Consumação

De Dicionrio de Potica e Pensamento

1

Podemos compreender por consumação todo o âmbito do que se diz em grego com a palavra telos, traduzida e compreendida em seu sentido essencial. Portanto, a tradução de telos por fim, mais do que dizer o seu sentido o encobre. Para desencobri-lo teríamos que compreender por fim: consumação. Dessa maneira, fim não diz limite no sentido de término, mas de começo de ser em plenitude, na vigência da consumação. Em assim sendo, também a tradução de telos por finalidade não diz todo o seu sentido, pois toda finalidade pressupõe uma causa realizada e funcional. Na plenitude não há funcionalidade, porque o que prevalece é a consumação de ser o que se é.


- Manuel Antônio de Castro

2

"Originariamente, operar (do latim operari, de opus, operis = a obra) não diz apenas realizar nem fazer funcionar ou manobrar, nem agir ou entrar em ação, nem produzir efeito ou fazer intervenção cirúrgica, nem mesmo suceder ou ocorrer. No viço da originalidade, operar quer dizer: vir e chegar à plenitude de ser na obra, por em obra, obrar" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto". In: ...... . Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 163.

3

"A característica essencial da dicotomia é que parte sempre de oposições excludentes. Mas desde a formulação lapidar de Aristóteles do que seja princípio (arché) em sua consumação (telos) somos convocados a pensar a realidade sem exclusões, pois afirma na Metafísica: “Só é possível pensar em princípio porque physis, a realidade, não é estática, é dinâmica. Só é possível pensar em princípio porque a dinâmica da physis não é linear, é circular. Só é possível pensar em princípio porque a circulação da physis não é finita, é infinita. Só é possível pensar em princípio porque a infinitude da physis não é de exclusão, mas de inclusão” (In: Leão, 2010, 89 (1))" (2).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2010, p. 89.
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Educar poético: diálogo e dialética". In: ..... e outros. O educar poético. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2014, p. 16.
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