Platão

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 16h04min de 9 de Agosto de 2020 por Profmanuel (Discussão | contribs)

Tabela de conteúdo

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"Limitar não é excluir, mas incluir em outro nível. Por isso a dialética de Platão é sempre a dialética criativa" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Dialética: entre o fechado e o aberto". Revista Tempo Brasileiro: Dialética em questão II. Editora Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, jul.-set., 2013, 194, p. 10.

2

Todos sabemos que Platão desenvolveu seu pensamento escrevendo quase exclusivamente diálogos. Nisso, era movido por algum motivo muito forte, não sendo jamais uma questão de gênero, de estilo literário ou de opção estética, muito menos metodológico, o que nos indica que neles o que está em questão é o próprio caminhar como trajetória de compreensão do que seja o humano e sua verdade, enquanto processo de realização, libertação e consumação. Todos os diálogos movem-se sempre na procura da compreensão do humano enquanto essência da verdade e esta como a essência do humano. É que a essência da verdade é a verdade da essência e, portanto, do humano. Foi sempre uma questão de pensamento" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Dialética e diálogo: A verdade do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 192, Dialética em questão I. Rio de Janeiro, jan.- mar., 2013, p. 12.

3

Na realidade, o limite só existe como conceito, (por exemplo, o do ponto, fisicamente impossível de determinar), a partir de uma teoria, de um eidenai (ver, em grego). E aqui está a genialidade de Platão ao criar o eidos (ideia): uniu eidenai (ver), logos (dizer, reunir), techne (conhecimento) e epistastai (considerar dos três pontos de vista anteriores). A teoria das ideias de Platão não consiste, portanto, na oposição (sensível/inteligível) nem na exclusão do sensível frente ao inteligível. Consiste na invenção do limite como questão: eidos=logos. Ou, inversamente, na determinação do eidos e do logos como limite e constante, dando origem à medida. Por isso a teoria das ideias não é uma quimera e pode-se, com ela, operar a causalidade, na "medida" em que é um limite constante. Achado o limite como constante, acha-se a causa e, portanto, o efeito e sua previsibilidade (e nisto consiste a lei), sendo causa e efeito o mesmo, porque não são quimeras, mas representações da "medida/lei". E surge, por isso, o problema da imitação, da mimesis. Ideia se torna uma medida da medida. Isso fica muito claro a respeito do tempo cronológico. Mas como medir o tempo de um carinho, de um afago? Toda ciência parte do orgânico, que é o limite enquanto medida e limite. Daqui igualmente a dificuldade de determinar o que é um corpo, porque ele não é só orgânico, isto é, ele é orgânico e não-orgânico. Na dança, por exemplo, isso fica bem claro porque nela o corpo é o instável limite do não-limite. Ocorre que este tempo-orgânico-não-orgânico deve ser apreendido e compreenido a partir da vida (inpirar-expirar/psique), da experienciação e da narração do ser/não-ser como ethos/linguagem. E isso é a poiesis, a aletheia do ser em seu sentido. A isso se dá o nome de kairos (tempo oportuno) com eros.


- Manuel Antônio de Castro

4

"Não esqueçamos que a questão de todos os grandes pensadores e poetas foi, é e será, a questão do permanente no que não cessa de mudar. Essa é a questão do uni-versal. Como uni-versal, o pensador propõe o eidos. Este se origina-se do verbo ver, em grego eidenai, e diz que tal ver já nos foi doado pelo ser ao nos constituir como seres humanos, qualquer ser humano em todas as épocas. É esse ver que diferencia o ser humano de todos os outros seres" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: compreender e interpretar". In: -----. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 89.

5

"Em todos os viventes há essa força geradora, a unidade, que denominamos Vida. Portanto, eidos nada tem a ver com ideal em oposição a real, até porque não há algo que exista sem essa energia geradora, sem a unidade, ou seja, sem o ser. Por isso, nos diálogos de Platão, quando quer dizer essa energia geradora que não se confunde com as meras representações, ele a nomeia: ousia. Ou seja: o feminino de on, particípio presente do verbo ser (einai). O eidos me dá a ver o que é a ousia. Esta, como feminino de sendo, diz, portanto, possibilidade de Vida, fertilidade própria de todo feminino" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: compreender e interpretar". In: -----. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 90.

6

O mito da Caverna ou Alegoria da Caverna está no Livro VII do Diálogo A República. A Alegoria se divide em quatro estágios:

1o. Estágio: 514a; 2o. Estágio: 514 c/d; 3o. Estágio 514e; 4o. Estágio: 516e/517a...até: - Matariam, sem dúvida - confirmou ele.


- Manuel Antônio de Castro.
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