Razão

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"... pensa-se, no entanto, o ''[[lógos]]'' do homem como ''ratio'', razão, e, portanto, como a capacidade de pensar segundo [[ideia|ideias]], ou seja, de julgar por [[conceito|conceitos]]" (1). "Metafísica e logicamente, ''lógos'' significa [[enunciado]], juízo ou também conceito, desde que se apreenda conceito como o coágulo de uma conceituação, de um ajuizamento". (2)  
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: "... pensa-se, no entanto, o ''[[lógos]]'' do homem como ''ratio'', [[razão]], e, portanto, como a capacidade de [[pensar]] segundo [[ideia|ideias]], ou seja, de [[julgar]] por [[conceito|conceitos]]" (1). "Metafísica e logicamente, ''[[logos]]'' significa [[enunciado]], [[juízo]] ou também [[conceito]], desde que se apreenda [[conceito]] como o coágulo de uma conceituação, de um ajuizamento". (2)  
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:(1) HEIDEGGER, Martin. ''Heráclito''. Rio: Relume Dumará, 1998, p. 293.
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: (1) HEIDEGGER, Martin. ''Heráclito''. Rio: Relume Dumará, 1998, p. 293.
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:(2) Idem, p. 293.
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Edição de 01h38min de 12 de Junho de 2018

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Em relação à Escola de Frankfurt, teríamos três momentos ou três razões: 1ª) Razão crítica. Tem sua origem em Kant e marca um otimismo no poder da razão, podendo ser instrumental e emancipatória. 2ª) Razão negativa. Surge com Horkheimer e Adorno, frente à realidade moderna e ao humanismo diante da realidade da guerra, da cultura de massa. É uma perda de fé na razão. é aqui a palavra adequada, pois tal fé ainda diz uma crença na razão que faz o homem maior do que a questão, do que a realidade. 3ª) Razão comunicativa. Conceituação desenvolvida por Habermas, tenta superar o solipsismo da consciência e parte para o diálogo como fundamento do consenso. Porém, num tal diálogo nunca se dá o acontecer das diferenças, muito menos da realidade em seu desvelar e velar, em seu dar-se e guardar-se. Num tal diálogo quer-se determinar o auto-diálogo pelo diálogo comunicativo. Não se pensa o diá- de todo diá-logo nem o logos como a identidade das diferenças e a diferença das diferenças, e a identidade das identidades.


- Manuel Antônio de Castro

2

"Por isso mesmo, a dialética, ao contrário da lógica formal, é capaz de incluir em seus conceitos os elementos da contradição e da transformação, e de abarcar o não-idêntico em um mesmo conceito. A razão iluminista, com sua dupla face de razão emancipatória e razão instrumental, não deixa de ser razão quando se impõe e concretiza como razão instrumental. Mas por isso mesmo gera, pelas limitações a que ela própria se condena, sua contradição, sua crítica e negação, tornando-se necessário o resgate de seu contrário, originalmente nela contido: a razão emancipatória" (1).
Adorno está polemizando com Popper. Este defende a razão lógica, puramente metodológica, ao passo que Adorno defende uma dimensão existencial. A pura razão lógica e instrumental é identificada com o positivismo, defendido por Popper. Ver como conceitos de razão: emancipatória, instrumental, lógico-formal, negativa, dialógica ou comunicativa, são variadas mas todas metafísicas, pois tais conceitos não não questionam o fato de que toda razão já é um fundamento da consciência manifestado nas representações, sejam de ordem escritas ou visuais, sejam de ordem do público e da publicidade (fundamento do poder moderno em oposição ao poder divino e aristocrático).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) FREITAG, Bárbara. A teoria crítica ontem e hoje. S. Paulo: Brasiliense, 1985, p. 49.

3

"O anúncio de algo como algo faz com que, no anúncio, se tome algo como algo, que algo seja tomado por algo. 'Eu tomo isto por isto', é o que diz o verbo latino reor. A capacidade correspondente de se tomar algo por algo é ratio" (1). "Tomar algo por algo é ajuizar. A essência do pensamento concebido metafisicamente reside no juízo. Esse pensamento "lógico", logikós, dimensionado pelo logos enquanto enunciado, é a essência da ratio, da razão" (2).


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio: Relume Dumará, 1998, p. 282.
(2) Idem, p. 282.


Ver também:
*Proposição

4

"... pensa-se, no entanto, o lógos do homem como ratio, razão, e, portanto, como a capacidade de pensar segundo ideias, ou seja, de julgar por conceitos" (1). "Metafísica e logicamente, logos significa enunciado, juízo ou também conceito, desde que se apreenda conceito como o coágulo de uma conceituação, de um ajuizamento". (2)


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio: Relume Dumará, 1998, p. 293.
(2) Idem, p. 293.


Ver também:
*Proposição

5

"Não é a razão que é condição de possibilidade do pensar e sim o contrário, a condição de possibilidade da razão é o pensar. A palavra racional tem sua origem no latim ratio que significa cálculo, conta, proporção, medida, sistema, regularidade, ordem, regra, juízo, causa, bom senso etc. Ora, o pensar não se estabelece exclusivamente a partir das experiências enunciadas por essas atribuições. Significa: para se pensar não é imprescindível que haja cálculo, proporção, medida, sistema, regularidade, causa ou mesmo bom senso" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 168.


6

"Eu não entendo mais aquilo que entendo, pois estou infinitamente maior do que eu mesma...então não me alcanço" (1).


Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Texto publicado numa montagem artística de fotos com textos de Clarice, sem indicação da fonte.


7

"Que é a ditadura da razão? - A ditadura da razão é exclusiva e excludente e consiste em montar um sistema universal de prestar contas e dar explicações evidentes e suficientes, coerentes e consistentes de tudo que é, de tudo que se conhece e de tudo que se faz, seja nas ações que se põem, seja nas atitudes que se tomam, seja nas omissões que se praticam" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Heidegger e a ética". In: Revista Tempo Brasileiro, 157,Rio de Janeiro, abr.-jun., 2004. Caminhos da ética, 2004, p. 76.


8

"A Escolástica medieval distinguiu no conhecimento humano entre ratio [ razão ] e intellectus [ intelecto ]. A ratio [ razão ] é o poder da discursividade do raciocínio que busca e investiga, que abstrai e argumenta, que define e conceitua. O intellectus [ intelecto ] é o simplex intuitus [simples intuição ], a força de acolhimento que recebe o real em sua realidade. O conhecimento humano é a integração de ambos, tanto da ratio [ razão ] como do intellectus [ intelecto ]" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Ócio e negócio". In: Revista Tempo Brasileiro - Caminhos do pensamento hoje: novas linguagens no limiar do terceiro milênio, 136, jan.-mar., 1999, p. 75.
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