Discernir
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "A gota d’[[água]] e o [[mar]]". In: -----. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 246.''' |
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- | : O [[discernir]], voltando-se para ele próprio, criou diversas [[palavras]] que indicam uma [[posição]], seja [[teórica]], seja [[epocal]]: [[critério]], [[ideia]], [[teoria]], [[princípio]], [[essência]], [[cânone]], [[paradigma]], [[suporte]], [[padrão]], | + | : O [[discernir]], voltando-se para ele próprio, criou diversas [[palavras]] que indicam uma [[posição]], seja [[teórica]], seja [[epocal]]: [[critério]], [[ideia]], [[teoria]], [[princípio]], [[essência]], [[cânone]], [[paradigma]], [[suporte]], [[padrão]], regra, [[forma]], [[lei]], [[medida]]. Estas diversas [[posições]] originam-se de uma decisão ou pela [[dobra]] ou pelo [[duplo]]. É possível não decidir? Isto quer [[perguntar]] se é [[possível]] nos movermos no [[real]] sem o [[limite]]. Mas o que funda o [[limite]] para que possa haver uma decisão? |
: - [[Manuel Antônio de Castro]]. | : - [[Manuel Antônio de Castro]]. |
Edição atual tal como 20h38min de 28 de março de 2025
1
- Discernir é sempre um ato corajoso e necessário de apreender e compreender no que se dá a ver, o que se retrai e vela. Discernir é deixar-se tomar pela carência em meio à riqueza originária da realidade. Radicalmente, discernir é deixar-se tomar pela morte como medida do viver. Discernir é pensar e pensar é amar. Amar é o vigorar do entre na referência do amante e da amada. O vivente é a vida se dando em discernimento, em diferença, sendo irrepetível, como o vigorar do amor.
2
- "Toda dobra desdobrando-se é um contínuo discernir, isto é, um pensar no desvelado o velado, nas vivências do vivente a sua fonte, a Vida. Discernir é sempre um ato corajoso e necessário de apreender e compreender, no que se dá a ver, o que se retrai e vela. Discernir é deixar-se tomar pela carência em meio à riqueza originária da realidade. Radicalmente, discernir é deixar-se tomar pela morte como medida do viver. Discernir é pensar e pensar é amar. Amar é o vigorar do entre na referência do amante e da amada" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 246.
3
- O discernir, voltando-se para ele próprio, criou diversas palavras que indicam uma posição, seja teórica, seja epocal: critério, ideia, teoria, princípio, essência, cânone, paradigma, suporte, padrão, regra, forma, lei, medida. Estas diversas posições originam-se de uma decisão ou pela dobra ou pelo duplo. É possível não decidir? Isto quer perguntar se é possível nos movermos no real sem o limite. Mas o que funda o limite para que possa haver uma decisão?