Ciborgue

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Como o esforço científico, na busca pela determinação do [[real]], está expulsando o [[homem]] de sua [[morada]]? Ora, o controle exercido pelo modo técnico de operar, pela [[medição]], regulação e [[uniformização]] se traduz pelos [[conceitos]]. Nunca, na história do homem, houve uma ideia tão clara a respeito de qual homem se deve buscar, qual é o homem ideal e desejável, e como alcançá-lo. Ainda assim não entramos em contradição ao dizermos que o homem pós-moderno está desreferencializado de si mesmo. Há dois projetos paralelos que se copertencem: a progressiva [[desumanização]] e a progressiva tentativa de super-humanizar. O maior ícone do cruzamento desses dois projetos é o ciborgue" (1).
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: "Como o esforço científico, na busca pela determinação do [[real]], está expulsando o [[homem]] de sua [[morada]]? Ora, o controle exercido pelo modo [[técnico]] de [[operar]], pela [[medição]], regulação e [[uniformização]] se traduz pelos [[conceitos]]. Nunca, na [[história]] do [[homem]], houve uma [[ideia]] tão clara a respeito de qual [[homem]] se deve buscar, qual é o [[homem]] [[ideal]] e desejável, e como alcançá-lo. Ainda assim não entramos em contradição ao dizermos que o [[homem]] pós-moderno está desreferencializado de si mesmo. Há dois projetos paralelos que se copertencem: a progressiva [[desumanização]] e a progressiva tentativa de super-humanizar. O maior ícone do cruzamento desses dois projetos é o [[ciborgue]]" (1).
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:(1) COSTA, André Vinicius Lira.  Pergunte ao ciborgue.(Mimeo. Pós-graduação em Poética. UFRJ/Faculdade de Letras, 2o. semestre de 2009).
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: (1) LIRA, André. "Pergunte ao ciborgue". ''Revista Garrafa''. Rio de Janeiro, n. 20, jan.-abr. 2010. Disponível em http://www.ciencialit.letras.ufrj.br/garrafa/garrafa20/andrelira_pergunteaociborgue.pdf.
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:"O homem pós-moderno é um ciborgue. Suas referências de mundo são construídas cada vez mais a partir de um paradigma tecnológico. Para se transformar em ciborgue, em misto de máquina e homem, o homem sacramenta a técnica como o que lhe assegurará a sua essência” (1)
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: "O [[homem]] pós-moderno é um [[ciborgue]]. Suas [[referências]] de [[mundo]] são construídas cada vez mais a partir de um [[paradigma]] tecnológico. Para se transformar em [[ciborgue]], em misto de máquina e [[homem]], o [[homem]] sacramenta a [[técnica]] como o que lhe assegurará a sua [[essência]]” (1)
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: (1) LIRA, André. ''Poética e morte na era do ciborgue''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2012, 39.
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: (1) LIRA, André. ''Poética e morte na era do ciborgue''. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2012, 39. Coleção ''Pensamento Poético - 3''
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: “Tornar-se [[ciborgue]] é humanizar-se enquanto se desumaniza: a [[razão]] não só julga entender o [[corpo]], mas se assenhoreia dele, modificando-o aos seus desígnios por meio das próteses, das intervenções cirúrgicas, dos tratamentos estéticos. Ademais, o [[ciborgue]] se esquece da [[humanidade]] que lhe é própria e foi dada como corpo-experiência, pois acredita que os implantes técnicos são superiores e preferíveis. Mesmo quando parece [[cultuar]] o [[corpo]] (ou melhor, o [[organismo]]), ele é mantido como polo desprivilegiado na [[relação]] com a [[alma]]” (1)
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: (1) LIRA, André. ''Poética e morte na era do ciborgue''. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2012, 39.Coleção ''Pensamento Poético - 3''.
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: “[[Silêncio]], cegueira, inação são experiências do fim, e por isso experiências da [[morte]]. O [[ciborgue]], contudo, como [[horizonte]] [[humano]] da [[época]] [[técnica]], atribui a todas essas [[experiências]] um dado negativo da [[realidade]] que deve ser superado. Se não há som (ou não há som que se possa ouvir), que se faça som ou se criem mecanismos para ouvi-lo. Se não há o que [[ver]], que se crie o que [[ver]] ou como se [[ver]]. Como viemos dizendo, esse posicionamento parte de um pressuposto humanista que desumaniza, já que não reconhece e estimula as [[possibilidades]] históricas oferecidas em cada [[homem]] [[próprio]]” (1).
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: (1) LIRA, André. ''Poética e morte na era do ciborgue''. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2012, 45. Coleção ''Pensamento Poético - 3''.
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: “A [[via]] do [[ciborgue]] não pode ser encarada, por sua vez, como uma moléstia abominável, pois ela é apenas uma das [[possibilidades]] de [[realização]] histórica nas quais o [[homem]] se defronta e decide. [[Possibilidades]] estas que, dadas pelo próprio [[ser]], devem ser cuidadas como tal, pensadas a partir da [[procura]] do [[homem]] por seu [[elemento]], isto é, [[ser]]” (1).
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: (1) LIRA, André. ''Poética e morte na era do ciborgue''. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2012, 89. Coleção ''Pensamento Poético - 3''.
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: "Numa [[sociedade]] complexa, que demanda mais [[adequação]] às suas [[funções]], a não-correspondência a tais [[funções]] pode ser catastrófica. Esse é geralmente um dos lados bem recebidos e desejados do desenvolvimento [[cibernético]]. Nesse sentido, portanto, o [[ciborgue]] é uma ampliação das [[possibilidades]] do [[humano]]. O que antes não era possível para quem perdeu um braço agora é possível. Embora não apague a [[dor]] da perda do braço, reverte a da perda da [[função]]. Então, o importante aqui é a [[função]]" (1).
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: (1) LIRA, André. "O ciborgue frente ao real". In: Revista ''Tempo Brasileiro: globalização, pensamento e arte'', 201/202, abr.-set., 2015, p. 79.
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: "Coloquemos a [[questão]] da seguinte [[forma]]: o [[ciborgue]] é o [[projeto]] de totalização tecno-lógica do [[ser humano]] e mesmo do [[real]]. Enquanto [[projeto]], buscaremos mostrar tanto suas [[possibilidades]] de [[realização]], muitas delas já atualizadas, quanto sua [[impossibilidade]] radical" (1).
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: (1) LIRA, André. "O ciborgue frente ao real". In: Revista ''Tempo Brasileiro: globalização, pensamento e arte'', 201/202, abr.-set., 2015, p. 78.

Edição atual tal como 21h39min de 29 de Abril de 2020

Tabela de conteúdo

1

"Como o esforço científico, na busca pela determinação do real, está expulsando o homem de sua morada? Ora, o controle exercido pelo modo técnico de operar, pela medição, regulação e uniformização se traduz pelos conceitos. Nunca, na história do homem, houve uma ideia tão clara a respeito de qual homem se deve buscar, qual é o homem ideal e desejável, e como alcançá-lo. Ainda assim não entramos em contradição ao dizermos que o homem pós-moderno está desreferencializado de si mesmo. Há dois projetos paralelos que se copertencem: a progressiva desumanização e a progressiva tentativa de super-humanizar. O maior ícone do cruzamento desses dois projetos é o ciborgue" (1).


Referência:


(1) LIRA, André. "Pergunte ao ciborgue". Revista Garrafa. Rio de Janeiro, n. 20, jan.-abr. 2010. Disponível em http://www.ciencialit.letras.ufrj.br/garrafa/garrafa20/andrelira_pergunteaociborgue.pdf.

2

"O homem pós-moderno é um ciborgue. Suas referências de mundo são construídas cada vez mais a partir de um paradigma tecnológico. Para se transformar em ciborgue, em misto de máquina e homem, o homem sacramenta a técnica como o que lhe assegurará a sua essência” (1)


Rreferência:
(1) LIRA, André. Poética e morte na era do ciborgue. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2012, 39. Coleção Pensamento Poético - 3

3

“Tornar-se ciborgue é humanizar-se enquanto se desumaniza: a razão não só julga entender o corpo, mas se assenhoreia dele, modificando-o aos seus desígnios por meio das próteses, das intervenções cirúrgicas, dos tratamentos estéticos. Ademais, o ciborgue se esquece da humanidade que lhe é própria e foi dada como corpo-experiência, pois acredita que os implantes técnicos são superiores e preferíveis. Mesmo quando parece cultuar o corpo (ou melhor, o organismo), ele é mantido como polo desprivilegiado na relação com a alma” (1)


Referência:
(1) LIRA, André. Poética e morte na era do ciborgue. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2012, 39.Coleção Pensamento Poético - 3.

4

Silêncio, cegueira, inação são experiências do fim, e por isso experiências da morte. O ciborgue, contudo, como horizonte humano da época técnica, atribui a todas essas experiências um dado negativo da realidade que deve ser superado. Se não há som (ou não há som que se possa ouvir), que se faça som ou se criem mecanismos para ouvi-lo. Se não há o que ver, que se crie o que ver ou como se ver. Como viemos dizendo, esse posicionamento parte de um pressuposto humanista que desumaniza, já que não reconhece e estimula as possibilidades históricas oferecidas em cada homem próprio” (1).


Referência:
(1) LIRA, André. Poética e morte na era do ciborgue. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2012, 45. Coleção Pensamento Poético - 3.

5

“A via do ciborgue não pode ser encarada, por sua vez, como uma moléstia abominável, pois ela é apenas uma das possibilidades de realização histórica nas quais o homem se defronta e decide. Possibilidades estas que, dadas pelo próprio ser, devem ser cuidadas como tal, pensadas a partir da procura do homem por seu elemento, isto é, ser” (1).


Referência:
(1) LIRA, André. Poética e morte na era do ciborgue. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2012, 89. Coleção Pensamento Poético - 3.

6

"Numa sociedade complexa, que demanda mais adequação às suas funções, a não-correspondência a tais funções pode ser catastrófica. Esse é geralmente um dos lados bem recebidos e desejados do desenvolvimento cibernético. Nesse sentido, portanto, o ciborgue é uma ampliação das possibilidades do humano. O que antes não era possível para quem perdeu um braço agora é possível. Embora não apague a dor da perda do braço, reverte a da perda da função. Então, o importante aqui é a função" (1).


Referência:
(1) LIRA, André. "O ciborgue frente ao real". In: Revista Tempo Brasileiro: globalização, pensamento e arte, 201/202, abr.-set., 2015, p. 79.

7

"Coloquemos a questão da seguinte forma: o ciborgue é o projeto de totalização tecno-lógica do ser humano e mesmo do real. Enquanto projeto, buscaremos mostrar tanto suas possibilidades de realização, muitas delas já atualizadas, quanto sua impossibilidade radical" (1).


Referência:
(1) LIRA, André. "O ciborgue frente ao real". In: Revista Tempo Brasileiro: globalização, pensamento e arte, 201/202, abr.-set., 2015, p. 78.
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