Verbo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 309.
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: "Por que [[Ulisses]] vence [[Circe]]? Ele se abre para a [[fala]] e [[escuta]] de [[Hermes]], o [[mensageiro]] dos [[deuses]], a [[palavra]] [[originária]], [[sagrada]] e [[poética]]. O [[radical]] de [[Hermes]], ''wre'' ou ''wer'', é indo-europeu e significa [[palavra]]. Esta se origina do [[verbo]] [[grego]] ''pará-ballein'': o lançar no [[entre]], daí toda [[palavra]] ser portadora e a própria [[mensagem]].  [[Ulisses]] só vence porque é portador do [[saber]] de [[Hermes]], a própria [[Linguagem]], o [[mito]] dos mitos e [[ritos]], o [[sagrado]] [[primordial]] e [[originário]]" (1).  
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 156.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 156.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In:------. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 131.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In:------. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 131.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''Linguagem: nosso maior bem''. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 23.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. '''Linguagem: nosso maior bem'''. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 23.

Edição atual tal como 14h58min de 16 de janeiro de 2024

1

"A presença institui a realidade como mundo. A representação reproduz o mundo instituído. Na sentença, o núcleo é a vigência do verbo. Verbo é tempo e tempo é presente. Sem verbo não há língua, se por verbo entendermos um vigorar do tempo e não uma categoria gramatical. O vigorar da língua é a linguagem" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: TAVARES, Renata e Outros (org.). O sagrado, a arte e a família. São Paulo: Editora LiberArs, p. 28, 2011.

2

Porém, algo distingue o ser humano: o logos, a palavra ou verbo. Verbo origina-se da palavra latina verbum, tradução latina de logos. E por isso pode acontecer o educar: o ser conduzido para a manifestação de suas possibilidades de diferença e próprio, num processo de apropriação. Ou seja, ele é um sendo entre o limite e o não-limite: entre-ser. Enfim, é um sendo que vigora no sentido da palavra (logos) e no sentido do pensamento (dianoia). E isso o diferencia dos demais entes.


- Manuel Antônio de Castro.

3

"Quando digo o sendo substantivo. Quando digo o sendo sendo, verbalizo, porque no sendo sendo, este só pode estar sendo porque originariamente é verbo, possibilidade de e para possibilidade. Verbo é o agir do possível. O sendo substantivo é o sendo no limite. O sendo sendo, verbal, é o sendo deixando vigorar o não-limite, sendo o não-ser que desde sempre já é enquanto possibilidade de e para possibilidade (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 309.

4

"Por que Ulisses vence Circe? Ele se abre para a fala e escuta de Hermes, o mensageiro dos deuses, a palavra originária, sagrada e poética. O radical de Hermes, wre ou wer, é indo-europeu e significa palavra. Esta se origina do verbo grego pará-ballein: o lançar no entre, daí toda palavra ser portadora e a própria mensagem. Ulisses só vence porque é portador do saber de Hermes, a própria Linguagem, o mito dos mitos e ritos, o sagrado primordial e originário" (1).
De wre ou wer se originou a palavra latina verbum, em português, verbo. O caráter sagrado de Hermes, Verbum, em latim, fica evidente nos Evangelhos, onde Cristo é chamado de Verbum. No princípio era o Verbo, diz São João no início de seu Evangelho.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 156.

5

"O mesmo é pensar e O mesmo é ser, para o sujeito O mesmo, mas este não pode vigorar sem o ser sendo, enquanto vigorar do ser em cada e em todo é. Mas para ser tal vigorar, o é de cada proposição não pode se tornar um verbo fraco, de mera ligação, em virtude do poder do sujeito, aqui neste caso, do mesmo. Pelo contrário, é impossível o mesmo vigorar na proposição como sujeito sem o vigorar do é, isto é, do ser. É nesse sentido que o ser enquanto é é o ser de todos os verbos e é o fundar do sujeito no que este se enuncia enquanto fundamento" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Citação retirada do ensaio "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ainda não publicado.

6

"Se linguagem, sentido e mundo já vigoram em toda manifestação de qualquer ser, de qualquer coisa, de qualquer ser humano, esse vigorar diz justamente o que na gramática se chamou de verbo. A palavra grega é rhema. Ela indica todo aquele que fala. Temos de considerar aí a fala de quem fala e as possibilidades de quem fala. E agora podemos notar como em toda fala já vigora também a escuta, sem a qual toda fala é inútil e até impossível. Isso quer dizer que a escuta já é uma posição possível anterior a toda e qualquer fala, melhor: sem uma não há a outra. Portanto, fala e escuta já vigoram na linguagem, sentido e mundo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In:------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 131.

7

"Conjugar um verbo é, pois, conjugar identidades e diferenças. Até porque o verbo é o dizer da physis / ser enquanto tempo. E isso é a poiesis, porque poiesis é a essência do agir como tempo da physis / ser "(1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Linguagem: nosso maior bem. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 23.