Mesmo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) PARMÊNIDES. Sentença '''III''', (Trad. Sérgio Wrubleswski). In: ''Os pensadores originários'' - ''Anaximandro, Parmênides, Heráclito''. Petrópolis / RJ: Vozes, 1991, p. 44 / 45. | + | : (1) PARMÊNIDES. Sentença '''III''', (Trad. Sérgio Wrubleswski). In: '''Os pensadores originários''' - '''Anaximandro, Parmênides, Heráclito'''. Petrópolis / RJ: Vozes, 1991, p. 44 / 45. |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 282. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 282. |
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- | : (1) HEIDEGGER, Martin. ''Sobre o humanismo''. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 98. | + | : (1) HEIDEGGER, Martin. '''Sobre o humanismo'''. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 98. |
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- | : "A entrega ao mesmo enfrenta muitos obstáculos. Para tal seriam necessárias a [[disciplina]], o [[desprendimento]] e a determinação de sairmos da [[banalização]] da [[linguagem]] em seu uso comercial e cotidiano, de sairmos da repetição das [[ideias]] e [[valores]] já feitos e estabelecidos, de sairmos da [[funcionalidade]] dos [[sistemas]], fonte de [[conceitos]] que não cessam de nos lançar na repetição e aniquilação de nossa originalidade e originariedade, de sairmos da aparente novidade dos [[conhecimentos]] dos [[entes]], em suas [[relações]] sempre funcionais e operativas, de sairmos do [[esquecimento]] do [[sentido]] do [[ser]] e nos deixarmos tomar por sua [[memória]], a [[unidade]] vigorante do mesmo" (1). | + | : "A entrega ao [[mesmo]] enfrenta muitos obstáculos. Para tal seriam necessárias a [[disciplina]], o [[desprendimento]] e a determinação de sairmos da [[banalização]] da [[linguagem]] em seu uso comercial e cotidiano, de sairmos da repetição das [[ideias]] e [[valores]] já feitos e estabelecidos, de sairmos da [[funcionalidade]] dos [[sistemas]], fonte de [[conceitos]] que não cessam de nos lançar na repetição e aniquilação de nossa [[originalidade]] e originariedade, de sairmos da aparente [[novidade]] dos [[conhecimentos]] dos [[entes]], em suas [[relações]] sempre funcionais e operativas, de sairmos do [[esquecimento]] do [[sentido]] do [[ser]] e nos deixarmos tomar por sua [[memória]], a [[unidade]] vigorante do [[mesmo]]" (1). |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 282. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 282. |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A linguagem poética e instrumental". In: --------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 56. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A linguagem poética e instrumental". In: --------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 56. |
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- | : "O mais difícil em nossas [[vidas]] é [[compreender]] o que é isto – o [[mesmo]]. Como diz Rosa numa de suas [[obras]], não é um ele ou um ela: é o que e o quem das [[coisas]]. Jamais podemos ou devemos reduzi-lo ao [[conhecimento]] de um [[conceito]]. Como tal é a [[questão]], o a-ser-pensado. Não nos advém nunca no e pelo [[raciocinar]]. Advém enquanto [[linguagem]], no [[pensar]] da [[compreensão]]. Mas é o nunca cessar de advir porque não tem [[início]] nem [[fim]], vigora. Isto é o [[mesmo]]" (1). | + | : "O mais difícil em nossas [[vidas]] é [[compreender]] o que é isto – o [[mesmo]]. Como diz [[Rosa]] numa de suas [[obras]], não é um ele ou um ela: é o que e o quem das [[coisas]]. Jamais podemos ou devemos reduzi-lo ao [[conhecimento]] de um [[conceito]]. Como tal é a [[questão]], o a-ser-pensado. Não nos advém nunca no e pelo [[raciocinar]]. Advém enquanto [[linguagem]], no [[pensar]] da [[compreensão]]. Mas é o nunca cessar de advir porque não tem [[início]] nem [[fim]], vigora. Isto é o [[mesmo]]" (1). |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 279. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 279. |
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- | : (2) TORRANO, Jaa. ''O sentido de Zeus''. São Paulo: Iluminuras, 1996. | + | : (2) TORRANO, Jaa. '''O sentido de Zeus'''. São Paulo: Iluminuras, 1996. |
- | : (3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165. | + | : (3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165. |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 248. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 248. |
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- | : (1) ROSA, João Guimarães. ''Primeiras Estórias''. 3. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967. | + | : (1) ROSA, João Guimarães. '''Primeiras Estórias'''. 3. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967. |
- | : (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: ''Pensamento no Brasil, v. I - Emmanuel Carneiro Leão''. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 224. | + | : (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: '''Pensamento no Brasil, v. I - Emmanuel Carneiro Leão'''. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 224. |
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- | : "... devo [[compreender | + | : "... devo [[compreender]]-me a mim [[mesmo]] como [[ente]], ou seja deve dar-se uma [[identidade]] [[entre]] meu [[saber]] e meu [[ser]], pois nesta [[identidade]] eu tenho uma [[abertura]] ao [[ser ilimitado]] e total dentro do qual eu [[sou]] capaz de [[compreender]] também o [[outro]] como [[ente]], como [[algo]] que “[[é]]” " (1). |
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- | : (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. ''Metafísica''. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal. | + | : (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. '''Metafísica'''. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal. |
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+ | : "O [[mesmo]], porém, não é o [[igual]]. No [[igual]] a [[diversidade]] desaparece. No [[mesmo]], a [[diversidade]] se manifesta. Ela surge com tanto mais premência quanto mais [[decisivamente]] um [[pensamento]] é abordado do [[mesmo]] [[modo]] pelo [[mesmo]] [[objeto]]" (1). | ||
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+ | : (1) HEIDEGGER, Martin. "A constituição onto-teo-lógica da metafísica". In: _____. '''Identidade e Diferença''', tradução Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis / RJ em co-edição com Livraria Duas Cidades, São Paulo, 2006, p. 56. | ||
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+ | : "[...] os [[pensadores]] [[Essenciais]] dizem sempre o [[mesmo]] (''das Selbe''); isso, no entanto, não significa que digam [[sempre]] coisas iguais (''das Gleiche''). Sem dúvida, eles só o dizem a quem se empenha em repensá-los. Enquanto o [[pensamento]], re-memorando Historicamente, preza o [[destino]] do [[Ser]], ele já se prendeu ao destinado (''das Schlickliche''), que se acorda com o [[destino]]" (1). | ||
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+ | : (1) HEIDEGGER, Martin. '''Carta sobre o humanismo'''. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 98. |
Edição atual tal como 22h16min de 24 de Agosto de 2021
1
- "O mesmo não se confunde com o igual e nem tampouco com a unidade vazia do que é meramente idêntico. Com frequência, o igual se transfere para o indiferenciado a fim de que tudo nele convenha. O mesmo é, ao contrário, o mútuo pertencer do diverso que se dá, pela diferença, desde uma reunião integradora. O mesmo apenas se deixa dizer quando se pensa a diferença. No ajuste dos diferentes vem à luz a essência integradora do mesmo. O mesmo deixa para trás toda sofreguidão por igualar o diverso ao igual. O mesmo reúne integrando o diferente numa unicidade originária. O igual, ao contrário, dispersa na unidade pálida do um, somente uni-forme" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente o homem habita...". In: ---------. Ensaios e conferências. Trad. Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 170.
2
- Sentença - III.
- "... to gar auto noein estin te kai einai" (1). "...pois o mesmo é pensar e ser" (1).
- Referência:
- (1) PARMÊNIDES. Sentença III, (Trad. Sérgio Wrubleswski). In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Petrópolis / RJ: Vozes, 1991, p. 44 / 45.
3
- "Para nos entregarmos ao mesmo é necessário pensar. Pensar o mesmo que é a vida, a morte, o amor, o tempo, a linguagem, a verdade, a solidão, o cuidado, o ético, o sentido. E são estas questões que aguardam sempre nossas experienciações, que constituem, em verdade, a realidade; uma realidade que não depende de nós, que não é construída pelos nossos conceitos ou vontade ou desejos" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 282.
4
- "Transformar em linguagem cada vez esse advento permanente do Ser que, em sua permanência, espera pelo homem, é a única causa (Sache) do pensamento. É por isso que os pensadores Essenciais dizem sempre o mesmo (Das Selbe); isso, no entanto, não significa que digam sempre coisas iguais (Das Gleiche)" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 98.
5
- "A entrega ao mesmo enfrenta muitos obstáculos. Para tal seriam necessárias a disciplina, o desprendimento e a determinação de sairmos da banalização da linguagem em seu uso comercial e cotidiano, de sairmos da repetição das ideias e valores já feitos e estabelecidos, de sairmos da funcionalidade dos sistemas, fonte de conceitos que não cessam de nos lançar na repetição e aniquilação de nossa originalidade e originariedade, de sairmos da aparente novidade dos conhecimentos dos entes, em suas relações sempre funcionais e operativas, de sairmos do esquecimento do sentido do ser e nos deixarmos tomar por sua memória, a unidade vigorante do mesmo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 282.
6
- "Todas as línguas, como ritos, dizem o diferente, mas como linguagem dizem sempre o mesmo, embora não digam as mesmas coisas. Só porque a linguagem diz sempre o mesmo é que um mesmo ser humano pode falar diferentes línguas, traduções podem ser feitas e haver a tradição viva da memória. Tudo isso é leitura" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A linguagem poética e instrumental". In: --------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 56.
7
- "O mais difícil em nossas vidas é compreender o que é isto – o mesmo. Como diz Rosa numa de suas obras, não é um ele ou um ela: é o que e o quem das coisas. Jamais podemos ou devemos reduzi-lo ao conhecimento de um conceito. Como tal é a questão, o a-ser-pensado. Não nos advém nunca no e pelo raciocinar. Advém enquanto linguagem, no pensar da compreensão. Mas é o nunca cessar de advir porque não tem início nem fim, vigora. Isto é o mesmo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 279.
8
- "Só por já estarmos e sermos no tempo e enquanto tempo é que podemos formular as perguntas em torno das três possíveis posições. Portanto, perguntar pelo que há para além da morte é perguntar pelo que o tempo é enquanto ex-iste, está sendo. O tempo só é tempo porque está e é ou será o inverso, isto é, ser e estar só são e estão porque são tempo? Não será mais lógico, porque real, dizer que não há a alternativa ou, e sim que um e outro são o mesmo? Qual a importância de se pensar o mesmo, não como conceito, mas como o elemento no qual tempo é e está sendo tempo? É que o mesmo dá unidade ao antes e ao depois e à travessia. Essa unidade é a realidade enquanto morte, não mais como fim, mas como simples possibilidade de ser e de consumar o próprio"(1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 247.
9
- Referência:
- (1) HERÁCLITO. Fragmento 60. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 73.
10
- "O que é o Ser para a experiência grega, mítica, arcaica? O Ser se “manifesta como numinoso e na qual [experiência grega arcaica] o universo não é senão um conjunto não-enumerável de teofanias” (Torrano, 1992: 74)(1). Tudo sendo teofanianuminosa é importante entender que tanto “‘faculdades mentais’” de Zeus como os atributos constitutivos da natureza mesma de Zeus [...] são Divindades com esfera de existência e de atribuições própria” (Torrano: 1992, 76). A experiência filosófica de Ser, sobretudo a partir de Platão e Aristóteles, e mais tarde com o platonismo e aristotelismo, empobrece a riqueza do pensamento mítico.
- "Na verdade, o pensamento mítico, servindo-se de figuras não-conceituais, de imagens concretas e ideações plásticas, servindo-se de relatos e de fábulas (i.é, disto em que se constituem propriamente os mythoi e os hieroi lógoi, os “mitos” e os “relatos sagrados”), coloca em seus próprios termos [...] o problema da relação entre a Alteridade e a Ipseidade. Zeus é ele-Mesmo e o Outro; o Outro é tanto o Outro quanto é o Mesmo [...] A Alteridade coincide com a Ipseidade tanto quanto dela difere: o Outro é o Mesmo (coincide com o Mesmo) tanto quanto é – na referência ao Mesmo – o Outro (difere de si Mesmo) (Torrano: 1992, 77)" (2) "(3).
- Referências:
- (1) TORRANO, Jaa. O sentido de Zeus. São Paulo: Iluminuras, 1996.
- (2) TORRANO, Jaa. O sentido de Zeus. São Paulo: Iluminuras, 1996.
- (3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165.
11
- "Só podemos tentar achar uma resposta à pergunta que nos orienta e nos deixa, diante da morte, sempre perplexos – o que há para além da morte? – se pensarmos o mesmo. Sem este nem é possível a pergunta sobre o tempo. Ou melhor, o tempo só pode ser antes e depois e viagem por já estar vigorando no mesmo, que lhe dá unidade. O tempo é o mesmo que é a unidade das três marcações tradicionais do tempo: o passado, o presente e o futuro. O além é o futuro, assim como o passado é o que no presente não pode mais ser futuro nem presente, pensa-se" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 248.
12
- Por já vigorarmos, por tudo já vigorar no ser, ele não é fundamento de nada, porque ele simplesmente vigora, independentemente de minhas nomeações e reflexões. Ele está tão próximo, tão próximo que até já desde sempre o somos e nele somos o que somos. E, seguindo Parmênides, o mesmo é ser e saber. É este ser e saber como o mesmo que se torna a questão do educar originário. Mas nossa procura do saber do ser acaba se desviando para o saber imperfeito e limitado e não nos abrimos para o seu sentido que é o máximo de saber, porque o seu sentido é o silêncio em que ele vigora e se dá a ver e a saber. O sentido, o silêncio, o vazio são o mais presente do presente, são sempre o já vigorando e sem o qual nada se dá a saber e a ver. Em virtude de nosso limite de entre-ser temos a tendência a entificar o ser, o saber, o silêncio, o vazio, o nada.
13
- "O pensador-poeta Guimarães Rosa diz no conto “O espelho”: “Ainda que tirados de imediato um após outro, os retratos sempre serão entre si muito diferentes” (1). (Rosa, 1967: 71). O vigorar da diferença é inegável. Isso não nega o vigorar do mesmo, que os gregos adequadamente chamavam de arkhé. Porém, desta palavra se formou arkhós, o que está à frente, o que conduz, guia. O mesmo é o que dá origem e, ao mesmo tempo, está à frente, comanda. De maneira alguma se pode pensar o vigorar ou o acontecer como algum retorno temporal ou espacial. Mesmo é sempre a dobra vigorante de identidade e diferença. Se fôssemos mais atentos ao ad-mirável da physis, a dobra de natureza e cultura, perceberíamos de modo preciso o mesmo como a unidade de identidade e diferença, onde jamais há retorno" (2).
- Referências:
- (1) ROSA, João Guimarães. Primeiras Estórias. 3. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: Pensamento no Brasil, v. I - Emmanuel Carneiro Leão. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 224.
14
- "... devo compreender-me a mim mesmo como ente, ou seja deve dar-se uma identidade entre meu saber e meu ser, pois nesta identidade eu tenho uma abertura ao ser ilimitado e total dentro do qual eu sou capaz de compreender também o outro como ente, como algo que “é” " (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
15
- "O mesmo, porém, não é o igual. No igual a diversidade desaparece. No mesmo, a diversidade se manifesta. Ela surge com tanto mais premência quanto mais decisivamente um pensamento é abordado do mesmo modo pelo mesmo objeto" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A constituição onto-teo-lógica da metafísica". In: _____. Identidade e Diferença, tradução Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis / RJ em co-edição com Livraria Duas Cidades, São Paulo, 2006, p. 56.
16
- "[...] os pensadores Essenciais dizem sempre o mesmo (das Selbe); isso, no entanto, não significa que digam sempre coisas iguais (das Gleiche). Sem dúvida, eles só o dizem a quem se empenha em repensá-los. Enquanto o pensamento, re-memorando Historicamente, preza o destino do Ser, ele já se prendeu ao destinado (das Schlickliche), que se acorda com o destino" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 98.