Saber

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:(1) HUMMES, Cláudio. ''Metafísica'', p. 125. Acessível em: http://www.travessiapoetica.blogspot.com
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: (1) HUMMES, Cláudio. ''Metafísica'', p. 125. Acessível em: http://www.travessiapoetica.blogspot.com
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Edição de 22h50min de 8 de Outubro de 2018

1

O que é saber? Cláudio Hummes trata bem disso em Metafísica. Trata-se da relação ser/ saber/consciência. Diz ele: "[...] o homem é capaz de retornar ao ser, ou seja, de referir-se a si mesmo e o perguntado ao ser ilimitado, e na medida em que assim atinge o ser ilimitado, o homem se identifica neste exercício com o ser. Ora, uma tal identidade de exercício com o ser como tal é o saber" (1). Depois, nesse tratado tematiza a consciência.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HUMMES, Cláudio. Metafísica, p. 125. Acessível em: http://www.travessiapoetica.blogspot.com

2

"– Estive lendo um dia um filósofo, sabe. Uma vez segui um conselho dele e deu certo. Era mais ou menos isto: é só quando esquecemos todos os nossos conhecimentos é que começamos a saber" (1).


Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 53.

3

"Na Cultura Ocidental temos mensurabilidade, identidade e representação como critérios privilegiados e determinantes para o saber. O saber está, nesse contexto, amplamente determinado pela medida analógica, pela identidade analítica e pela representação ideal, a ponto de se pensar que só é cognoscível o que pode responder, no mínimo, a um desses três princípios" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005 p. 87.

4

"Eu não sei o que sou, eu não sou o que sei: / Uma coisa e não-coisa, um ponto e um círculo" (1).


Referência:
(1) SILESIUS, Angelus. Angelus Silesius - a meditação do nada. Seleção e organização de Hubert Lepargneur e Dora Ferreira da Silva. São Paulo: T.A. Queiroz, Editor, 1986, p. 68.


5

O pré-saber é o sentido do Ser, em que já nos movemos simplesmente. Para o ser humano trata-se sempre do saber, isto é, do sentido do Ser. Este é tão imediato, tão presente, tão sem questionamento que aquilo que se torna questão para o ser humano é o sentido do ser, isto é, o saber do Ser. Toda a nossa questão é o saber. É no e do saber do Ser que surgem as questões: linguagem, sentido, mundo, verdade. Porém, o pré-saber vigora no não-saber e saber, portanto, há também a não-linguagem, o não-sentido, o não-mundo, a não-verdade. É o que tentamos denominar, e sempre falhamos,como silêncio e vazio e nada. Do silêncio, do vazio, do nada, nada podemos dizer, somente experienciá-los. É a condição de nossa finitude, a nossa condição humana.


- Manuel Antônio de Castro

6

"O ver não se determina a partir do olho, mas a partir da clareira do ser. A in-sitência nela constitui a articulação de todos os sentido humanos. A essência do ver enquanto ter visto é o saber. Este contém a visão. Ele permanece na lembrança da presença. O saber é a lembrança do ser" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A sentença de Anaximandro". In: Os pré-socráticos - fragmentos, doxografia e comentários. 2. ed. São Paulo: Abril Cultura, 1978, p. 34.


7

Capital é representação. Sem saber não há representação. Saber é a manifestação do que para todos os seres humanos já se deu a ver em tudo que se vê. Antes de ver já vimos e por isso já sabemos como possibilidade. Se não soubéssemos como possibilidade de ver, não poderíamos nunca chegar a saber o que vemos. Esse ver é da estrutura de possibilidade do próprio e não do indivíduo. O saber do ver como possibilidade é a própria essência da techne, no sentido grego, do qual o moderno é uma faceta.


- Manuel Antônio de Castro


8

Quem pergunta é porque já quer (saber) e este querer não nos vem de nossa vontade, mas do ser / saber (em Parmênides: einai / noein) que nos foi doado e o qual tendemos já desde sempre a realizar completamente, mas porque somos limitados nunca conseguimos de maneira completa, pois nele não mais poderia haver saber e não-saber. Daí surge a dialética enquanto procura incessante de proximidade e distância, de completude e falta, de sentido e não-sentido, de verdade e não-verdade, onde um tal não não indica falta, mas o que já se tem e tem demais e nunca cabe em nossos limites. Por isso, dentro deles só fazemos nos entregar incessantemente à procura da plenitude para a qual tendemos por sermos e não-sermos, e jamais como uma decisão de nossa vontade, que só aparentemente é que quer.


- Manuel Antônio de Castro.
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