Plenitude
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “O mito de Midas da morte ou do ser feliz”. In: ------. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 206. |
Edição de 22h02min de 24 de Novembro de 2018
1
- Toda plenitude só é plenitude do principiar do princípio, assim como todo rio traz em sua corrente a presença da fonte. Esta ambiguidade poética é que é o tempo circular. A palavra plenitude forma-se de pleno. E esta palavra vem do latim plenus, que significa: cheio, completo, satisfeito. Porém, não podemos reduzir a plenitude a esses atributos acidentais quando se trata do ser que cada um é. Ontologicamente é uma realização plena, completa, que se dá quando, cada um naquilo que é, encontra o seu pleno e total sentido. É a sua completude. É que sentido então é sentido de ser, plena e completa realização, e não simplesmente a mera ligação às sensações e à satisfação dos sentidos. Estes não estão excluídos da plenitude e da completude, mas jamais podemos reduzi-las às meras sensações sejam sensuais, sejam estéticas, pois, neste caso, reduzir-se-ia o ontológico (Libido essendi) ao epistemológico (Libido sciendi).
2
- “Corpo sem atributos que irrompe no espanto da linguagem, a plenitude é a dimensão do orgasmo quando explode e convoca para seu apogeu a impossibilidade de palavras” (1).
- Referência:
- (1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 62.
3
- "O mito de Cura é o mito latino para explicar o surgimento e criação do ser humano, que não é uma criação de um Deus, mas uma plasmação, obra, de Cura, ou seja, de Eros, entendido como aquilo que nos projeta na procura poética da realização em plenitude " (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eros, o humano e os humanismos". In: Eros, tecnologia, transumanismo. MONTEIRO, Maria Conceição e Outros (org.). Rio de Janeiro: Caetés, 2015, p. 47.
4
- “E o que é pleno? Não sabemos. Mas podemos pensar ser o que leva no seu bojo a impossibilidade tanto do claro quanto do escuro, pois o limite da plenitude está em seu não-limite, na impossibilidade de se mensurar aquilo que antecede seu próprio nomear” (1).
- Referência:
- (1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 49.
5
- "Quando nosso ser está em jogo, então trata-se fundamentalmente de sermos ou não felizes, já que a plenitude do que somos é nosso maior empenho e penhor" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “O mito de Midas da morte ou do ser feliz”. In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 188.
6
- Só o sentido possibilita plenitude, a plena realização das possibilidades que todo ser humano já recebeu, ou seja, seu destino. Portanto, destino diz a morte como horizonte de possibilidade de realização do sentido da vida, que nos advém no saber inerente a todo questionar.
7
- "A mente permanece instável no grande Vácuo.
- Aqui, o saber mais elevado
- É ilimitado. O que concede às coisas
- Sua razão de ser, não pode limitar-se pelas coisas.
- Assim, quando falamos em 'limites',
- Ficamos presos às coisas delimitadas.
- O limite do ilimitado chama-se 'plenitude' " (1).
- (xxii, 6)
- Referência:
- (1) MERTON, Thomas. "Onde está o Tao?". In:A via de Chuang Tzu, 9.e. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999, p. 159.
10
- "Para o vivente só uma necessidade o angustia: ser vida, ser pleno e feliz. Felicidade é a plenitude acontecendo para a nossa condição de finitos. Só podemos, porém, falar em plenitude porque é essa, e só essa, que se torna a medida do que não é pleno. Satisfazer as necessidades com bens é ainda ser pleno na medida exata do bem dessa necessidade. Sentir dor e sofrimento é ainda a não satisfação da necessidade desse bem. É nesse âmbito, e só nesse, que se pode falar em mal. Sentimo-nos mal e carentes quando o que queremos como bem necessário nos é tirado" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “O mito de Midas da morte ou do ser feliz”. In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 206.