Natureza
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 22h00min de 22 de Maio de 2021 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- "Ao vigor vigente como tal os gregos denominavam phýsis e ao acontecer dessa vigência: a-létheia ou poíesis, isto é, desvelamento, na medida em que este é a essência da verdade. O des-velamento, essência da mudança, é a verdade enquanto o poético do real, da phýsis. Este mudar originário é a essência da História, ou seja, é o próprio acontecer poético do real, da physis enquanto natureza E cultura" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Permanência e atualidade da Poética". In: Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro: n. 171, out.-dez. 2007, p. 12.
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- "Sempre constatei que a ciência ocidental era um pouco considerada como um imperialismo, como uma maneira muito particular de se verem as coisas ligada, justamente, a essas leis da natureza. Ora, na China, por exemplo, natureza significa o que se faz espontaneamente. A ideia das leis da natureza é, portanto, estranha às outras tradições culturais. E, tenho a impressão - e isto gostaria de desenvolver - que hoje em dia a ciência oferece perspectivas mais universais" (1).
- Referência:
- (1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo?". In: Revista Tempo Brasileiro - Cultura, ciência e técnica, 168, jan.-mar., 2007, p. 7.
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- " Physis kryptestai philei - Surgimento já tende ao encobrimento" (1).
- Referência:
- (1) HERÁCLITO, frag. 123. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 91.
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- "A Natureza, para Nietzsche, é uma força irresistível que se manifesta como unidade e multiplicidade, num eterno retorno tensional. Simboliza a unidade pelo instinto dionisíaco, que tem um conhecimento imediato de si. O uno tem necessidade para sua libertação do encanto da visão e da alegria da aparência, pois quanto mais diferente mais uno, daí tender à aparência, ou seja, ao múltiplo, ao finito e individual, sentindo-se cada um alienado e sofrendo. Toma como símbolo da aparência ou da multiplicidade o instinto apolíneo. O uno ao multiplicar-se e, portanto, libertar-se, experimenta um profundo gozo e força, que Nietzsche visualiza no renascer da multiplicidade e aparência, conhece que o gozo da aparência é falaz e retorna ao uno. Nessa perspectiva, o trágico é a representação simbólica da sabedoria dionisíaca, com a ajuda de meios artísticos apolíneos e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao uno. O estado apolíneo, pela aparência, corresponde ao princípio da “medida” no sentido helênico" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In:-----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 77.
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- "A palavra natureza provém do supino natura, do verbo latino nascor. Indica tudo que ainda vai nascer. Portanto, a natureza já está na semente, já está em nosso código genético, já está na essência de cada ente, de cada sendo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 301.
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- "Não importa se somos indígenas ou brancos, é tempo de a gente se juntar e unificar o pensamento. Vem aí a era da verdade, do amor, do equilíbrio, com a natureza ditando as regras. A solução não está fora, está dentro de nós" (1).
- Referência:
- (1) YAWANAWÁ, Putanny - Pajé. A cura do mundo é pela espiritualidade, e ela é coletiva. Entrevista a Maria Fortuna. In: O Globo. Segundo Caderno, Quarta-feira, 01-01-2020, p. 2.
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- "A natureza se diz em grego physis e esta vem do verbo grego phyo, que significa tudo que nasce, se torna, aparece, se faz presente numa excessividade múltipla, diversa, contínua, poética, sejam fenômenos naturais, culturais ou históricos" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O ser e a aparência. Ensaio ainda não publicado.
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- "... a doutrina da imutabilidade da essência tinha a vantagem de poder-se construir uma ciência universal, válida para todos e para todos os tempos: sempre e para todos os homens valeria que o homem é um “animal rationabilis”. Esta verdade constituía uma conquista de valor eterno e universal. Esta lei interna era também chamada “a lei natural”. Isto porque a essência era também chamada de “natureza”, em vez de falar de “essência do homem” podia-se dizer também “natureza”. Aliás, é muito significativo este termo “natureza” para indicar a essência. A primeira preocupação filosófica do homem, na história, foi a de explicar a natureza, o mundo que o rodeia, do qual ele se considerava como fazendo parte da mesma forma como todos os demais entes que o rodeavam" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
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- "A natureza indicava de um lado todo o conjunto deste mundo múltiplo, mas também indicava o modo de ser de cada ente deste mundo: a natureza dos astros, a natureza da matéria, a natureza do cavalo, a natureza do homem e assim por diante. Mais uma vez se verifica que o homem era interpretado segundo o mesmo esquema metafísico de todos os demais entes mundanos: todos têm a sua natureza determinada, bem definida, dentro de cujos limites se movem" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
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- "Por realidade entende-se a physis, que foi traduzida para o latim como natura, ou seja, a natureza. Mas esta não era concebida como hoje, onde se dá uma oposição entre natureza e cultura. Natureza eram todos os entes e cultura era tudo que a natureza não fazia e precisava do ser humano para que fosse feito. Este fazer que a natureza não fazia e era realizado pelo ser humano, levando a própria natureza a uma plenitude que em si mesma ela não realizava, isso se dava pelo princípio da techné. Techné diz conhecimento" (1).
- Referência:
- (1) www.travessiapoetica.blogspot.com>2010/10/as-musas-e-essencia-da-criacao-html.
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- "Circe é a “‘deusa das deusas’, ‘a filha do sol’, cujo nome remete a kirkos, e que os escólios identificam com o anel ou círculo da natureza poderosa que reúne vida e morte, nascimento e destruição num eterno movimento, ou com o movimento circular do universo” (Schuback: 1999, 166) (1). No verso 150, do mesmo canto, assim Ulisses caracteriza Circe:
- Referência:
- (1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante (Org.). "As cordas serenas de Ulisses". In: Ensaios de filosofia. Petrópolis R/J: Vozes, 1999.
- (2) HOMERO. Odisseia. 3.e. Trad. Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Melhoramentos, 1960.
- (3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 155.
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- "A natureza dá e tira a vida, e esses dois aspectos opostos são completamente interdependentes: nada pode florir ou ser curado sem destruição. Por isso a tradição celta coloca animais ferozes e poderosos lado a lado com deusas delicadas e gentis" (1).
- Referência:
- (1) HOOD, Juliette. O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 24.