Humanismo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. " ''Phýsis'' e humano: a arte”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 264.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. " ''Phýsis'' e humano: a arte”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 264.
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: "Por detrás de todo [[humanismo]] há uma [[questão]] maior, porque [[essencial]] e não apenas [[atributiva]] e [[acidental]]. É o desafio de [[pensar]] o [[humano]] de todo [[ser humano]], em todas as [[épocas]] e [[culturas]] no seu [[ético]]. Como não se pode separar o [[humano]] [[histórico]] de todo e qualquer [[ser humano]], houve a [[necessidade]] de se [[pensar]] o [[universal]] de uma maneira não apenas [[epistemológica]], mas [[ontológica]], isto é, onde haja uma [[unidade]] do [[universal]] com o [[singular]] e [[próprio]], da [[identidade]] com a [[diferença]], numa permanente [[dialética]] e [[diálogo]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 20.

Edição de 20h30min de 18 de Julho de 2019

1

"Em seu processo de elaboração, o Ocidente aciona a integração das possibilidades humanas numa estrutura que submete a seu serviço todas as estruturações possíveis da humanidade. A vida desta estrutura é a força da igualdade. No movimento de sua tendência absorvente, a estrutura ocidental se impõe como a única integração humana possível. É o humanismo. A sua verdade é una,a universal, necessária. No Cristianismo está a verdade do crer, na ciência, a verdade do saber, na técnica a verdade do fazer. O agenciamento do humanismo é a História da funcionalidade, que atinge hoje o paroxismo de suas virtualidades. Pois o que vale são as funções. Tudo que preencher a mesma função se equivale. Na procura da função universal se concentram todos os esforços da modernidade" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar I. Teresópolis: Daimon, 2008, p. 223.

2

Emmanuel Carneiro Leão identifica a própria história do ocidente com a metafísica, uma metafísica que é o próprio humanismo. Diz ele: "O agenciamento do humanismo é a História da Metafísica, que atinge sua plenitude no Espírito Absoluto" (1).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 252.

3

O mito do homem é a estrutura fundamental da cultura ocidental, daí a vigência do humanismo. Mas se a metafísica nos levou aos humanismos, a arte nos faz pensar o humano do homem. E isso não é humanismo, porque não se funda no homem, como nos mostra o mito de Édipo. Nele, exatamente, se dá a tensão entre a afirmação do humanismo e o que já desde sempre está para além do que o homem pode fazer e não fazer. Quando Édipo arranca os olhos, fonte do saber do homem, e afirma o não-saber e com ele advém a sabedoria, esta é que o torna humano. A arte manifesta esse humano, o que nos redime de todo humanismo. Ser homem humano é deixar que a sua afirmação se afirme não pela afirmação da sua vontade, mas pela aceitação ativa do destino, como fonte da sabedoria e da liberdade.


- Manuel Antônio de Castro


4

Todo humanismo é um paradigma teórico-canônico do ser humano e da realidade que tenta, em vão, determinar totalmente em seu acontecer histórico. Se antes se julgava que o ser humano, pelas regras da razão lógica, estava preso ao determinismo religioso e social, tratava-se de libertar o ser humano dessa prisão. A receita de realidade, intervencionista e, aparentemente, libertadora, nada mais fez do que inventar um outro paradigma dentro do mesmo cânone da essência entitativa, conceitual.


- Manuel Antônio de Castro


5

"O antropocentrismo toma dois sentidos. Por um lado, retomando a tradição clássica, reinaugura o humanismo, mas um humanismo que descobriu a subjetividade e, por isso mesmo, se oporá à emergência dos Estados Nacionais, que se baseavam no particular. Já o humanismo tem exatamente como base o sentido universal do humano, independentemente de religiões, nacionalidades e línguas...O outro sentido do antropocentrismo se fará presente pela afirmação da razão no lugar da , como paradigma da verdade: é a ciência. A ciência busca o universal através da objetividade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Machado de Assis e a identidade Brasileira". In: ------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 202 e 203.


6

"Todo humanismo é uma entificação do ser. A crítica dos humanismos é a tentativa de tirar do esquecimento o sentido verbal do amar, reinstalando a questão do sentido do ser. Este vigora sempre no sendo verbal" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e Ser". In: -------------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 292.


7

"O operar das obras de arte, como dobra de phýsis e humano, radica sempre além e aquém de todo humanismo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. " Phýsis e humano: a arte”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 264.


8

"Por detrás de todo humanismo há uma questão maior, porque essencial e não apenas atributiva e acidental. É o desafio de pensar o humano de todo ser humano, em todas as épocas e culturas no seu ético. Como não se pode separar o humano histórico de todo e qualquer ser humano, houve a necessidade de se pensar o universal de uma maneira não apenas epistemológica, mas ontológica, isto é, onde haja uma unidade do universal com o singular e próprio, da identidade com a diferença, numa permanente dialética e diálogo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 20.
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