Existir

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: “É preciso existir para sentir [[dor]], uma dor que vem junto com o existir, não depois; é preciso estar no [[mundo]] para com ele permanecermos na imprecisão de uma [[certeza]], na [[certeza]] de um [[duvidar]]: sendo uma [[questão]]” (1).
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: Quando [[compreendemos]] a [[essência]] do [[não-poder]], a nossa [[compreensão]] da [[figura]] do [[diabo]] nos aparece no que ele [[é]], de fato, ele [[não-é]]. Desse modo, a [[tentação]] tem, no fundo, a [[dúvida]] do [[ser humano]] em resistir ao que se lhe oferece e aparece como [[bom]] e um [[bem]]. Ceder à [[tentação]] é deixar-se [[atrair]] pelo [[não-poder]]. Resistir-lhe é [[afirmar]] o [[ser]] e o seu [[poder]]. Fica [[evidente]] que o [[horizonte]] de todas as [[tentações]], ou seja, do [[diabo]], para o [[ser humano]] se constitui no [[fato]] de sermos [[limitados]] e estarmos sempre querendo ir além dos [[limites]]. Se bem observarmos, o [[limite]] tem para o [[ser humano]] um [[sentido]] [[ambíguo]]: de um lado, temos sempre de [[estar]] ultrapassando nossos [[limites]], pois isso [[é]] [[existir]]; de outro lado, se não [[compreendemos]] [[essencialmente]] o [[sentido]] do [[limite]], podemos cair no [[não-poder]], isto é, no [[não-ser]]. Daí a [[importância]] do [[pensar]].
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: (1) PESSANHA, Fábio Santana. ''A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 54.
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.
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: "... cada [[momento]] da [[vida]] é uma [[oportunidade]] de [[caminhada]]. Está em nós não apenas olharmos, mas também vermos e pensarmos os [[momentos]] dessas [[oportunidades]], aquilo que está para além do meramente [[superficial]] e [[aparente]], [[passageiro]] e [[incompleto]], pois [[existir]] é a [[caminhada]] de [[procura]] da [[realização]] da [[plenitude]] do que somos e já recebemos para [[ser]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 27.
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: "Não basta [[viver]], repetimos, é necessário procurar o [[motivo]] de [[existir]]. É, paradoxalmente, uma [[necessidade]] que liberta. Liberta para quê? Para a [[sabedoria]] do [[sentido]] de nossa [[finitude]]" (1).
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: Referência bibliográfica:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -------. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 194.
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: "[[Existir]] tanto como [[humano]] e quanto [[essência]] do [[humano]] é [[interpretar-se]] como [[o que é]], ou seja, no ter sido para chegar a [[ser]]. [[Consumação]] do seu [[sentido]] a pôr-se a [[caminho]] do [[pensar]]. [[Destino]], [[próprio]], [[apropriação]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: ------. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 259.

Edição atual tal como 22h26min de 4 de Junho de 2021

Consultar também Existência.

1

Existir é questionar, pois questionar nos lança ininterruptamente no não-saber e no saber, através de perguntas e respostas, passos de uma travessia até o advento da morte, que é a mais enigmática das perguntas e para a qual nunca se deu e nem se dará uma resposta definitiva, aliás como para qualquer questão. Por isso, para o ser humano viver não consiste em ter vida como os outros seres vivos. Para ele viver é existir. Eis a diferença ontológica.


- Manuel Antônio de Castro

2

Quando compreendemos a essência do não-poder, a nossa compreensão da figura do diabo nos aparece no que ele é, de fato, ele não-é. Desse modo, a tentação tem, no fundo, a dúvida do ser humano em resistir ao que se lhe oferece e aparece como bom e um bem. Ceder à tentação é deixar-se atrair pelo não-poder. Resistir-lhe é afirmar o ser e o seu poder. Fica evidente que o horizonte de todas as tentações, ou seja, do diabo, para o ser humano se constitui no fato de sermos limitados e estarmos sempre querendo ir além dos limites. Se bem observarmos, o limite tem para o ser humano um sentido ambíguo: de um lado, temos sempre de estar ultrapassando nossos limites, pois isso é existir; de outro lado, se não compreendemos essencialmente o sentido do limite, podemos cair no não-poder, isto é, no não-ser. Daí a importância do pensar.


- Manuel Antônio de Castro

3

Nosso tempo é um tempo acelerado. Parece uma vida com muitas vidas, de muitas vivências. Mas aí entra a questão ontológica e esta diz respeito diretamente ao tempo da experienciação. O tempo da experienciação é o tempo da metábole (movimento essencial). Toda transformação precisa radicalmente de um tempo próprio, o tempo de ser se manifestando e transformando, pelo qual se é mais do que uma forma: simplesmente se é. Neste, o que é se manifesta em o como é. E o como é ou vivências se transformam não apenas n’o como se conhece, mas no sentido do que é, pois ser é agir e agir se manifestando é o advir do sentido, tanto do que é, quanto do como se conhece, isto é, transforma no ser humano a vivência em experienciação, daí no ser humano não haver apenas vida, mas o existir.


- Manuel Antônio de Castro.


4

"A ação do entre do interlúdio que destina o homem a ser livre pode e deve ser considerada divina, sagrada, como sagrado é o que não tem origem no homem, mas que a ele foi doado para que cuide: o existir" (1).


Referência:
(1) FERRAZ, Antônio Máximo. "O homem e a interpretação: da escuta do destino à liberdade". In: CASTRO, Manuel Antônio de e Outros (Org.). O educar poético. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2014, p. 105.


5

"Se Globalização é tempo, todo tempo já diz de possibilidades de caminho. Todo caminho é uma caminhada de passagens e paradas, nas e com as estâncias do existir em contínua possibilidade de ascensão e iluminação, até advir a possível plenitude. Não vivemos apenas. Ao ser humano é próprio o existir. Este é um tempo de oportunidades de realização ascensional" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.


6

"... cada momento da vida é uma oportunidade de caminhada. Está em nós não apenas olharmos, mas também vermos e pensarmos os momentos dessas oportunidades, aquilo que está para além do meramente superficial e aparente, passageiro e incompleto, pois existir é a caminhada de procura da realização da plenitude do que somos e já recebemos para ser" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 27.

7

"Não basta viver, repetimos, é necessário procurar o motivo de existir. É, paradoxalmente, uma necessidade que liberta. Liberta para quê? Para a sabedoria do sentido de nossa finitude" (1).
Referência bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 194.

8

"Existir tanto como humano e quanto essência do humano é interpretar-se como o que é, ou seja, no ter sido para chegar a ser. Consumação do seu sentido a pôr-se a caminho do pensar. Destino, próprio, apropriação" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 259.