Caminhada

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "O [[ser humano]] é uma doação da [[linguagem]]. Sempre se movendo na [[linguagem]] em sua [[ânsia]] [[essencial]] de [[ser]] o [[não-ser]], [[procura]] incessantemente o [[horizonte]] de seu [[mistério]] e [[presença]] como [[escuta]] de sua fala. A [[escuta]] exige de nós uma entrega  e [[caminhada]], que se torna uma [[travessia]], um [[percurso]] de [[iluminação]]. Ela nos leva à fala da sua [[escuta]] para melhor escutá-la. É quando a [[palavra]] se torna o [[vigor]] de seu [[desvelamento]] e [[velamento]] como [[língua]]. Porque a [[palavra]] é o [[vigor]] desse " ''[[entre]]'' " que identifica e diferencia fala e [[silêncio]], [[desvelamento]] e [[velamento]]. E assim surgem algumas das mais importantes [[reflexões]] dos [[pensadores]] " (1). O [[percurso]] de [[iluminação]] nos conduz a uma posse do que somos e recebemos para [[ser]]. Será, portanto, um [[percurso]] [[ontológico]] e não meramente [[temporal]] ou [[espacial]]. O [[ontológico]] é o [[originário]] de todo [[espaço]] e [[tempo]], de toda [[época]]. No e pelo [[ontológico]] o [[percurso]] como [[caminhada]] é de mergulho na [[memória]], que a tudo preside. A [[iluminação]] provoca em nós a [[experienciação]] da [[sabedoria]] e uma [[caminhada]] de [[libertação]]. Não há [[iluminação]] sem [[desprendimento]] e [[recolhimento]]. E será uma [[caminhada]] ou [[travessia]] para a [[plenitude]] de [[realização]] do [[sentido]] do que recebemos para [[ser]], será uma [[apropriação]] do [[próprio]]. No [[recolhimento]] apreendemos o [[sentido]] de nosso [[agir]].
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: "O [[ser humano]] é uma doação da [[linguagem]]. [[Sempre]] se movendo na [[linguagem]], em sua [[ânsia]] [[essencial]] de [[ser]] o [[não-ser]], [[procura]] incessantemente o [[horizonte]] de seu [[mistério]] e [[presença]] como [[escuta]] de sua [[fala]]. A [[escuta]] exige de nós uma entrega  e [[caminhada]], que se torna uma [[travessia]], um [[percurso]] de [[iluminação]]. Ela nos leva à [[fala]] da sua [[escuta]] para melhor escutá-la. É quando a [[palavra]] se torna o [[vigor]] de seu [[desvelamento]] e [[velamento]] como [[língua]]. Porque a [[palavra]] é o [[vigor]] desse "''[[entre]]''" que identifica e diferencia [[fala]] e [[silêncio]], [[desvelamento]] e [[velamento]]. E assim surgem algumas das mais importantes [[reflexões]] dos [[pensadores]]" (1).  
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: O [[percurso]] de [[iluminação]] nos conduz a uma posse do que somos e recebemos para [[ser]]. Será, portanto, um [[percurso]] [[ontológico]] e não meramente [[temporal]] ou [[espacial]]. O [[ontológico]] é o [[originário]] de todo [[espaço]] e [[tempo]], de toda [[época]]. No e pelo [[ontológico]] o [[percurso]] como [[caminhada]] é de mergulho na [[memória]], que a [[tudo]] preside. A [[iluminação]] provoca em nós a [[experienciação]] da [[sabedoria]] e uma [[caminhada]] de [[libertação]]. Não há [[iluminação]] sem [[desprendimento]] e [[recolhimento]]. E será uma [[caminhada]] ou [[travessia]] para a [[plenitude]] de [[realização]] do [[sentido]] do que recebemos para [[ser]], será uma [[apropriação]] do [[próprio]]. No [[recolhimento]] apreendemos o [[sentido]] de nosso [[agir]].
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser e a aparência". In: ---------. ''www.travessiapoetica.blogspot.com''.
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: "Assim precisamos percorrer efetiva e [[plenamente]] o [[círculo]]. Isto não é nem uma solução passageira nem é uma deficiência. A [[posição]] vigorosa é trilhar este [[caminho]] e [[permanecer]] nele é a festa do [[pensar]], posto que o [[pensar]] é um ofício. Não somente o [[passo]] [[principal]] da [[obra]] para a [[arte]] assim como o passo da [[arte]] para a [[obra]] é um [[círculo]], mas cada passo isolado que tentamos dar circula neste [[círculo]]" (1).
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: "Assim precisamos percorrer efetiva e [[plenamente]] o [[círculo]]. Isto não é nem uma solução passageira nem é uma deficiência. A [[posição]] vigorosa é trilhar este [[caminho]] e [[permanecer]] nele é a festa do [[pensar]], posto que o [[pensar]] é um ofício. Não somente o passo principal da [[obra]] para a [[arte]] assim como o passo da [[arte]] para a [[obra]] é um [[círculo]], mas cada passo isolado que tentamos dar circula neste [[círculo]]" (1).
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: (1) HEIDEGGER, Martin. ''A origem da obra de arte''. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 39.
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: (1) HEIDEGGER, Martin. '''A origem da obra de arte'''. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 39.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: '''Revista Tempo Brasileiro''': '''Globalização, pensamento e arte - 201/202'''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.
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: Toda [[questão]] só é [[questão]] na [[medida]] em que empreende uma [[caminhada]]. Nesta, a [[questão]] advém e [[fala]] como [[verdade]]. É a ''[[alétheia]]'' ([[palavra]] [[grega]] que diz: [[desvelamento]], e este é o que [[poeticamente]] se denomina [[verdade]]) do ''[[lógos]]'' ([[linguagem]]). A ''[[alétheia]]'' pode ser a ''[[alétheia]]'' do ''[[logos]]'' porque ela se torna e é a partir da ''[[poíesis]]'' ([[vigor]] do [[poético]]) enquanto ''[[éthos]]'' ([[vigor]] do [[sentido]] do [[agir]], [[ética]]) da [[questão]]. Por ser o ''[[éthos]]'' da [[questão]], ela se dá como ''[[sophia]]'' ([[sabedoria]]) e não simplesmente como o a [[ser]] [[conhecido]] [[tecnicamente]]. Toda ''[[sophía]]'', como ''[[éthos]]'', [[vige]] na [[essência]] da [[linguagem]]: a ''[[phýsis]]'' (nascividade) / [[dzoé]] ([[vida]]). A [[questão]] de todo [[querer]] se dá como [[caminho]] e não simplesmente como [[desejo]] ao nível do [[psique|psíquico]] ou pela [[vontade]] do [[querer]].
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: Toda [[questão]] só é [[questão]] na [[medida]] em que provoca uma [[caminhada]]. Nesta, a [[questão]] advém e [[fala]] como [[verdade]]. É a ''[[alétheia]]'' ([[palavra]] [[grega]] que diz: [[desvelamento]], e este é o que [[poeticamente]] se denomina [[verdade]]) do ''[[lógos]]'' ([[linguagem]]). A ''[[alétheia]]'' pode ser a ''[[alétheia]]'' do ''[[logos]]'' porque ela se torna e é a partir da ''[[poíesis]]'' ([[vigor]] do [[poético]]) enquanto ''[[éthos]]'' ([[vigor]] do [[sentido]] do [[agir]], [[ética]]) da [[questão]]. Por ser o ''[[éthos]]'' da [[questão]], ela se dá como ''[[sophia]]'' ([[sabedoria]]) e não simplesmente como o a [[ser]] [[conhecido]] [[tecnicamente]]. Toda ''[[sophía]]'', como ''[[éthos]]'', [[vige]] na [[essência]] da [[linguagem]]: a ''[[phýsis]]'' (nascividade) / [[dzoé]] ([[vida]]). A [[questão]] de todo [[querer]] se dá como [[caminho]] e não simplesmente como [[desejo]] ao nível do [[psique|psíquico]] ou pela [[vontade]] do [[querer]].
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: Eis o que nos diz [[Heidegger]]: “A seguir questionaremos a [[técnica]]. O [[questionamento]] trabalha na [[construção]] de um [[caminho]]. Por isso aconselha-se a considerar sobretudo o [[caminho]] e a não ficar preso às várias [[sentenças]] e aos diversos títulos. O [[caminho]] é um [[caminho]] de [[pensamento]]. Todo [[caminho]] de [[pensamento]] passa, de maneira mais ou menos [[percepção|perceptível]] e de modo [[extraordinário]], pela [[linguagem]]” (1).  
: Eis o que nos diz [[Heidegger]]: “A seguir questionaremos a [[técnica]]. O [[questionamento]] trabalha na [[construção]] de um [[caminho]]. Por isso aconselha-se a considerar sobretudo o [[caminho]] e a não ficar preso às várias [[sentenças]] e aos diversos títulos. O [[caminho]] é um [[caminho]] de [[pensamento]]. Todo [[caminho]] de [[pensamento]] passa, de maneira mais ou menos [[percepção|perceptível]] e de modo [[extraordinário]], pela [[linguagem]]” (1).  
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: (1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002, p.11.
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: (1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: '''Ensaios e conferências'''. Petrópolis: Vozes, 2002, p.11.
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: eu preciso respeitar a minha [[mente]] e meu [[corpo]]
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: se quiser chegar ao fim da [[jornada]]
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:  (1) KAUR, rupi. '''meu corpo / minha casa'''. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 118.
:  (1) KAUR, rupi. '''meu corpo / minha casa'''. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 118.
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: "A [[linguagem]] não é um [[ente]], mas o [[fenômeno]] dos [[fenômenos]], pois quanto mais se revela, mais se vela, operando num “''[[entre]]''”, que os [[gregos]] denominaram ''[[polemos]]'', cuja [[tradução]] mais frequente é: luta, tensão de contrários, [[disputa]]. E propomos traduzi-la também por “''[[entre]]''”. [[Linguagem]] é um ''[[entre]]'' [[princípio]] e [[fim]], ''[[entre]]'' [[finito]] e não-finito, ''[[entre]]'' [[compreender]] e não-compreender, ''[[entre]]'' [[saber]] e não-saber, ''[[entre]]'' [[ver]] e não-ver, ''[[entre]]'' [[ser]] e [[não-ser]]. Em virtude disso, nossa [[caminhada]] é um contínuo avançar e recuar, num [[verdadeiro]] [[labirinto]] [[poético]]-[[circular]], cuja saída almejamos e, no entanto, [[sempre]] nos advém como desafio, pois a cada passo se abre em [[infinitas]] [[possibilidades]], numa aparente sem [[saída]], onde o importante do [[ler]] é a [[procura]] e [[caminhada]]. Isso gera no [[ser humano]] [[angústia]] e dor, mas também a alegria erótico-libertadora das contínuas e sempre novas [[experienciações]]. E, no fundo, essa [[caminhada]] do [[caminho]] é o [[ler]]" (1).
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:  Referência:
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ler e suas questões". In: ---------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 21.
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: "No [[grito]] de [[dor]] de [[Édipo]] de furar os [[olhos]], dá-se o último passo de uma [[caminhada]] de [[vida]], nas três [[sendas]] do [[parecer]] aparecendo, do [[ser]] [[sendo]] e do [[não-ser]] no mergulho da excessividade do [[Nada]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 33.

Edição atual tal como 21h58min de 24 de Abril de 2022

Tabela de conteúdo

1

"O ser humano é uma doação da linguagem. Sempre se movendo na linguagem, em sua ânsia essencial de ser o não-ser, procura incessantemente o horizonte de seu mistério e presença como escuta de sua fala. A escuta exige de nós uma entrega e caminhada, que se torna uma travessia, um percurso de iluminação. Ela nos leva à fala da sua escuta para melhor escutá-la. É quando a palavra se torna o vigor de seu desvelamento e velamento como língua. Porque a palavra é o vigor desse "entre" que identifica e diferencia fala e silêncio, desvelamento e velamento. E assim surgem algumas das mais importantes reflexões dos pensadores" (1).
O percurso de iluminação nos conduz a uma posse do que somos e recebemos para ser. Será, portanto, um percurso ontológico e não meramente temporal ou espacial. O ontológico é o originário de todo espaço e tempo, de toda época. No e pelo ontológico o percurso como caminhada é de mergulho na memória, que a tudo preside. A iluminação provoca em nós a experienciação da sabedoria e uma caminhada de libertação. Não há iluminação sem desprendimento e recolhimento. E será uma caminhada ou travessia para a plenitude de realização do sentido do que recebemos para ser, será uma apropriação do próprio. No recolhimento apreendemos o sentido de nosso agir.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser e a aparência". In: ---. www.travessiapoetica.blogspot.com.

2

"Assim precisamos percorrer efetiva e plenamente o círculo. Isto não é nem uma solução passageira nem é uma deficiência. A posição vigorosa é trilhar este caminho e permanecer nele é a festa do pensar, posto que o pensar é um ofício. Não somente o passo principal da obra para a arte assim como o passo da arte para a obra é um círculo, mas cada passo isolado que tentamos dar circula neste círculo" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 39.

3

"Se Globalização é tempo, todo tempo já diz de possibilidades de caminho. Todo caminho é uma caminhada de passagens e paradas, nas e com as estâncias do existir em contínua possibilidade de ascensão e iluminação, até advir a possível plenitude. Não vivemos apenas. Ao ser humano é próprio o existir. Este é um tempo de oportunidades de realização ascensional" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro: Globalização, pensamento e arte - 201/202. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.

4

Toda questão só é questão na medida em que provoca uma caminhada. Nesta, a questão advém e fala como verdade. É a alétheia (palavra grega que diz: desvelamento, e este é o que poeticamente se denomina verdade) do lógos (linguagem). A alétheia pode ser a alétheia do logos porque ela se torna e é a partir da poíesis (vigor do poético) enquanto éthos (vigor do sentido do agir, ética) da questão. Por ser o éthos da questão, ela se dá como sophia (sabedoria) e não simplesmente como o a ser conhecido tecnicamente. Toda sophía, como éthos, vige na essência da linguagem: a phýsis (nascividade) / dzoé (vida). A questão de todo querer se dá como caminho e não simplesmente como desejo ao nível do psíquico ou pela vontade do querer.
Eis o que nos diz Heidegger: “A seguir questionaremos a técnica. O questionamento trabalha na construção de um caminho. Por isso aconselha-se a considerar sobretudo o caminho e a não ficar preso às várias sentenças e aos diversos títulos. O caminho é um caminho de pensamento. Todo caminho de pensamento passa, de maneira mais ou menos perceptível e de modo extraordinário, pela linguagem” (1).


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p.11.

5

eu preciso respeitar a minha mente e meu corpo
se quiser chegar ao fim da jornada


- vida (1)
Referência:
(1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 118.

6

"A linguagem não é um ente, mas o fenômeno dos fenômenos, pois quanto mais se revela, mais se vela, operando num “entre”, que os gregos denominaram polemos, cuja tradução mais frequente é: luta, tensão de contrários, disputa. E propomos traduzi-la também por “entre”. Linguagem é um entre princípio e fim, entre finito e não-finito, entre compreender e não-compreender, entre saber e não-saber, entre ver e não-ver, entre ser e não-ser. Em virtude disso, nossa caminhada é um contínuo avançar e recuar, num verdadeiro labirinto poético-circular, cuja saída almejamos e, no entanto, sempre nos advém como desafio, pois a cada passo se abre em infinitas possibilidades, numa aparente sem saída, onde o importante do ler é a procura e caminhada. Isso gera no ser humano angústia e dor, mas também a alegria erótico-libertadora das contínuas e sempre novas experienciações. E, no fundo, essa caminhada do caminho é o ler" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ler e suas questões". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 21.

7

"No grito de dor de Édipo de furar os olhos, dá-se o último passo de uma caminhada de vida, nas três sendas do parecer aparecendo, do ser sendo e do não-ser no mergulho da excessividade do Nada" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 33.