Vidente
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição atual tal como 22h53min de 11 de março de 2025
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1
- "O vidente é aquele que já tem visto a totalidade das coisas que se apresenta na presença: em latim vidit; em alemão er steht in Wissen (ele está a par). Ter visto é a ausência do saber. No ter visto já há sempre outra coisa em jogo que a simples realização de um processo ótico. No ter visto a relação com aquilo que se apresenta já retrocedeu para trás de toda a espécie de percepção sensível e não-sensível. A partir daí, o ter visto está relacionado com a presença que se clarifica.
- O ver não se determina a partir do olho, mas a partir da clareira do ser. A in-sistência nela constitui a articulação de todos os sentidos humanos. A essência do ver enquanto ter visto é o saber. Este contém a visão. Ele permanece na lembrança da presença. O saber é a lembrança do ser. É por isso que Mnemosýne é a mãe das musas. Saber não é a ciência no sentido moderno. Saber é salvaguarda pensante da guarda do ser" (1).
- Na medida em que todo ver pressupõe o já ter visto de alguma maneira é que dá origem ao vidente, à vidência e à evidência, pois para estas acontecerem já houve um pré-ver, um prever. Este não precisa de mediação dos sentidos, por ela a realidade se mostra no que ela é e em-si. Por isso, dizemos frequentemente: isso é evidente, ou seja, não precisa de uma explicação, de uma mediação, de uma procura causal. Em sua essência, todo ser humano é um vidente, embora poucos consigam quebrar o hábito do ver banal e cotidiano. Todo artista, especialmente o poeta e pintor, se deixa tomar em seu ver e dizer pela evidência. Na dança, o meio de manifestar o evidente é o gesto. Todo gesto na dança manifesta a realidade acontecendo, dando-se a ver.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A sentença de Anaximandro". In: Os pré-socráticos. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 34.
2
- "Todo sendo, proveniente do nada criativo, é o que se dá a ver por já ser, já estar vigorando como possibilidade de toda e qualquer visibilidade. Daí que vidente é aquele ser humano dotado do conhecimento do que foi, é e será, por já ter visto, isto é, já vigorar na luz em que todo ver se torna visível. Tornar-se visível é dar-se a ver e ver é conhecer o que se torna visível por vigorar na possibilidade de todo e qualquer ver: a energia luminosa. Viver é ver. Ver é amar. Amar é ser" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In:------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 319.
3
- "Por que Buda significa iluminado? O conhecimento destes oráculos não vem dele, mas do vidente. E quem é vidente? Aquele que, tomado pelo ser, viu o que é, foi e será. Vidente não é quem quer, mas quem foi escolhido e destinado para ser vidente. Na medida das possibilidades de sermos, todos somos videntes. O difícil é assumi-las" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ser e estar". In:------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 52.
4
- "Uma sociedade que acredita numa dimensão extrafísica - as profundas verdades que se ocultam por trás do véu da vida terrena - investe sua fé em especialistas talentosos, capazes de servir de intermediários entre os dois mundos: os videntes, os druidas e os bardos. Com o surgimento do Cristianismo, os santos se juntaram às fileiras de talentos guardiães da alma - e muitas figuras antes pagãs adquiriram outros nomes e um novo conjunto de atributos religiosos" (1).
- Referência:
- (1) HOOD, Juliette. "Guardiães da alma". O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 95.
5
- "A mais importante das faculdades do vidente, porém, é o poder da fala. A sabedoria que o druida ouve e vê em suas jornadas ao reino do espírito é transmitida ao seu povo por meio da fala, e os awenyddion vivenciam seu dom como uma abertura da boca" (1).
- Referência:
- (1) HOOD, Juliette. "A sabedoria da Inspiração". O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 107.