Doar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:  (1) ROCHA, Antônio Carlos Pereira Borba. "Diálogo com Chuang Tzu, hoje". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 171 - ''Permanência e atualidade da Poética''. Rio de Janeiro, out.-dez., 2007, p. 168.
:  (1) ROCHA, Antônio Carlos Pereira Borba. "Diálogo com Chuang Tzu, hoje". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 171 - ''Permanência e atualidade da Poética''. Rio de Janeiro, out.-dez., 2007, p. 168.
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: "Ao contrário do que se acredita na [[Modernidade]], o [[conhecimento]] não é uma [[criação]] da [[razão]] [[crítica]]. Sem [[Ser]] não há nem pode haver [[epistemologia]]. Seria o mesmo que tentar afirmar a [[existência]] de [[fenômenos]] sem a ''[[physis]]'' ou de [[posições]] e [[conjunturas]] sem o ''[[legein]]'', de onde surge o [[estar]] enquanto [[tempo]] e [[espaço]]. E estes sem o [[doar]]-se do [[Ser]] em [[realizações]]. Impossível. Sem [[Ser]] não há [[pôr]] e depor, não há [[estar]], não há [[limitar]], não há [[tempo]] e [[espaço]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser humano e seus limites". In: MONTEIRO, Maria da Conceição e Outros (org.). ''Além dos limites'' - ensaios para o século XXI. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2013, p. 229.

Edição de 20h09min de 7 de Outubro de 2018

Tabela de conteúdo

1

O doar como e enquanto presente é o ser presentificante (no duplo sentido de que se faz presente e se torna presente como o que se doa). Presentificar-se e doar-se são um e o mesmo, pois no doar não há um transferir de algo para algo nem de alguém para alguém. De algum modo, eis aí a essência do amar, contudo, este é ambíguo, pois se confunde muito a essência do amar com o receber sem se pensar o doar. E sobretudo deve-se pensar o receber algo e o receber o que se é, ou seja, o destino como doação. Os sofrimentos causados pela paixão, advêm sobretudo dessa ambiguidade e perda do horizonte do amar.


- Manuel Antônio de Castro


2

"Em Platão, idea não diz nem conceito, no sentido de um conteúdo de significação, nem noção, no sentido de uma essência de articulação, nem representação, no sentido de uma imagem de substituição, nem modelo, no sentido de um paradigma de orientação. Idea é doação de ser" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "VII - Idea=doação de ser". In: -------. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 205.

3

"o ser humano em sua Essência é uma doação do Ser. Este, doando-se enquanto pensamento e linguagem, é que possibilita ao ser humano consumar o que é, isto é, conhecer e chegar a conhecer-se nas e fora das disciplinas que são, em última instância, uma doação do Ser, da realidade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser humano e seus limites". In: MONTEIRO, Maria da Conceição e Outros (org.). Além dos limites - ensaios para o século XXI. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2013, p. 229.

4

"O adágio escolástico nemo dat quod non habet - ninguém dá o que não tem - só vale mesmo de coisas e conteúdos dados, de tudo que é estático, que já está pronto e acabado e não tem que e o que ainda vir a ser. Ora, nas relações de vida, de ser e realizar-se em ininterrupto vir a ser, ninguém pode dar o que tem. Qualquer um só pode dar mesmo o que não tem, pois quem aqui desse o que tem não, daria. Tiraria, antes, do outro o perfil de ser outro e, com isso, toda possibilidade de aceitar ou recusar. O que quer que alguém me possa dar, uma coisa, certamente, nunca me poderá dar, a possibilidade de receber. Esta todos já devemos ter conosco e trazer com nosso próprio ser, para podermos receber alguma coisa" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "VII - Idea=doação de ser". In: -------. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 205.

5

" Pensar diz respeito à essência do humano, porque nele procuramos realizar e chegar a ser as possibilidades próprias do que cada um já desde sempre é. E cada um é por uma doação do Ser, sendo, portanto, uma singularidade, um próprio, irredutível a uma generalização conceitual" (1).


Referência;
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Dialética: a verdade do ser". In: ---------. www.Travessiapoetica, Blogspot.com.


6

"Do ente dizemos: ele é. No que diz respeito à questão do "ser" e no que diz respeito à questão "tempo", permanecemos cautelosos. Não dizemos: ser é, tempo é: mas dá-se ser e dá-se tempo. Primeiro modificamos com essa expressão apenas um uso de linguagem. Em vez de "ele é", dizemos "dá-se" " (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Tempo e ser". In: -----. Conferências e escritos filosóficos - Coleção Os pensadores. Trad., Introduções e Notas: Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 259.


7

"O ser, pensá-lo propriamente, exige que se afastem os olhos do ser na medida em que, como em toda metafísica, é explorado e explicitado apenas a partir do ente e em função deste, como seu fundamento. Pensar o ser propriamente exige que se abandone o ser como fundamento do ente em favor do dar que joga velado no desvelar, isto é, em favor do dá-Se. Ser, como dom deste dá-Se, faz parte do dar-se. Ser enquanto dom não é expulso do dar. Ser, pre-s-ença é transformado. Como presentificar faz parte do desocultar, permanece incluído no dar como seu dom. Ser não é. Ser dá-Se como o desocultar do pre-s-ente" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Tempo e ser". In: -----. Conferências e escritos filosóficos - Coleção Os pensadores. Trad., Introduções e Notas: Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 259.


8

"O tempo não é. Dá-Se o tempo. O dar que dá tempo determina-se a partir da proximidade que recusa e retém. Ela garante o aberto do espaço-de-tempo e preserva o que, no passado, permanece recusado, e, no futuro, retido. Denominamos o dar que dá o tempo autêntico, alcançar que ilumina e oculta. Na medida em que o próprio alcançar é um dar, oculta-se, no tempo autêntico, o dar de um dar" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Tempo e ser". In: -----. Conferências e escritos filosóficos - Coleção Os pensadores. Trad., Introduções e Notas: Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 265.


9

"O real é uma doação da poiesis. Este real se manifesta, se nos aparece, se mostra, se nos dá, se nos revela, é uma doação que nos lembra a epifania divina" (1).


Referência:
(1) ROCHA, Antônio Carlos Pereira Borba. "Diálogo com Chuang Tzu, hoje". In: Revista Tempo Brasileiro, 171 - Permanência e atualidade da Poética. Rio de Janeiro, out.-dez., 2007, p. 168.


10

"Ao contrário do que se acredita na Modernidade, o conhecimento não é uma criação da razão crítica. Sem Ser não há nem pode haver epistemologia. Seria o mesmo que tentar afirmar a existência de fenômenos sem a physis ou de posições e conjunturas sem o legein, de onde surge o estar enquanto tempo e espaço. E estes sem o doar-se do Ser em realizações. Impossível. Sem Ser não há pôr e depor, não há estar, não há limitar, não há tempo e espaço" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser humano e seus limites". In: MONTEIRO, Maria da Conceição e Outros (org.). Além dos limites - ensaios para o século XXI. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2013, p. 229.
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