Auto-dialogar

De Dicionário de Poética e Pensamento

1

"Auto-dialogar é apropriar-se do que é próprio na e a partir da linguagem. De maneira alguma se reduz a algo subjetivo, pois este trabalha somente no horizonte da epistemologia, dentro da qual se pode afirmar um sujeito que se contrapõe a um objeto. Portanto, no auto-diálogo não há uma relação entre sujeito e objeto, atitudes e posições necessárias para algo ser aclamado e proclamado de científico. Auto-dialogar é manifestar as nossas possibilidades de ser o que somos enquanto seres humanos lançados desde que nascemos e por nascermos na vida, no ser-tão, no ser, no mundo, um mundo sempre inaugural para aqueles que fazem do viver um aprender e apreender o que já somos como possibilidades" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Pacto: a poética do amor". In: ----. www.travessiapoetica. Blogspot.com, 2017.

2

"O caminho do auto-diálogo é perigoso porque nos lança nos limites do agir causal e no não-limite do agir não-causal, da necessidade de ser o que se tem para ter o que se é. O homem, ser da liminaridade, isto é, do ser entre o limite e o não-limite, faz do perigo e do seu agir perigoso um mover-se no frágil véu do abismo do Nada".


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ensaio não publicado.

3

"O cultivo do auto-diálogo está em fazer do espelho um especular que abra a ação do ser-humano a partir de sua essência como o necessário e não como o preciso. Não se trata de precisar algo, a realidade, a liminaridade, mas de precisar do auto-diálogo enquanto uma tarefa desafiante de se jogar no abismo, onde ser e necessidade são um e o mesmo. O cultivo do caminho do auto-diálogo é o caminho de se estar sempre a caminho da linguagem, como o único essencial e necessário. É trazer para o cultivo do auto-diálogo do espelho o lema dos Argonautas: Navegar é necessário, viver não é preciso" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ensaio não publicado.
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