Inconsciente

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "[[Mistério]] vem do [[verbo]] grego ''myo''. E ''myo'' diz: trancar-se no centro, concentrar-se; diz: encerrar-se no âmago, recolher-se ao íntimo. Aqui, centro, âmago, íntimo, evocam a [[raiz]] da intensidade, o sumo da [[plenitude]]. [[Mistério]] não diz uma [[coisa]], diz um [[movimento]], o [[movimento]] de [[con-sumar]], de concentrar-se na [[origem]], de [[recolher-se]] à natividade da [[raiz]], de retornar ao sem fundo e [[fundamento]], ao a-bismo de [[ser]]. As [[palavras]], [[Deus]], [[Absoluto]], [[Transcendência]], [[Inconsciente]], [[Espírito]], [[Matéria]], [[Psique]], [[Estrutura]], [[Ser]] são outras tantas redes em cujas malhas o [[poder]] do [[saber]] [[ocidental]] na [[teologia]], na [[filosofia]], na [[ciência]], sempre de novo tentou, mas nunca conseguiu, prender e segurar a natividade do [[mistério]]" (1).
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:  (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------.  ''Aprendendo a pensar, II''. Petrópolis / RJ: Vozes,  1992, p. 180.

Edição de 01h09min de 4 de Novembro de 2018

1

A realidade em suas realizações nos oferta o real. Como a realidade é um acontecer incessante, não é só real o que se manifesta e oferta, mas também o que se vela, não é apenas real o que se fala, mas também o silêncio, não é real apenas o que se vê, mas também o que não se vê. Se vemos tão pouco que nem podemos ver o fundo de nossas retinas, tão próximas, como ainda querer reduzir tudo – o que é e o que não-é – ao conhecer epistemológico, prisioneiro da coesão e coerência de uma lógica do dito na proposição? E o que não cabe na proposição como o silêncio, a morte, o não-ser? Não é real o irreal, o ilógico e o inconsciente? Feitos por Cura, temos que fazer de nossas pro-curas o cuidar poético do que somos e não somos. Falar de consciente e inconsciente já é se reportar à realidade. E esta é mais do que aquilo que a razão concebe e abarca, enfim, mais do que o racional. Nesse horizonte do questionar, do pensar, coloca-se a complexa e importante questão da consciência.


- Manuel Antônio de Castro


Ver também
*Psykhé.
* razão

2

Dissimulação é jogo de ser e não-ser, enquanto consciente e inconsciente, pois este é o que sabemos dissimulando-se, em atitudes, em jogos de palavras, gestos, trocadilhos. A realidade em sua essência originária é dissimulação.


- Manuel Antônio de Castro


3

"Mistério vem do verbo grego myo. E myo diz: trancar-se no centro, concentrar-se; diz: encerrar-se no âmago, recolher-se ao íntimo. Aqui, centro, âmago, íntimo, evocam a raiz da intensidade, o sumo da plenitude. Mistério não diz uma coisa, diz um movimento, o movimento de con-sumar, de concentrar-se na origem, de recolher-se à natividade da raiz, de retornar ao sem fundo e fundamento, ao a-bismo de ser. As palavras, Deus, Absoluto, Transcendência, Inconsciente, Espírito, Matéria, Psique, Estrutura, Ser são outras tantas redes em cujas malhas o poder do saber ocidental na teologia, na filosofia, na ciência, sempre de novo tentou, mas nunca conseguiu, prender e segurar a natividade do mistério" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------. Aprendendo a pensar, II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 180.