Aprendizado

De Dicionário de Poética e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 215.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "O [[mito]] de [[Cura]] e o [[ser]] [[humano]]". In: [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 215.'''
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arteâ€. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). '''Arte em questão: as questões da arte'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' “[[Heidegger]] e as [[questões]] da [[arte]]â€. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). [[Arte]] em [[questão]]: as [[questões]] da [[arte]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.'''
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: FERRRAZ, Antônio Máximo. "O trágico como dança de vida e morte". In: FAGUNDES, Igor e OUTROS (Org.). '''Entre Pares - Partilhas em Dança & Outros Movimentos'''. Guaratinguetá/SP: Penalux, 2019, p. 87.
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: FERRRAZ, Antônio Máximo.''' "O [[trágico]] como [[dança]] de [[vida]] e [[morte]]". In: FAGUNDES, Igor e OUTROS (Org.). Entre Pares - Partilhas em [[Dança]] & Outros Movimentos. Guaratinguetá/SP: Penalux, 2019, p. 87.'''
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: "Mas, quando chegou a vez da [[invenção]] da [[escrita]], exclamou [[Thoth]]: ''Eis, oh Rei, uma [[arte]] que tornará os [[egípcios]] mais [[sábios]] e os ajudará a fortalecer a [[memória]], pois com a [[escrita]] descobri o remédio para a [[memória]]''. ''- Oh, [[Thoth]], [[mestre]] incomparável, uma coisa é  [[inventar]] uma [[arte]], outra [[julgar]] os benefícios ou prejuízos que dela advirão para os [[outros]]! Tu, neste [[momento]] e como [[inventor]] da [[escrita]], esperas dela, e com [[entusiasmo]], todo o contrário do que ela pode vir a [[fazer]]! Ela tornará os [[homens]] mais esquecidos, pois que, sabendo [[escrever]], deixarão de exercitar a [[memória]], confiando apenas nas  [[escrituras]], e só se lembrarão de um [[assunto]] por força de [[motivos]] [[exteriores]], por meio de [[sinais]], e não dos [[assuntos]] em si mesmos. Por isso, não  inventaste um [[remédio]] para a [[memória]], mas, sim, para a [[rememoração]]. Quanto à [[transmissão]] do [[ensino]], transmites aos teus [[alunos]] não a [[sabedoria]] em si mesma, mas apenas uma [[aparência]] de [[sabedoria]], pois passarão a [[receber]] uma grande soma de [[informações]] sem a  respectiva [[educação]]! Hão-de [[parecer]] [[homens]] de [[saber]], embora não passem de [[ignorantes]] em muitas [[matérias]] e tornar-se-ão, por consequência, [[sábios]] [[imaginários]], em vez de [[sábios]] [[verdadeiros]]'' " (1).
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: "Mas, quando chegou a vez da [[invenção]] da [[escrita]], exclamou [[Thoth]]: ''Eis, oh Rei, uma [[arte]] que tornará os [[egípcios]] mais [[sábios]] e os ajudará a fortalecer a [[memória]], pois com a [[escrita]] descobri o remédio para a [[memória]]''. ''- Oh, [[Thoth]], [[mestre]] incomparável, uma coisa é  inventar uma [[arte]], outra [[julgar]] os benefícios ou prejuízos que dela advirão para os [[outros]]! Tu, neste [[momento]] e como inventor da [[escrita]], esperas dela, e com entusiasmo, todo o contrário do que ela pode vir a [[fazer]]! Ela tornará os [[homens]] mais esquecidos, pois que, sabendo [[escrever]], deixarão de exercitar a [[memória]], confiando apenas nas  [[escrituras]], e só se lembrarão de um assunto por força de [[motivos]] exteriores, por meio de [[sinais]], e não dos assuntos em si mesmos. Por isso, não  inventaste um remédio para a [[memória]], mas, sim, para a [[rememoração]]. Quanto à transmissão do [[ensino]], transmites aos teus [[alunos]] não a [[sabedoria]] em si mesma, mas apenas uma [[aparência]] de [[sabedoria]], pois passarão a [[receber]] uma grande soma de [[informações]] sem a  respectiva [[educação]]! Hão-de [[parecer]] [[homens]] de [[saber]], embora não passem de ignorantes em muitas [[matérias]] e tornar-se-ão, por consequência, [[sábios]] imaginários, em vez de [[sábios]] [[verdadeiros]]'' " (1).
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: (1) PLATÃO. ''Fedro''. 5. e. Trad. Pinharanda Gomes. Texto grego estabelecido por Léon Robin, Paris, ''Les Belles Lettres'', 1966.  Lisboa: Guimarães Editores, 1994, p. 121, 274e.
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: (1) PLATÃO. '''Fedro, 5. e. Trad. Pinharanda Gomes. Texto [[grego]] estabelecido por Léon Robin, Paris, Les Belles Lettres, 1966.  Lisboa: Guimarães Editores, 1994, p. 121, 274e.'''
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arteâ€. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). '''Arte em questão: as questões da arte'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' “[[Heidegger]] e as [[questões]] da [[arte]]â€. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). [[Arte]] em [[questão]]: as [[questões]] da [[arte]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.'''
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: (1) HOOD, Juliette. "Tríades de conhecimento". '''O livro celta da vida e da morte'''. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 113.
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: (1) HOOD, Juliette.''' "Tríades de [[conhecimento]]". O [[livro]] [[celta]] da [[vida]] e da [[morte]]. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora [[Pensamento]], 2011, p. 113.'''

Edição atual tal como 21h48min de 2 de Abril de 2025

Tabela de conteúdo

1

Toda pergunta, se é verdadeira pergunta e não algo meramente retórico, pressupõe o exercício do questionar. A pergunta pode exercer-se em dois horizontes: o do pensamento e o do conhecimento. Quando se pergunta para conhecer, procura-se uma resposta que aumente o conhecimento e nos traga mais informações sobre o objeto da pergunta. E aí a resposta desfaz a pergunta. Tal pergunta surge quando nos dedicamos ao estudo e nos conduz a um aprendizado. Quando se pergunta para pensar, a resposta, em vez de me trazer um conhecimento, reinstala a questão, que originou a pergunta, em outro nível, como se desse um passo para reinstalar não mais saber, mas o não-saber. Esse é o exercício da aprendizagem do aprender a pensar. O aprender a pensar é aquele questionar que nos liberta para o desaprender. Nesse nível todo desaprender é em essência sempre uma renúncia, onde esta não tira, dá, porque liberta para ser sem a prisão de algo que já sabemos e não somos. Ser é ser sem limites e sem estar preso a algo.


- Manuel Antônio de Castro

2

"A medida do entre tanto é a vida quanto é a morte. Na medida está o sentido, no sentido está a medida. Toda procura, no fundo, é sempre a procura do sentir do sentido. É justamente isso que denomino aqui experienciação e não (jamais!) experiência. Toda procura advém sempre enquanto experienciação. Todo conceito advém sempre enquanto experiência. É por isso que posso dizer que “Fulano é experiente no fazer artefatos de madeira, de barro, em dar aula etcâ€. Todavia, jamais posso dizer que alguém é experiente na experienciação de morrer. Das experiências surge um aprendizado, passível de ser ensinado, porque é um saber baseado em conceitos, por exemplo, um carpinteiro que ensina o aprendiz a fazer móveis. Das experienciações surge uma aprendizagem, algo absolutamente pessoal e impossível de ser ensinado, porque não é redutível aos conceitos. A aprendizagem é experienciação das questões" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 215.

3

"Os conceitos geram um conhecer passível de aprendizado. As questões, quando experienciadas por cada um, produzem um saber como aprendizagem (o que não pode ser ensinado)" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arteâ€. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.

4

"A fórmula páthei máthos fala não do aprendizado abstrato da lógica, mas da aprendizagem concreta, pela dor, da liminaridade da existência humana, lançada, em razão do devir temporal, na dança entre Vida e Morte" (1).


Referência:
FERRRAZ, Antônio Máximo. "O trágico como dança de vida e morte". In: FAGUNDES, Igor e OUTROS (Org.). Entre Pares - Partilhas em Dança & Outros Movimentos. Guaratinguetá/SP: Penalux, 2019, p. 87.

5

"Mas, quando chegou a vez da invenção da escrita, exclamou Thoth: Eis, oh Rei, uma arte que tornará os egípcios mais sábios e os ajudará a fortalecer a memória, pois com a escrita descobri o remédio para a memória. - Oh, Thoth, mestre incomparável, uma coisa é inventar uma arte, outra julgar os benefícios ou prejuízos que dela advirão para os outros! Tu, neste momento e como inventor da escrita, esperas dela, e com entusiasmo, todo o contrário do que ela pode vir a fazer! Ela tornará os homens mais esquecidos, pois que, sabendo escrever, deixarão de exercitar a memória, confiando apenas nas escrituras, e só se lembrarão de um assunto por força de motivos exteriores, por meio de sinais, e não dos assuntos em si mesmos. Por isso, não inventaste um remédio para a memória, mas, sim, para a rememoração. Quanto à transmissão do ensino, transmites aos teus alunos não a sabedoria em si mesma, mas apenas uma aparência de sabedoria, pois passarão a receber uma grande soma de informações sem a respectiva educação! Hão-de parecer homens de saber, embora não passem de ignorantes em muitas matérias e tornar-se-ão, por consequência, sábios imaginários, em vez de sábios verdadeiros " (1).


Referência:
(1) PLATÃO. Fedro, 5. e. Trad. Pinharanda Gomes. Texto grego estabelecido por Léon Robin, Paris, Les Belles Lettres, 1966. Lisboa: Guimarães Editores, 1994, p. 121, 274e.

6

"Os conceitos geram um conhecer passível de aprendizado. As questões, quando experienciadas por cada um, produzem um saber como aprendizagem (o que não pode ser ensinado)" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arteâ€. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.

7

"As três fontes de conhecimento:
 : Pensamentos;
 : Intuições;
 : Aprendizado" (1).


Referência:
(1) HOOD, Juliette. "Tríades de conhecimento". O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 113.
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