Esfinge

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Tabela de conteúdo

1

"É a luta simbólica de Rei Édipo. Ei-lo diante da Esfinge. Ou decifra o enigma e se salva, libertando a cidade do tormento, ou morre. Que é a Esfinge? É a própria interrogação? O desvendar o enigma era tão importante que seu decifrador ganha o reino, o símbolo do que de mais importante um homem podia desejar. Ao resolver o enigma, Édipo realiza o mais alto grau de poder de conhecimento, conhecimento que no fim se revela aparente e fonte de erro e culpa: só lhe resta arrancar a visão. É a cegueira trágica" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In: -----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 75.

2

Édipo, em fuga porque ouvira de um bêbado que ele mataria o pai e casaria com a mãe, foge de Corinto e vai para Tebas. Mas ele não sabia que os pais com que vivia eram adotivos. Em Tebas todos estão apavorados com a Esfinge, que propõe os Enigmas e mata quem não os resolve. Édipo resolve ir ao encontro da Esfinge, que lhe propõe os famosos enigmas. Caso os solucionasse viveria, em caso contrário, seria morto pela Esfinge. Eis os enigmas:
" - Qual é o animal que tem quatro pés de manhã, dois ao meio-dia e três ao entardecer?
E, sem hesitar, responde: O Homem que, na infância, arrasta-se sobre os pés e as mãos;
na idade adulta mantém-se sobre os dois pés; e na velhice precisa usar um bastão para
andar. A Esfinge, aflita com aquela inteligência clara e rápida, recobra o fôlego e
propõe novo enigma: - São duas irmãs. Uma gera a outra. E a segunda, por seu turno, é
gerada pela primeira. Quem são elas? A Luz e a Escuridão, responde Édipo. A luz do dia,
clareira aberta no céu, gera a escuridão da noite, que, por sua vez, precede a luz do
dia" (1).
Os cidadãos de Tebas lhe dão o trono que estava vazio, pois seu rei tinha sido morto numa estrada. Fora justamente Édipo que o matara.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) ÉDIPO. In: Mitologia, volumes: 1, 2, 3. São Paulo: Abril Cultural, Editor Victor Civita, 1973, v. 3, p. 554.

3

"Corpo de animal, cabeça de homem, a Esfinge é toda a condição humana do homem: ser fronteiriço entre nesciente, inconsciente e consciente, tanto no não saber obscuro do mineral, vegetal e animal, como no saber diáfano do pensamento, da fantasia, da percepção" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: -----. Filosofia contemporânea. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2013, p. 66.

4

"A esfinge é o próprio real, o ser, no qual e pelo qual somos e não somos. O mito do homem para se realizar tem de enfrentar o mito da esfinge, ou seja, o mito do real, o mito do ser em seu sentido" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 23.
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