Experienciar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) MAROUVO, Patrícia. ''Desvelo do instante poético em "Água Viva"''. Dissertação de Mestrado. Poética. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 212, p. 9
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: "O [[ser humano]] simplesmente não está aí [[entre]] os outros [[entes]], as [[coisas]] como tais. Já vimos que além de [[viver]] e ter as suas [[vivências]], o [[ser humano]] constitui-se na medida em que faz da [[vida]] vivida uma [[vida]] [[experienciada]]. Ele procura sempre o [[conhecimento]]. Mas isso ele só pode fazer porque não conhece o que procura, pois se já o conhecesse não precisava [[procurar]]. Uma tal [[procura]] do que se [[é]], denomina-se [[questionar]]. Por outro lado, se de maneira nenhuma não já conhecesse nem poderia [[questionar]]. Isto significa que já está aberto para o [[poder]] [[conhecer]] o que ainda não conhece" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o ''entre''". Revista ''Tempo Brasileiro'': Rio de Janeiro: ''Interdisciplinaridade: dimensões poéticas'', 164, jan.-mar., 2006, p. 24.
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: "Diante do [[perigo]] [[mortal]], [[Ulisses]], no relato aos seus companheiros, começa acentuando dois aspectos interligados e fundamentais: o [[saber]], o tomar [[consciência]], e o [[destino]] que implica esse [[saber]]. De novo, não é um [[saber]] como qualquer outro [[saber]], é um [[saber]] que abre para o que o [[destino]] [[é]]. No [[destino]] dá-se a [[dobra]] de [[saber]] e [[ser]]. O [[vigorar]] desta [[dobra]] é a [[essência]] do [[agir]]. Nesta acontece o [[destino]] que nos foi destinado. É por isso que não é a [[vontade]] por meio da [[razão]] que age, mas o [[querer]] [[poder]] do [[destino]]. E aqui o [[destino]] é o [[próprio]] [[mito]] enquanto [[saber]]. [[Experienciar]] o [[destino]] é [[experienciar]] o [[mito]], e [[experienciar]] o [[mito]] é [[experienciar]] o [[saber]]. [[Saber]] é tomar [[consciência]] do [[destino]] e realizá-lo em nossas [[escolhas]]" (1).
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:(1) MAROUVO, Patrícia. (a indicar)
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 172.

Edição atual tal como 22h16min de 20 de Setembro de 2020

Consulte também o verbete experienciação.

Tabela de conteúdo

1

Experienciar é o acontecer da dialética no questionar. Dialética não é qualquer questão, é nela e com ela que se coloca a difícil tarefa de pensar a referência entre o real do humano realizando-se e a realidade, entre Essência do humano e Ser. Portanto, é e será sempre uma questão presente em todas as épocas e para todos em todos os instantes. A essa presença chamamos experienciação ou acontecer poético.


- Manuel Antônio de Castro

2

"Experienciar é pensar e sentir o momento que nos marca e, portanto, permanece, dando forma e sentido, ou melhor, tessitura à vida. Nesse contexto, pensamento e sentimento não são contemplados enquanto opostos antagônicos segundo a tradição metafísica, mas, sim, como diferentes modos pelos quais somos tomados pela realidade" (1).


Referência:
(1) MAROUVO, Patrícia. Desvelo do instante poético em "Água Viva". Dissertação de Mestrado. Poética. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 212, p. 9

3

"O ser humano simplesmente não está aí entre os outros entes, as coisas como tais. Já vimos que além de viver e ter as suas vivências, o ser humano constitui-se na medida em que faz da vida vivida uma vida experienciada. Ele procura sempre o conhecimento. Mas isso ele só pode fazer porque não conhece o que procura, pois se já o conhecesse não precisava procurar. Uma tal procura do que se é, denomina-se questionar. Por outro lado, se de maneira nenhuma não já conhecesse nem poderia questionar. Isto significa que já está aberto para o poder conhecer o que ainda não conhece" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 24.

4

"Diante do perigo mortal, Ulisses, no relato aos seus companheiros, começa acentuando dois aspectos interligados e fundamentais: o saber, o tomar consciência, e o destino que implica esse saber. De novo, não é um saber como qualquer outro saber, é um saber que abre para o que o destino é. No destino dá-se a dobra de saber e ser. O vigorar desta dobra é a essência do agir. Nesta acontece o destino que nos foi destinado. É por isso que não é a vontade por meio da razão que age, mas o querer poder do destino. E aqui o destino é o próprio mito enquanto saber. Experienciar o destino é experienciar o mito, e experienciar o mito é experienciar o saber. Saber é tomar consciência do destino e realizá-lo em nossas escolhas" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 172.
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