Universo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Uni-verso é formada da [[palavra]] latina: ''uni'': uno, ou seja, do ser enquanto [[unidade]], [[sentido]] e [[verdade]] de tudo. E  -verso, do verbo latino ''vertere'', cujo particípio passado é ''versum'', traduzido como versão. O verbo significa: verter, [[realizar]], dar [[forma]], versões ou [[mudanças]], [[realizações]]. Por isso, é que de [[universo]] se formou o [[universal]], aplicado à [[questão]] da [[verdade]]. Toda [[verdade]] tem de ter um [[valor]] [[universal]], como [[unidade]] ou [[identidade]] das [[diferenças]]. Por isso os gregos pensaram a [[verdade]] como ''[[a-letheia]]'': [[desvelamento]], ou seja, a [[dobra]] de [[velar]] e [[desvelar]]. Para isso, a [[verdade]] deve ser regida pelo [[princípio]] do [[uno]], do [[ser]].
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: [[Uni-verso]] é formada da [[palavra]] latina: ''uni'': uno, ou seja, do ser enquanto [[unidade]], [[sentido]] e [[verdade]] de tudo. E  -verso, do verbo latino ''vertere'', cujo particípio passado é ''versum'', traduzido como versão. O verbo significa: verter, [[realizar]], dar [[forma]], versões ou [[mudanças]], [[realizações]]. Por isso, é que de [[universo]] se formou o [[universal]], aplicado à [[questão]] da [[verdade]]. Toda [[verdade]] tem de ter um [[valor]] [[universal]], como [[unidade]] ou [[identidade]] das [[diferenças]]. Por isso os gregos pensaram a [[verdade]] como ''[[a-letheia]]'': [[desvelamento]], ou seja, a [[dobra]] de [[velar]] e [[desvelar]]. Para isso, a [[verdade]] deve ser regida pelo [[princípio]] do [[uno]], do [[ser]].
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: A [[palavra]] [[realidade]] não diz algo restrito, mas se refere a [[tudo]] e a todos, à [[realidade]] exterior e à interior, ao positivo e ao digital, ao [[imaginário]] e ao [[sonho]], ou seja, ao universo. No entanto, o que diz a [[palavra]] universo é o que pensamos como [[transformação]]. Ela é composta da [[palavra]] latina: ''unus/uni'': [[uno]], ou seja, do [[ser]] enquanto [[unidade]], [[sentido]] e [[verdade]] de [[tudo]], ou seja, ''[[arché]]''. E  -verso, do verbo latino ''vertere''', cujo particípio passado é ''versum''. Significa ele: verter, [[realizar]], dar [[forma]], [[versões]] ou [[mudanças]], [[realizações]], [[real]], enfim, [[transformar]]. Por isso, de universo se formou o [[universal]], aplicado à [[questão]] da [[verdade]]. Toda [[verdade]] tem de ter um valor [[universal]] e não somente particular, individual, segundo o [[pensamento]] [[lógico]]. Porém, segundo este será, porque descarta as [[diferenças]], [[abstrato]] e não [[concreto]].
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: A [[palavra]] [[realidade]] não diz algo restrito, mas se refere a [[tudo]] e a todos, à [[realidade]] exterior e à interior, ao positivo e ao digital, ao [[imaginário]] e ao [[sonho]], ou seja, ao [[universo]]. No entanto, o que diz a [[palavra]] [[universo]] é o que pensamos como [[transformação]]. Ela é composta da [[palavra]] latina: ''unus/uni'': [[uno]], ou seja, do [[ser]] enquanto [[unidade]], [[sentido]] e [[verdade]] de [[tudo]], ou seja, ''[[arché]]''. E  -verso, do verbo latino ''vertere''', cujo particípio passado é ''versum''. Significa ele: verter, [[realizar]], dar [[forma]], [[versões]] ou [[mudanças]], [[realizações]], [[real]], enfim, [[transformar]]. Por isso, de [[universo]] se formou o [[universal]], aplicado à [[questão]] da [[verdade]]. Toda [[verdade]] tem de ter um [[valor]] [[universal]] e não somente [[particular]], [[individual]], segundo o [[pensamento]] [[lógico]]. Porém, segundo este, será, porque descarta as [[diferenças]], [[abstrato]] e não [[concreto]].
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: (1) GADALLA, Moustafa. "O Ser Humano". In: ------. '''Cosmologia egípcia - o universo animado'''. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 92.
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: (1) GADALLA, Moustafa. "O Ser Humano". In: ------. '''Cosmologia egípcia - o universo animado'''. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 91.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 15.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista '''Tempo Brasileiro''', 201/202 - '''Globalização, pensamento e arte'''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 15.
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: (1) ORTEGA Y GASSET, José. "Como nos vemos a nós. A mulher e seu corpo". In: ''Obras Completas de José Ortega y Gasset'', 6. e. Madrid: Revista de Occidente, 1964, Tomo VI (1941-1946), p. 159.
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: (1) ORTEGA Y GASSET, José. "Como nos vemos a nós. A mulher e seu corpo". In: '''Obras Completas de José Ortega y Gasset''', 6. e. Madrid: Revista de Occidente, 1964, Tomo VI (1941-1946), p. 159.
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: (1) GADALLA, Moustafa. ''Cosmologia egípcia - o universo animado''. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 138.
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: (1) GADALLA, Moustafa. '''Cosmologia egípcia - o universo animado'''. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 138.
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: O [[homem]] [[moderno]], opondo-se ao [[homem]] [[medieval]], que concebia a [[criação]] por um [[Deus]] [[Criador]], partindo do [[Nada]], criará a partir da [[imaginação]]. Contudo, para isto haverá uma profunda [[transformação]]. E a grande [[metáfora]] para indicar e conduzir esta [[mudança]] será o [[universo]] como um gigantesco [[relógio]]. Nesta, o [[Ser]] é substituído pelo [[Tempo]], mas agora um [[tempo]] que pode ser conhecido, [[medido]] e até efetuar [[intervenções]]. Conferir para isto o [[filme]], [[fundamentado]] na [[obra]] de Fritjof Capra: ''[[O ponto de mutação]]''.
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: "O [[mundo]] como o conhecemos - desde a menor [[partícula]] até o maior [[planeta]] -, é mantido em [[equilíbrio]] por uma [[lei]] baseada na [[natureza]] [[dualista]] equilibrada de [[todas]] as [[coisas]]. Sem o [[equilíbrio]] [[entre]] as duas [[forças]] [[opostas]] não haveria a [[criação]], isto é, não existiria o [[Universo]]. Por exemplo, as galáxias basicamente estão [[sujeitas]] a duas [[forças]] [[opostas]]: 1) as [[forças]] de expulsão - resultantes dos efeitos do ''Big Bang'', através das quais [[todas]] as galáxias movem-se para longe de nós - e 2) as [[forças]] gravitacionais, que puxam as galáxias umas contra as [[outras]]" (1). Essas duas [[forças]] ou [[energias]] não [[constituem]] também o [[princípio]] [[vital]], [[fundado]] pelo [[masculino]] e pelo [[feminino]]? Penso que sim.
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: (1) GADALLA, Moustafa. "O mais religioso". In: ------. '''Cosmologia egípcia - o universo animado'''. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 87.
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: Referência:
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:  (1) KAUR, rupi. '''meu corpo / minha casa'''. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 156.

Edição atual tal como 01h19min de 28 de janeiro de 2024

Universo, ver também a palavra Universal.

Tabela de conteúdo

1

Uni-verso é formada da palavra latina: uni: uno, ou seja, do ser enquanto unidade, sentido e verdade de tudo. E -verso, do verbo latino vertere, cujo particípio passado é versum, traduzido como versão. O verbo significa: verter, realizar, dar forma, versões ou mudanças, realizações. Por isso, é que de universo se formou o universal, aplicado à questão da verdade. Toda verdade tem de ter um valor universal, como unidade ou identidade das diferenças. Por isso os gregos pensaram a verdade como a-letheia: desvelamento, ou seja, a dobra de velar e desvelar. Para isso, a verdade deve ser regida pelo princípio do uno, do ser.


- Manuel Antônio de Castro

2

A palavra realidade não diz algo restrito, mas se refere a tudo e a todos, à realidade exterior e à interior, ao positivo e ao digital, ao imaginário e ao sonho, ou seja, ao universo. No entanto, o que diz a palavra universo é o que pensamos como transformação. Ela é composta da palavra latina: unus/uni: uno, ou seja, do ser enquanto unidade, sentido e verdade de tudo, ou seja, arché. E -verso, do verbo latino vertere', cujo particípio passado é versum. Significa ele: verter, realizar, dar forma, versões ou mudanças, realizações, real, enfim, transformar. Por isso, de universo se formou o universal, aplicado à questão da verdade. Toda verdade tem de ter um valor universal e não somente particular, individual, segundo o pensamento lógico. Porém, segundo este, será, porque descarta as diferenças, abstrato e não concreto.


- Manuel Antônio de Castro

3

"A teoria do Big Bang, que vê a criação do Universo como um evento físico, foi apresentada há milhares de anos nos textos egípcios, na qual o Absoluto criou o Universo a partir de Nun, o oceânico cósmico. Todas as partes do Universo originaram-se de uma única fonte. Já que a origem é Divina, conclui-se que as partes também o são" (1).


Referência:
(1) GADALLA, Moustafa. "O Ser Humano". In: ------. Cosmologia egípcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 92.

4

"Se o homem é o Universo em miniatura, então todos os fatores dele estão duplicados em grande escala no Universo. Todas as forças e atitudes, que são fortes nele, também são fortes no Universo, em grande escala. De acordo com a consciência cósmica egípcia, todas as ações realizadas pelo homem estão ligadas a um padrão maior no Universo, inclusive espirrar, piscar, cuspir, gritar, chorar, dançar, brincar, comer, beber e manter relações sexuais" (1).


Referência:
(1) GADALLA, Moustafa. "O Ser Humano". In: ------. Cosmologia egípcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 91.

5

"Se uni- diz o fundamento, a unidade de tudo em suas diferenças, -verso já diz a versão, o aparecimento das diferenças, do que é próprio de cada um e também o próprio de cada época, de cada cultura. Os gregos denominaram originariamente essa unidade como arché, o princípio. Mas este é a própria esfinge que sempre nos desafia e continua cada vez mais enigmática e misteriosa. No universal é tão importante a unidade quanto o seu verter-se" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 15.

6

"Do mundo exterior não percebemos em cada momento senão um pequeno pedaço, uma reduzida paisagem ou aspecto que se nos apresenta destacado em relação à vaga totalidade, difusa e latente, do universo material. Por que percebemos em cada momento esse pedaço e só ele, em tão determinada perspectiva? Sem dúvida porque nosso corpo - coisa entre coisas - ocupa um certo lugar e nele recebe certas influências físicas que o modificam. Entre o universo e nós se intercala nosso corpo como um crivo ou retícula que seleciona por meio de suas sensações o acúmulo imenso de objetos que integram o mundo" (1).


Referência:
(1) ORTEGA Y GASSET, José. "Como nos vemos a nós. A mulher e seu corpo". In: Obras Completas de José Ortega y Gasset, 6. e. Madrid: Revista de Occidente, 1964, Tomo VI (1941-1946), p. 159.

7

"O Universo não pode existir sem a habilidade de replicar, isto é, reproduzir. O touro selvagem, que é um símbolo quase universal de poder sexual, simboliza a força livre e a fertilidade. Os touros são conhecidos por sua sexualidade, pois um único animal pode emprenhar um rebanho inteiro. Sendo assim, o touro selvagem é símbolo da energia sexual descontrolada" (1).


Referência:
(1) GADALLA, Moustafa. Cosmologia egípcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 138.

8

O homem moderno, opondo-se ao homem medieval, que concebia a criação por um Deus Criador, partindo do Nada, criará a partir da imaginação. Contudo, para isto haverá uma profunda transformação. E a grande metáfora para indicar e conduzir esta mudança será o universo como um gigantesco relógio. Nesta, o Ser é substituído pelo Tempo, mas agora um tempo que pode ser conhecido, medido e até efetuar intervenções. Conferir para isto o filme, fundamentado na obra de Fritjof Capra: O ponto de mutação.


- Manuel Antônio de Castro.

9

"O mundo como o conhecemos - desde a menor partícula até o maior planeta -, é mantido em equilíbrio por uma lei baseada na natureza dualista equilibrada de todas as coisas. Sem o equilíbrio entre as duas forças opostas não haveria a criação, isto é, não existiria o Universo. Por exemplo, as galáxias basicamente estão sujeitas a duas forças opostas: 1) as forças de expulsão - resultantes dos efeitos do Big Bang, através das quais todas as galáxias movem-se para longe de nós - e 2) as forças gravitacionais, que puxam as galáxias umas contra as outras" (1). Essas duas forças ou energias não constituem também o princípio vital, fundado pelo masculino e pelo feminino? Penso que sim.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) GADALLA, Moustafa. "O mais religioso". In: ------. Cosmologia egípcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 87.

10

há um diálogo
que acontece dentro de você
ouça com muito cuidado
o que seu universo interno
está tentando dizer (1)


Referência:
(1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 156.