Afetivo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "O que se opõe ao descuido e ao descaso é o [[cuidado]]. [[Cuidar]] é mais que um ''[[ato]]''; é uma ''[[atitude]]''. Portanto, abrange mais do que um ''[[momento]]'' de atenção, de zelo e de [[desvelo]]. Representa uma [[atitude]] de ocupação, [[preocupação]], de [[responsabilização]] e de envolvimento [[afetivo]] com o [[outro]]" (1).
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: "O que se opõe ao descuido e ao descaso é o [[cuidado]]. [[Cuidar]] é mais que um ''[[ato]]''; é uma ''[[atitude]]''. Portanto, abrange mais do que um ''[[momento]]'' de atenção, de zelo e de [[desvelo]]. Representa uma [[atitude]] de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento [[afetivo]] com o [[outro]]" (1).
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: (1) BOFF, Leonardo. "Cuidado: o ''ethos'' do humano". In: -----. '''Saber cuidar - ética do humano, compaixão pela terra. 8. e. Petrópolis: Vozes, 2002''', p.33.
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: (1) BOFF, Leonardo.''' "[[Cuidado]]: o ethos do [[humano]]". In: -----. [[Saber]] [[cuidar]] - [[ética]] do [[humano]], [[compaixão]] pela [[terra]]. 8. e. Petrópolis: Vozes, 2002, p.33.'''
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: "No [[filme]] ''[[Todas as cores do amor]]'', centralizado no comportamento dos [[jovens]] de hoje, aparece uma [[imagem-questão]] extremamente preocupante, mas que diz muito: Cada [[relacionamento]] [[afetivo]] – e [[afeto]] não diz mera [[sensação]] [[estética]], mas [[ético]]-[[humana]] ou [[erótica]] - tinha aproximadamente a [[duração]] da [[memória]] de um peixe, em torno de um minuto. Para o peixe, a [[realidade]] a cada minuto aparece como uma [[realidade]] sempre [[nova]], como se a visse pela primeira vez. Com um pouco de exagero é isso o que está acontecendo com a [[memória]] das [[relações]] na [[época]] da [[globalização]] da [[internet]]: não há [[permanência]], tudo muda muito rapidamente e se esquece. Podemos [[experimentar]] isso com as [[informações]]. Elas se sucedem tão rapidamente que nada perdura, vivem a frescura da [[novidade]] e a sorte da sua rápida substituição pelas mais recentes. E a [[sensação]] é de que [[nada]] fica, [[tudo]] se esvai com o correr e [[fluir]] do [[tempo]]. É o [[tempo]] da [[globalização]] e das [[redes]], das fáceis [[relações]] e rápidas [[mudanças]] e [[substituições]]. E não são apenas as [[relações]] [[afetivas]] [[pessoais]] que são [[afetadas]], mas, sim, toda [[possibilidade]] de [[viver]] em [[comunidade]], pois não há laços que sustentem o que [[é]] [[comum]] e [[essencial]] para [[todos]]. [[Comunidade]] só é [[possível]] enquanto [[vigorar]] do [[universal concreto]]" (1).
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: "No [[filme]] ''Todas as cores do amor'', centralizado no comportamento dos jovens de hoje, aparece uma [[imagem-questão]] extremamente preocupante, mas que diz muito: Cada [[relacionamento]] [[afetivo]] – e [[afeto]] não diz mera [[sensação]] [[estética]], mas [[ético]]-[[humana]] ou [[erótica]] - tinha aproximadamente a [[duração]] da [[memória]] de um peixe, em torno de um minuto. Para o peixe, a [[realidade]] a cada minuto aparece como uma [[realidade]] sempre nova, como se a visse pela primeira vez. Com um pouco de exagero é isso o que está acontecendo com a [[memória]] das [[relações]] na [[época]] da [[globalização]] da [[internet]]: não há [[permanência]], tudo muda muito rapidamente e se esquece. Podemos experimentar isso com as [[informações]]. Elas se sucedem tão rapidamente que nada perdura, vivem a frescura da [[novidade]] e a sorte da sua rápida substituição pelas mais recentes. E a [[sensação]] é de que [[nada]] fica, [[tudo]] se esvai com o correr e fluir do [[tempo]]. É o [[tempo]] da [[globalização]] e das [[redes]], das fáceis [[relações]] e rápidas [[mudanças]] e substituições. E não são apenas as [[relações]] [[afetivas]] [[pessoais]] que são afetadas, mas, sim, toda [[possibilidade]] de [[viver]] em [[comunidade]], pois não há laços que sustentem o que [[é]] [[comum]] e [[essencial]] para [[todos]]. [[Comunidade]] só é [[possível]] enquanto [[vigorar]] do [[universal concreto]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 25.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "A [[globalização]] e os desafios do [[humano]]". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - [[Globalização]], [[pensamento]] e [[arte]]. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 25.'''
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: "Os [[relacionamentos]] tendem muito mais para o [[estar]] sem [[ser]], daí a [[geração]] [[social]] das [[máscaras]], a face com que tendemos a nos [[olhar]], sem nos vermos, conhecermos e pensarmos. E toda [[representação]] [[é]] [[máscara]]. E até podemos nos [[perguntar]]: será que o [[relacionamento]] [[afetivo]] não tende em [[princípio]] e no [[começo]] a se guiar pelas [[máscaras]]? Dar-se a [[ver]] e [[ver-se]] neste [[dar-se]] não é algo que se dá de repente. É [[necessário]] o [[cultivo]] e [[disciplina]] do [[aprender]] a [[pensar]], para [[ser]] o que se vê e pensa" (1).
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: "Os [[relacionamentos]] tendem muito mais para o [[estar]] sem [[ser]], daí a [[geração]] [[social]] das [[máscaras]], a face com que tendemos a nos [[olhar]], sem nos vermos, conhecermos e pensarmos. E toda [[representação]] [[é]] [[máscara]]. E até podemos nos [[perguntar]]: será que o [[relacionamento]] [[afetivo]] não tende em [[princípio]] e no [[começo]] a se guiar pelas [[máscaras]]? Dar-se a [[ver]] e [[ver-se]] neste [[dar-se]] não é algo que se dá de repente. É [[necessário]] o cultivo e [[disciplina]] do [[aprender]] a [[pensar]], para [[ser]] o que se vê e pensa" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "A [[globalização]] e os desafios do [[humano]]". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - [[Globalização]], [[pensamento]] e [[arte]]. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.'''
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: "Na [[cultura]] [[chinesa]], sem partir de [[dicotomias]], a [[energia]] que flui em nosso [[corpo]] e o constitui como um todo na [[unidade]] de suas [[partes]], é proveniente de cinco [[fontes]] de [[energia]] interligadas [[essencialmente]] através dos cinco [[elementos]], na [[disputa]] (''[[polemos]]'', dizem os [[gregos]]) [[entre]] [[Yin]] e [[Yan]]. Os cinco [[elementos]] são: [[Fogo]], [[Terra]], Metal, [[Água]], Madeira ([[matéria]]). E as [[energias]] são: 1a. [[ancestral]]; 2a. dos alimentos; 3a. do [[ar]]; 4a. do [[cosmo]] / meio ambiente; 5a. das [[relações]] [[afetivas]]" (1).
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: "Na [[cultura]] chinesa, sem partir de [[dicotomias]], a [[energia]] que flui em nosso [[corpo]] e o constitui como um todo na [[unidade]] de suas [[partes]], é proveniente de cinco [[fontes]] de [[energia]] interligadas [[essencialmente]] através dos cinco [[elementos]], na [[disputa]] (''[[polemos]]'', dizem os [[gregos]]) [[entre]] [[Yin]] e [[Yan]]. Os cinco [[elementos]] são: [[Fogo]], [[Terra]], Metal, [[Água]], Madeira ([[matéria]]). E as [[energias]] são: 1a. [[ancestral]]; 2a. dos alimentos; 3a. do [[ar]]; 4a. do [[cosmo]] / meio ambiente; 5a. das [[relações]] [[afetivas]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Filosofia e o pensamento do corpo". In: ''Desdobramentos do corpo no século XXI''. MONTEIRO, Maria Conceição & GIUCCI, Guilhermo (orgs.). Rio de Janeiro: FAPERJ, Editora Caetés, 2016, p. 23.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Filosofia]] e o [[pensamento]] do [[corpo]]". In: [[Desdobramentos]] do [[corpo]] no século XXI. MONTEIRO, Maria Conceição & GIUCCI, Guilhermo (orgs.). Rio de Janeiro: FAPERJ, Editora Caetés, 2016, p. 23.'''

Edição atual tal como 20h33min de 29 de janeiro de 2025

Tabela de conteúdo

1

"O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais do que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro" (1).


Referência:
(1) BOFF, Leonardo. "Cuidado: o ethos do humano". In: -----. Saber cuidar - ética do humano, compaixão pela terra. 8. e. Petrópolis: Vozes, 2002, p.33.

2

"No filme Todas as cores do amor, centralizado no comportamento dos jovens de hoje, aparece uma imagem-questão extremamente preocupante, mas que diz muito: Cada relacionamento afetivo – e afeto não diz mera sensação estética, mas ético-humana ou erótica - tinha aproximadamente a duração da memória de um peixe, em torno de um minuto. Para o peixe, a realidade a cada minuto aparece como uma realidade sempre nova, como se a visse pela primeira vez. Com um pouco de exagero é isso o que está acontecendo com a memória das relações na época da globalização da internet: não há permanência, tudo muda muito rapidamente e se esquece. Podemos experimentar isso com as informações. Elas se sucedem tão rapidamente que nada perdura, vivem a frescura da novidade e a sorte da sua rápida substituição pelas mais recentes. E a sensação é de que nada fica, tudo se esvai com o correr e fluir do tempo. É o tempo da globalização e das redes, das fáceis relações e rápidas mudanças e substituições. E não são apenas as relações afetivas pessoais que são afetadas, mas, sim, toda possibilidade de viver em comunidade, pois não há laços que sustentem o que é comum e essencial para todos. Comunidade só é possível enquanto vigorar do universal concreto" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 25.

3

"Os relacionamentos tendem muito mais para o estar sem ser, daí a geração social das máscaras, a face com que tendemos a nos olhar, sem nos vermos, conhecermos e pensarmos. E toda representação é máscara. E até podemos nos perguntar: será que o relacionamento afetivo não tende em princípio e no começo a se guiar pelas máscaras? Dar-se a ver e ver-se neste dar-se não é algo que se dá de repente. É necessário o cultivo e disciplina do aprender a pensar, para ser o que se vê e pensa" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 26.

4

"Na cultura chinesa, sem partir de dicotomias, a energia que flui em nosso corpo e o constitui como um todo na unidade de suas partes, é proveniente de cinco fontes de energia interligadas essencialmente através dos cinco elementos, na disputa (polemos, dizem os gregos) entre Yin e Yan. Os cinco elementos são: Fogo, Terra, Metal, Água, Madeira (matéria). E as energias são: 1a. ancestral; 2a. dos alimentos; 3a. do ar; 4a. do cosmo / meio ambiente; 5a. das relações afetivas" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Filosofia e o pensamento do corpo". In: Desdobramentos do corpo no século XXI. MONTEIRO, Maria Conceição & GIUCCI, Guilhermo (orgs.). Rio de Janeiro: FAPERJ, Editora Caetés, 2016, p. 23.
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