Sujeito
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : " [[Auto-dialogar]] é [[apropriar-se]] do que é [[próprio]] na e a partir da [[linguagem]]. De maneira alguma se reduz a [[algo]] [[subjetivo]], pois este trabalha somente no [[horizonte]] da [[epistemologia]], dentro da qual se pode [[afirmar]] um [[sujeito]] numa correlação com um [[objeto]]. Portanto, no [[auto-diálogo]] não há uma [[relação]] entre [[sujeito]] e [[objeto]], [[atitudes]] e [[posições]] necessárias para [[algo]] ser aclamado e proclamado de [[científico]]. [[Auto-dialogar]] é [[manifestar]] as nossas [[possibilidades]] de [[ser]] o que somos enquanto [[seres humanos]] lançados desde que nascemos e por nascermos em nossa [[condição humana]], no [[ser-tão]], no [[ser]], no [[mundo]], um [[mundo]] [[sempre]] [[inaugural]] para aqueles que fazem do [[viver]] um [[aprender]] e [[apreender]] o que já somos como [[possibilidades]]" (1). | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Pacto]]: a [[poética]] do [[amor]]". In: --------. www.travessiapoetica.blogspot.com, 2017'''. | ||
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+ | : "O [[ser humano]], desde [[Édipo]] - o [[mito]] [[imemorial]] que pensa o [[humano]] no que lhe é [[próprio]] em sua [[essência]] sócio-[[político]]-[[histórica]] - [[sempre]] teve a pretensão de [[ser]] o [[sujeito]] das suas [[escolhas]] e [[realizações]]. A [[Moira]] sorri, em [[silêncio]], diante de tais pretensões, deixando-o iludir-se, em seu [[pseudo]]-[[poder]] [[racional]] de [[dar-se]] a [[existência]], segundo a [[liberdade]] fundada na sua [[vontade]]. É uma [[ilusão]] que custa caro e gera o [[sofrimento]] de muitos fracassos inúteis" (1). | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o [[professor]]". In: '''Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 40.''' | ||
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+ | : "O traço fundamental da [[Modernidade]] é a [[fundação]] do [[ser humano]] como [[sujeito]], enquanto este [[sujeito]] é o exercício da [[razão]]. Ao se [[construir]] e ao [[construir]] racionalmente a [[realidade]], fundando as [[ciências]], algo imemorial no [[ser humano]] foi confrontado: a sua [[memória]] [[mítica]]. A [[compreensão]] do [[ser humano]] a partir dos [[mitos]] foi considerada i-lógica, frente à [[concepção]] [[lógica]] ([[racional]])" (1). | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Poético]]-[[ecologia]]". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). [[Arte]]: [[corpo]], [[mundo]] e [[terra]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 26.''' | ||
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+ | : "A [[filosofia crítica]], que iniciou sua [[trajetória]] com Descartes, para chegar ao ponto alto em [[Kant]], é afinal de contas uma [[filosofia]] do [[sujeito]], na [[afirmação]] de sua autonomia e de sua centralidade no [[universo]]. É por isto que ela deveria ser a última a favorecer uma [[alienação]] da [[pessoa]] [[humana]]. E, no entanto, continuando a desenvolver-se, depois de [[Kant]], a [[crítica]] deixou de ser [[crítica]] para tornar-se uma [[especulação]] definitiva e sistemática de um [[mundo]] [[metafísico]] construído [[dedutivamente]] sobre o [[sujeito]]" (1). | ||
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+ | : (1) [[HUMMES]] ofm, Frei Cláudio. ''' Depois foi sagrado Bispo e posteriormente nomeado Cardeal. Já faleceu). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. [[História]] da [[Filosofia]]. Mímeo. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964.''' | ||
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+ | : "A [[crítica]] de [[Kant]] se dirigia ao mundo objetivo para reivindicar os direitos do [[sujeito]], a [[crítica]] de [[Hegel]] (que por sua vez sucumbiu) e de [[Marx]], ao invés, se dirige ao mundo subjetivo, para reivindicar os direitos do [[objeto]], da [[matéria]], da [[natureza]], contra o dogmatismo [[alienador]] do [[subjetivismo]]" (1). | ||
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+ | : (1) [[HUMMES]] ofm, Frei Cláudio.''' "Os hegelianos de esquerda". In: ----. [[História]] da [[Filosofia]]. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964. Depois foi sagrado Bispo e posteriormente nomeado Cardeal. Já faleceu.''' | ||
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+ | : Como pode haver [[essência]] a não ser a partir da [[vigência]] do [[ser]]? É que a [[proposição]] deslocando o [[fundamento]] do [[ser]] para o [[sujeito]], este se autonomiza de tal maneira que esquece o que o [[funda]]: o [[ser]]. Pois sem [[ser]] não há [[sujeito]], ou seja, nenhuma [[essência]]. Ora se não há [[sujeito]] ou [[essência]] sem o [[ser]], isto diz e proclama e evidencia que o [[ser]] não é um [[verbo]] fraco ou de ligação. Muito pelo contrário: o [[Ser]] é o [[verbo]] de todos os [[verbos]]. Sem [[ser]] não há [[realidade]]. | ||
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+ | : "No [[exercício]] da [[pergunta]] se manifestou a [[dualidade]] de [[perguntador]] e [[perguntado]]. Quando eu pergunto, tenho a [[consciência]] de mim como [[perguntador]] e daquilo-outro como perguntado. Quando sei [[algo]], sou cônscio de mim como sabedor e daquilo-outro como sabido. Esta [[dualidade]] de [[perguntador]] e [[perguntado]] ou de sabedor e [[sabido]] se chama [[sujeito]] e [[objeto]]" (1). | ||
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+ | : "[[Sujeito]] e [[objeto]] são, portanto, [[entes]] limitados, [[finitos]]. Esta [[oposição]], por sua vez, se manifesta como necessária [[relação]]: um [[perguntado]] só existe para o perguntador; um sabido só existe para o sabedor. E vice-versa: um [[perguntador]] só existe enquanto alguém pergunta algo que lhe é oposto; sabedor só existe enquanto alguém sabe [[algo]] a ele oposto. Portanto, [[sujeito]] é [[sempre]] [[sujeito]] relacionado com um [[objeto]], e [[objeto]] é [[sempre]] [[objeto]] relacionado com um [[sujeito]]" (1). | ||
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+ | : "Alguém poderia, no entanto, objetar que o [[sujeito]] também pode [[perguntar]] por si mesmo, [[saber]] a si mesmo, parecendo assim destruir a [[necessidade]] da [[relação]] [[sujeito]]-[[objeto]]. A esta objeção se responde que realmente se trata aqui de mera [[aparência]]. De fato, quando o [[sujeito]] pergunta por si mesmo, torna-se para si mesmo, até certa medida, [[objeto]]. Neste caso, ele não é mais [[sujeito]] como puramente [[sujeito]], mas [[sujeito]] como [[sujeito]]-[[objeto]]" (1). | ||
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+ | : "... a [[crítica]] acerba ao [[sistema]] [[hegeliano]], feita pelos [[existencialistas]] (a começar por Kierkegaard), precisamente com a acusação de que, em [[Hegel]], chegou ao seu auge uma [[filosofia]] do [[sujeito]], mas em quem o [[homem]] [[concreto]], este [[sujeito]] [[concreto]], acabou se perdendo na [[identidade]] [[absoluta]] do [[sujeito]] [[infinito]]. No [[sistema]] [[hegeliano]], o [[homem]] [[concreto]] e [[individual]] não tinha mais [[sentido]] como tal. Ora, diziam os [[existencialistas]], é o [[homem]] [[concreto]] que se trata de [[salvar]] e de [[explicar]]" (1). | ||
+ | : O [[ser humano]] faz parte [[essencialmente]] da [[realidade]]. O [[lugar]] do [[ser humano]] no todo da [[realidade]] é que se torna a grande [[questão]]. A [[experiência]] [[histórica]], desde Esparta, é que não se pode reduzir a [[realidade]] e nela incluído o [[ser humano]] a um [[sistema]], por mais [[ideal]] que seja, pois a [[realidade]] é não se reduzirá jamais a um [[sistema]], pois ela em sua [[essência]] é um [[processo]] contínuo e complexo. Esse [[processo]] é a [[História]] como [[Sentido do Ser]]. | ||
+ | : E é como [[processo]] e no [[processo]] que cada [[ser humano]] encontra o seu [[sentido]] de [[realização]]. Ele é experienciado por cada um de acordo com seu [[próprio]] e manifestado nas [[obras de arte]]. A [[obra de arte]] inclui [[trabalho]], [[sentido]] e [[existência]]. | ||
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+ | : (1) [[HUMMES]], o.f.m. Frei Cláudio. '''[[Metafísica]]. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal. Já faleceu. ''' |
Edição atual tal como 20h29min de 2 de janeiro de 2025
1
- Na crise do eu (do indivíduo) com sua subjetividade há a tendência de se colocar a questão central ligada à crise do poder da razão, da crise dos valores ético-sociais, pessoais, religiosos etc. Contudo, não se presta atenção a algo que, no fundo, é essencial: o destino. A emergência dessa crise, tanto maior do sujeito quanto mais profunda, mostra que ela está no fato de que o sujeito se afirma - pessoal, histórica e socialmente - na medida em que tem a pretensão de construir seu destino. Ora, isso é o que hoje em dia mais evidencia a sua crise. E a questão tanto mais cresce quanto mais a genética avança. E é aí que se dá o combate entre ciência e ser, próprio e sistema, conhecimento e sabedoria, técnica e poíesis. Qual o sujeito que emerge da genética? Não se afirma cada vez mais que cada ente é uma autopoiese? E ela não é para o ser humano o seu próprio?
2
- " Auto-dialogar é apropriar-se do que é próprio na e a partir da linguagem. De maneira alguma se reduz a algo subjetivo, pois este trabalha somente no horizonte da epistemologia, dentro da qual se pode afirmar um sujeito numa correlação com um objeto. Portanto, no auto-diálogo não há uma relação entre sujeito e objeto, atitudes e posições necessárias para algo ser aclamado e proclamado de científico. Auto-dialogar é manifestar as nossas possibilidades de ser o que somos enquanto seres humanos lançados desde que nascemos e por nascermos em nossa condição humana, no ser-tão, no ser, no mundo, um mundo sempre inaugural para aqueles que fazem do viver um aprender e apreender o que já somos como possibilidades" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Pacto: a poética do amor". In: --------. www.travessiapoetica.blogspot.com, 2017.
3
- "O ser humano, desde Édipo - o mito imemorial que pensa o humano no que lhe é próprio em sua essência sócio-político-histórica - sempre teve a pretensão de ser o sujeito das suas escolhas e realizações. A Moira sorri, em silêncio, diante de tais pretensões, deixando-o iludir-se, em seu pseudo-poder racional de dar-se a existência, segundo a liberdade fundada na sua vontade. É uma ilusão que custa caro e gera o sofrimento de muitos fracassos inúteis" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o professor". In: Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 40.
4
- "O traço fundamental da Modernidade é a fundação do ser humano como sujeito, enquanto este sujeito é o exercício da razão. Ao se construir e ao construir racionalmente a realidade, fundando as ciências, algo imemorial no ser humano foi confrontado: a sua memória mítica. A compreensão do ser humano a partir dos mitos foi considerada i-lógica, frente à concepção lógica (racional)" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 26.
5
- "A filosofia crítica, que iniciou sua trajetória com Descartes, para chegar ao ponto alto em Kant, é afinal de contas uma filosofia do sujeito, na afirmação de sua autonomia e de sua centralidade no universo. É por isto que ela deveria ser a última a favorecer uma alienação da pessoa humana. E, no entanto, continuando a desenvolver-se, depois de Kant, a crítica deixou de ser crítica para tornar-se uma especulação definitiva e sistemática de um mundo metafísico construído dedutivamente sobre o sujeito" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES ofm, Frei Cláudio. Depois foi sagrado Bispo e posteriormente nomeado Cardeal. Já faleceu). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia. Mímeo. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964.
6
- "A crítica de Kant se dirigia ao mundo objetivo para reivindicar os direitos do sujeito, a crítica de Hegel (que por sua vez sucumbiu) e de Marx, ao invés, se dirige ao mundo subjetivo, para reivindicar os direitos do objeto, da matéria, da natureza, contra o dogmatismo alienador do subjetivismo" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES ofm, Frei Cláudio. "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964. Depois foi sagrado Bispo e posteriormente nomeado Cardeal. Já faleceu.
7
- Como pode haver essência a não ser a partir da vigência do ser? É que a proposição deslocando o fundamento do ser para o sujeito, este se autonomiza de tal maneira que esquece o que o funda: o ser. Pois sem ser não há sujeito, ou seja, nenhuma essência. Ora se não há sujeito ou essência sem o ser, isto diz e proclama e evidencia que o ser não é um verbo fraco ou de ligação. Muito pelo contrário: o Ser é o verbo de todos os verbos. Sem ser não há realidade.
8
- "No exercício da pergunta se manifestou a dualidade de perguntador e perguntado. Quando eu pergunto, tenho a consciência de mim como perguntador e daquilo-outro como perguntado. Quando sei algo, sou cônscio de mim como sabedor e daquilo-outro como sabido. Esta dualidade de perguntador e perguntado ou de sabedor e sabido se chama sujeito e objeto" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois foi sagrado Bispo e posteriormente nomeado Cardeal. Já faleceu.
9
- "Sujeito e objeto são, portanto, entes limitados, finitos. Esta oposição, por sua vez, se manifesta como necessária relação: um perguntado só existe para o perguntador; um sabido só existe para o sabedor. E vice-versa: um perguntador só existe enquanto alguém pergunta algo que lhe é oposto; sabedor só existe enquanto alguém sabe algo a ele oposto. Portanto, sujeito é sempre sujeito relacionado com um objeto, e objeto é sempre objeto relacionado com um sujeito" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal. Já faleceu.
10
- "Alguém poderia, no entanto, objetar que o sujeito também pode perguntar por si mesmo, saber a si mesmo, parecendo assim destruir a necessidade da relação sujeito-objeto. A esta objeção se responde que realmente se trata aqui de mera aparência. De fato, quando o sujeito pergunta por si mesmo, torna-se para si mesmo, até certa medida, objeto. Neste caso, ele não é mais sujeito como puramente sujeito, mas sujeito como sujeito-objeto" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois foi sagrado e posteriormente nomeado Cardeal. Já faleceu.
11
- "... a crítica acerba ao sistema hegeliano, feita pelos existencialistas (a começar por Kierkegaard), precisamente com a acusação de que, em Hegel, chegou ao seu auge uma filosofia do sujeito, mas em quem o homem concreto, este sujeito concreto, acabou se perdendo na identidade absoluta do sujeito infinito. No sistema hegeliano, o homem concreto e individual não tinha mais sentido como tal. Ora, diziam os existencialistas, é o homem concreto que se trata de salvar e de explicar" (1).
- O ser humano faz parte essencialmente da realidade. O lugar do ser humano no todo da realidade é que se torna a grande questão. A experiência histórica, desde Esparta, é que não se pode reduzir a realidade e nela incluído o ser humano a um sistema, por mais ideal que seja, pois a realidade é não se reduzirá jamais a um sistema, pois ela em sua essência é um processo contínuo e complexo. Esse processo é a História como Sentido do Ser.
- E é como processo e no processo que cada ser humano encontra o seu sentido de realização. Ele é experienciado por cada um de acordo com seu próprio e manifestado nas obras de arte. A obra de arte inclui trabalho, sentido e existência.
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal. Já faleceu.