Metafísica

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Os grandes [[filósofos]] do [[ocidente]] nada mais fizeram do que sempre e de novo e como novo o elogio da [[metafísica]]. Qualquer tentativa de [[dizer]] o que a [[palavra]] [[metafísica]] oculta é uma decisão pelo fracasso. E, no entanto, a [[palavra]] é [[simples]], muito [[simples]]. Compõe-se do prefixo [[grego]] metá-, que significa: [[entre]], além, para, junto a; e da [[palavra]] [[grega]] [[phýsis]]. Esta [[palavra]] é, propriamente, intraduzível, embora predomine certa [[tradução]] - como [[natureza]] -, que a empobrece muito. É a matriz de muitas outras [[palavras]] no [[ocidente]]. A meta-física diz respeito à [[subjetividade]] porque o [[ser-humano]] é o [[Entre]]-da- [[phýsis]]. Porém, tal [[Entre]] é ambíguo e a [[phýsis]] é [[misteriosa]] e [[enigmática]]. Ela possibilita muitas [[leituras]]. Inclusive a [[metafísica]]. Nenhuma [[semântica]], nenhuma [[lógica]] consegue abarcá-la e apreendê-la.
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: "A [[palavra]] [[metafísica]] é [[ambiguidade|ambígua]]. Por isso gerou as [[atitudes]] mais extremas e opostas. Na boca do [[materialismo|materialista]] vulgar é tudo que está para além do que é imediato, palpável, força cega e irracional, isto é, [[material]]. Na boca do espiritualista vulgar é tudo que transcende a [[matéria]], é o [[permanência|permanente]], o [[eterno]], o [[ideal]]. Diante destas [[atitudes]] [[dicotômicas]] e totalmente contraditórias, a [[sabedoria]] aconselha o [[desvelo]] pela [[phýsis]], numa [[atitude]] espirituosa e equilibrada que deixe a [[tensão]] [[vigorar]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "''Poíesis'', [[sujeito]] e [[metafísica]]". In: ___. A [[construção]] [[poética]] do [[real]] (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2004, p. 14.'''
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Poíesis]], [[sujeito]] e [[metafísica]]". In: ___. A [[construção]] [[poética]] do [[real]] (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2004, p. 14.'''
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Edição atual tal como 22h02min de 18 de Abril de 2025

1

"Metafísica é a ciência que tem por tarefa descobrir tematicamente e explicar o saber original e vivido do ser que, como fundamento, já está implicado em todo saber particular sobre algum ente, ou em outras palavras, que é condição apriori de possibilidade de todo saber particular sobre algum ente" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

2

O país da Razão se transformou todo na paisagem dis-posta dos conceitos, porque o país da Metafísica transformou tudo na paisagem da Razão. Uma teia de razões, conceitos e funções organizou a realidade, ocupou todos os espaços e recantos na instrumentalidade comunicativa da linguagem e cobriu todo o planeta e encobriu toda a Terra num aparente engravidamento de realizações.
"Em seus Cahiers (cadernos) 1917-1952, George Braque nos traz à lembrança a exigência de toda criação: 'écrire n'est pas décrire. Peindre n'est pas dépeindre'" (escrever não é descrever. Pintar não é representar). Por isso, definir uma coisa também consiste, no fundo, no fundo, em substituí-la por vocábulos" (1).


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 125.

3

Os grandes filósofos do ocidente nada mais fizeram do que sempre e de novo e como novo o elogio da metafísica. Qualquer tentativa de dizer o que a palavra metafísica oculta é uma decisão pelo fracasso. E, no entanto, a palavra é simples, muito simples. Compõe-se do prefixo grego metá-, que significa: entre, além, para, junto a; e da palavra grega phýsis. Esta palavra é, propriamente, intraduzível, embora predomine certa tradução - como natureza -, que a empobrece muito. É a matriz de muitas outras palavras no ocidente. A meta-física diz respeito à subjetividade porque o ser-humano é o Entre-da- phýsis. Porém, tal Entre é ambíguo e a phýsis é misteriosa e enigmática. Ela possibilita muitas leituras. Inclusive a metafísica. Nenhuma semântica, nenhuma lógica consegue abarcá-la e apreendê-la.


- Manuel Antônio de Castro

4

"A palavra metafísica é ambígua. Por isso gerou as atitudes mais extremas e opostas. Na boca do materialista vulgar é tudo que está para além do que é imediato, palpável, força cega e irracional, isto é, material. Na boca do espiritualista vulgar é tudo que transcende a matéria, é o permanente, o eterno, o ideal. Diante destas atitudes dicotômicas e totalmente contraditórias, a sabedoria aconselha o desvelo pela phýsis, numa atitude espirituosa e equilibrada que deixe a tensão vigorar" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poíesis, sujeito e metafísica". In: ___. A construção poética do real (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2004, p. 14.

5

"Por isso quando se fala em superação da metafísica não se trata de construir um sistema mais amplo e completo. Nada disso. Aí mora o perigo maior da chamada desconstrução da metafísica. Superar não significa, portanto, ressentir-se ou revoltar-se. Diz com simplicidade a tarefa de pensar o a-ser-pensado: o esquecimento e silenciamento do Ser nas diversas instâncias. Trata-se, portanto, de fazer a experiência da experienciação do Ser em seu sentido. Não rejeita a metafísica, mas parte dela para dar um passo atrás e à frente, e tentar, como pensamento, corresponder ao apelo das questões já desde sempre vigentes em nosso horizonte, em nossa condição. Intenta-se fazer da filosofia o cuidado pensante e não o pensamento calculante" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. " Poíesis, sujeito e metafísica". In: ___. A construção poética do real (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2004, p. 27.
Ver também:
* Estudos culturais

6

"A visão da aparência pela qual se pode olhar o que é uma casa, e não esta ou aquela casa percebida sensivelmente, a visão da aparência do que constitui a casa é algo não sensível, é supra(meta) - sensível (phýsis): supra-sensível = metaphýsis, metafísica. Pensar o ente a partir da ideia, do supra-sensível, é o que distingue o pensamento que recebe o nome de 'metafísica' " (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, p. 265.


Ver também:
* Lógica

7

"Assim posto, em que consiste, portanto, a essência da metafísica? Ela é o modo de pensar que '[...] pensa o ente enquanto ente [...] (e) pelo fato de a metafísica interrogar o ente enquanto ente permanece ela junto ao ente e não se volta para o ser enquanto ser" (1). Cf. também (2).


Referências:
(1) MICHELAZZO, José Carlos. Do um como princípio ao dois como unidade. São Paulo: Annablume, 1999, p. 36.
(2) HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, pp. 61-2.

8

"É muito conhecida a estranha história deste nome metafísica. Quando Andrônico de Rodes, no séc. I a. C. tenta pôr em ordem os escritos de Aristóteles, encontra alguns livros cuja denominação e colocação dentro do conjunto da obra aristotélica resultam problemáticos. Por fim, Andrônico decide pô-los “depois dos livros da física”, ou seja, ta meta ta physika (“os livros depois dos livros sobre física”). Esta expressão Ta meta ta physika, que não é um título, não significa ainda nada de filosófico, nem chega ainda a ser nome e, no entanto, viria a converter-se, pouco a pouco, através da história, na denominação da disciplina filosófica mais importante, identificada muitas vezes com a filosofia simplesmente dita, ou também chamada de filosofia primeira " (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

9

"E porque, como dissemos, todos os entes, sem exceção, seja qual for a região ou dimensão do ser a que pertencem, concordam nisto que são entes, por isto a metafísica trata de todos os entes simplesmente, mas não num sentido de uma soma extrínseca de entes e campos de entes, mas à luz do pré-saber fundamental sobre aquilo que faz de todo ente um ente e por isto é comum a todo ente: o saber sobre o ser do ente" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

10

"Por isto a metafísica é - precisamente porque é ciência fundamental - a ciência da totalidade, sem mais; ela abraça, portanto, fundamentalmente, a totalidade da realidade e, por isto, também todas as ciências particulares e todo saber particular empírico e sensível, abraça a tudo e a tudo fundamenta" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

11

"A elaboração perfeita de qualquer ciência depende, naturalmente, em máxima parte do uso do método acertado. Qual é o método da metafísica? A esta pergunta não podemos fugir se queremos elaborar uma metafísica que deve ser ciência do ser. O resultado de qualquer ciência é mediado pelo método que ela usa, por isto um método falso levará necessariamente a falsos resultados" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

12

"Quando perguntamos sobre a possibilidade de uma ciência que abrange tudo simplesmente, então já abrangemos tudo simplesmente no pré-saber de tal pergunta. E quando perguntamos sobre a possibilidade de uma ciência do ente enquanto ente, isto pressupõe que já sabemos germinativamente algo sobre aquilo que determina o ente precisamente como ente: o ser dos entes simplesmente. Temos, portanto, já um certo saber do objeto da metafísica, um saber que tornará possível começar a determinar o método que levará a este “objeto”. E mais uma vez, já temos um pré-saber a-temático do sentido do ser, um pré-saber que espontaneamente exercemos na vida cotidiana e que nos orienta suficientemente para podermos, sem saber metafísica sistemática, alcançar a realização do sentido de nossa vida" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

13

"Concluindo, podemos dizer que na Metafísica não se trata propriamente de inventar algo de radicalmente novo, de descobrir algo absolutamente desconhecido até o momento. Trata-se antes de algo já sempre a-tematicamente conhecido, mas ainda não conhecido tematicamente em forma de saber explícito e claro. Trata-se de algo inteligível por si mesmo e em si mesmo, que em qualquer outro saber está presente como o saber fundamental. A Metafísica manifesta assim o homem como um ente metafísico e o saber do homem como um saber metafísico, oferecendo assim a possibilidade de, por uma reflexão transcendental sobre o homem, constituir a Metafísica como ciência" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

14

"Metafísica é uma palavra enigmática, porque nela nos advém a experienciação do mundo como sentido, onde vigora a dobra de ser e essência do ser humano. Porém, ao longo de sua permanente vigência, predominou uma interpretação que se tornou paradigmática e deu origem a numerosos desdobramentos, todos atributivos. É a interpretação do ser como fundamento. Foi nessa trilha que se deu uma das caminhadas do Ocidente. Daí a identificar-se este com essa caminhada foi fácil, porque se tornou uma verdade pronta, mutável apenas nos atributos. Isto levou à ingenuidade de que mudando o atributo já teríamos uma realidade nova e seu mundo diferente" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: ---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 126.

15

Metafísica: revelação da verdade e do sentido do ser.


- Manuel Antônio de Castro.

16

"O nosso ponto de partida para toda a metafísica é o homem assim como realiza o sentido do seu ser através da ação. Entre as ações humanas escolhemos a pergunta porque ela é eminentemente característica do homem" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

17

"A metafísica pensa o ente enquanto tal, quer dizer, em geral. A [[metafísica] pensa o ente enquanto tal, quer dizer, no todo. A metafísica pensa o ser do ente, tanto na unidade exploradora do mais geral, quer dizer, do que em toda parte é in-diferente, como na unidade fundante da totalidade, quer dizer, do supremo acima de tudo. Assim é previamente pensado o ser do ente como fundamento fundante. Por isso, toda a metafísica é, basicamente, desde o fundamento, o fundar que presta contas do fundamento; que lhe presta contas e finalmente lhe exige contas" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A constituição onto-teo-lógica da metafísica". In: _____. Identidade e Diferença, tradução Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis / RJ em co-edição com Livraria Duas Cidades, São Paulo, 2006, p. 65.
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