas". In: ---. A teia da vida - Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 2004, 9. e., p. 138.
17
- "Todo mito é a oferta das questões em imagens-questões e figuras. Os mitos têm muitas versões porque o real se manisfesta de muitas maneiras. Até a Física chegou à conclusão de que só pode ser Física da complexidade. Claro, a physis, ou natureza, é e será sempre questão. A Physis é mais do que a Física" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 19.
18
- "A gente precisa mudar a nossa perspectiva de relação com a natureza, e para mim o único caminho é reinventar um pouco a história de quem nós somos enquanto seres humanos. É quase como que se a gente precisasse de um novo mito de criação. O mito de criação mais prevalente no mundo ocidental, o Gênesis, sempre colocou a humanidade acima da natureza. A gente tem que mudar essa história" (1).
- Referência:
- (1) GLEISER, Marcelo. "Parece Guru, mas não é". Entrevista Marcelo Gleiser, físico e escritor. In: O Globo, Segundo Caderno, Segunda-feira, 5-09-2022, p. 4.