Universal
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 16. | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 16. | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 19. |
Edição de 19h51min de 18 de Julho de 2019
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1
- O atual é sempre concreto, porque vigora no originário, no poético. As novas obras poéticas não são repetição das anteriores, mas também não são evolução. As questões não evoluem, não progridem. Contudo, a cada obra poética nova elas são experienciadas inaugural e originariamente. A vida é sempre experienciação originária, porque é poética. É o universal concreto e, portanto, poético. O universal por ser originário é sempre atual. E isso constitui a essência do universal, ou seja, universalidade.
2
- O que é o universal? É ação permanente e poética de levar a duração ao efêmero, um efêmero que não se funda, mas é fundado na medida em que é regido pela unidade das versões, estas efêmeras enquanto versões, se forem consideradas sem a unidade. Por outro lado, como a unidade é dinâmica e sempre vigorando no originário, sua presença se faz enquanto permanentes versões. Mas isto não depende do autor. Depende da Poética, na medida em que esta é o criar da realidade enquanto se doa e manifesta em realizações, de onde nos advém o real. Como nisto acontece a presença do agir humano? Com a escuta do apelo do poético, pois este é a forma derrotando a cronologia. é a realização para além dos limites das formas da obra. É o que os gregos denominaram morphe, isto é, a força instauradora da realidade ultrapassando incessantemente os limites.
3
- Universal diz: a unidade das versões. 'Uni- diz o uno, a unidade'; '-versal' provém do verbo latino: verto, versum, vertere, verter, realizar, concretizar, transformar. Por unidade podemos compreender a identidade, (o uno), das diferenças. Por isso todo concreto é sempre a tensão de identidade e diferenças. Quando racionalmente se considera apenas a unidade sem a presença concreta das diferenças temos a abstração. Neste conhecimento, o universal será o universal abstrato, ou seja, conceitual, que vale para muitos indiferenciadamente. Esse é o universal da ciência, ao contrário do universal da arte, que em cada obra é sempre concreto. Disso resulta que a arte diz sempre o mesmo, o que não quer dizer que diga coisas iguais.
4
- De universo se formou o universal, aplicado à questão da verdade. Toda verdade tem de ter um valor universal, como unidade ou identidade das diferenças, das versões, como identidade lógica, na modernidade. Mas já os gregos foram além desse lógico ao pensarem a verdade como a-letheia: des-velamento, ou seja, a dobra de velar e desvelar.
5
- "O que é o universal, até para podermos afirmar um tempo e ser globalizados? Pode haver um universal idealizado virtualmente que pense o ser dos entes e suas diferenças essenciais em seu acontecer poético? Pode a imaginação da essência técnica gerar o humano universal, ético? Essa sempre foi a questão em que se moveram as obras de arte e de pensamento.
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro - Globalização, pensamento e arte, 201/202. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 12.
6
- "Mas pode-se confundir o universal humano com o universal técnico-funcional? Quando o essencial foi reduzido ao conhecimento científico, este passou cada vez mais a depender do técnico-matemático e as próprias obras de arte se tornaram ciência estética. A Poética foi substituída pela Estética. Porém, pode a eficiência funcional libertar o ser humano para a sua essência? É nesse horizonte que se debate cada vez mais o alcance da imaginação científica como globalização tecno-funcional" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 14.
7
- "O que é o universal? Essa é a questão que nos desafia desde os pensadores originários e se faz presente em todas as culturas através de mitos e ritos, e depois na filosofia, no pensamento e nas artes. E ela é mais atual do que nunca. O que mudou foi a sua compreensão a cada nova globalização, pois cada uma desenvolve novas dimensões" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 15.
8
- "Em tudo que olha o homem, já sempre pre-viu na medida em que apreende e compreende o sentido do que não cessa de dar-se a ver, ocultando-se. E isso é o pensar enquanto sentido, verdade e mundo. Por isso, o homem só pode ter ideias na medida em que pensa. E pensando pode dizer. Não pensa porque diz, mas diz porque nele o ser se pensa e diz. Isso é o universal" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 16.
9
- "O universal do paradigma também gera uma diferença, pois diz respeito tanto à verdade de uma época, quanto à verdade de cada identidade cultural. A questão do universal sempre foi não apenas uma questão lógica e epistemológica, mas essencialmente ontológica e é nesta que se deve pensar o humano" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 19.