Poético-ecologia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 29.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 29.
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: "A [[poético-ecologia]] é a [[procura]] e [[realização]] do [[humano]] do [[homem]]. A complexidade do [[ser-humano]], do [[humano]] do [[homem]] [[eu]] a vejo na conjugação das [[questões]] propostas pelos três [[mitos]] que trouxe para esta [[reflexão]]: [[Eros]], [[Cura]] e [[Édipo]]" (1).
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: Para o [[leitor]] [[apreender]] a profundidade da [[poético-ecologia]] é [[essencial]] que tome [[conhecimento]] das [[questões]] que esses [[mitos]] levantam. Elas compõem o [[horizonte]] de nosso [[agir]] e [[ser]], de nossas [[escolhas]], além de esclarecerem muito [[questões]], em geral, mal compreendidas, porque muito complexas: [[liberdade]] e [[vontade]], [[livre arbítrio]], [[próprio]], [[travessia]], [[caminhada]] de [[vida]], [[existência]].
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 29.
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: "Todos sabemos que o [[mito]] de [[Édipo]] se configura numa amplitude maior: o do [[genos]] de [[Édipo]]. Seu [[destino]], em [[princípio]], está ligado ao [[próprio]] [[destino]] do [[genos]]. Por isso, enquanto [[genos]], o [[mito]] nos lança no [[sentido]] [[essencial]] em que se reúne e ultrapassa qualquer [[dicotomia]] [[entre]] [[pessoal]] e [[social]]. Para além de [[Cura]] da [[dor]], da [[Cura]] amorosa, com [[Édipo]] temos a [[Cura]] da [[Polis]]. Por isso a [[poético-ecologia]] se dá na [[harmonia]] dos três [[cuidados]] em relação a três [[corpos]]: o de [[Édipo]] enquanto [[Édipo]], o de [[Édipo]] enquanto [[lugar]] do [[corpo social]], ou seja, a [[Polis]], o de [[Édipo]] enquanto [[genos]] de [[Eros]], [[Terra]], [[Céu]] e [[Mundo]]. A [[poético-ecologia]] deve necessariamente ser tomada e impulsionada pelos três [[corpos]]. Não há separação. Hoje, com a [[globalização]], o [[corpo social]] são todos os [[seres humanos]] e o [[genos]] são todos os [[seres humanos]], o [[Céu]], a [[Terra]]-[[mãe]]-[[Gaia]] e o [[Mundo]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 30.
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: "Só o [[homem]] pode escravizar o [[homem]]. A [[poético-ecologia]] tem que se centralizar na [[verdade]] do [[homem]]. Mas qual é a [[verdade]] do [[homem]]? [[Édipo]], o [[homem]], não solucionou os [[enigmas]]. O [[homem]] não é a [[resposta]] para os [[enigmas]] das [[questões]]. As [[questões]] são maiores do que o [[homem]]. A [[poético-ecologia]] é o deixar-se tomar pelas [[questões]]. E o que faz [[Édipo]]? Será que nós temos a [[mesma]] [[coragem]] para [[fazer]] o que ele fez? Ele deixou-se tomar pela [[questão]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 31.
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: "A [[poético-ecologia]] é o apelo para fazer de cada um de nós um novo [[Édipo]]. E então os [[homens]] e as [[coisas]] viverão em [[paz]] e [[proximidade]]. E no âmago de cada [[ser humano]], de cada [[coisa]], da mãe [[Terra]], do [[Céu]], habitará o [[extraordinário]], porque serão a [[morada]] da [[linguagem]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 34.
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: "Temos no [[ser humano]] duas decisões, dois cindires: o de [[Eros]]: o da [[dor]] como [[princípio]]; e o [[Tempo]]. Que cindir é este? O [[Tempo]] dá a [[sentença]] tendo em vista o outro cindir: o da [[morte]]. Este cindir não é separado do anterior. A [[dor]] como ''[[pathos]]'', como [[paixão]], percorre o [[entre]] [[vida]] e [[morte]]. E é nesse [[entre]] que se decide a [[poético-ecologia]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 24.
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: "Tentar [[entender]] o que é o [[mundo]] é [[empreender]] uma [[caminhada]] de [[compreensão]] do que é isto a [[dor]], de que é isto a [[linguagem]]. O que a [[dor]] tem a [[ver]] com a [[linguagem]]? O que a [[dor]] e a [[linguagem]]  têm a [[ver]] com o [[mundo]]? Só então seremos tomados pela [[ecologia]]. Mais, bem mais: pela [[poético-ecologia]]. Essas [[questões]] comparecem no [[Mito]] de [[Cura]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 21.
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: "No [[mito]] de [[Cura]] temos a plena [[poético-ecologia]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: '''Arte: corpo, mundo e terra'''. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 22.

Edição atual tal como 22h10min de 8 de Novembro de 2022

Tabela de conteúdo

1

"A poético-ecologia encontra a sua medida na procura da linguagem como morada, em que a morada é a Cura, é Eros, é o Amor, a Sabedoria. Poético-ecologia é o amor que reúne céu e terra, corpo e mundo. A poético-ecologia é a pro-cura da Cura, como penhor de todos os empenhos. Só o amor cura, porque só o amor cuida, porque aproxima" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 28.

2

"Poético-ecologia é questão porque amor é questão e a questão nos possui enquanto procura. A procura essencial e permanente num jogo para o qual somos destinados no e pelo Tempo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 29.

3

"A poético-ecologia é a procura e realização do humano do homem. A complexidade do ser-humano, do humano do homem eu a vejo na conjugação das questões propostas pelos três mitos que trouxe para esta reflexão: Eros, Cura e Édipo" (1).
Para o leitor apreender a profundidade da poético-ecologia é essencial que tome conhecimento das questões que esses mitos levantam. Elas compõem o horizonte de nosso agir e ser, de nossas escolhas, além de esclarecerem muito questões, em geral, mal compreendidas, porque muito complexas: liberdade e vontade, livre arbítrio, próprio, travessia, caminhada de vida, existência.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 29.

4

"Todos sabemos que o mito de Édipo se configura numa amplitude maior: o do genos de Édipo. Seu destino, em princípio, está ligado ao próprio destino do genos. Por isso, enquanto genos, o mito nos lança no sentido essencial em que se reúne e ultrapassa qualquer dicotomia entre pessoal e social. Para além de Cura da dor, da Cura amorosa, com Édipo temos a Cura da Polis. Por isso a poético-ecologia se dá na harmonia dos três cuidados em relação a três corpos: o de Édipo enquanto Édipo, o de Édipo enquanto lugar do corpo social, ou seja, a Polis, o de Édipo enquanto genos de Eros, Terra, Céu e Mundo. A poético-ecologia deve necessariamente ser tomada e impulsionada pelos três corpos. Não há separação. Hoje, com a globalização, o corpo social são todos os seres humanos e o genos são todos os seres humanos, o Céu, a Terra-mãe-Gaia e o Mundo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 30.

5

"Só o homem pode escravizar o homem. A poético-ecologia tem que se centralizar na verdade do homem. Mas qual é a verdade do homem? Édipo, o homem, não solucionou os enigmas. O homem não é a resposta para os enigmas das questões. As questões são maiores do que o homem. A poético-ecologia é o deixar-se tomar pelas questões. E o que faz Édipo? Será que nós temos a mesma coragem para fazer o que ele fez? Ele deixou-se tomar pela questão" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 31.

6

"A poético-ecologia é o apelo para fazer de cada um de nós um novo Édipo. E então os homens e as coisas viverão em paz e proximidade. E no âmago de cada ser humano, de cada coisa, da mãe Terra, do Céu, habitará o extraordinário, porque serão a morada da linguagem" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 34.

7

"Temos no ser humano duas decisões, dois cindires: o de Eros: o da dor como princípio; e o Tempo. Que cindir é este? O Tempo dá a sentença tendo em vista o outro cindir: o da morte. Este cindir não é separado do anterior. A dor como pathos, como paixão, percorre o entre vida e morte. E é nesse entre que se decide a poético-ecologia" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 24.

8

"Tentar entender o que é o mundo é empreender uma caminhada de compreensão do que é isto a dor, de que é isto a linguagem. O que a dor tem a ver com a linguagem? O que a dor e a linguagem têm a ver com o mundo? Só então seremos tomados pela ecologia. Mais, bem mais: pela poético-ecologia. Essas questões comparecem no Mito de Cura" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 21.

9

"No mito de Cura temos a plena poético-ecologia" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 22.
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