Ocidente

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "O [[Ocidente]] se traduz para o [[silêncio]], conduzindo-se da clareza diurna de suas pressuposições para o [[silêncio]] noturno. A [[noite]] é o [[lugar]] do [[Ocidente]]. "A [[noite]], a [[solitária]], de olhos cegos" (Empedocles, ''fragmento'' 49)" (1).
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: "O [[Ocidente]] se [[traduz]] para o [[silêncio]], conduzindo-se da [[clareza]] [[diurna]] de suas [[pressuposições]] para o [[silêncio]] [[noturno]]. A [[noite]] é o [[lugar]] do [[Ocidente]]. "A [[noite]], a [[solitária]], de [[olhos]] cegos" (Empedocles, ''fragmento'' 49)" (1).
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: (1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. Para que língua se traduz o Ocidente? In: ''O que nos faz pensar? Homenagem a Martin Heidegger''. Vol. 1, 10. Cadernos do Depto. de Filosofia da PUC-RJ, outubro de 1996, p. 75.
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: (1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. Para que [[língua]] se [[traduz]] o [[Ocidente]]? In: '''O que nos faz pensar? Homenagem a Martin Heidegger'''. Vol. 1, 10. Cadernos do Depto. de Filosofia da PUC-RJ, outubro de 1996, p. 75.
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: "O [[Ocidente]] é uma [[dobra]], pois há um outro [[Ocidente]] na [[Modernidade]], o da [[Poética]]. Nela também acontece o [[especular]], mas em lugar de ser a [[verdade]] da [[representação]], o [[espelho]] será o ambíguo [[caminho]] do [[próprio]] na sua [[referência]] ao [[sentido]] do [[ser]]. O [[espelho]] será o [[pensar]] enquanto [[ec-sistência]] e [[destino]]" (1).
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: "O [[Ocidente]] é uma [[dobra]], pois há um outro [[Ocidente]] na [[Modernidade]], o da [[Poética]]. Nela também [[acontece]] o [[especular]], mas em [[lugar]] de [[ser]] a [[verdade]] da [[representação]], o [[espelho]] será o [[ambíguo]] [[caminho]] do [[próprio]] na sua [[referência]] ao [[sentido]] do [[ser]]. O [[espelho]] será o [[pensar]] enquanto [[ec-sistência]] e [[destino]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte: presença e forma". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 218.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "[[Obra]] de [[arte]]: [[presença]] e [[forma]]". In: ---------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 218.
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte: corpo, mundo e terra''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 12.
:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte: corpo, mundo e terra''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 12.
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: "Na [[formação]] [[cartesiana]] dos povos [[ocidentais]], há sempre uma [[referência]] à [[necessidade]] de um [[conhecimento]] comprovado, algo que nos justifique como [[cultura]] superior. Uma [[cultura]] superior que, quando somos socialmente igualitários, evitamos declarar. O "superior", no caso, é muito mais um progresso [[material]], da [[vida]] cotidiana à guerra com o país vizinho, do que uma [[ideia]] de melhor nos conhecermos e conhecermos o [[mundo]] em que vivemos" (1).
: "Na [[formação]] [[cartesiana]] dos povos [[ocidentais]], há sempre uma [[referência]] à [[necessidade]] de um [[conhecimento]] comprovado, algo que nos justifique como [[cultura]] superior. Uma [[cultura]] superior que, quando somos socialmente igualitários, evitamos declarar. O "superior", no caso, é muito mais um progresso [[material]], da [[vida]] cotidiana à guerra com o país vizinho, do que uma [[ideia]] de melhor nos conhecermos e conhecermos o [[mundo]] em que vivemos" (1).
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: (1) DIEGUES, Cacá. "A queda do céu", crônica publicada no Caderno Opinião do jornal ''O Globo'', p. 3, segunda-feira, 20.5.2019.
: (1) DIEGUES, Cacá. "A queda do céu", crônica publicada no Caderno Opinião do jornal ''O Globo'', p. 3, segunda-feira, 20.5.2019.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 21.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 21.
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: "[[Metafísica]] é uma [[palavra]] [[enigmática]], porque nela nos advém a [[experienciação]] do [[mundo]] como [[sentido]], onde vigora a [[dobra]] de [[ser]] e [[essência]] do [[ser humano]]. Porém, ao longo de sua permanente [[vigência]], predominou uma [[interpretação]] que se tornou [[paradigmática]] e deu [[origem]] a numerosos [[desdobramentos]], todos [[atributivos]]. É a [[interpretação]] do [[ser]] como [[fundamento]]. Foi nessa trilha que se deu uma das [[caminhadas]] do [[Ocidente]]. Daí a identificar-se este com essa [[caminhada]] foi [[fácil]], porque se tornou uma [[verdade]] pronta, mutável apenas nos [[atributos]]. Isto levou à [[ingenuidade]] de que mudando o [[atributo]] já teríamos uma [[realidade]] nova e seu [[mundo]] [[diferente]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In:------. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 126.
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: " As [[referências]] “[[entre]]” o [[mito]] do [[real]] e o [[mito do homem]] constituem a [[essência]], [[sentido]] e trajetória da [[cultura]] [[ocidental]]. Aí [[cultura]] é empregada no [[sentido]] de [[experienciações]] do [[sagrado]]. Os [[ritos]] são a sintaxe [[poética]] dos [[mitos]], enquanto [[narrações]] das  [[questões]]" (1).
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 23.

Edição atual tal como 01h03min de 29 de março de 2024

Tabela de conteúdo

1

"O Ocidente se traduz para o silêncio, conduzindo-se da clareza diurna de suas pressuposições para o silêncio noturno. A noite é o lugar do Ocidente. "A noite, a solitária, de olhos cegos" (Empedocles, fragmento 49)" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. Para que língua se traduz o Ocidente? In: O que nos faz pensar? Homenagem a Martin Heidegger. Vol. 1, 10. Cadernos do Depto. de Filosofia da PUC-RJ, outubro de 1996, p. 75.

2

"O Ocidente é uma dobra, pois há um outro Ocidente na Modernidade, o da Poética. Nela também acontece o especular, mas em lugar de ser a verdade da representação, o espelho será o ambíguo caminho do próprio na sua referência ao sentido do ser. O espelho será o pensar enquanto ec-sistência e destino" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte: presença e forma". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 218.

3

"Se há um Ocidente metafísico-epistemológico, também há um outro Ocidente: o poético-ontológico, aquele constituído pelas grandes obras literárias e artísticas e suas Poéticas, e pelas grandes obras de pensamento. Acontece que elas – na ânsia de o homem tudo transformar em disciplinas – foram simplesmente classificadas como uma atividade cultural ao lado de outras atividades culturais. As obras de poesia e pensamento fundam a cultura, porque fundam o humano do homem "(1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 12.

4

"Na formação cartesiana dos povos ocidentais, há sempre uma referência à necessidade de um conhecimento comprovado, algo que nos justifique como cultura superior. Uma cultura superior que, quando somos socialmente igualitários, evitamos declarar. O "superior", no caso, é muito mais um progresso material, da vida cotidiana à guerra com o país vizinho, do que uma ideia de melhor nos conhecermos e conhecermos o mundo em que vivemos" (1).


Referência:
(1) DIEGUES, Cacá. "A queda do céu", crônica publicada no Caderno Opinião do jornal O Globo, p. 3, segunda-feira, 20.5.2019.

5

"Surge, nessa globalização ocidental, um grande paradoxo: até para opor Ocidente e Oriente, e mostrar a diferença é usada a terminologia científica ocidental, ditada pelas conquistas técnico-científicas. Sem dúvida nenhuma, as conquistas técnicas e a sua terminologia são unicamente ocidentais. Na verdade, a técnica nesse sentido global é sem atributos culturais. É usada por todas as culturas e as influencia e transforma, pois passam a predominar os valores técnico-globalizados" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 21.

6

"Metafísica é uma palavra enigmática, porque nela nos advém a experienciação do mundo como sentido, onde vigora a dobra de ser e essência do ser humano. Porém, ao longo de sua permanente vigência, predominou uma interpretação que se tornou paradigmática e deu origem a numerosos desdobramentos, todos atributivos. É a interpretação do ser como fundamento. Foi nessa trilha que se deu uma das caminhadas do Ocidente. Daí a identificar-se este com essa caminhada foi fácil, porque se tornou uma verdade pronta, mutável apenas nos atributos. Isto levou à ingenuidade de que mudando o atributo já teríamos uma realidade nova e seu mundo diferente" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In:------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 126.

7

" As referênciasentre” o mito do real e o mito do homem constituem a essência, sentido e trajetória da cultura ocidental. Aí cultura é empregada no sentido de experienciações do sagrado. Os ritos são a sintaxe poética dos mitos, enquanto narrações das questões" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 23.