Humano

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) HEIDEGGER, Martin. "...poeticamente o homem habita...". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback.  In: -----. ''Ensaios e conferências''. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis R/J: Vozes, 2001, p. 161.
: (1) HEIDEGGER, Martin. "...poeticamente o homem habita...". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback.  In: -----. ''Ensaios e conferências''. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis R/J: Vozes, 2001, p. 161.
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: " No caso da [[palavra]] "[[super-homem]]", precisamos de cara afastarmo-nos de todas as entonações falsas e provocadoras de confusão e de desvio que soam para a opinião habitual. Com o [[nome]] "[[super-homem]]", Nietzsche precisamente não se refere à superdimensionalização do [[homem]] até hoje vigente. Ele também não pensa uma [[espécie]] de [[homem]] que descarta o [[humano]] e que faz da arbitrariedade nua e crua a [[lei]] e da fúria titânica, a regra. Tomando, antes, a [[palavra]] em sentido literal, o [[super-homem]] (''Über-mensch'') é o [[homem]] que vai para além do [[homem]] até hoje vigente, tão-só e sobretudo para trazer, e aí ratificar, este [[homem]] para a sua [[essência]] ainda pendente ou [[por vir]]. Uma anotação para o ''Zaratustra'' diz (XIV, 271): "Zaratustra não quer ''perder'' nenhum [[passado]] da humanidade - fundir tudo" "(1).
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: (1) HEIDEGGER, Martin. "Quem é o Zaratustra de Nietzsche". Trad. Gilvan Fogel. In: ------. ''Ensaios e conferências''. Petrópolis / RJ: Vozes, 2002, p. 91.

Edição de 22h04min de 24 de Outubro de 2017

1

"Depois que Ulisses fora dela, ser humana parecia-lhe agora a mais acertada forma de ser um animal vivo" (1).


Referências:
(1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: José Olympio, 4ª ed., 1974, p. 167.

2

"A originalidade do ser humano é aquela em que o que ele é não é tudo que ele pode. Para ser um ser humano, ele tem de poder ser mais do que o que ele é" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O corpo, a terra e o pensamento". In: CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Arte: corpo, terra e mundo. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008, p. 69.

3

"O pensar se faz uno pelo seu encaminhamento em direção à unidade. Por isso é preciso aprender a pensar, e é por isso que o pensamento não é, por mera dejeção orgânica. O homem, assim, é aquele que, por excelência, habitando a linguagem, propriamente é capaz de fazer esse percurso em direção à unidade. O homem pensa. O homem se articula na simplicidade do pensar, do encaminhamento para a vigência da unidade, do ser, do que ele já é, e ainda não é, do simples e do complexo. Há, no entanto, seres que compõem realidade não menos que o homem, esses seres não deixam de ser, mas não podem percorrer esse encaminhamento para a unidade. Eles são, mas não pensam" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 55.


4

"Para mim o ser humano é uma tremenda criação...Um pensamento inconcebível. No ser humano existe tudo, do mais elevado até o mais baixo. O homem é a imagem de Deus e Deus existe em tudo. E assim o ser humano foi criado, mas também os demônios, os santos, os profetas, os artistas, os iconoclastas. Tudo existe lado a lado. É como se fossem desenhos gigantes mudando o tempo inteiro. Da mesma maneira devem existir inúmeras realidades. Não apenas a realidade que percebemos com nossas obtusas sensibilidades, mas um tumulto de realidades arqueando-se uma em cima da outra, por dentro e por fora. É só o medo e o puritanismo que nos leva a acreditar em limites. Não existem limites. Nem para pensamentos nem para sentimentos. A ansiedade é que estabelece limites" (1).


Referência:
(1) BERGMAN, Ingmar. Sonata de outono. Fala da personagem Eva.


5

A linguagem é o próprio tempo/pensamento se manifestando. Estamos sempre a caminho do pensamento porque ele é a grande questão que a tudo envolve e movimenta. A questão se manifestando é a linguagem enquanto pensamento e verdade. Nós somos radicalmente linguagem no sentido de que somos seres da linguagem. Não é o ser humano que fala, mas a linguagem e quando ela se constitui em nosso a caminho de pensamento aí, então, estamos realizando o que nos consitui originariamente: o humano. Humano não é o que o ser humano faz. É quando ele se deixa tomar pelo ser que o constitui. Se o ser humano quer determinar por sua ação a realidade, ele se perde e se inumaniza, porque pretende ser fundamento do agir. E não há fundamento sem o fundar, que é o vigorar do ser. O humano é o próprio do ser humano. E o próprio é o que lhe foi dado como destino para ser realizado. Só o ser destina. O humano é o destinado do ser no ser humano.


- Manuel Antônio de Castro

6

"Sem liberdade não há o humano, pois este é o ser humano se pensando no seu sentido de existir e morrer. É por isso que não nos limitamos a um código genético, presente em todos os seres vivos. Viver é fácil, difícil é deixar-se tomar pelo motivo de viver e morrer: a liberdade. A liberdade de ser, não do querer subjetivo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio. "Apresentanção". In: TAVARES, Renata. Do silêncio à liberdade: Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2012, p. 13.

7

“Para um grego, esquecer não é um processo dentro do sujeito. Esquecer é um acontecimento ontológico em que o homem se realiza, na medida em que os descobrimentos e revelações lhe encobrem sua própria realização. Isto significa: o homem também se vela para si mesmo sempre que consegue revelar-se num empenho de ser e desempenho de não ser. Para realizar-se, o homem tem tanto de esquecer como de recordar. É o sentido de a coruja ser o animal-totem da sabedoria humana”, (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 52.


8

"Ser humana não era um mundo de dores pré-definidas, mas a abertura para a grandeza inestimável do silêncio e do mistério. E, nesta abertura, havia o prazer profundo de tocar o infinito e sentir a beleza do humano do homem" (1).


Referência:
(1) TAVARES, Renata. Do silêncio à liberdade - Uma Aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2012, p. 107.


9

"Não use a palavra "Deus". Diga "Santidade". Há santidade em todas as pessoas. Santidade humana. Todo o resto são atributos, disfarce, manifestação e truque. Não se pode decifrar ou capturar a santidade humana. Ao mesmo tempo... é algo que podemos pegar. Algo tangível que dura até a morte. O que acontece depois é escondido de nós. Apenas os poetas, músicos e santos... é que podem descrever aquilo que podemos apenas discernir: o inconcebível. Eles viram, conheceram, compreenderam... não totalmente, mas de modo fragmentado. Para mim é um conforto pensar na santidade humana" (1).


Referência:
(1) Ingmar Bergman. No filme A ilha de Bergman, de Marie Nyreröd. Bergman escolhe essa fala de um bispo, personagem do seu filme com Liv Ulmann, Confissões privadas, para dizer, sinteticamente, o que ele pensa a propósito dos temas religiosos de seus filmes.

10

Em Platão, todos os diálogos movem-se sempre na procura da compreensão do humano enquanto essência da verdade e esta como a essência do humano. É que a essência da verdade é a verdade da essência e, portanto, do humano. Foi sempre uma questão de pensamento. Nesse horizonte, o humano jamais pode ser reduzido a um conceito generalizante ou mesmo a um gênero (masculino ou feminino). Inclui-os sem se reduzir a eles.


- Manuel Antônio de Castro


11

"Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por principiar. Esses homens! Todos puxavam o mundo para si, para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as coisas dum seu modo" (1).


Referência:
(1) ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968, p. 16.

12

"O humano é o ético como medida do que cada um é, pois o ético é a medida do ser em tudo que somos e não somos" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O humano, o poético e a contracultura". In: www.travessiapoetica.Blogspot.com.


13

"A eclosão do que seja o ser humano já acontece sempre no destinar-se da verdade do sentido do ser" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 12.


14

"Com isso, deixamos de lado a representação corriqueira do que seja habitar. De acordo com essa representação, habitar continua sendo simplesmente um modo do comportamento humano, dentre tantos outros. Trabalhamos na cidade e habitamos fora. Empreendemos uma viagem e habitamos ora aqui, ora ali. Nesse sentido, habitar é sempre apenas a posse de um domicílio. Quando Hölderlin fala do habitar, ele vislumbra o traço fundamental da presença humana. Ele vê o "poético" a partir da relação com esse habitar, compreendido nesse modo vigoroso e essencial" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "...poeticamente o homem habita...". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -----. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis R/J: Vozes, 2001, p. 161.


15

" No caso da palavra "super-homem", precisamos de cara afastarmo-nos de todas as entonações falsas e provocadoras de confusão e de desvio que soam para a opinião habitual. Com o nome "super-homem", Nietzsche precisamente não se refere à superdimensionalização do homem até hoje vigente. Ele também não pensa uma espécie de homem que descarta o humano e que faz da arbitrariedade nua e crua a lei e da fúria titânica, a regra. Tomando, antes, a palavra em sentido literal, o super-homem (Über-mensch) é o homem que vai para além do homem até hoje vigente, tão-só e sobretudo para trazer, e aí ratificar, este homem para a sua essência ainda pendente ou por vir. Uma anotação para o Zaratustra diz (XIV, 271): "Zaratustra não quer perder nenhum passado da humanidade - fundir tudo" "(1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Quem é o Zaratustra de Nietzsche". Trad. Gilvan Fogel. In: ------. Ensaios e conferências. Petrópolis / RJ: Vozes, 2002, p. 91.
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