Verbo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 156.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 156.
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: "''O [[mesmo]] [[é]] [[pensar]]'' e ''O [[mesmo]] [[é]] [[ser]]'', para o [[sujeito]] O [[mesmo]], mas este não pode [[vigorar]] sem o [[ser]] [[sendo]], enquanto [[vigorar]] do [[ser]] em cada e em [[todo]] [[é]]. Mas para ser tal [[vigorar]], o [[é]] de cada [[proposição]] não pode se [[tornar]] um [[verbo]] fraco, de mera [[ligação]], em [[virtude]] do [[poder]] do [[sujeito]], aqui neste caso, do ''[[mesmo]]''. Pelo contrário, é [[impossível]] o ''[[mesmo]]'' [[vigorar]] na [[proposição]] como [[sujeito]] sem o [[vigorar]] do [[é]], isto é, do [[ser]]. É nesse [[sentido]] que o [[ser]] enquanto [[é]] [[é]] o [[ser]] de [[todos]] os [[verbos]] e [[é]] o [[fundar]] do [[sujeito]] no que este se enuncia enquanto [[fundamento]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Citação retirada do ensaio "Espelho: o perigoso caminho do  auto-diálogo". Ainda não publicado.

Edição de 21h55min de 21 de Setembro de 2019

1

"A presença institui a realidade como mundo. A representação reproduz o mundo instituído. Na sentença, o núcleo é a vigência do verbo. Verbo é tempo e tempo é presente. Sem verbo não há língua, se por verbo entendermos um vigorar do tempo e não uma categoria gramatical. O vigorar da língua é a linguagem" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: TAVARES, Renata e Outros (org.). O sagrado, a arte e a família. São Paulo: Editora LiberArs, p. 28, 2011.


2

Porém, algo distingue o ser humano: o logos, a palavra ou verbo. Verbo origina-se da palavra latina verbum, tradução latina de logos. E por isso pode acontecer o educar: o ser conduzido para a manifestação de suas possibilidades de diferença e próprio, num processo de apropriação. Ou seja, ele é um sendo entre o limite e o não-limite: entre-ser. Enfim, é um sendo que vigora no sentido da palavra (logos) e no sentido do pensamento (dianoia). E isso o diferencia dos demais entes.


- Manuel Antônio de Castro.


3

"Quando digo o sendo substantivo. Quando digo o sendo sendo, verbalizo, porque no sendo sendo, este só pode estar sendo porque originariamente é verbo, possibilidade de e para possibilidade. Verbo é o agir do possível. O sendo substantivo é o sendo no limite. O sendo sendo, verbal, é o sendo deixando vigorar o não-limite, sendo o não-ser que desde sempre já é enquanto possibilidade de e para possibilidade (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 309.


4

"Por que Ulisses vence Circe? Ele se abre para a fala e escuta de Hermes, o mensageiro dos deuses, a palavra originária, sagrada e poética. O radical de Hermes, wre ou wer, é indo-europeu e significa palavra. Esta se origina do verbo grego pará-ballein: o lançar no entre, daí toda palavra ser portadora e a própria mensagem. Ulisses só vence porque é portador do saber de Hermes, a própria Linguagem, o mito dos mitos e ritos, o sagrado primordial e originário" (1). De wre ou wer se originou a palavra latina verbum, em português, verbo. O caráter sagrado de Hermes, Verbum, em latim, fica evidente nos Evangelhos, onde Cristo é chamado de Verbum. No princípio era o Verbo, diz São João no início de seu Evangelho.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 156.


5

"O mesmo é pensar e O mesmo é ser, para o sujeito O mesmo, mas este não pode vigorar sem o ser sendo, enquanto vigorar do ser em cada e em todo é. Mas para ser tal vigorar, o é de cada proposição não pode se tornar um verbo fraco, de mera ligação, em virtude do poder do sujeito, aqui neste caso, do mesmo. Pelo contrário, é impossível o mesmo vigorar na proposição como sujeito sem o vigorar do é, isto é, do ser. É nesse sentido que o ser enquanto é é o ser de todos os verbos e é o fundar do sujeito no que este se enuncia enquanto fundamento" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Citação retirada do ensaio "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ainda não publicado.