Ecologia
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 13h54min de 2 de janeiro de 2021 por Profmanuel (Discussão | contribs)
Tabela de conteúdo |
1
- "A ecologia é uma questão que jamais pode ser reduzida a uma disciplina. Uma tal redução pode ser perigosa para a ecologia, para nós. Não podemos esquecer nunca: a ecologia é uma questão" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 16.
2
- "Se atentarmos para as palavras gregas que deram origem à formação da palavra ecologia, chegaremos a uma primeira compreensão complexa. “Eco-” vem do substantivo grego “ oikia ”, que significa morada. “Logia” vem da complexíssima palavra Logos”. O entendimento da ecologia como o estudo e a preservação do meio natural – em geral o conceito veiculado – decorre da dicotomia metafísica e moderna pela qual se operam as separações das diferentes instâncias da realidade. No caso presente, é a separação entre natureza e cultura. Isso é falso e prejudicial ao entendimento e alcance da ecologia. Temos de ver isso seriamente. Se tomarmos ao pé da letra a formação da palavra ecologia, a partir das palavras gregas, diremos, com propriedade, que ecologia é a morada da linguagem. O que é isto – a morada? O que é isto – a linguagem?" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 17.
3
- "Trata-se de pensar (na poético-ecologia) a sociedade em rede e a Terra como uma grande teia poética, a teia da vida. Porém, não há como pensar essa teia poética sem repensar o lugar do homem centrado na subjetividade moderna. As contradições e consequências desta – para a sobrevivência da Terra e do próprio Homem – lançam o desafio de pensar o humano do homem em novos parâmetros de convivência entre si e com a própria Mãe-terra, tendo como horizonte inequívoco o seu esgotamento e até sua possível destruição. Sem a Mãe-terra ainda haverá o homem?" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 11.
4
- "O planeta nunca foi o mesmo. Ao longo do tempo, temos passado ao largo dessa questão, como se ela não nos importasse para entendermos melhor onde estamos. E o que enfrentamos, a cada momento, para existir. Um simples dado ignorado sobre o planeta pode nos revelar alguma coisa fundamental sobre nós mesmos. Talvez esse simples dado, sobre a existência do que não conhecemos, nos explique o que não conseguimos explicar até agora" (1).
- O autor está tecendo essas reflexões diante da pandemia, provocada pela epidemia do coronavirus.
- (1) DIEGUES, Cacá. "Um alerta contemporâneo". Crônica publicada em O Globo, Primeiro Caderno - Opinião, 16-03-2020, p. 3.
5
- "Ecologia é uma questão. A questão é maior do que o homem. No questionar não é o homem que questiona. É a questão que nos questiona. Para questionar é preciso dialogar. O diálogo é uma questão. No dialogar não é o homem que dialoga. É o logos que nos dialoga" (1).
- Devemos compreender que o homem só se torna humano na medida em que deixa nele vigorar a questão.
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 16.
6
- "A ecologia é uma questão. Não qualquer questão, mas a questão que exige de nós posições cada vez mais imediatas e fundamentais. Tomar posição é decidir guiados pelo agir. Agir no sentido fundamental se diz originária e criativamente poietizar. E então me perguntei como dialogar com a ecologia a partir do poietizar, do criar, isto é, da poética. É que no começo era o poietizar" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 16.
7
- "Se formos em nossa compreensão da ecologia além do estudo da natureza e de sua preservação, do estudo dos ecossistemas e seu equilíbrio, que fazem da ecologia uma disciplina, teremos que nos abrir para o fundamento originário da ecologia. Se atentarmos para as palavras gregas que deram origem à formação da palavra ecologia, chegaremos a uma primeira compreensão complexa. “Eco” vem do substantivo “oikia”, que significa morada. “Logia” vem da complexíssima palavra "Logos”. O entendimento da ecologia como o estudo e a preservação do meio natural – em geral o conceito veiculado – decorre da dicotomia metafísica e moderna pela qual se operam as separações das diferentes instâncias da realidade. No caso presente, é a separação entre natureza e cultura. Isso é falso e prejudicial ao entendimento e alcance da ecologia" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 17.
8
- "Quando o diálogo é tomado em sua essência, devemos sair do âmbito superficial do ciclo da comunicação e nos perguntarmos pelo logos de todo diá-logo. No diálogo e na ecologia já temos uma base comum: o logos, a linguagem. Porém, a linguagem como apelo do mesmo nos é ofertado no poietizar dos poetas, nas obras poéticas. Então se quisermos saber o que é ecologia devemos necessariamente nos voltarmos para as obras poéticas, morada da linguagem, afastando de nossa mente a dicotomia moderna pela qual se opõe natureza e cultura" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 17.