Globalização
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição de 15h36min de 30 de março de 2019
Tabela de conteúdo |
1
- "Na sociedade do conhecimento, conhecer é um supermodo de organização e controle. Tanto desencadeia as forças produtivas como segura e contém os modos de produção dentro do poder e não-poder de uma globalização planetária" (1).
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A sociedade do conhecimento: passes e impasses". In: Revista Tempo Brasileiro, Sociedade do conhecimento: passes e impasses, 152, jan.-mar., 2003, p. 14.
2
- "A globalização é o-a-ser-pensado, não há como defini-la. Nela acontece o pensamento por vir. É o grande desafio para pensadores e poetas em suas obras. E o vocabulário crítico, meramente formal, ideológico e esteticista, torna-se insuficiente diante dos novos desafios. Em vista disso, devemos, necessariamente, superar as classificações dos paradigmas já existentes bem como uma atitude de total condenação ou aceitação" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 11.
3
- "Globalização é a unidimensionalização de um conhecimento reduzido a know-how. A dicotomia de teoria e prática, de mundo paciente de objetos e mundo agente de cérebros vai sendo superada por um conhecimento que processa uma composição universal, globalizando separações, divisões, distinções. Por esta sociedade se superam, numa equivalência de constituição recíproca e complementar, as diferenças de sujeito e objeto, de espírito e matéria, de informação e compreensão, do mundo das sinapses e o mundo das coisas" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A sociedade do conhecimento: passes e impasses". In: Revista Tempo Brasileiro, Sociedade do conhecimento: passes e impasses, 152, jan.-mar., 2003, p. 13.
4
- "A globalização rompe com as fronteiras nacionais, acaba com a divisão interno/externo. A cultura mundializada se internaliza dentro de nós. O espaço local "desencaixado" aproxima o que é distante e afasta o que é próximo, isto é, o local é influenciado pelo global, ao mesmo tempo que o influencia" (1)
- Referência:
- (1) VIEIRA, Liszt. Cidadania e globalização. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998, p. 100.
5
- Quanto à verdade poética, ela se tornou propriedade da estética. A estética é a poética cientifizada, o que não é mais poética. E ela quer entificar a verdade poética, dentro do mesmo jogo de compra e venda de sensações estéticas. A sensação sem o sentido é um estar sem ser, ou seja, Estética
- Em virtude disto podemos falar da predominância de uma globalização econômica, cultural e religiosa, todas regidas pelo fundamento, solo firme da verdade causal.
6
- A globalização, em sua faceta uniformizadora, é uma decorrência natural da interpretação causal, funcional e finalista da realidade. Esta se tornou fonte de recursos naturais e os seres humanos meros recursos humanos. Tudo é disposição para o funcionar do sistema global. A esta disposição não escapam as próprias culturas. Tocadas pela varinha mágica da funcionalidade e da finalidade causal, tornaram-se produtos a serem comercializados pela indústria turística.
7
- "Não há globalização sem um forte sistema de acúmulo e divulgação de obras de conhecimento e cultura para formar elites. Esse sistema, hoje, é absolutamente novo, pois sem tempo nem espaço, literalmente nas nuvens, podendo ser acessado por todos de qualquer lugar. E essa se pode tornar a maior fonte de igualdade e libertação de todos, mas também de meras generalizações funcionais ou apenas objetos de consumo e passatempos" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro - Globalização, pensamento e arte, 201/202. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 12.
8
- "O que é globalização? ... Ela é a questão que nosso momento histórico e sócio-poético ou época nos coloca. E irrompe com tanta força que já é um nome que reúne as mais diferentes tendências de reflexão, pois, pela força da essência da técnica, sua presença se generalizou em todos os ramos de conhecimento e se faz presente em tudo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 11.
9
- A globalização se funda em um saber essencial, mas de fundo causalista até mesmo quando se mascara em múltiplos saberes e na afirmação das diferenças culturais. Nessa perspectiva, a globalização é bem mais antiga do que julgamos. Hoje, tornou-se tão explícita que não podemos mais ignorá-la, embora a presença do comunicativo se torne aparentemente a solução.
10
- "O ser de todo movimento (ou: o universal de toda cultura, a identidade de toda diferença) não condiz com nenhum fundamento suprassensível, genérico, totalizante. Globalização, assim, não deve comparecer como fundamentalismo teórico de uma época, se a cada um que existe cabe instaurar sua espácio-temporalidade, narrar sua própria saga, perfazer – a poesia de – sua história. É preciso afundar, portanto, o movimento, desacelerá-lo em meio a tanta velocidade e pressa pós-modernas, conforme já tanto se disse, para tê-lo – e pensá-lo – em seu princípio-principiando. É preciso radicalmente mover-se no entre de todo mover: no vazio de todo e em todo incorporar, giro, deslocamento, sistema. Tornar, enfim, poética, e não sistemática, o que chamam globalização" (1).
- Referência:
- (1) FAGUNDES, Igor. "Globalização como poética e incorporação". Revista Tempo Brasileiro - Globalização pensamento e arte. Rio de Janeiro: 201-202, abr-set., 2013, p. 30.
11
- "... o que se chama de ciência ocidental europeia determina também, em seus traços fundamentais e em proporção crescente, a realidade na qual o homem de hoje se move e tenta sustentar-se.
- Meditando o sentido deste processo, percebe-se que, no mundo do Ocidente e nas épocas da sua história, a ciência desenvolveu um poder que não se pode encontrar em nenhum outro lugar da terra e que está em vias de estender-se por todo o globo terrestre" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. “Ciência e pensamento do sentido”, Trad. Emmanuel Carneiro Leão: In: -----. Ensaios e conferências. Petrópolis R / J: Vozes, 2002, p. 39.
12
- "A ausência-de-pensamentos é um hóspede sinistro que, no mundo atual, entra e sai em toda parte. Pois, hoje toma-se conhecimento de tudo pelo caminho mais rápido e mais econômico e, no mesmo instante e com a mesma rapidez, tudo se esquece" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Para discussão da serenidade". In:---------. Serenidade. Lisboa: Instituto Piaget, s/d, p. 11.
13
- "São evidentes as transformações que acontecem hoje no mundo inteiro. Se a Modernidade é um fenômeno cultural que diz respeito mais diretamente ao Ocidente, a Globalização de seus ideais, erros, equívocos e consequências se universalizaram – ideal primordial – e podemos – apesar das diferentes denominações – falar, a partir do século XX, de uma Pós-modernidade. Ela atinge todos os campos do agir, do pensar, do crer e do criar humanos. E a segmentação dos saberes em disciplinas, seja no campo das ciências físicas,seja no campo das ciências humanas, oriunda da Modernidade, embora continue com grande vigor, chegou a certos limites que tornou inadiável uma nova atitude perante o saber: a necessidade da interdisciplinaridade" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 11.
14
- "O romance (como toda cultura) se encontra cada vez mais nas mãos da mídia; esta, sendo agente de unificação da história planetária, amplifica e canaliza o processo de redução; distribui no mundo inteiro as mesmas simplificações e clichês suscetíveis de serem aceitos pelo maior número, por todos, pela humanidade inteira" (1). Esse processo global é a base de surgimento da globalização. Mídia e globalização redefinem o espaço público, pois tudo passa agora pelo digital, originando a era digital. É impossível pensar a globalização sem as mídias.
- - Manuel Antônio de Castro.
- Referência:
- (1) KUNDERA, Milan. A arte do romance. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 21.